Organização da Maré conquistou a categoria Educação e Oportunidades do maior prêmio brasileiro de iniciativas engajadas com a igualdade racial
Por Samara Oliveira, em 01/06/2022 às 07h. Editado por Edu Carvalho e Jéssica Pires
A noite do último sábado (28/5) foi marcante para os integrantes do projeto UniFavela, assim como para os moradores do Conjunto de Favelas da Maré, que são impactados por iniciativas como essa. Isso porque, a ONG ganhou o prêmio “Sim à Igualdade Racial 2022”, organizado pelo Instituto de Identidades do Brasil, o ID_BR. A premiação é considerada a maior do Brasil no reconhecimento de iniciativas engajadas com essa temática.
Com o foco na redução de desigualdades, através da educação com o pré-vestibular comunitário, a iniciativa nasceu em 2018 por um grupo de universitários crias da Maré, abrindo caminhos para moradores de periferia de universidades públicas e de qualidade.
Voluntária da ação, a professora de literatura Victória Versari, de 23 anos, comenta como foi a sensação de ter conquistado a premiação: “É um sentimento de imenso orgulho e gratificação poder receber esse prêmio. Ter esse reconhecimento, para nós, é mais uma afirmação de que estamos trilhando o caminho certo e também mais um incentivo para que possamos continuar nos empenhando para favelizar os espaços e lutar por uma educação popular”, afirma.
O início
O projeto começou de maneira improvisada na laje da casa de um dos alunos do pré-vestibular. Com um quadro branco apoiado em uma mesa de tijolos, o espaço foi cedido quando a iniciativa corria o risco de encerrar as atividades por não ter um local para dar continuidade às aulas.
Gisele Lima, voluntária da ONG, relembra a trajetória do grupo. ‘’É difícil não se emocionar. Começamos com uma laje, brilho no olhar e muita vontade de transformar vidas. Cada pequena conquista que nos ocorre é uma vitória coletiva. Obrigada a todos que acreditam em nós e sonham juntinho!”.
Antes de completar um ano, a organização conseguiu conquistar um dos seus objetivos principais: aprovar todos os alunos da primeira turma em universidades públicas do Rio. Atualmente, a ONG conta com 38 voluntários e as ações ultrapassam as salas de aula. Doações de cestas básicas, livros e brinquedos, além de realizações de ações culturais como saraus são algumas das iniciativas que já impactaram mais de 700 famílias pelas 16 favelas localizadas na Maré.
Com a premiação, Gisele se mostra empolgada sobre os próximos passos. “Como boa sonhadora, penso que a expectativa para o futuro é de crescimento. Não só nosso, mas de todos que passam pela Uni e deixam um pouco de si por aqui. Somos um organismo repleto de afeto e força de vontade. Com o passar dos anos, desejo que nos seja possível continuar auxiliando na ampliação de oportunidades para a população mareense, democratizando o conhecimento e mostrando que educação é sinônimo de transformação”.
Para encontrar a organização basta acessar unifavela.com.br ou @unifavela no Instagram.