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Pode jogar os confetes e serpentina: foliões preparados para os blocos e escolas na festa do carnaval

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Os tamborins já estão tocando, agora é vestir a fantasia e se divertir

Por Hélio Euclides

No início o carnaval era apenas uma palavra derivada de “Carne Vale”, que significa “Adeus à carne”, quando começou o propósito era ter uma última semana de festas antes da abstinência de 40 dias do alimento. Com o tempo, a festa foi se popularizando e surgiram os cordões e marchinhas, que deram origem aos blocos e escolas de samba. Hoje o importante é a diversão, mas não se pode esquecer da cautela, para que a festa não termine em cinzas. 

Os tamborins já estão tocando, agora é vestir a fantasia e se divertir. Mas é preciso seguir algumas dicas para evitar dor de cabeça. Denise Jardim, superintendente de Promoção de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), orienta sobre alguns cuidados para que a festa não vire pesadelo. Ela explica que o tema do carnaval deste ano para a SMS é Rio com Prevenção e Promoção da Saúde. “É um período de alegria e folia, mas é preciso cuidados individuais. Nós temos uma cidade maravilhosa, que apresenta temperaturas altas, por isso o primeiro passo é a hidratação com água. Entre uma latinha e outra, beber água”, comenta. 

Jardim ressalta que é preciso ter moderação nas bebidas alcoólicas. Também não se pode descuidar no sol, para ele não virar um inimigo. “O ideal é proteção da pele e evitar se expor em horário de maior incidência dos raios ultravioletas, entre 10h e 16h. Usem filtro solar, boné, viseira e óculos escuros. A roupa precisa combinar com a estação, por isso evitar fantasias com mangas compridas. Utilize algo confortável. A criança precisa de hidratação, comida saudável, roupas leves e sombra. Crianças e idosos se desidratam rápido. Em caso de ressaca, o jeito é dormir para se recompor, hidratação e alimentação leve”, explica. 

Hora de separar a fantasia e cair na folia (Foto: Matheus Affonso)

A superintendente destaca que a alimentação correta é primordial para a música não sair do ritmo. “Cuidar da alimentação, com consumo de frutas. Feijoada e alimentos processados não combinam com carnaval. Comida de verdade não vem em caixa”, diz. Ela lembra que outra dica é não usar cigarro eletrônico, que é maléfico, por ter um maior nível de nicotina, além de ser proibido. As medidas de prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como sífilis, gonorreia e HIV/aids, também merecem atenção máxima. O ideal é uso de preservativo nas relações sexuais. 

Jardim acrescenta que estamos num período de pancadas de chuvas ao final da tarde. “É preciso ter cuidado com área de alagamentos, para evitar cair num buraco. Se tiver contato com água suja, lave imediatamente o pé com água e sabão. Ao surgirem relâmpagos, evite sair e fique longe de árvores. Se tiver algum ferimento, procure um atendimento médico”, conclui.  

Apesar da continuidade da pandemia do covid, a cidade não está exigindo algumas formas de prevenção. Contudo, Jardim indica que, quando não tiver água, ao utilizar ônibus e usar carrinho de supermercado, o carioca pode continuar a higienizar as mãos com álcool em gel. 

Embora a pandemia esteja em uma situação mais controlada, Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, em entrevista à Agência Fiocruz, destaca que, em eventos com grande aglomeração, a transmissão de vírus respiratórios em geral é facilitada. “A principal recomendação nesse Carnaval é em relação a quem está com sintomas respiratório próximo às festas, aos blocos e aos desfiles. Se a pessoa está carregando o vírus da covid ou influenza, que também continua em baixa, fica o alerta de evitar passar em grandes eventos porque pode facilitar o processo de aumento de casos na sua localidade”, pontua. O especialista reforça ainda a importância da campanha de vacinação de covid, com a vacina bivalente, que se inicia no dia 27 de fevereiro.

Alguns cariocas aproveitam o período para viajar, conhecer novos espaços. É o caso de Maiara Barros, moradora do Parque Maré, que vai passar o carnaval em Arraial do Cabo. “Sou muito fã de carnaval. Se fosse ficar na cidade iria desfilar na Escola de Samba Feitiço do Rio e ajudar o Gato de Bonsucesso. Para a viagem não abandono as medidas de saúde, como toda a minha família estar com o caderno de vacinação em dia, levar uma caixa de medicamentos de emergência e sempre higienizar as mãos com álcool em gel”, afirma. 

Bruno Soares, comerciante do Parque União e da Vila do Pinheiro, vai ter uma agenda corrida para aproveitar os quatro dias de folia. “Sábado trabalho, mas à noite tem o Boca da Ilha, bloco comunitário do Parque União, no qual faço parte da diretoria. Já domingo tem Sapucaí, no setor um, local do início do desfile, espaço de muita animação. Na segunda à noite vou acompanhar o desfile da escola de samba Gato de Bonsucesso. Fechando o carnaval na terça, retorno ao Boca da Ilha. A previsão será de um período de calor e chuva, então o importante é se hidratar, bastante água para curtir o carnaval da melhor forma possível”, destaca.

