Home Blog Page 292

“Nem bala, nem fome, nem Covid”: Dia 13 de maio será marcado por ato contra racismo e genocídio

Na cidade do Rio, a concentração do ato será às 17h na Igreja da Candelária

Por Andressa Cabral Botelho, em 12/05/2021 às 13h50

Historicamente conhecido por ser o Dia da Abolição da Escravatura, mas data ressignificada pelos movimentos negros como Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, o próximo dia 13 de maio (quinta-feira) será um dia de luta e manifestações em todo o país. A Coalizão Negra Por Direitos convoca a população para o ato “13 de Maio de Luta” como resposta à operação policial que vitimou 28 pessoas na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, no dia 06 de maio. Na cidade do Rio, a concentração será às 17h na Igreja da Candelária, região central da cidade.

Embora a justificativa da mobilização seja local, o genocídio da população negra acontece a nível nacional. Com o lema “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver”, a Coalizão Negra Por Direitos convocou a população por meio do comunicado: “Convocamos os setores da sociedade brasileira que não aceitam a barbárie e o genocídio imposto pelos governos milicianos que dirigem o país e diversos Estados, para se unir à Coalizão Negra Por Direitos, na próxima quinta-feira, dia 13 de Maio, marca histórica da abolição inacabada, em manifestações por todo país”. A organização ainda pede para que as pessoas compareçam de máscara e utilizem álcool em gel para higienizar as mãos durante as manifestações.

Diversas cidades de todas as regiões do país também farão manifestações, como as capitais São Paulo, Manaus, Rio Branco, Fortaleza Natal, Salvador, Cuiabá, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre. Os movimentos negros de Nova Iorque e Austin (Texas), nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra, também se articularam e farão manifestações nas cidades. Confira no Instagram da Coalizão Negra Por Direitos as cidades e os horários que os atos irão acontecer.

A Coalizão Negra Por Direitos é uma organização que reúne 200 entidades, grupos e coletivos do movimento negro de todo o Brasil para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional e definir estratégias de diálogo com o Congresso Nacional e instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre pautas raciais.

Pfizer: Rio recebe vacina e volta a imunizar grávidas com comorbidades

Ministério suspendeu a aplicação da AstraZeneca no grupo

Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil, em 12/05/2021 às 10h44

O município do Rio de Janeiro retoma hoje (12) a imunização contra covid-19 para o grupo de gestantes e puérperas com comorbidade, após receber, na noite de ontem, 50.310 doses da vacina da Pfizer/BioNTech, distribuídas pelo Ministério da Saúde. Foram destinadas ao estado nesta remessa um total de 99.450 doses.

Após orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o ministério suspendeu a vacinação com o imunizante da Oxford/AstraZeneca das gestantes e mulheres que tiveram filho há menos de 8 semanas. Na atual fase do Programa Nacional de Imunização (PNI), recebem a primeira dose as pessoas com comorbidades e pessoas com deficiência permanente.

Como a logística de distribuição do imunizante da fabricante norte-americana exige o armazenamento a temperaturas ultra-frias, de -20°C, o ministério recomenda que a distribuição das vacinas da Pfizer/BioNTech seja restrita às capitais dos estados. A segunda dose deve ser aplicada depois de 12 semanas.

O PNI não definiu o protocolo para o caso das gestantes e puérperas que tomaram a primeira dose da Oxford/AstraZeneca e deve divulgar uma nota técnica até o fim desta semana. Enquanto isso, a orientação é que elas não recebam a segunda dose. A suspensão ocorreu após a morte de uma gestante que recebeu o imunizante e teve trombose. Porém, a relação causal ainda não foi confirmada e o caso está em acompanhamento.

CoronaVac
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que o estoque da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan a partir de insumos enviados pela China, são o suficiente para garantir a aplicação da segunda dose apenas hoje, nas pessoas com 66 anos ou mais. Caso não chegue uma nova remessa, o calendário a partir de amanhã, para pessoas com 65 e 64 anos, terá que ser suspenso.

