Van Gogh também é coisa de criança

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Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental Osmar Paiva Camelo criam, recriam e estudam, a partir da vida e da obra de um dos maiores pintores de todos os tempos

Maré de Notícias #107 – Dezembro de 2019

Thaynara Santos

O pintor holandês Vincent Van Gogh foi estudado durante um semestre letivo e sua vida e obras serviram de inspiração para a exposição produzida por professores e alunos do 1º ano do Ensino Fundamental. O trabalho foi uma parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Escola Municipal Primária Osmar Paiva Camelo, do Campus Maré. A ideia para a exposição surgiu durante uma conversa com as crianças sobre moradia. O objetivo das professoras foi entender a forma como as crianças se relacionavam e enxergavam o lugar onde moram.

Foto: Douglas Lopes

Na exposição, foram apresentados autorretratos, painéis e pinturas produzidas pela turma. “Autorretrato”, “A noite estrelada”, “Doze girassóis em uma Jarra” e “A casa amarela” foram algumas das obras estudadas que as crianças mais gostaram. Nathan Isaque, um dos alunos-artistas, explica: “Nós fizemos ‘A casa amarela’ e a ‘Noite Favelada’. Foi muito legal!” As professoras explicaram que o nome na pintura é “Noite estrelada”, mas ele prefere o nome que deu. Alícia Beatriz Lima, colega de classe do Nathan, apresentou orgulhosamente o desenho que fez de Van Gogh e diz que foi sua “parte preferida na exposição”. 

Aline Marvila e Nathalia Alho contam que os alunos de História da Arte da UFRJ foram essenciais para o planejamento artístico do projeto. Quinzenalmente, de agosto a novembro, os graduandos ofereciam oficinas de arte para os alunos. Além disso, as crianças conheceram um atelier na UFRJ. Aline explica que o objetivo do projeto é ampliar os horizontes dos alunos que, muitas vezes, se restringem ao local onde vivem, e que o ensino das matérias do plano escolar não foram afetadas:  “As crianças estão em fase de alfabetização e aprenderam Matemática e Português de forma lúdica, a partir da vida de Van Gogh, e os processos do projeto, como arrecadação de dinheiro e recolhimento de tampinhas de PET”. Detalhe: foram recolhidas mais de 8 mil tampinhas, utilizadas no painel “Noite estrelada”. 

“Durante o projeto, a gente sempre valorizou o trabalho deles, sempre falamos que eles fazem coisas lindas, para que se sentissem valorizados e especiais. A participação dos pais foi muito importante no projeto, eles embarcaram em todas as loucuras (risos). Toda semana, falamos para eles sobre os eventos que estão acontecendo próximos daqui – muitos, gratuitos. Tem a Lona da Maré, tem bibliotecas, o Centro de Artes da Maré (CAM), entre outros equipamentos. Queremos que os alunos saibam que têm outros horizontes, novas possibilidades”, explica professora Aline Marvila. 

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