Calendário de carnaval

O folião precisa ficar ligado com as mudanças no carnaval deste ano. A Prefeitura do Rio alterou o desfile da Estrada Intendente Magalhães. Agora as escolas desfilaram na Avenida Ernani Cardoso, Cascadura. Um exemplo é a Escola de Samba Gato de Bonsucesso, da Série Bronze, que desfila na segunda-feira (20/02), sendo a décima a entrar na passarela. Já a Escola de Samba Siri de Ramos, do Grupo B, será a terceira a desfilar no domingo (26/02).

Sem deixar de pular o carnaval, mas fugindo da muvuca dos blocos de rua, os foliões das zonas Norte e Oeste do Rio podem curtir a folia nas lonas, arenas e areninhas mantidas pela Secretaria Municipal de Cultura

Areninha Carioca Hermeto Pascoal, Praça Primeiro de Maio, s/nº, Bangu.

Baile “Carnasoul” com Clube do Vinil, sábado (18/02), às 13h. Grátis/Livre.

Arena Carioca Abelardo Barbosa – Chacrinha, Rua Soldado Elizeu Hipólito, 138, Pedra de Guaratiba.

Sarau Lenita Holtz com o tema Carnaval, domingo (19/02), às 16h. R$ 10/Livre.

Bailinho de Carnaval com a Turma da Mariana, segunda e terça (20 e 21/02), às 17h. R$ 10/Livre.

Arena Carioca Carlos Roberto de Oliveira – Dicró, Parque Ary Barroso – Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/nº, Penha Circular.

Bailão do Ary – Carnaval, sexta (17/02), às 19h. Grátis/Livre.

Baile do Rabisca – Carnaval, sábado (18/02), às 14h. Grátis/Livre.

Bailinho da Dicró – Carnaval Infantil, domingo (19/02), às 14h. Grátis/Livre.

Lona Cultural Municipal João Bosco, *CASARTI – Casa do Artista Independente (endereço provisório): Rua Capitão Cruz, 741 (fundos), Cordovil.

Bailinho de Carnaval Infantil, sexta (17/02), às 17h. Grátis/Livre.

Arena Jovelina Pérola Negra, Praça Ênio, s/nº, Pavuna.

Bailinho de Carnaval Infantil, sábado (18/02), às 15h. Grátis/Livre.

Biblioteca Annita Porto Martins, Rua Sampaio Viana 357, Rio Comprido. 

Exposição de livros sobre carnaval, de segunda a sexta-feira, até 28/02, das 9h às 17h. Grátis/Livre.

Lona Cultural Municipal Herbert Vianna, Rua Evanildo Alves s/nº, Maré.

Oficina de Percussão com GRES Gato de Bonsucesso, quintas e sextas-feiras, às 18h30. Grátis/16 anos. *Praça da Paz (endereço provisório): Rua Evanildo Alves esquina com Rua Principal, Maré.

Cortejo de Carnaval do Gato de Bonsucesso e Panderolando, sexta (24/02), às 16h. Grátis/Livre. *Praça da Paz (endereço provisório): Rua Evanildo Alves esquina com Rua Principal, Maré.

Oficina de Adereços, sexta (24/02), às 15h. Grátis/Livre. *Praça da Nova Holanda (endereço provisório): Rua Sargento Silva Nunes, Maré.

A Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) divulgou o calendário dos blocos, entre eles os que se apresentam na periferia. 

Sexta de carnaval (17/02)

Banda Cultural do Jiló, concentração 16h, desfile 20h. Rua Pinto de Figueiredo, 26, Tijuca. 

Banda dos 300, concentração 18h, desfile 19h. Rua Júlio Furtado, 84, Grajaú. 

Bloco do Caramuela, concentração 17h, desfile 18h. Praça Jardim do Méier. 

Cata Latas do Grajaú, concentração 17h, desfile 20h. Praça Nobel, s/nº, Grajaú.

Eu Sou Eu, Jacaré é Bico D’Água, concentração 16h, desfile 17h. Rua Visconde de Abaeté, 139, Vila Isabel. 

Na Mão do Palhaço, concentração 16h, desfile 19h. Largo São Camilo de Lelis, em frente a Avenida Edson Passos, 97, Usina Alto da Boa Vista. 

Sábado de carnaval (18/02)

Bloco Ciganas Feiticeiras de Olaria, concentração 15h, desfile 17h. Rua Paranhos, 726, esquina com Rua João Rego, Olaria.

Bloco Afro Afoxe Dan Arar, concentração 17h, desfile 19h. Rua Visconde de Abaeté, Vila Isabel.

Bloco Chora 10, concentração 16h, desfile 19h. Rua São Miguel, 430, Tijuca.