Observatório de Favelas lança nova cartilha de combate ao coronavírus

0

Publicação é parte da campanha “Como se Proteger do Coronavírus” que, desde março de 2020, divulga informações de qualidade para moradores de favelas e periferias

Pela Redação em 12/05/2021 às 10h

Em formato online e impresso, a publicação faz parte da campanha para divulgar informações de qualidade sobre cuidado e proteção para moradores de favelas e periferias. Em novembro de 2020, o Observatório de Favelas lançou a cartilha “Como se Proteger do coronavírus”, que agora ganhou um capítulo sobre vacina. “Convidamos especialistas para pensarmos juntos formas e soluções para que efetivamente as pessoas que moram em territórios favelados possam se proteger. Como nesse cenário podemos contribuir para que moradores de favelas e periferias de alguma forma se protejam? Porque consideramos que é nosso papel articular esse tipo de solução. Passar do lugar da constatação e avançar no sentido de pensar soluções”, explica Isabela Souza, diretora do Observatório de Favelas. 

A publicação foi produzida a partir de diálogos com especialistas como a professora da Escola de Enfermagem, Anna Nery, e Andreza Rodrigues, coordenadora do projeto de extensão Saberes em Saúde, ambos da UFRJ. Além da vacina, há temas como alimentação, lavagem das mãos, saúde mental, distanciamento, transporte público. “Passados os meses, permanece a certeza de que juntos ajudamos a cuidar da vida de muitos e que ainda precisamos continuar cuidando! A pandemia ainda não acabou! A cartilha, além de ser uma nova forma de apresentar o conteúdo da campanha, é também uma forma de dizer: a resistência pela vida de todos continua e continuará nos guiando”, afirma Andreza. 

Para além da internet

Desde o lançamento, a iniciativa, vem experimentando diversos formatos para ampliar o alcance entre moradores de periferias de informações confiáveis sobre proteção e cuidado em tempos de pandemia. Entre os formatos estão áudio, peça gráfica, texto, vídeo, pack de figurinhas (todos disponíveis para baixar AQUI). Entendendo que o acesso à internet de qualidade não é uma realidade para muitos brasileiros, sobretudo moradores de favelas e periferias, também foi disponibilizada a versão impressa da Cartilha.

Sobre a Campanha “Como se Proteger do Coronavírus” 

A realização é do Observatório de Favelas, com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e em parceria com o projeto de Extensão Saberes em Saúde da Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ. Acesse a Cartilha “Como se Proteger do Coronavírus” em https://bityli.com/CartilhaOF.

A cartilha também está disponivel pelo QR Code.

Ministério Público do Rio cria ‘força-tarefa’ para investigar chacina em Jacarezinho

Durante coletiva, representantes do órgão afirmaram que vão apurar todas as denúncias ligadas ao caso

Por Amanda Pinheiro, em 11/05/2021 às 15h41
Editado por Edu Carvalho

O Ministério Público do Rio de Janeiro criou uma força-tarefa para investigar as mortes ocorridas na ação da Polícia Civil na favela do Jacarezinho, realizada na última quinta-feira (6), onde 28 pessoas foram mortas. O anúncio foi feito por Luciano Mattos, procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, durante uma coletiva de imprensa, que aconteceu na manhã desta terça-feira, (11).

Segundo o procurador, a força-tarefa, que será presidida pelo promotor de Justiça André Cardoso, vai apurar denúncias de abuso policial e execuções, tentativas de homicídio a passageiros que estavam no metrô, a morte do policial civil e a alteração da cena do crime feita pela Polícia Civil no local. Ainda de acordo com Luciano Mattos, o prazo da investigação é de quatro meses, podendo se estender.

Perguntado sobre denúncias de que presos carregaram cadáveres e outros abusos policiais, o procurador disse que ainda está investigando este caso.

— Em relação de que alguns presos carregaram corpos, ainda estamos colhendo depoimentos. Não temos como afirmar que isso de fato aconteceu. Isso vai ser relatado no final — afirmou Mattos.

