Debate sobre segurança leva candidatos ao governo do estado do Rio à Maré

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Mesmo sem contar com a participação dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais, encontro reúne centenas de pessoas no Centro de  Artes da Maré e mostra o alto nível de conscientização política da população da Maré

Em 19/09/2018 – Por Eliane Salles

Cerca de 400 pessoas, a maioria jovens, participaram na noite desta terça-feira (18) do Debate com Candidatos na Maré, realizado no Centro de Artes da Maré (CAM). O encontro, promovido pelo Fórum Basta de Violência – Outra Maré é Possível, contou com a presença de três candidatos a governador e uma candidata a vice-governadora: Marcia Tiburi (PT), Dayse Oliveira (PSTU), Luiz Eugênio  Honorato (PCO) e Ivanete Conceição da Silva (que representou Tarcísio Motta, candidato do PSOL). O encontro durou cerca de duas horas e teve a participação ativa de jovens, muitos deles alunos da Redes da Maré. Diferentemente de alguns debates, todos os doze candidatos foram convidados a participar.

O Fórum Basta de Violência – Outra Maré é Possível é uma iniciativa dos moradores da região, lideranças comunitárias e organizações civis do território, como a Redes da Maré, e tem por objetivo ser um canal de prática e discussão sobre a diminuição dos  homicídios no conjunto de favelas da Maré.

Violência e Saúde

Segundo os organizadores, o objetivo do debate foi “promover trocas diretas entre candidatos e moradores, no sentido de buscar alternativas e possibilidades para a construção da segurança pública e oficializar suas propostas e intenções a partir de documentos e registros”. O debate foi dividido em seis rodadas de perguntas (segmentadas por perfil, como por exemplo: morador da Maré, não candidato nas eleições; morador de outras comunidades, etc.). As perguntas eram feitas por quem estivesse dentro do perfil e se inscrevesse.  Os questionamentos eram formulados pelo próprio participante, que também escolhia qual dos candidatos deveria respondê-los.

O ponto alto do encontro foi a constatação do nível de politização e de consciência dos jovens moradores do território, que levantaram questões que aprofundaram o debate, como: o não ensino da cultura negra nas escolas; problemas de saneamento básico, que impactam na saúde dos moradores; qualidade da educação pública; além, obviamente dos temas relacionados diretamente à segurança. Entre eles, a violência impetrada pelos agentes da segurança pública contra a população negra e favelada.

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