Educação de jovens e adultos: ENCCEJA está com inscrições abertas

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Prova é a ponte para quem pretende concluir o ensino fundamental ou médio.

Por Thaís Cavalcante em 12/01/2021 às 11h30

Editado por Edu Carvalho

Estão abertas as inscrições para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) a partir desta segunda (11) e vai até o dia 22 de janeiro. A prova é gratuita e será realizada em abril. Ela é necessária para maiores de 15 anos que pretendem concluir o ensino fundamental e para maiores de 18 anos que desejam concluir o ensino médio. Para conferir material de estudos grátis, ler orientações, informações sobre justificativa de ausência e realizar a inscrição, clique aqui. O Exame tem sua prova estruturada a partir das áreas de conhecimento básicas, como Língua Portuguesa, Ciências Naturais, Matemática, História e Geografia entre outras.

Jaqueline Luzia, professora na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e cria da Vila dos Pinheiros, atua desde os anos 90 na área da educação de jovens e adultos (EJA). Chegou a trabalhar com crianças também, mas fez de sua escolha o EJA por suas características, um pouco distintas do ensino tradicional. Sua trajetória é marcada pela participação em diferentes projetos de alfabetização e letramento em Organizações Não Governamentais do território e também na rede municipal de ensino. 

“Acredito que qualquer trabalho relacionado à educação é feito a partir da realidade, mas nesta modalidade isso é fundamental, porque a gente trabalha com pessoas que têm ou não algum tipo de trajetória escolar. Mais do que isso, histórias de vida diferenciadas e que eu conheço essa realidade assim como eles”, conta.

Sobre a necessidade do Exame ENCCEJA para conclusão do ensino fundamental e médio, ela admite que a sociedade em que vivemos valoriza a certificação educacional e isso deve ser considerado. “Ainda que as pessoas saibam mais do que o certificado, a escola é fundamental, porque o diploma te dá um outro tipo de representatividade. Acredito que o tema principal é o direito à educação, que todos nós temos perante à lei. Seja criança, jovem, adulto ou idoso”, diz Jaqueline. 

Três pontos são fundamentais para que a educação escolar se firme como fundamental: O primeiro é relacionado à prática pedagógica e sua certificação, o segundo é sobre os conhecimentos curriculares específicos e o terceiro é o estímulo dos estudos na escola e para além dela. Uma educação que vai se atualizando ao longo do tempo.

É o caso de Maryzete Farias, moradora do Parque União, que estava há nove anos sem estudar e depois que seu sogro a presenteou com livros didáticos encontrados no lixo, ela passou a se dedicar aos estudos. Fez a prova em 2019 e concluiu essa etapa de sua formação. O próximo passo é o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Mary tem o sonho de se tornar psicóloga e possui um projeto de estímulo à leitura infantil. “Acho que é uma ótima oportunidade para quem quer terminar os estudos. Quanto mais pessoas tiverem acesso ao conhecimento melhor”, conta.

Para além do ENCCEJA que avalia o conhecimento de quem deseja se formar, existem os CEJAs: Centros de Educação de Jovens e Adultos, que são como escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro que oferecem o aprendizado para quem não concluiu sua formação no período estipulado. Estimular mais escolaridade aos moradores da Maré é necessário e urgente. 
Segundo o Censo Maré, cerca de 37,6% da população tem o ensino fundamental. Já o ensino médio é pouco mais de 18%. O Conjunto de Favelas da Maré possui o único CEJA dentro de uma favela do Rio de Janeiro desde 2012. O CEJA Maré, localizado na Baixa do Sapateiro, atende cerca de 430 alunos e possui a infraestrutura de uma escola, com sala de leitura, salas com ar condicionado, refeitório e auditório.

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