Além da força-tarefa, o MP vai acompanhar a investigação feita pela Polícia Civil, que nega as denúncias de execuções.

Saiba mais:

Por que defendemos o impeachment de Bolsonaro

1

Um comprometimento público para formação de uma ampla frente social e política para enfrentar o caos causado pela atual gestão presidencial

Pela Redação em 11/05/2021 às 14h

Jair Bolsonaro recebeu os votos de 39% dos eleitores. Empossado, nunca cumpriu sua responsabilidade de ser o presidente da República de todos os brasileiros e brasileiras. Mas foi no enfrentamento à pandemia que seu desprezo pela vida ficou evidente, contrariando, com atitudes e palavras, seu papel como a autoridade constitucional, legal e politicamente qualificada para liderar as ações contra o coronavírus. As evidências mostram que não há nenhum outro caso de chefe de governo que tenha cometido tantos erros e de forma tão cruel. 

Bolsonaro chocou o mundo ao anunciar o cancelamento da compra de vacinas. Recusou-se a negociar sua aquisição com outro fabricante. Lançou campanha de propaganda para incentivar as pessoas a desafiarem normas sanitárias adotadas globalmente. Desdenhou da dor de um povo enlutado ao blasfemar contra um suposto “país de maricas”. Recusou-se a usar máscara em eventos públicos e chegou a comemorar a morte de uma pessoa que morreu enquanto testava a vacina CoronaVac (um caso de suicídio, sem nenhuma relação com a eficácia do produto). Nunca parou de promover aglomerações. Insiste em defender e gastar verbas públicas, que seriam essenciais para o SUS, com medicamentos para um “tratamento precoce” que, além de ineficaz, contribui para matar quem o utiliza. Demorou mais de um ano para criar um comitê de crise que, na prática, não funciona. 

A gestão da pandemia deixou de ser um problema nacional. Tornou-se uma questão planetária, num contexto em que se alastram lá fora os temores quanto aos ataques da atual administração federal ao meio ambiente e aos direitos humanos.

Bolsonaro é a expressão brasileira de um tipo de populismo autoritário, mas principalmente de um grupo de ultra direita que se dedica à dilapidação das instituições mais caras à democracia. Os bolsonaristas têm como alvos permanentes o Legislativo, o Judiciário, o jornalismo, a federação, a ciência, as universidades, os sindicatos, as organizações de direitos humanos, as mulheres, o povo negro, indigenas e LGBTI+ e a independência da Polícia Federal e de outros órgãos coercitivos. Empenhados em promover a desinformação e o caos, acusam de comunistas, corruptos ou golpistas todos os que ousam criticá-los, algo que não raro se torna pretexto para perseguições, ataques e tentativas de criminalização. Na verdade, é o bolsonarismo que golpeia de maneira incessante a Constituição, incitando a quebra da ordem democrática. O presidente deve ainda explicações sobre as investigações sobre os negócios suspeitos da família presidencial.

No Congresso Nacional, a quem cabe fiscalizar o chefe do Executivo e processá-lo e julgá-lo por crime de responsabilidade, os pedidos de impeachment se acumulam, mas têm sido ignorados. Antes por Rodrigo Maia e agora pelo atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que pode dar início ao processo. Líder-mor do agrupamento de forças de centro e centro-direita denominado Centrão, ele e seu grupo colhem os dividendos de volumosas emendas parlamentares e de manter a aliança com um presidente sem qualificação ou decoro para o cargo. Jamais os parlamentares federais, inclusive aqueles que não pertencem ao Centrão, tiveram tanto acesso a recursos públicos e a cargos no Executivo. 

Nós, abaixo assinados, nos comprometemos com a formação de uma ampla frente social e política para enfrentar o caos causado pelo atual governo. Com abertura de investigação e o impeachment do presidente, conforme prevê a Constituição. Aquelas e aqueles que, contra todas as evidências, seguirem apoiando Jair Bolsonaro, devem se preparar para o julgamento da história.

Assinam:

Caso queira aderir ao editorial, por favor, escreva para [email protected]