Três atores mirins da Rocinha protagonizam audioguia para conduzir visitação no Museu Histórico da Cidade

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Projeto lúdico ‘Rio das Crianças, Tempo em Festa’ foi lançado no último domingo (11)

Por Redação, em 12/07/2021 às 10h

O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, comemorou 87 anos neste último domingo (11), com o lançamento do audioguia lúdico “Rio das Crianças, Tempo em Festa”, protagonizado pelos atores mirins Anna Júlia Costa Gomes (10 anos), Thiago Batista dos Santos (9 anos) e Valentina da Silva Oliveira (10 anos), moradores da Rocinha. Eles interpretam Lia, Léo e Maíra, que resolvem conhecer a mostra “Rio de Festas, a Cidade como Palco”, em cartaz no Casarão, brincando de esconde-esconde enquanto procuram pistas de uma antiga lenda sobre o nascimento de todas as festas. 

“A mudança já está acontecendo. Na reabertura do Museu da Cidade, anunciamos que a Cultura teria uma relação de proximidade com o território. Esta nova forma de ver a exposição e o curso de teatro gratuito para jovens do entorno são a prova de que já começou”, diz o secretário municipal de Cultura Marcus Faustini.

Anna Júlia, Thiago Batista dos Santos e Valentina da Silva fazem parte da Cia de Teatro Semearte, um projeto social sem fins lucrativos na Rocinha e que promove atividades culturais por meio da dança e do teatro. 

A proposta do audioguia é uma visita lúdica pela exposição por meio da literatura infantil, transformando o passeio em uma aventura particular que chega pelos ouvidos. A conversa dos três amigos traz para cada visitante uma imersão nas fotos antigas e nos objetos do passado. 

“O ‘Rio das Crianças, Tempo em Festa’ surgiu de uma experiência própria. Na minha infância, lembro de ir em exposições em que uma das atividades era essa interação por áudio com as obras”, conta a atriz, produtora e contadora de histórias Luciana Zule, que assina a idealização e direção artística da obra. O roteiro foi feito pelo documentarista de TV e cinema Délcio Teobaldo, que morreu em abril deste ano, depois de concluir o trabalho.

“Um recorte da visão das crianças, bem interativo, e que foca em gravuras,  em alguns casos com lentes de aumento. Nesse dia, além do audioguia, estaremos lançando ao público o programa educativo do Museu que iniciará em agosto com visitas mediadas e oficinas de arte educação”, comenta o coordenador do Museu da Cidade, Alexandre Valadão Rios.

Em uma rede social do projeto, o roteirista Délcio Teobaldo, compartilhou um post sobre seu processo criativo antes de falecer aos 67 anos, vítima de uma aneurisma.

”A beleza de toda festa é que ela não escolhe, nem discrimina o verdadeiro brincante. Foi pensando nesta liberdade de expressão que criei os personagens Maíra, Lia e Léo, que representam os três grandes complexos regionais brasileiros: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia. Léo é o Centro-Sul, das festas urbanas, basicamente do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Lia traz o Nordeste na estampa da saia e nas cores da Ciranda. Maíra é a Amazônia do Carimbó. Enfim, como crianças, elas eternizam em nós o prazer de festejar e de celebrar a vida sobre os chãos que nos alimentam e sob os céus que nos protegem.” 

Com apoio do Governo Federal e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Prêmio Fomento a Todas as Artes da Lei Aldir Blanc, o projeto foi criado especialmente para a mostra “Rio de Festas, a Cidade como Palco”, do Coletivo Baderna e da Graviola Produções, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS), e que está, desde maio, no Pavilhão de Exposições Temporárias do Casarão. 

Para a visita interativa serão disponibilizados 40 fones de ouvido sem fio higienizados, sendo 20 por vez. Estreia neste domingo às 10h30 e depois, a partir de agosto, todas as quintas e sábados, das 10h às 16h, até outubro, com agendamento dos grupos pelo e-mail [email protected]. O audioguia também estará disponível no canal do YouTube do MHC para que outras pessoas possam acessá-lo e acompanhar a exposição.  

Confira no link a seguir o vídeo de apresentação do projeto: https://bit.ly/3i5zaor

Museu de portas abertas para o seu entorno

Desde a reabertura do Museu Histórico da Cidade, em maio, o diretor teatral Anderson Barnabé vem ministrando curso gratuito de teatro aos sábados para 15 pessoas de 16 a 40 anos, moradores da Vila Parque e Rocinha.

“Ocupamos o Palacete, o jardim e o pavilhão de exposições temporárias. No futuro, realizaremos visitas guiadas teatralizadas pelo museu”, ressalta Barnabé.

Exposições temporárias na casa de banhos

O Pavilhão de Exposições Temporárias do Casarão (antiga casa de banhos da propriedade) recebe, até maio do ano que vem, a mostra “Rio de Festas, a cidade como palco”, a partir da coleção do Museu Histórico da Cidade. Inaugurado em 2016, o imóvel de estilo colonial tem três andares e o Café Épico, com opções de lanche, cestas de piqueniques (nos fins de semana) e seis mesinhas com ombrelone ao ar livre.

O recorte da exposição é uma reflexão sobre o retorno às ruas pós-pandemia e o sentido das festas, por meio dos diversos eventos que a cidade do Rio abriga, dos carnavais às rodas de samba. Estarão expostas 17 peças do acervo (bustos e placas) e mais de 60 reproduções, incluindo textos do escritor, professor e historiador Luiz Antonio Simas. 

A coleção revela, através das festas, diferentes formas de viver e ver o mundo, ampliando a percepção da cidade e sua história, além de ressaltar a importância do festejo como ato fortalecedor de laços sociais.

No complexo também tem uma capela, aberta à visitação sábado e domingo.

Serviço

Museu Histórico da Cidade/Parque da Cidade: Estrada Santa Marinha s/nº, acesso pelo final da Rua Marquês de São Vicente, Gávea – (21) 3443-6341 / (21) 97532-4428. [email protected]

Qui a dom, das 9h às 16h, visitação de acordo com o protocolo estabelecido pela Prefeitura do Rio. Haverá monitores para tirar dúvidas e controle do número de visitantes por vez. Palacete: grupos de até 15 pessoas. Casarão: grupos de até 20 pessoas. Grátis.

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