Projeto ‘Criando Laços Especiais’ faz ‘vakinha’ para construção de sede

Data:

Um lar para a inclusão: construção de sede de projeto prevê expansão de apoio a pessoas com deficiência em Marcílio Dias

Fundado pela artesã Ana Paula Germano, de 38 anos, o projeto Criando Laços Especiais é um grupo de famílias responsáveis por pessoas com deficiência, que sonha com a construção de sua própria sede para continuar apoiando as famílias.

O próximo objetivo, após alcançar a meta de arrecadação, é oferecer atendimentos multidisciplinares com fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, pedagogos e outros profissionais que possam ajudar na evolução da pessoa com deficiência.

“Temos a necessidade de encontrar terapia para nossos filhos. Hoje, a maioria deles não tem acesso a esses tratamentos. Pelo menos na comunidade em que moramos, não tem. Ao sair para procurar atendimento, nos deparamos com o problema do transporte público”, afirma Ana Paula, que precisou sair do trabalho assim que o diagnóstico de seu filho foi confirmado.

Leia também

Funcionando como uma rede de apoio, o grupo fica disponível 24 horas por dia para trocar informações, seja sobre onde encontrar um medicamento ou até mesmo para oferecer ajuda sobre como encontrar profissionais que possam realizar o diagnóstico da pessoa com deficiência, para que a família possa iniciar os cuidados necessários.

“Precisamos comprar um espaço para estabelecer parcerias de atendimento para eles. Isso é dignidade, porque é o que eles precisam, é o que a família merece. Um atendimento digno permite que eles se sintam incluídos, que possam evoluir dentro dessa inclusão, que possam ir ao médico e fazer uso de medicação benéfica, fazendo parte da evolução da pessoa com deficiência. Nossa luta é diária e constante”, afirma Ana Paula.

Saiba mais sobre o projeto

A força de vontade da artesã Ana Paula diante de um momento difícil foi o ponto de partida para a criação do projeto Criando Laços Especiais.

Em 2011, Ana Paula recebeu o diagnóstico de que seu filho, de 3 anos, tinha Transtorno do Espectro Autista, sendo um autista não oralizado. Apesar de viver “o luto do filho perfeito”, como afirmou a artesã, seu comportamento diante do diagnóstico e do tratamento contínuo que o pequeno Felipe Gabriel recebia no hospital chamou a atenção dos médicos. Os profissionais pediram que Paula passasse a encorajar outras mães que estavam enfrentando mais dificuldades em lidar com situações semelhantes.

“O neurologista começou a me enviar pacientes dele pelo Facebook e eu meio que fazia um atendimento encorajando essas famílias. Eu falava que era possível e que, mesmo a criança sendo diferente, era nosso filho e tínhamos que cuidar, amar e incluir na sociedade”, relembra.

O que era um gesto de empatia e solidariedade multiplicou-se em uma rede de apoio que já dura 12 anos, a partir da concretização do grupo Criando Laços Especiais. Atualmente, o projeto conta com cinco voluntários fixos e Felipe Gabriel, o maior incentivador de Ana Paula, já está com 15 anos, sendo fonte inesgotável de inspiração para o projeto.

Como ajudar? 

Durante todo o ano, o grupo de Marcílio Dias, na Maré, realiza campanhas de doação de fraldas geriátricas, leite e alimentos em geral. Para doar para a construção da sede, basta clicar aqui. Os interessados em doar para as campanhas do projeto podem entrar em contato pelo Instagram Criando Laços Especiais.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por que a ADPF DAS favelas não pode acabar

A ADPF 635, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), é um importante instrumento jurídico para garantir os direitos previstos na Constituição e tem como principal objetivo a redução da letalidade policial.

Redução da escala 6×1: um impacto social urgente nas Favelas

O debate sobre a escala 6x1 ganhou força nas redes sociais nas últimas semanas, impulsionado pela apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe a eliminação desse regime de trabalho.