Bloco da Terreirada, concentração ao meio-dia, desfile 14h. Quinta da Boa Vista, Avenida Pedro II, s/nº, São Cristóvão. 

Bloco das Piranhas, concentração 9h, desfile ao meio-dia. Rua do Monjolos, 200, Cacuia, Ilha do Governador. 

Bloco Olha Pá Mim, concentração 14h, desfile 16h. Praça Afonso Pena, s/nº, Tijuca.

Cordão Alegria da Tijuca, concentração 16h, desfile 18h. Rua Afonso Pena, 10, Tijuca. 

Diversão Brasileira, concentração 14h, desfile 15h. Praça Comandante Xavier de Brito/Praça dos Cavalinhos, Tijuca. 

Bloco Tigre do Méier/antigo Unidos da Travessa Miracema, concentração 11h, desfile 17h. Travessa Miracema, 29, Méier. 

Bloco do Playmobil, concentração 14h, desfile 15h. Rua Artur Magioli, 42, Jardim Carioca, Ilha do Governador. 

Bloco Quem Me Viu Mentiu, concentração 13h, desfile 16h. Praça Iaiá Garcia, s/nº Ribeira, Ilha do Governador. 

Seu Kuka é Eu do Grajaú, concentração 16h, desfile 19h. Largo Irmã Maria Martha Ward, Grajaú.

Soul da Gema, concentração 14h, desfile 16h. Avenida Brás de Pina, 1.496, Vila da Penha. 

Turma do Gato Futebol e Samba, concentração ao meio-dia, desfile 14h. Rua Casemiro de Abreu, 05, Pilares. 

Verde e Branco do Zumbi, concentração 10h, desfile 11h. Rua Peixoto de Carvalho, 116, Zumbi, Ilha do Governador. 

Domingo de carnaval (19/02)

Associação Carnavalesco e Cultural Canetas de Ouro, concentração 15h, desfile 16h. Praça Barão de Drummond, Vila Isabel. 

Banda Raízes da Vila da Penha, concentração 16h, desfile 17h. Rua São João Gualberto, 539, Vila da Penha. 

Bloco Bonecas Deslumbradas de Olaria, concentração 16h, desfile 18h. Rua Conselheiro Paulino, 567, Olaria. 

Bloco Carnavalesco Bambas do Curuzu, concentração 16h, desfile 18h. Rua Curuzu, São Cristóvão. 

Bloco Carnavalesco Cabrito Mamador, concentração 16h, desfile 17h. Rua Sebastião, s/nº, Tauá, Ilha do Governador. 

Bloco Perereca do Grajaú, concentração 16h, desfile 18h. Praça Edmundo Rêgo, Grajaú. 

Bloco Xodó da Piedade, concentração 14h, desfile 15h. Rua Silvana, 226, Piedade. 

Bloco das Madames, concentração 14h, desfile 16h. Rua Conselheiro Ferraz, 61, Lins de Vasconcelos. 

Bloco do Limão do Picareta, concentração 15h, desfile 16h. Rua Jurubaiba, 373, Honório Gurgel. 

Bloco Tchetchecheca, concentração 15h, desfile 16h. Rua Pernambuco, 175, Engenho de Dentro. 

Charanga Talismã, concentração 7h, desfile 8h. Avenida Meriti, 18, Vila Kosmos. 

Bloco Peru do Méier, concentração 14h, desfile 17h. Rua Manuela Barbosa, em frente ao número 12, Méier. 

Bloco Vermelho & Branco da Z-10, concentração 9h, desfile 10h. Praça São Pedro, 01, Colônia de Pescadores Z-10, Zumbi, Ilha do Governador. 

Bloco Cultural Zimbauê, concentração e desfile 16h. Rua Magno Martins, 01, Freguesia, Ilha do Governador. 

Bloco Piranhas da Senador Nabuco de Vila Isabel, concentração 16h, desfile 18h. Boulevard 28 de Setembro, em frente à Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Vila Isabel.

Marcha Nerd, concentração 13h, desfile 14h. Praça dos cavalinhos, Tijuca. 

Quer Swingar Vem Pra Cá, concentração 11h, desfile 14h. Praça Barão de Drummond, s/nº, Vila Isabel. 

Segunda de carnaval (20/02)

Acabou Amor, concentração 17h, desfile 19h. Rua Domingos Mondim, 10, Tauá, Ilha do Governador. 

Banda Inimigos da bebida, concentração 11h, desfile ao meio-dia. Praça Comandante Mege, s/nº, Cocotá, Ilha do Governador. 

Banda Polvo da Ilha, concentração 9h, desfile 11h. Praça Iaiá Garcia, s/nº, Ribeira, Ilha do Governador. 

Bloco Balanço do Jamelão, concentração 16h, desfile 18h. Rua Ferreira Pontes, 637, esquina com Rua Rosa e Silva, Andaraí. 

Bloco Balanço do Pinto, concentração 16h, desfile 20h. Rua Pinto de Figueiredo, 26, Tijuca. 

