Racismo, machismo, invisibilidade e resistência movem as mulheres pretas para a política
Em 18/11/2018 – Por Jéssica Pires
O território de partilha “Uma flor rompe o asfalto: mulheres que fazem História na política. Uma homenagem à Marielle Franco” reuniu Benedita da Silva, primeira mulher negra eleita senadora no Brasil; Talíria Petrone, professora e deputada federal; Edna Adan Ismail, ativista, fundadora e diretora do Hospital Maternidade Edna Adan Ismail (Somália); e Tainá de Paula, arquiteta, urbanista e ativista feminista, no último dia do Festival Mulheres do Mundo.
A mesa, que lotou o auditório do Museu do Amanhã, apresentou os desafios que as poucas representantes mulheres, sobretudo as pretas, vêm enfrentando na política. Falou-se sobre um movimento de mobilização dessas mulheres pleiteando representatividade na política do Brasil, após a execução da ativista e vereadora Marielle Franco. Um movimento difícil, solitário e de medo, segundo Talíria Petrone, que foi eleita vereadora em Niterói no mesmo ano que Marielle.
As quatro representantes, mediadas por Eliana Silva, fundadora da Redes da Maré, falaram sobre raça, indignação, representatividade, poder, lutas identitárias, participação política e, sobretudo, o papel e a importância da tarefa delas pela busca de garantia de direitos dos que são maioria nos índices (sobretudo de mortalidade) e minoria nos cargos públicos.