Maré de Notícias #43

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[toggle title=”Coleta seletiva na Maré”]

Por Hélio Euclides

Os Conjuntos Pinheiro e Esperança terão coleta seletiva de lixo doméstico e reaproveitamento dos resíduos sólidos e orgânicos. Para isso, foi desenvolvido o Programa Rever, do Núcleo de Ação Comunitária e Desenvolvimento Social (Nacodes). As duas comunidades da Maré foram escolhidas em função da logística dos blocos, que facilita a implantação da coleta seletiva.

O programa tem como prioridade fomentar reflexões e discussões sobre o ambiente, saúde, educação, integração, gestão autônoma e sustentabilidade inovadora. Participam as duas associações de moradores, os síndicos dos prédios, o grupo de idosos Amor Maior e os Jardineiros Comunitários.

“A base do trabalho é rever conceitos, pois é significativo termos um novo olhar sobre o lixo”, explica um dos organizadores, Sebastião da Silva Rodrigues. “É muito bom unir forças para beneficiar os moradores”, afirma a presidente da Associação de Moradores do Conjunto Pinheiro (Amacovipi), Eunice Cunha.

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[toggle title=”UPA Maré tem nova administração”]

Por Hélio Euclides

Viva Rio assumiu gestão prometendo diálogo com comunidade

Ao completar seis anos, a Unidade de Pronto Atendimento da Maré (UPA), na Vila do João, mudou a equipe gestora. Antes o atendimento era feito por profissionais do Corpo de Bombeiros, e desde janeiro passou para o Viva Rio Saúde, num contrato de terceirização do serviço.

“O pediatra é um diferencial e agora estamos acabando com a lacuna. Já estamos com dois profissionais”, afirmou o coordenador Roberto Simões, após uma reunião com as lideranças comunitárias do bairro, em junho. A falta de pediatra era uma das reclamações dos moradores.

Ele lembrou que, mesmo fora do horário do pediatra, é importante que o morador leve a criança doente até a UPA para uma avaliação e encaminhamento ao local adequado, se necessário com o uso da ambulância.

O Viva Rio Saúde já administra seis centros municipais de saúde localizados nos Cieps da Maré, uma unidade na Vila do João, outra no Parque União e a Clínica da Família Augusto Boal.

Equipe da UPA Maré: 4 médicos clínicos, 2 pediatras*, 1 dentista, 1 técnico de saúde bucal, 5 enfermeiros, 11 técnicos de enfermagem, 1 assistente social, 1 técnico de radiologia, 1 farmacêutico, 1 auxiliar de farmácia, 1 maqueiro, 1 enfermeiro especialista em infecção, além do quadro de apoio.

* O plantão pediátrico é de 19h de segunda até as 19h de quinta. Está aberto o processo de seleção para contratação de mais um pediatra. Informações: 2334-7830 / 2234-7832 / 2234-7834.

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[toggle title=”Fuzil: no centro da cidade não, mas na favela sim?!”]

Por Eliana Sousa Silva – Diretora da Redes da Maré e da Divisão de Integração Universidade Comunidade PR-5 – UFRJ

“Fuzil deve ser utilizado em guerra, em operações policiais em comunidades e favelas. Não é uma arma para se utilizar em área urbana”.

Este comentário foi feito pelo consultor de segurança pública Rodrigo Pimentel, durante o telejornal RJ TV 1ª edição de 18 de junho. Ele foi feito de forma natural, ao analisar a imagem de um policial militar com uma metralhadora atirando para o alto, mas na direção de manifestantes que praticavam ações violentas em frente à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele ressalta o despreparo do profissional da segurança pública, chamando a atenção para o fato de que “o tiro, do mesmo jeito que vai para o alto, desce e pode atingir de maneira letal qualquer pessoa.”

A observação do atual comentarista da área da segurança pública da Rede Globo demonstra o pensamento de parte significativa da nossa sociedade, com ênfase para os governantes, sobre como as políticas públicas são idealizadas e efetivadas a partir de uma visão hierarquizada da cidade e dos cidadãos. No caso da reportagem, a afirmação de que a metralhadora não poderia ser utilizada numa cena urbana de protestos, mas na favela ou em situação de guerra sim, ilustra como o valor a vida na nossa cidade vai depender do território ou das pessoas das quais estamos falando. Afinal, o que define a diferença fundamental para o uso do fuzil, quando estamos falando de cidadãos da mesma cidade? E, ressaltese, no caso das favelas, temos cidadãos que não têm garantido o direito elementar no campo de segurança pública.

É triste precisar afirmar algo tão óbvio: que não se justifica em passeatas ou nas favelas a utilização de armas pesadas, tampouco as violências policiais características das últimas manifestações pelo país afora, e historicamente nas favelas.

Rodrigo Pimentel entrou aos 18 anos para a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Trabalhou como capitão do Bope, durante 5 anos e ganhou notoriedade pela participação no documentário “Notícias de uma Guerra Particular” e outros filmes vinculados à favela e aos  grupos criminosos. Deixou a polícia para se dedicar ao trabalho profissional de analista de segurança pública.

O que estarrece é o fato de serem as opiniões e análises desse profissional consideradas um bom parâmetro para se entender o que acontece na segurança pública do Rio de Janeiro. É a partir de visões como a apresentada por Rodrigo Pimentel que se sedimentam juízos perversos e estereotipados sobre as favelas e quem ali reside.

Quando realizei pesquisa de doutorado em 2009 no campo da segurança pública, tive como motivação entender as práticas dos policiais militares nas favelas, especificamente na Maré. As questões ali propostas, e várias ainda me acompanham, se relacionam de maneira direta com a fala do citado comentarista.

O meu intuito e desejo como alguém que cresceu e se socializou na favela era o de construir um quadro interpretativo das práticas cotidianas presentes na Maré, em especial as violentas, que permitisse ir além das representações hegemônicas no mundo social carioca e brasileiro sobre a violência estabelecida nas favelas do Rio de Janeiro. Dessas, duas estão diretamente relacionadas com a fala de Pimentel: “Quais seriam as representações, valores, princípios e regras que têm orientado as práticas dos profissionais da segurança pública, quando se trata do trabalho junto às populações mais pobres da cidade do Rio de Janeiro?” e “As experiências e representações dominantes nas organizações do Estado, na mídia, na população em geral, estão centradas na idéia de que a única possibilidade de enfrentamento dos grupos criminosos passa, necessariamente, por uma opção sustentada em práticas também violentas?”

A fala daquele comentarista é simplesmente a expressão de uma lógica perversa, violenta e irracional disseminada na sociedade e nas forças do Estado, que enxergam a sociedade civil e as populações das favelas como “problemas” a serem eliminados e não como sujeitos de direitos que devem ser reconhecidos e respeitados.

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[toggle title=”Cursos de capacitação”]

A instituição Banco da Providência está com inscrições abertas para vários cursos gratuitos de capacitação: Cabeleireiro, Mega-hair e Entrelace; Corte e Costura, Modelagem, Costura em Malha e Lycra; Lancheiro (Doces e Salgados) e Bolos e Tortas; informática (Windows e Word, Excel, Power Point e Internet, Básico em Montagem e Manutenção de Micro Computadores. Ao final, a instituição encaminha para a agência de empregos.

As aulas ocorrerão do dia 29 de julho até 23 de agosto, às terças e quintas, de 9h às 11h30, em Realengo, mas a instituição pagará o transporte. As inscrições podem ser feitas na capela da Paróquia São José Operário, na Vila Pinheiro, na Via A1 nº120 A, às terças e quintas, com a assistente social Vânia de Carvalho Pinto (tel.: 8578-0628).

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