Bloco Nova Geração do Zumbi, concentração 11h, desfile 13h. Rua Serrão, 400, Zumbi, Ilha do Governador. 

Bloco Papo de Cachaça, concentração 15h, desfile 17h. Praça Agripino Grieco, Méier. 

Seca Copo, concentração 13h, desfile 15h. Rua dos Monjolos, 578, Pitangueiras, Ilha do Governador. 

Universibloco, concentração 13h, desfile 15h. Rua Professor Eurico Rabelo, 66, Maracanã. 

Vai tomar no Azul, concentração 16h, desfile 17h. Praça Rio Grande do Norte, s/nº, Engenho de Dentro. 

Terça de carnaval (21/02)

Acadêmicos do Engenho de Dentro, concentração 16h, desfile 19h. Rua Venâncio Ribeiro, 590, Bar do Bigode, Engenho de Dentro. 

Banda da Saens Pena, concentração 16h, desfile 19. Rua General Roca, em frente ao Banco do Brasil, Tijuca. 

Banda do Largo da 2ª Feira, concentração 15h, desfile 17h. Rua Conde de Bonfim, 25. Loja D, Tijuca. 

Banda Raízes da Vila da Penha, concentração 17h, desfile 18h. Rua São João Gualberto, 539, Vila da Penha. 

Block’n Roll, concentração 17h, desfile 18h. Praça Iaiá Garcia, Ribeira, Ilha do Governador. 

Bloco Batuke de Batom, concentração 10h, desfile ao meio-dia. Praia do Zumbi, 28, Ribeira, Ilha do Governador. 

Bloco Bonecas Deslumbradas de Olaria, concentração 16h, desfile 18h. Rua Conselheiro Paulino, 567, Olaria. 

Bloco Mulheres da Vila, concentração 15h, desfile 16h. Boulevard 28 de Setembro, 200, Vila Isabel. 

Bloco Teimosos do Maracanã, concentração 15h, desfile 17h. Rua Visconde de Itamarati, 42, Maracanã. 

Bloco do Limão de Jardim América, concentração 16h, desfile 18h. Rua Monsenhor Castelo Branco, s/nº, Praça da Sete, Jardim América. 

Bloco do Limão do Picareta, concentração 15h, desfile 16h. Rua Jurubaiba, 373, Honório Gurgel. 

Cata Latas do Grajaú, concentração 17h, desfile 20h. Praça Nobel, s/nº, Grajaú. 

Fale Quem Quiser, concentração, concentração 18h, desfile 20h. Rua Sargento João Lopes, Cacuia, Ilha do Governador. 

Foliões do Verdun, concentração 17h, desfile 19h. Rua Barão de Mesquita, 970, Grajaú. 

Bloco Ninho dos Cobras, concentração 13h, desfile 18h. Rua Carvalho de Souza, 247, Madureira. 

Na Mão do Palhaço, concentração 13h, desfile 15h30. Largo São Camilo de Lelis, em frente à Avenida Edson Passos, 97, Usina, Alto da Boa Vista. 

Se Eu Cozinho Todo Mundo Come, concentração 14h, desfile 15h. Rua Serrão, 383, Zumbi, Ilha do Governador. 

Se Me Der, Eu Como!, concentração 14h, desfile 15h. Praça da Medalha Milagrosa, Tijuca. 

Quarta-feira de cinzas (22/02)

Bloco Chave de Ouro, concentração 15h, desfile 16h. Rua Adolfo Bergamini Chave de Ouro, Engenho de Dentro. 

Carnatrans, concentração 15h, desfile 18h. Parque de Madureira. 

Sábado pós carnaval (25/02)

Aki Pra Você, concentração 11h, desfile ao meio-dia. Rua do Romancista, 366, Freguesia, Ilha do Governador. 

Bloco Vem Comigo Cachaçada, concentração 13h, desfile 17h. Praia do Zumbi, 28, Ribeira, Ilha do Governador. 

Bloco Superbacana, concentração e desfile 16h. Praça Castilhos França, 63-67, Praça Afonso Pena, Tijuca. 

Domingo pós carnaval (26/02)

Bloco Aí Sim!, concentração ao meio-dia, desfile 14h. Praça Comandante Xavier de Brito, s/nº, Tijuca. 

União dos Blocos da Ilha do Governador, concentração e desfile 11h. Praça Iaiá Garcia, 101, Ribeira, Ilha do Governador. 

Bloco 7 de Paus, concentração 16h, desfile 18h. Boulevard 28 de Setembro, 238, Vila Isabel. 

Bloco Mulheres Brilhantes, concentração 10h, desfile ao meio-dia. Boulevard 28 de Setembro, 238, Vila Isabel. 

Bloco Amigos da Joaquim Méier, concentração 14h, desfile 18h. Rua Guaju, 05, Méier. 

Quem Vai Vai, Quem Não Vai Não Cagueta!, concentração 14h, desfile 17h. Praça Jerusalém, Jardim Guanabara, Ilha do Governador.

