Jornada de seis anos do Espaço Normal pela redução de danos na Maré

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Celebração acontece junto com o Fórum Sobre Drogas na Maré, que este ano acorre nos próximos dias 27 e 28 de maio

Elivanda Canuto*

O Espaço Normal (EN), equipamento de referência sobre droga na Maré, celebra seu sexto ano de existência. O equipamento da Redes da Maré, que promove cuidado da população em situação de rua e/ou que faz uso abusivo de álcool e outras drogas celebra mais um ano – não à toa – junto com o Dia Internacional da Redução de Danos.

Como de costume, a celebração acontece junto com o Fórum Sobre Drogas na Maré, que este ano acorre nos próximos dias 27 e 28 de maio, na Rua 17 de fevereiro, nº 237, Parque Maré. Referência na prática de Redução de Danos, o EN investe no protagonismo e no empoderamento dos seus frequentadores, chamados carinhosamente de “Os Normais”.

Esse espaço de convivência se tornou um lugar seguro de autocuidado e de enfrentamento às violências sofridas pelos normais, inclusive em relação à insegurança alimentar ao oferecer café da manhã e almoço todos os dias da semana. Além disso, há uma convivência diária e articulação com os serviços públicos para garantir acesso aos direitos fundamentais.

O projeto promove ainda o acesso à cidade através de passeios culturais e de lazer dentro do território da Maré e também em outros locais do município. Para além da metodologia do trabalho que se baseia na redução de danos, o espaço também trabalha com o cuidado em liberdade, fundamentada nos direitos humanos das pessoas em situação de rua. 

Atualmente, a iniciativa atende cerca de 130 pessoas por dia. Somente no primeiro trimestre de 2024 foram realizados mais de 240 atendimentos e encaminhamentos daqueles que frequentam o serviço para a rede pública de saúde e proteção social, ampliando assim a rede de cuidados dessas pessoas.

Somado às atividades que já acontecem diariamente, o Espaço Normal em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) vem promovendo um dia exclusivo para acompanhamento de mulheres. Esta metodologia traz consigo o incentivo à autonomia das mulheres atendidas com suporte para a retomada da educação formal  apoiado por processos de geração de renda e promoção da autoestima. 

Esse dia garante às mulheres que frequentam esse espaço, o direito a ser e estar num ambiente de liberdade e produção de rede de cuidado e fortalecimento dos seus laços afetivos.

Nesse dia de grande importância para a redução de danos e também no mês que comemoramos o dia da luta antimanicomial, nós, enquanto profissionais, nos fortalecemos acreditando no direito ao cuidado em liberdade.

(*) Elivanda Canuto é coordenadora do Espaço Normal

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