Casas na Favela do Arroz são demolidas pela Prefeitura

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Moradores e associação de moradores alegam que não foram notificados antes nem durante a ação

Por Eliane Salles – Em 14/09/18

Na próxima quinta-feira, 20, representantes da Redes da Maré acompanharão moradores de uma área conhecida como Favela do Arroz (localizada na comunidade de Marcílio Dias, na Maré) a um atendimento no Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Estado (NUTH), especializado em remoções.

A ação faz parte de um processo de orientação que a Redes, através de seu projeto Maré de Direitos, vem dando aos moradores da área, que alegam terem tido suas casas demolidas pela Prefeitura sem mandado ou notificação prévia. O projeto Maré de Direitos busca garantir e ampliar o acesso a direitos e interferir em práticas sociais que dificultem o acesso à justiça.

Prefeitura não teria notificado moradores

A remoção foi realizada no último dia 6, e, segundo os moradores, os pegou de surpresa: por volta das 7 horas da manhã, uma equipe da Prefeitura, acompanhada por policiais militares e agentes da Guarda Municipal, começou a demolir 21 barracos ainda em construção.  Na ocasião, a equipe da ação teria dito que voltaria ao local na segunda-feira (dia 10) para remover os demais, o que não aconteceu. Na ação, foram colhidos nomes, CPF e identidade das pessoas que já residiam no local. Não há, até o momento, informações oficiais sobre os objetivos do cadastramento.

Tanto os moradores quanto representantes da Associação de Moradores da Favela Marcílio Dias alegam não terem sido notificados antes, nem durante a ação. Questionada, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação ficou de apurar os fatos, mas, até a publicação desta matéria, não havia se posicionado. 

Segundo os moradores, há cerca de 1 ano e 6 meses, vem sendo construídas casas no entorno de um galpão pertencente ao Banco do Brasil. Antes da remoção,  havia cerca de 59 barracos no local (alguns de alvenaria, outros de madeira), que abrigam famílias de até quatro pessoas.  De acordo com a Associação de Moradores da Favela Marcílio Dias, não há funcionamento regular no local, apenas a circulação de vigilantes e seguranças de uma empresa privada. De acordo com matéria publicada no site Terra, o galpão do Banco do Brasil seria leiloado ontem, dia 13. O Maré Online não consegui confirmar se o leilão foi realizado e o imóvel vendido.

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