Por que as favelas são mais atingidas pelas enchentes?

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Alagamentos desiguais na cidade: a culpa não é só sua, morador

Com Jéssica Pires e Lucas Feitoza

No fim do ano passado a Maré sofreu com mais de 20 dias sem abastecimento de água. Dessa vez a pauta também é sobre esse recurso fundamental, mas chamamos atenção para o quanto e principalmente o porquê a Maré e outras favelas sofreram com a chuva torrencial que acometeu toda a cidade do Rio de Janeiro no dia 7 de fevereiro. 

Em quatro horas, choveu na Zona Norte do Rio mais do que o volume esperado para todo o mês de fevereiro. As principais vias da cidade tiveram a circulação interrompida ou comprometida. Cinco pessoas morreram no estado do Rio de Janeiro devido às chuvas: duas na capital (entre elas uma criança), uma em São Gonçalo, uma em Niterói e uma em Saquarema.

As históricas e grandes enchentes na capital também tem relação com o relevo específico da região: está localizada entre as montanhas e o mar, um clima tropical úmido e tem a mata atlântica. Essas características tornam a região propícia a ter chuvas volumosas. 

Mas é fundamental destacar o quanto historicamente os impactos desses alagamentos ocorrem de maneira desigual em partes específicas dessas cidades. Uma das pessoas que perdeu a vida por conta das enchentes foi a menina Ayla Sophia, de 2 anos, em um desabamento no Morro Chácara do Céu, que fica no Alto da Boa Vista. As enchentes nas favelas Manguinhos e Jacarezinho, vizinhas da Maré, deixaram dezenas de famílias com muitas perdas materiais e casas completamente inundadas.  

A enchente para a Maré:

A dona de casa Gláucia Rosa, 37 anos, que mora na Vila do Pinheiro, na região conhecida como Obrinha, relatou o sufoco que passou com seus filhos: Yasmin de 18 anos e Celso Ysake de 12 anos (que é uma pessoa com deficiência e fez uma cirurgia no braço). Gláucia havia deixado o filho cortando o cabelo em um ponto da favela e com a chuva só conseguiram voltar para casa às 21h da noite.  “Eu tive que pegar a cadeira de banho da minha colega para poder buscar ele, mesmo ele falando comigo pelo telefone, eu sou mãe e só sosseguei quando ele estava aqui comigo, graças a Deus pessoas de bom coração me ajudaram”, conta. 

Glaucia desabafa que por conta das chuvas perde consultas do filho. Esse transtorno também é vivido por outras mulheres que fazem parte do Especiais da Maré, grupo de apoio a mães de pessoas com deficiência. Além da enchente, outro problema que a família enfrenta é a falta de acessibilidade nas ruas e os buracos que dificultam a locomoção com a cadeira de rodas. 

A administradora Ana Freire, de 26 anos, mora no Salsa e Merengue e conta que tinha chegado em casa quando começou a chuva e que teve crise de ansiedade com medo dos estragos que ela poderia causar. Ana relata que estava preocupada porque a rua estava com lixo acumulado a uma semana sem coleta seletiva. A moradora acredita que pelo crescimento da favela nos últimos anos o sistema de esgoto não tem dado conta e isso, associado ao lixo jogado na vala de esgoto, tem feito transbordar. A moradora reclama da falta de planejamento urbano e desabafa: “Antes eu não tinha medo de chuva, hoje em dia morro de medo, a gente sabe que a culpa não é da chuva, a favela não tem qualquer assistência. Qualquer chuva eu já fico em estado de alerta”.

Falta de planejamento urbano é a principal causa dos alagamentos 

O processo de desenvolvimento dos territórios modifica a natureza dos solos, incluindo o processo de infiltração pela impermeabilização, decorrente do uso e ocupação do solo por edificações, estradas, praças, ruas, etc. Um exemplo comum na Maré desse processo é o asfaltamento de ruas de paralelepípedos. 

Para a doutoranda em Geografia na PUC Rio e pesquisadora sobre saneamento e justiça ambiental na Maré, Julia Rossi, é fundamental entender que a culpa dos alagamentos não deve ser dada apenas ao descarte indevido do lixo por parte dos moradores: “porque na verdade existem bueiros que ficam entupidos e assoreados por causa do lixo, mas ao mesmo tempo você tem uma falta de manutenção nessa estrutura. A capacidade do esgoto não aumentou com o aumento da população da Maré”.  De acordo com a Carta de Saneamento da Maré elaborada pela Redes da Maré, DataLabe e Casa Fluminense, a Maré é um dos bairros que mais cresceu entre 1990 e 2000, ocupando a 9ª posição entre os bairros mais populosos da cidade. 

