Por: Hélio Euclides
Era lá pela década de 1940 que o Morro, batizado de Timbau, acolhia uma das primeiras moradoras da Maré: Orosina. Ela representa muitos moradores que deram início ao conjunto de favelas. Com o tempo vieram mais diversas pessoas, de vários cantos da cidade e do país e novas favelas foram surgindo. Nem tinha terra para tanta gente, então a solução era fincar a madeira no mangue e construir palafitas. A vida era dura, uma luta para todos terem energia elétrica e a água, que era obtida nos bicões, por meio do rola ou da balança. Foram necessárias muitas mobilizações, muitas lideranças e uma Chapa Rosa, para lutar pelo direito à moradia, educação, cultura, saúde e saneamento básico.
Em 1994 foi criado o bairro Maré. Contudo, uma lei pode não trazer tantos avanços como se espera. São mais de 140 mil moradores, quase uma cidade. Mesmo assim, os investimentos surgem lentamente. E geralmente não tem continuidade. Certa vez um jovem chamado Herbert Vianna que estudava na UFRJ, enquanto olhava para a Maré escreveu uma canção, que narrava bem o dilema: A esperança não vem do mar e nem das antenas de TV, a arte de viver na fé, só não se sabe fé em quê. Havia fé sim, na união e capacidade de mobilização. E assim muitas transformações aconteceram, mas ainda há muitos problemas a serem resolvidos. Já são 29 anos de um bairro que é potência. Tem uma população que almeja políticas públicas, que sofre pela desigualdade social e deseja uma segurança pública para todos os cidadãos que contribuem com o crescimento da cidade, do estado e do Brasil.
E que segue a lutar por uma Maré que Queremos!
Confira alguns momentos do conjunto de favelas pelos olhares dos fotógrafos mareenses: