Bolsonaro lidera ranking de ataques contra imprensa em relatório

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Relatório da Violência contra Jornalistas é publicado anualmente pela FENAJ

Redação, em 26/01/2021 às 12h45

Os ataques à imprensa e as agressões diretas a jornalistas explodiram no Brasil, em 2020. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de mais de 100% dos casos, revelando uma significativa fragilização da liberdade de imprensa no país.

Os dados completos dessa escalada de violência constam do Relatório da Violência contra Jornalista e Liberdade de Imprensa – 2020, que a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lançou nesta terça-feira, 26.

Pela primeira vez e em razão da pandemia de Covid-19, a entidade apresentou os números em plataforma virtual, com transmissão ao vivo pelo Facebook. A atividade está incluída na programação da edição 2021 do Fórum Social Mundial e será conduzida pela presidenta da FENAJ, Maria José Braga. Ela adianta que a explosão de casos está associada à sistemática ação do presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a imprensa e a ação de seus apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas.

Até mesmo a cobertura jornalística da pandemia serviu de pretexto para os ataques. Jornalistas foram hostilizados por estarem trabalhando, por pessoas que desconhecem o papel do Jornalismo, ainda mais essencial durante uma crise sanitária. A TV Globo foi chamada, pelo presidente Jair Bolsonaro, de “TV Funerária”, por noticiar a escalada das mortes por Convid-19, que já ultrapassou as 200 mil. 

O presidente e seus filhos Eduardo e Carlos estão no topo do ranking de “predadores da liberdade de imprensa”, feito pelos Repórteres Sem Fronteira. Correspondem por 85% das ofensas promovidas por autoridades à imprensa em 2020 compiladas pela organização não governamental.

O número geral de ataques à liberdade de imprensa mais que dobrou em 2020, em comparação com 2019, houve crescimento em quase todos os tipos de violência categorizados pela FENAJ.  Os maiores aumentos foram nas categorias de Censura e Agressões verbais/Ataques virtuais.

Houve também, em 2020, o acréscimo de três categorias não identificadas em 2019: Ataques cibernéticos, Atentado e Sequestro/Cárcere privado. Não houve aumento somente nos casos de assassinatos e de racismos/injúrias raciais, com duas ocorrências de cada em 2020, o mesmo número registrado no ano anterior. Mas, para a FENAJ, o registro de duas mortes de jornalistas, por dois anos seguidos, é evidência concreta de que há insegurança para o exercício da profissão no Brasil.

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