Além da rifa, Douglas também vende salgados com sua mãe para arcar com as despesas de outras disputas
Atleta de Jiu Jitsu, a luta de Douglas Antonio, de 19 anos, é dentro e fora dos tatames. Isso porque o jovem quando não luta para vencer o adversário nas disputas, luta para vencer as dificuldades financeiras junto com Beatriz Santos, de 36 anos, sua mãe.
Morador da Nova Holanda, na Maré, ao vender salgados congelados por encomenda Douglas espera conseguir arcar com as despesas de suas competições, inclusive com a do campeonato europeu de Jiu Jitsu na França que acontece entre os dias 19 e 27 de janeiro de 2024. Além da venda dos salgados, o atleta lançou também uma rifa com premiação de R$150,00 para conseguir realizar o sonho de participar do campeonato fora do país.
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Inserido no esporte desde os 8 anos, Douglas que hoje é faixa roxa de Jiu Jitsu lembra de sua trajetória até conhecer a ONG Luta pela Paz, espaço na Maré que oferece esportes, aulas de reforço escolar, formação do cidadão, entre outras oportunidades de forma gratuita.
“Já pensei em desistir por conta de derrotas ou por falta de condições de bancar com uma competição. Graças ao Luta Pela Paz tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis dispostas a investir na minha carreira no esporte. Sou bastante grato por tudo que vem acontecendo na minha vida.”
Luta contra pré-conceitos e estereótipos
Não é incomum que responsáveis de jovens e crianças temam um comportamento agressivo após a inserção deles em esportes de luta. Não foi diferente com a mãe de Douglas, mas que logo percebeu que a luta motivava o filho e passou a incentivá-lo. “Hoje em dia se eu falar que vou parar de treinar acho que ela me manda embora de casa”, brincou o atleta.
O primeiro kimono de Douglas foi comprado já usado e precisou de uns ajustes na costureira para que ele pudesse vestir. Ao Maré de Notícias, ele mostra com orgulho: “Essa é uma foto do primeiro kimono que ela me deu, guardo comigo até hoje. Ela sente muito orgulho de mim e eu muito orgulho dela por não me abandonar quando era pequeno e por acreditar no meu sonho.”
“O Jiu Jitsu mudou minha vida”
Ao ser questionado sobre o que o esporte significa para Douglas, o lutador não pensou muito em dizer que o Jiu Jitsu mudou sua vida e o ajudou também fora dos tatames fazendo-o a se relacionar melhor com as pessoas, e ter visão de futuro.
O psicólogo clínico e especialista em Terapia Cognitiva Comportamental Rodrigo Acioli, confirma o que é vivido por Douglas e outros jovens que tiveram as vidas transformadas a partir do esporte.
“Luta não necessariamente é sinônimo de agressão, de violência. Tem muito desenvolvimento passado e adquirido. A luta é sinônimo de disciplina, de desenvolvimento físico, motor, além do desenvolvimento social.” E complementa: “Na luta, muitas vezes é ensinado também o respeito ao colega, a uma questão de hierarquia, o respeito ao professor, ao aluno mais graduado, respeito ao tatame, ao espaço do treino, a vestimenta e tudo mais. Então, essas são maneiras também, indiretamente, de se aprender a disciplina, de se aprender o respeito ao próximo.”
Como ajudar?
Para ajudar o atleta mareense a ir para fora do país e disputar o campeonato europeu você pode doar qualquer valor para o pix (21) 99553 5857 (Douglas Antonio Nina) ou ainda escolher um número da rifa e concorrer ao prêmio de R$ 150,00.