Ou seja, é de responsabilidade do Estado planejar, administrar e garantir a manutenção dos pontos (abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas) que compõem o saneamento básico das cidades. A desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos, por exemplo, é uma das demandas de responsabilidade do Estado disposta na Lei nº 14.026 de 15 de Julho de 2020 (Lei do Saneamento). Portanto, as cidades devem também possuir um sistema de drenagem das águas das chuvas que seja suficiente para não causar danos para a população.

A responsabilidade pública diante do saneamento básico também relaciona-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 e 11 – que visam, respectivamente, assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos, e tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

É importante entender, que esses aspectos que estão dentro do conceito de saneamento básico devem funcionar de forma conectada, como uma cadeia. A coordenadora de projetos socioambientais do Eixo Direitos Urbanos e Socioambientais da Redes da Maré, Mariane Rodrigues, reforça:  “Sem o esgotamento sanitário adequado, a sua água fica contaminada. Então você não tem água potável. Sem a limpeza urbana, a drenagem das águas da chuva também não vai funcionar da forma correta”. Outro elemento que Mariane chama atenção é para a necessidade de manutenção e fiscalização dentro dessa cadeia de funcionamento efetivo do saneamento: “é um trabalho constante. Não adianta só instalar os bueiros ou bocas de lobo. Você tem que fazer a fiscalização preventiva. Não basta ter água encanada, ela precisa ser constantemente fiscalizada. A inteligência da cidade precisa olhar para infraestrutura, ver onde não está dando certo e fazer de fato a manutenção desses espaços. Olhar a infraestrutura e instalação desses pontos de drenagem”

Segundo Julia Rossi, o compartilhamento de informações e educação ambiental para a população também é responsabilidade do Estado. “Informar os moradores, criar todo um processo de entendimento do que fazer com esse lixo, com os resíduos, com esses encanamentos, o que é saneamento. A educação ambiental é uma responsabilidade do poder público”, reforça.

De acordo com o Censo Maré, 62,1% dos 140 mil moradores da Maré se autodeclaram negras ou pardas e desse total cerca de 70.878 habitantes da Maré são mulheres, em porcentagem esse número representa 51% da população, ou seja a maioria. Assim como às moradoras Ana e Gláucia, as mulheres, e também as pessoas pretas são as mais afetadas pelas enchentes. Destacar e evidenciar como essa parte da população é mais impactada por desequilíbrios ambientais faz parte do conceito “racismo ambiental”. Para a pesquisadora a reflexão também “é uma forma da gente trazer uma reparação para essas populações e pensar em medidas específicas para essas pessoas que são mais impactadas. 

O que fazer diante de uma enchente? 

Um dos principais reflexos do impacto dos alagamentos na cidade é percebido na mobilidade urbana. A circulação se torna um enorme desafio em dias de fortes chuvas na cidade. Então, uma das principais recomendações, é, para quem puder, evitar a circulação por segurança e para não sofrer com horas perdidas no trânsito. Em locais onde alagamentos e enchentes são comuns, a solidariedade e o apoio mútuo são fundamentais. Também se torna importante fazer registros sobre as situações nas quais sua rua ou região são colocadas em consequência das enchentes. 

ACP da Maré

Essa produção de evidências apoia a cobrança do Estado e também de empresas privadas que atendem a população, sobre a execução correta e efetiva dos serviços de saneamento. Um exemplo de mobilização que surge a partir dessa organização de informações é a ACP (Ação Civil Pública) do Saneamento Básico da Nova Holanda. Há 11 anos essa iniciativa busca soluções para os problemas de saneamento básico na  Nova Holanda. Ela surgiu a partir de uma denúncia anônima na ouvidoria do Ministério Público em 2012 e desde então uma investigação está sendo realizada. “Foi a iniciativa de uma pessoa que nos trouxe até aqui”, afirma a advogada Moniza Rizzini Ansari, que integra a área de incidência política da Redes da Maré e participou de um encontro sobre a ACP no dia 7 de fevereiro, no Centro de Artes da Maré. “Essa ACP mostra que o direito não é só uma conquista mas também precisa da mobilização para a manutenção dele, o desconhecimento faz com que você haja no ilegalismo” afirmou também Shyrlei Rosendo, coordenadora do Eixo Direitos Urbanos e Socioambientais da Redes da Maré.

A Maré começa aqui

Desde março de 2022 o eixo da Redes da Maré, que pensa em ações e projetos sobre questões ambientais no território, vem realizando intervenções artísticas com os mareenses, sobretudo crianças e adolescentes, chamando a atenção para o descarte de lixo, a falta de manutenção da rede de drenagem da água das chuvas, assim como para o racismo ambiental, como a recorrência de entupimento dos bueiros, demonstrando a ausência de políticas públicas, visando sensibilizar os moradores para o cuidado necessário as águas da Baía de Guanabara. As intervenções são feitas a partir das tampas dos bueiros, com desenhos e pinturas. 

