Observatório de Favelas abre inscrições para Escola de Fotografia Popular

Data:

Formação concederá bolsa de R$ 500 para 25 jovens e adultos de favelas e periferias

Por Observatório de Favelas, em 01/04/2022 às 07h.

Dez anos depois da última turma, o Observatório de Favelas, a partir do Imagens do Povo, torna público o edital de seleção de participantes para a Escola de Fotografia Popular (EFP). A Escola está com inscrições abertas, entre os dias 28 de março e 08 de abril, para o curso de fotografia  popular. A EFP espera atender 25 moradores de favelas e periferias, principalmente mulheres, pessoas negras e indígenas, a população LGBTQIAP+ e Pessoa com Deficiência (PcD) para formação em fotografia, baseadas nas relações e no conceito de direitos humanos e território periférico.

O curso terá duração de seis meses com aulas presenciais, na sede do Observatório de Favelas, na Maré. Serão selecionadas 25 pessoas com idades entre 18 e 40 anos, beneficiadas com uma bolsa de R$ 500 mensais durante o período da formação.

De acordo com a coordenadora do Imagens do Povo, Rosilene Miliotti, a iniciativa surge em um momento importante de retomada de ações presenciais e possibilidade de investimento em ações culturais e de formação artística para o Rio de Janeiro.

A fotografia é um instrumento artístico muito potente, e mesmo diante do pouco investimento em formação e exposição dos últimos anos é possível enxergar muita gente produzindo e criando de forma autônoma. Retomamos a Escola de Fotografia Popular em um momento importante em que poderemos oferecer formação qualificada a essas pessoas que já atuam e também às que pretendem atuar. Vai ser uma grande oportunidade de aperfeiçoar nosso olhar sensível para ver a beleza e a importância do que está ao nosso entorno, em nosso território e hoje ainda podemos contar com as novas tecnologias a nosso favor”, comemora Rosilene.

A turma 2022 prestará uma homenagem ao fotógrafo popular Bira Carvalho, aluno da primeira turma da escola e profissional de referência na documentação fotográfica do cotidiano das favelas, especialmente da Maré. Bira faleceu em novembro passado, aos 51 anos.

O Imagens do Povo é apresentado pelo Ministério do Turismo. Tem patrocínio da IBM, Instituto Cultural Vale, Itaú, Cyrela, Colgate, MR Mineração e Smart Fit, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio Institucional: Itaú Cultural. Realização: Observatório das Favelas e Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Edital completo em https://bityli.com/edital-EFP

Cronograma

Inscrição – 28 de março a 08 de abril
Seleção – 13 a 19 de abril
Divulgação da seleção – 20 de abril
Início das aulas – 25 de abril
Encerramento das Aulas – 25 de outubro
Encerramento Formatura com abertura de exposição – 10 de novembro

Formulário de inscrição https://bityli.com/inscricao-EFP

Sobre o Programa Imagens do Povo

Criado em 2004 pelo Observatório de Favelas e pelo fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, o programa Imagens do Povo alia a técnica fotográfica às questões sociais, registrando o cotidiano das favelas através de uma percepção crítica que leva em conta o respeito aos direitos humanos e à cultura local. Neste processo, fotógrafos e comunidades resgatam e fortalecem seus vínculos identitários a partir do uso da linguagem fotográfica, que se torna instrumento de acesso e mapeamento de diferentes expressões culturais e sociais dos territórios onde residem, ampliando as possibilidades de difusão de novas imagens destes locais.

Sobre o Observatório de Favelas

Observatório de Favelas, criado em 2001, é uma organização da sociedade civil sediada no Conjunto de Favelas da Maré, mas com atuação nacional. Dedica-se à produção de conhecimento e metodologias visando incidir em políticas públicas sobre as favelas e promover o direito à cidade. Fundado por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares, tem como missão construir experiências que contribuam para a superação das desigualdades e o fortalecimento da democracia a partir da afirmação das favelas e periferias como territórios de potências e direitos. Atualmente, tem em andamento projetos, divididos em cinco áreas: Arte e Território, Comunicação, Direito à Vida e Segurança Pública, Educação e Políticas Urbanas. Muitos em parcerias com universidades, organizações locais, nacionais e internacionais.

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