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Premiado de plantação de hortaliças em favelas, ‘Hortas Cariocas’ sofre com precarização

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Entidades e movimentos locais pedem apoio para impedir desmonte do projeto

Por Hélio Euclides
Editado por Edu Carvalho, em 10/05/2021 às 11h20

O sinal amarelo está ligado para funcionários do programa Hortas Cariocas, iniciativa que capacita a população das favelas ou escolas que possuam áreas possíveis de se implantar hortas comunitárias. No início deste ano, foi registrado o encerramento do contrato de três engenheiros agrônomos, além de técnicos e a suspensão de veículos que transportavam insumos, impedindo a chegada de adubo e causando o descarte de mudas. Outro ponto importante foi o atraso na ajuda de custo.

Diante desse cenário, o Movimento Baía Viva pediu que o Ministério Público apure um suposto “desmonte do programa”. A justificativa para tantos problemas tem a ver com uma questão burocrática, sobre qual secretaria deveria receber os valores arrecadados pela compensação da licença ambiental.

Sem a verba que recebia por meio dessa compensação, ficou ‘difícil’ para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade (SMAC) dar continuidade aos projetos relacionados à pasta. Por isso, diversas instituições encaminharam uma carta aberta enviada ao prefeito Eduardo Paes, na qual a licença ambiental é de competência da SMAC e não a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS).


O Programa Hortas Cariocas começou em 2006 e atualmente contabiliza 49 hortas cidade, sob a responsabilidade da SMAC. Duas dessas estão localizadas na Maré: uma no Parque Ecológico da Vila dos Pinheiros e outra no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Samora Machel, na Nova Holanda.

Foto: Hélio Euclides


A maior horta da América Latina, com tamanho equivalente a três campos de futebol, com mais de 600 canteiros, fica em Manguinhos. A plantação de hortaliças começou em 2013, no meio da favela, onde antes era um terreno abandonado, com capim e insetos. Desde o início da horta, Ezequiel Dias, agente integrador, confessa que o programa mudou a sua vida, incentivando-o a conseguir o registro de agricultor.

Outro ponto é a ajuda para as famílias com doações de alimentos. “Quantas vezes moradores tomam café da manhã com batata doce na mesa, ou café da tarde com aipim no prato. Esse programa não pode acabar, pois como vamos contemplar essas pessoas que nos procuram para ter o que comer?”, questiona. Ao todo são 21 profissionais, que se encontram receosos com o fim do programa.

“Antes tínhamos vários engenheiros agrônomos que ensinavam no planejamento mensal, a escoar a produção e preparar remédios naturais contra pragas, já que não usamos agrotóxicos. Soubemos que não renovaram o contrato deles. Hoje voltamos a ficar com apenas um engenheiro, que ficou sobrecarregado. Nossa ajuda de custo vem atrasando, não estamos recebendo terra, nem uniforme e botas”, comenta. O agricultor espera mais investimentos para melhorias na condição de trabalho.


Ele afirma que a ação já faz parte da vida dos moradores de Manguinhos, e demanda atenção. “O que sinto é que o projeto estava engatinhando e agora voltou ao berço. Se o programa acabar, o espaço da horta vai virar construção. Não acredito que estão jogando um projeto tão bonito no poço”, expõe Dias.

Algo a mais do que uma simples plantação No Parque Ecológico da Vila dos Pinheiros, a horta é composta por 18 canteiros, nos quais são semeados pimentão, coentro, quiabo, batata, inhame, aipim, feijão, abacate, goiaba, saião, boldo e capim-santo. Cláudia Lúcia, presidente da Associação de Moradores do Parque Ecológico, revela que esse é o único projeto do local. “Só podemos manter esta horta por meio da ajuda de custo, sementes e terra adubada que nos são repassadas. Tivemos problema de água por anos, agora que resolvemos, temos o problema da ajuda de custo atrasada. Tomara que o projeto vingue, pois é bom e beneficia muitas famílias com alimentos e ervas medicinais, especialmente nessa pandemia”, conta. Só ali, dois profissionais fazem o trabalho.


No terreno do Ciep Samora Machel encontram-se 14 canteiros, que ajudam a escola e muitos moradores do entorno. José Maria trabalha há 10 anos no local plantando hortelã, boldo chinês, saião, tomate cereja, mamão, quiabo, inhame, manjericão, alfavaca e pimenta malagueta. Numa plantação sem agrotóxico, no meio da Maré se reúnem inúmeras borboletas, que também se alimentam das plantas. “É o ciclo da vida. Semear é a mesma coisa, estamos na fase de replantar, pois tem plantas para o calor e outras para o frio”, conta. Agora a horta recebe sementes de coentro, jiló e berinjela.


Apesar de pequena, recentemente foram colhidas três caixas de batata doce e jiló, que foram doadas para moradores, pois no momento não há aula na escola. “Essa horta é boa demais, pois por meio dela ajudamos as pessoas. Aqui preparo a compostagem e recebo da Prefeitura as sementes, tudo com o apoio do engenheiro agrônomo Júlio Barros. Essa horta é minha distração, é onde encontro saúde”, conclui.

Programas que precisam de investimentos
Com a mudança de gestão municipal, ocorreram mudanças nas pastas de gerenciamentos. Este ano a competência das licenças ambientais saiu da responsabilidade da SMAC para a SMDEIS. O que causou a diminuição no orçamento da pasta do meio ambiente, que tinha como fonte as compensações ambientais. “É colocar a raposa no galinheiro. O programa das hortas tem 5.000 famílias assistidas e não pode ser enfraquecido em uma pandemia.

O Hortas Cariocas foi premiado no Pacto de Milão, por se destacar na saúde alimentar. É um programa barato que merece ser expandido para muitos terrenos baldios da cidade. Depois que acionamos o Ministério Público, a SMAC está recuando e lançou a fake news de que vai ampliar as hortas, mas de onde vai ser a fonte?”, indaga Sergio Ricardo, ambientalista e coordenador do Movimento Baía Viva.


O ambientalista revela que não só o Hortas Cariocas, mas outros programas sociais como o Gari Comunitário, Guardiões do Rio e Mutirão de Reflorestamento sofrem com as mudanças nas pastas. “Esses programas resistem há décadas, como o Mutirão de Reflorestamento, que na Maré contou com: Eliana Sousa e Hélio Aleixo. O projeto nasceu em 1984 na Secretaria de Desenvolvimento Social, que na época era chamada de Secretaria das Favelas e recebeu prêmio da Organizações das Nações Unidas.

Com o mutirão se plantaram mais de dez milhões de árvores, o que diminuiu o deslizamento nos morros e as ilhas de calor, um pioneirismo ambiental nas favelas. