Nos últimos 30 dias, o Rio foi o segundo estado que mais pesquisou na internet (Google) o termo “ivermectina coronavírus” no país.
São mais de 5 milhões de casos de coronavírus no mundo e mais de 350 mil mortes. No Brasil, são, até o momento (29/5), mais de 460 mil pessoas com Covid-19 e 27 mil vítimas da doença, com 1.124 mortes nas últimas 24h. Com isso, o Brasil passou a ocupar o quinto lugar no ranking de países com os maiores números de mortes por Covid-19. Só no estado do Rio são 47.953 casos confirmados e 5.079 mortes, e ainda há mais 1.315 em investigação. A capital, ainda com bastante movimento nas ruas, passou de 27 mil casos e tem quase 3.500 mortes. Nas favelas cariocas são mais de mil casos, sendo só na Maré 187, segundo dados oficiais. Mas segundo o boletim “De olho no Corona” são 390 casos relatados a partir de um canal direto com a população (dados até 25/5).
Boletim “De Olho no Corona!”
A equipe do “De Olho no Corona!” revelou também que desse total de 390 pessoas com Covid-19, apenas 85 tiveram diagnóstico confirmado por teste rápido ou por exames clínicos, e que mesmo apresentando sintomas, 305 pessoas não tiveram acesso a testes. Entre as pessoas com suspeita ou confirmação da doença, 72 foram internadas e 40 morreram.
Dados de ocupação de leitos e superlotação de hospitais
Hoje, 29 de maio, a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede SUS no município do Rio é de 87%. Há 117 pessoas aguardando transferência para leitos dedicados sendo que 79 para UTI.
A superlotação nos hospitais fez com que moradores de favelas e periferias com sintomas leves de Covid-19 façam o seus próprios cuidados em casa. Foi o caso de Raniel da Silva, 26 anos, estudante de Educação Física e morador da Vila do Pinheiro, na Maré. Durante três semanas, esteve com perda de paladar e olfato, tosse e falta de ar. Apenas a tosse continua. Foi ao UPA da Maré e logo depois liberado, pois seu caso não era grave. “Bateu o medo e me isolei no quarto, borrifando álcool em tudo que encostava. Só não procurei tratamento particular por falta de dinheiro. Tomei o remédio que amigos me indicaram, o Ivermectina, mas sei que não é comprovado que tenha efeito contra o coronavírus”, afirma.
O estudante não é o único. Nos últimos 30 dias, o termo de pesquisa “ivermectina coronavírus” foi muito buscado no Google pelos brasileiros, sendo o Rio a segunda cidade que mais pesquisou sobre. Segundo estudo de 2019 do Conselho Federal de Farmácia, a automedicação é um hábito comum a 77% da população Brasil.
Outro problema que Raniel enfrenta junto aos sintomas é o impacto do isolamento. “Fiquei longe de amigos totalmente, da namorada também e principalmente porque minha mãe e irmão são do grupo de risco. Essa distância me deixou um pouco triste também, a gente acaba percebendo que dá muita saudade de um simples abraço”.
Comércio na Maré
Mesmo com carros de som circulando pedindo para que as pessoas ficassem em casa, as ruas das favelas Rubens Vaz e Nova Holanda estavam lotadas hoje. No comércio, muitos cartazes avisavam que para entrar somente com máscara e algumas lojas fizeram atendimento apenas pelo lado de fora.
Nem todo mundo fez como Laudicea Fernandes, que é comerciante e trabalha por conta própria. Ela parou completamente de trabalhar por viver com familiares em grupos de risco. Apesar de estar muito prejudicada financeiramente, ela acredita que está fazendo a sua parte. “Meu grande receio é voltar para casa e infectar alguém da minha família”, diz ela.
Proibição de cultos religiosos
Na tarde de hoje (29/5), a 7ª Vara de Fazenda Pública do Rio suspendeu o decreto do prefeito Marcelo Crivella que autorizava o funcionamento de templos religiosos para realização de cultos. A determinação também deu prazo de 10 dias para apresentação de medidas da prefeitura ao combate à pandemia da Covid-19. O descumprimento da ação acarretará em multa de R$ 50 mil ao prefeito Marcelo Crivella.
Caveirão Voador não pode ser usado perto de escolas
Justiça do Rio proíbe operações policiais e helicópteros perto de escolas na cidade. Em casos excepcionais, os comandos da Polícia Civil e Militar deverão elaborar um relatório com detalhes da operação, onde deverão citar nomes dos envolvidos, armamento e tipo de munição que tinham, além do resultado obtido. Em caso de disparos, a polícia deverá identificar também os autores e a quantidade de tiros desferidos. Segundo a decisão, os policiais não poderão usar as escolas como base de operações e só poderão manter os helicópteros ao menos 2 mil metros de distância (medidos horizontalmente) das unidades de ensino.
Nenê do Zap
Em tempos de isolamento, estimule a criançada fazer uma atividade de cada vez. Para os pequenos fica mais fácil o desenvolvimento das habilidades! Confira na dica de hoje do Nenê.