Com iniciativa para combater a pandemia, Maré reduz 88% das mortes por covid-19 em um ano

Data:

Ação é coordenada pela ONG Redes da Maré, Conselho Comunitário de Manguinhos, Dados do Bem, SAS Brasil, União Rio e Fiocruz

Por Edu Carvalho, em 16/07/2021 às 15h

Editado por Tamyres Matos

Uma ação contínua da sociedade civil e entidades ligadas à Saúde vem mostrando ao país que unir gestão, articulação e conhecimento direto de causa podem transformar as desigualdades, mitigando os impactos diversos das desigualdades em favelas. É o ‘’Conexão Saúde – De Olho Na Covid’’, desenvolvido pela ONG Redes da Maré, Conselho Comunitário de Manguinhos, Dados do Bem, SAS Brasil, União Rio e Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. 

A mobilização inovadora criada entre as frentes vem apresentando resultados positivos em relação ao combate ao coronavírus nos territórios do Conjunto de Favelas da Maré e na favela de Manguinhos, ambas na zona norte do Rio. 

O mais recente Boletim divulgado mostra que, em um ano de atividade, em relação a taxa de mortalidade ajustada — número de óbitos em relação aos casos notificados — a Maré apresenta queda de 88%, enquanto em Manguinhos os números representam 62%. 

Representados em números, um esforço coletivo em ligação direta com unidades de saúde locais, incluindo testagem em massa, atendimento médico e psicológico online, apoio para isolamento domiciliar a pacientes com Covid (no caso da Maré) e ações de comunicação focadas no território. 

O projeto preenche o vazio das políticas públicas de Estado para enfrentamento da maior crise sanitária do século, reunindo organizações da sociedade civil, instituições públicas e privadas, que, desde o início da disseminação do vírus, estiveram à frente de iniciativas que podem ser implementadas no pós-pandemia. 

Para Luna Arouca, uma das coordenadoras do projeto pela Redes da Maré, a iniciativa visa garantir os direitos à população local e promoção de melhores condições de vida. ”É um projeto que pensa saúde no território, com estratégias que unem ações do poder público e também mobilizam os moradores, para que essa população possa estar protegida”, afirma. 

Segundo a coordenadora, a interlocução com diferentes segmentos da sociedade civil, a partir de um parceiro local, pôde contribuir ainda mais para um melhor entendimento sobre demandas e o que o território necessitava. ”Todas as ações possibilitaram um território mais seguro e mais saudável durante a pandemia, e o Conexão Saúde está dentro dessa rede. A gente quer construir essas redes de cuidado, proteção e garantia de direitos na Maré, então o fato da organização ter atuado em diferentes frentes, foi fundamental para o desenvolvimento de soluções eficazes no combate à covid”, enfatiza. 

Para ler a mais recente versão do Boletim, clique aqui.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas

Baía de Guanabara sobrevive pela defesa de ativistas e ambientalistas

Quarenta anos após sua fundação, o Movimento Baía Viva ainda luta contra a privatização da água, na promoção da educação ambiental, no apoio às populações tradicionais, como pescadores e quilombolas.

Idosos procuram se exercitar em busca de saúde e qualidade de vida

A cidade do Rio de Janeiro tem à disposição alguns projetos com intuito de promover exercícios, como o Vida Ativa, Rio Em Forma, Esporte ao Ar Livre, Academia da Terceira Idade (ATI) e Programa Academia Carioca