Saneamento também é questão de saúde

Caso você tenha contato direto ou indireto com a água das enchentes procure lavar a região o mais rápido possível com água corrente e sabão. Caso tenha álcool disponível, também é recomendado passar, após a lavagem, na região. Se tiver algum tipo de ferida ou machucado exposto, o ideal é procurar uma avaliação médica. Caso tenha algum sintoma nos dias seguintes como dores de cabeça, diarréia, febre, procure uma unidade de saúde para atendimento. 

A Águas do Rio informou no dia das enchentes que equipes operacionais e agentes comerciais da concessionária atuaram no Conjunto de Favelas da Maré, além de outras comunidades, para prestar apoio aos moradores. A Prefeitura informou que equipes da Comlurb e da subprefeitura foram  mobilizadas para atuação não só na Maré, mas em todos os locais afetados, “realizando limpeza, dando suporte aos moradores e minimizando os impactos para as próximas chuvas”.

Renata Souza é eleita nova presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

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Parlamentar pretende criar um espaço na própria Assembleia Legislativa para o acolhimento de mulheres

Da redação

Após ser eleita como a mulher mais votada da história da Alerj com 174.132 votos, a deputada estadual e cria da Maré, Renata Souza, foi eleita formalmente nesta quarta-feira (15) como a nova presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) da Alerj. Sobre o posto, a deputada afirmou que pretende, a partir da comissão, construir políticas públicas feministas, antirracistas e populares. “Sou uma feminista negra e farei da comissão um espaço de acolhimento à disposição das lutas das mulheres.”

Na reunião desta quarta-feira, a parlamentar afirmou que sua primeira providência será a viabilização de um espaço na própria Assembleia Legislativa para o acolhimento de mulheres, em especial as que foram vítimas da violência de gênero. “Um espaço com privacidade para que as mulheres sejam acolhidas e atendidas com privacidade, sem expor essa mulher a uma possível revitimização”, conta a mareense.

A longo prazo a deputada pretende também elaborar ações no campo da educação para promoção de um debate sobre a importância que a escola tem em não reproduzir essa lógica de que os homens são donos dos corpos das mulheres. A violência obstétrica, garantia de creches, segurança nos transportes públicos e geração de renda também serão pautas centrais, para a comissão, segundo Renata.

“É com muita felicidade que assumo a presidência da comissão dos direitos da mulher da assembleia legislativa do Rio de Janeiro. Eu enquanto uma mulher preta, da favela e periferia sei das dificuldades que às nossas mulheres tem de acessar políticas públicas”, compartilha a deputada, com o Maré de Notícias.

Compõem ainda a comissão a deputada Zeidan (PT) na vice-presidência, além de Tia Ju (Republicanos), Giselle Monteiro (PL), Índia Armelau (PL) e Franciane Motta (União).

Oficina gratuita em produção para população LGBTQIA+ da Maré

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As inscrições vão até 6 de março; iniciativa é do grupo Entidade Maré

Por Jéssica Pires

A oficina gratuita em produção para população LGBTQIA+ será realizada nos dias 11,18 e 25 de março (sábados), de 10h às 13h, na sede do Centro de Promoção da Cidadania LGBT, que fica na Rua Marcelo Machado, 51, na Nova Holanda e a classificação indicativa é 15 anos. São 30 vagas disponíveis. A seleção priorizará artistas LGBTQIA+, mas a inscrição é aberta a todas e todos artistas mareenses.

O grupo Entidade Maré foi criado em 2020 por artistas pretos LGBTQIA+ da Maré, com objetivo de apresentar a memória cultural LGBTQIA+ deste território e da cidade. O projeto conta com colaboração de múltiplos artistas e técnicos a cada ação e se desenvolve a partir de pesquisas, entrevistas com moradores da Maré, documentos, dados do censo, materiais bibliográficos e da própria experiência dos moradores e artistas LGBQIAS da Maré.

O objetivo é que os artistas tenham acesso a conhecimentos sobre o processo de produção, desde a captação de um edital, como também a pré-produção e produção, pós produção, prestação de contas e outras questões burocráticas. “A oficina nasce da perspectiva de entender que a Maré tem um movimento cultural muito grande, temos muitos artistas individuais, trabalhando em diversos campos, seja no teatro, no cinema, na música, mas que às vezes não tem esse conhecimento de gerir o seu próprio trabalho”, explica Paulo Victor Lino, um dos idealizadores do Entidade Maré.

A formação em produção promovida pelo grupo integra a programação da Ocupação Noite das Estrelas que é um projeto de ocupação artística LGBTIAP+ nas ruas do Conjunto de Favelas da Maré, aparelhos culturais e instituições parceiras, para celebrar a memória dos antigos shows LGBTIAP+ da Maré das décadas de 80 e 90. E acontece em parceria com a programação itinerante da Lona Cultural Municipal Herbert Vianna. 

Bem Medeiros é o oficineiro responsável pela formação: cientista social de formação, fez pós-graduação em cinema documentário e é especialista em gênero e sexualidade (IMS/UERJ). Trabalha com audiovisual, teatro, artes visuais e realiza projetos multiplataforma.


