Projeto de lei pretende regulamentar polo gastronômico na praça do Parque União para fortalecer a economia local da Maré
Por Beatriz Amat e Hélio Euclides (*)
A criação do Polo Gastronômico e Cultural, que torna os bares, restaurantes, lanchonetes, quiosques, eventos culturais e congêneres da Praça do Parque União pode sair do papel, caso seja aprovada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O projeto de lei, proposto pelo vereador Marcio Ribeiro (Avante), busca fazer um diálogo entre os setores com o Poder Público, regulamentando o polo e fortalecendo o crescimento e economia da gastronomia e cultura da Maré. O projeto se baseia na Lei Geral dos Polos (nº 7498/2022), que regulamenta a criação de polos pela cidade do Rio de Janeiro.
Expectativa dos comerciantes
Os comerciantes locais estão esperançosos que, com a regulamentação da Prefeitura do Rio de Janeiro, os restaurantes possam ter mais visibilidade e a cena cultural e gastronômica da Maré aumente.
“Com o tempo, o orgulho do Parque União vai crescendo e hoje não vejo grandeza em sair daqui. Nosso diferencial de ter um estabelecimento na favela é dar oportunidade à população local. Acho uma boa a nomeação de polo gastronômico, pois com olhar da Prefeitura podemos expandir algo que temos potencial”, diz Ângela Chaves, moradora da Maré e proprietária do restaurante Zero Grau.
Ester Vitório, dona da Doceria da Tetê, com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, acredita que, com a criação do Polo Gastronômico e Cultural, o crescimento do comércio e da economia local seria bom para todos. “No comércio do Parque União não somos concorrentes, tem público para todos, com uma boa clientela”.
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Criação de mais centros
Caitano Silva, da Associação de Moradores do Parque União, explica que o comércio da praça aumentou e mais centros serão criados na Maré. Com a criação do polo, ambulantes e feirantes serão realocados para um centro na rua Ari Leão devido às sujeiras que ficam no espaço do polo em dias de feira.
O Espaço Lazer do Parque União, que irá comportar cerca de dez mil pessoas, também terá um centro para cultura e gastronomia. “Um espaço, que já é legalizado, está sendo criado, com arquiteto fazendo todo esse trabalho para que possa acontecer shows de grande porte”, explica. “Também vão ter restaurantes e outros comércios que tem na praça, como por exemplo, o Bar e Choperia Esperança”.
(*) Beatriz Amat é estudante de Jornalismo na UFRJ e faz parte do curso de extensão da universidade com o Maré de Notícias.