Jovem é encontrado morto com facadas na Nova Holanda

Data:

Equipes do Maré de Direitos e do Centro de Cidadania LGBTQUIA+ auxiliam moradores no caso


Pela Redes da Maré, em 20/10/2021, às 20h45.

Por volta de 16h desta quarta-feira (20), a equipe da Redes da Maré foi contactada por moradores da Nova Holanda para informar que um jovem teria sido morto a facadas dentro de casa na Rua das Maravilhas, na Nova Holanda. Relatos dos moradores dão conta que o jovem negro, de aproximadamente 30 anos, era LGBTQIA+ e teria sofrido uma morte violenta. Supeita-se de crime de homofobia.

As equipes do Maré de Direitos e do Centro de Cidadania LGBTQIA+ da Maré foram até o local, onde deram orientações sobre os procedimentos legais para investigação do crime e remoção do corpo. Um vizinho foi até a 21ª DP, quando foi informado que não poderia registrar ocorrência naquele local, sendo necessário contato com a Polícia Militar através do telefone 190.

Com apoio das organizações, os moradores acionaram a Polícia Militar e a SAMU para constatação do óbito e solicitação da perícia no local do crime. Também foi acionada a Delegacia de Homicídios, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que até o presente momento não informaram uma previsão para realização da perícia. Alguns moradores demonstravam revolta pela demora na perícia e “orientações informais” para retirada do corpo para Avenida Brasil com vistas a facilitar a remoção pela Defesa Civil.

Segundo Gilmara Cunha, ativista LGBTQIA+ e fundadora do Grupo Conexão G e coordenadora do Centro de Promoção da Cidadania LGBTIQIA+, casos como esse evidenciam a importância da temática nas favelas e periferias.

”Ontem o Centro fez o acompanhamento da família e da retirada do corpo. E hoje já estamos em contato com elas para seguir acompanhando a denúncia e a situação emocional da rede próxima ao jovem. Já foi marcada também uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública a fim de prosseguirmos com o caso. Situações como essa reforçam a importância de aprofundar o dabate e melhorar as respostas à essas violências. Nesse sentido, o Centro promoverá uma jornada de Segurança Pública na Maré a fim de pensar questões relacionadas à violência contra populaçao LGBTQIA+ favelada.”

Ainda para Gilmara, este é um dos principais objetivos da Casa, inaugurada recentemente no território. ”Nossa função é garantir que a família tenha o suporte psicosocial e jurídico necessário, que essa morte não seja esquecida ou apagada e que seja feita a devida investigação sobre o caso. É uma busca constante para que casos como esse parem de acontecer e que deixem de ser naturalizados.”

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas

Baía de Guanabara sobrevive pela defesa de ativistas e ambientalistas

Quarenta anos após sua fundação, o Movimento Baía Viva ainda luta contra a privatização da água, na promoção da educação ambiental, no apoio às populações tradicionais, como pescadores e quilombolas.

Idosos procuram se exercitar em busca de saúde e qualidade de vida

A cidade do Rio de Janeiro tem à disposição alguns projetos com intuito de promover exercícios, como o Vida Ativa, Rio Em Forma, Esporte ao Ar Livre, Academia da Terceira Idade (ATI) e Programa Academia Carioca