As inscrições podem ser feitas pelo link até 6 de março. Mais informações estão disponíveis nas mídias sociais do Entidade Maré (@entidademare) e no site https://entidademare.com.

Operação policial cancela reinauguração de creche e fecha mais de 20 escolas na Maré

A ação da PMERJ foi iniciada antes das 6h da manhã; postos de saúde também interromperam funcionamento

Por redação

Moradores do Conjunto de Favelas da Maré foram acordados por volta das 5h40 da madrugada desta terça-feira (14) em mais uma operação policial da PMERJ. Veículos blindados e agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC) circulam na região da Nova Holanda, Rubens Vaz e Parque União desde o início da ação, com concentração das ações na Nova Holanda.

A Creche Municipal Pescador Albano Rosa, localizada na Vila dos Pinheiros, que sofreu com um incêndio em setembro de 2021, seria reinaugurada na manhã desta terça. A cerimônia de reinauguração, aguardada por moradores locais e que contaria com representantes do Estado, dentre eles a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, foi cancelada devido a operação. A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Educação informou que em breve uma nova data será informada.

Em plena semana de volta às aulas, outras vinte unidades escolares interromperam suas atividades e permaneceram com atendimento remoto nesta terça. A Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva também interrompeu o funcionamento nesta manhã. Há relatos de agentes policiais acessando domicílios sem mandado policial. Motocicletas e veículos estão sendo levados por um reboque da polícia. 

A equipe do Maré de Notícias entrou em contato com a assessoria de comunicação da PMERJ para apurar a motivação da ação que tanto impacta o cotidiano de milhares de moradores do Conjunto de Favelas da Maré e não obteve resposta. Vale lembrar que a operação desrespeita algumas das medidas já acatadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da ADPF das Favelas, como: a proibição da realização de operações policiais na proximidade de unidades escolares e de saúde e a necessidade de ambulância para prestação de socorro a possíveis vítimas. 

A equipe do projeto Maré de Direitos, do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré, que acompanha e acolhe vítimas de violações de direitos, está em plantão de atendimento na sede da organização na Nova Holanda (Rua Sargento Silva Nunes, 1012 – Nova Holanda). 

O Maré de Notícias segue cobrindo os desdobramentos da ação. Acompanhe também pelas redes sociais: @maredenoticias. 

Moradores da Maré são indicados para um dos maiores prêmios do teatro

Renata Tavares é a primeira mulher negra indicada ao 33ª Prêmio Shell de Teatro

Por Samara Oliveira

Moradores do Conjunto de Favelas da Maré estão fazendo história mais uma vez. Agora, o motivo de grande comemoração ficou a cargo da encenadora Renata Tavares e da Companhia de Teatro Cria do Beco que foram indicados a um dos maiores prêmios de teatro do Brasil, o prêmio Shell de Teatro. Concorrendo nas categorias “Melhor Direção” e “Energia que Vem da Gente pelo espetáculo”, “Nem Todo Filho Vinga”, Renata fala da expectativa de encontrar outros indicados na cerimônia de entrega que acontecerá em março. “Esse prêmio está bem especial. Muitos pretos e pretas indicados, muitas pessoas trans, então é uma delícia poder estar participando desse momento. E é mais legal porque eu tenho muitos amigos que foram indicados e isso vai fazer com que a festa seja maravilhosa. Vai ser um grande encontro da gente que contou as mesmas histórias, que viveu as mesmas dificuldades e felicidades. 

Além disso, Renata ressalta que é a primeira mulher negra indicada ao prêmio considerando um feito um avanço nas causas raciais. “Não há mais espaço para recuo”, afirma.

Nem Todo Filho Vinga”

O espetáculo dirigido por Tavares conta a história de Maicon, um jovem negro, cria da Favela da Maré, interpretado por Jefferson Melo, de 27 anos. Na peça, Maicon consegue ser aprovado para cursar Direito na UFRJ e passa a confrontar os ideais de justiça do Estado Brasileiro diante dos inúmeros eventos de injustiça que ele e seu grupo de amigos vivem diariamente. Ao longo do seu ano letivo, Maicon sentirá, na pele, como essas políticas de precarização abalam todas as esferas da vida. Chegando ao ponto de colocá-lo contra seu melhor amigo. 

O protagonista fala sobre o sentimento de ser indicado a um prêmio de grande importância no cenário artístico.

“É como se pudesse dar um grito. O prêmio está em sua 33ª edição e nunca houve nenhuma indicação para Maré, e isso se replica em diversos outros prêmios porque eles não reconhecem a periferia. Demos esse primeiro grito para que as portas se abram. A Maré tem muitos artistas que precisam de espaço nessa bolha artística que está com as horas contadas. Vamos furar essa bolha falando do nosso povo sem estereótipos. Vingaremos e ocuparemos todos os espaços com nosso amor, alegria, entrega e garra!”, concluiu.