Por Michel Silva e Osvaldo Lopes – Fala Roça, em 29/09/2021 às 11h20
O Instituto Capim Santo realizou na segunda-feira (27/9), o lançamento do curso de capacitação e formação de moradores na área de gastronomia na Biblioteca Parque da Rocinha, através de uma parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. É a primeira vez desde a inauguração da biblioteca em 2012 que a cozinha industrial será utilizada por completo.
No curso, os moradores participarão de aulas de culinária, atendimento em salão, história da gastronomia, nutrição, sustentabilidade entre outros durante 2 anos. “A ideia surgiu ano passado, no meio da pandemia, fechei um restaurante e decidi dar aulas, estou muito animada e acredito que eu tenha a aprender mais com essa comunidade do que eles comigo”, explica a chef baiana Morena Leite, responsável pelas aulas do curso.
Cada edição do curso terá 4 meses de duração, composto por 200 horas de aulas, divididas em aulas práticas, teóricas e ensino à distância (EAD). As turmas serão compostas por, no mínimo, 8 moradores que, além de 75% de presença nas atividades desenvolvidas, deverão apresentar um trabalho de conclusão de curso.
“Era um sonho desde 2019 fazer esse projeto acontecer, queremos democratizar a gastronomia, fazer uma gastronomia humanizada, colocar 200h de aula. Já fizemos grandes eventos como Rock in Rio, Carnaval e hoje chegamos na Rocinha”, disse o presidente do Instituto Capim Santo, Luccio Oliveira, durante o evento.
As aulas serão ministradas por professores voluntários que já passaram pelo instituto. A associação de moradores da Rocinha dará auxílio na seleção dos candidatos, já que o número de alunos será reduzido. As inscrições começarão em breve por meio das redes sociais do Instituto Capim Santo.
Também serão oferecidos outros cursos voltados para empregabilidade e desenvolvimento humano para os moradores, a fim de através da gastronomia, os jovens possam tornar-se protagonistas de suas vidas, cidadãos empoderados e cientes de seu papel na sociedade.
A secretária de cultura Danielle Barros reforçou a potencialidade que existe na Rocinha “A Rocinha é um solo fertil, há muita potência aqui, falta mais oportunidade para os moradores e por isso foi escolhido justamente este local, partindo de uma demanda da comunidade. Nós estamos semeando hoje e queremos colher no futuro próximo, pois daqui as pessoas já vão sair prontas para o mercado de trabalho e com uma base dada pela Morena Leite que faz um trabalho incrível, estamos muito animados com essa parceria.”, enfatizou Barros.
A cerimônia de inauguração contou com a presença de representantes locais, empresários, chefes de cozinha, convidados e a Orquestra do Projeto Som Mais Eu, de Campos Elíseos.