7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública na Maré será lançado nesta segunda (13)

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Publicação mostra dados e efeitos da violência na vida de moradores da Maré em 2022

Por Maré de Notícias e Redes da Maré/Julia Bruce

Na próxima segunda (13) e terça-feira (14) a Redes da Maré lança a nova edição do boletim Direito à Segurança Pública na Maré, com dados do contexto da violência armada e operações policiais, em 2022. Serão dois eventos de lançamento, um no território da Maré e outro no Centro do Rio de Janeiro. 

O evento na Maré acontece no Galpão RITMA, de 16h às 17h, na Rua Teixeira Ribeiro, 521, no Parque Maré. E em parceria com o Museu de Arte do Rio (MAR), os dados do boletim também serão apresentados como parte da agenda colaborativa do “Março por Marielle e Anderson”, no dia 14/03, das 13h às 17h, na Sala 2.2, com o objetivo de ampliar o debate sobre a violência armada e a política de segurança pública em outros espaços da cidade. 

O boletim é uma publicação do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, construído a partir do projeto “De Olho na Maré!” que, desde 2016, vem monitorando os impactos da violência armada no conjunto de favelas da Maré. A programação é gratuita, aberta ao público e não há inscrição prévia.

Nesta 7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública na Maré, a Redes da Maré reflete e apresenta dados sobre a violência armada e os seus efeitos na vida cotidiana de moradores das 16 favelas da Maré. São informações relativas às operações policiais e aos confrontos entre grupos armados ocorridos ao longo do ano de 2022. Para permitir uma visão mais ampla e de longo prazo sobre os fatores que intensificam ou atenuam o cenário de violações e violências que atingem os mareenses, o boletim traçou análises comparativas entre o ano de 2022 e os cinco anos anteriores.

“A produção de conhecimento, a partir da realidade específica de quem vive nestes espaços, é uma estratégia fundamental para a visibilizar as violências que acontecem e, também, para a criação de estratégias para a sua superação. Os dados produzidos pela Redes, no contexto da violência armada na Maré, vem subsidiando ações estratégicas de incidência política, no âmbito do poder legislativo. A Ação Civil Pública da Maré e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635 (ADPF das Favelas), são instrumentos jurídicos elaborados para o controle das ações policiais violentas em favelas e são subsidiadas a partir da produção de dados sobre as dinâmicas das violações de direitos nestes espaços”, comenta Maykon Sardinha, coordenador do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré.

ADPF das Favelas

Após três anos de diminuição das operações policiais na Maré, em função, especialmente, das ações judiciais provocadas pela sociedade civil, como a “ADPF das Favelas” (ADPF 635) e a Ação Civil Pública (ACP) da Maré, a Redes identificou, em 2022, um aumento significativo no número de intervenções policiais e, por consequência, o número de homicídios também aumentou. Os dados completos serão apresentados no próximo dia 13.

Em memória

O dia 14 de março também é uma data importante para a Maré, pois marca os cinco anos da morte da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes. 

Cria da Maré, educadora e socióloga, Marielle Franco foi brutalmente assassinada e até hoje não há respostas concretas sobre a motivação e quem são os mandantes do crime. Marielle tinha como principal atuação a defesa dos direitos das mulheres, da população negra e periférica e da comunidade LBGTQIAP+. 

Em 2018, foi sancionada a Lei Estadual 8.504/18 que incluiu o dia 14 de março no calendário oficial do Rio de Janeiro como o Dia Marielle Franco, de Luta contra o Genocídio da Mulher Negra, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Veja a programação completa:

Dia 13/03

Local: Galpão RITMA (Rua Teixeira Ribeiro, 521 – Parque Maré)

16h – Leitura do Manifesto das Mães da Maré

16h10 – Apresentação da metodologia de coleta de dados do “De Olho na Maré!”

16h40 – Exibição do vídeo da campanha “É preciso estar vivo para viver”

16h50 – Apresentação de SLAM com Math de Araújo e Poeta Stacy

17h – Abertura da exposição itinerante “Impactos da violência armada na Maré”

Dia 14/03

Local: Museu de Arte do Rio (MAR) (Praça Mauá, 5 – Centro do Rio – Sala 2.2)

13h – Leitura do Manifesto das Mães da Maré

13h10 – Apresentação da metodologia de coleta de dados do “De Olho na Maré!”

13h40 – Exibição do vídeo da campanha “É preciso estar vivo para viver”

13h50 – Apresentação de SLAM

14h – Abertura da exposição itinerante “Impactos da violência armada na Maré” até às 17h

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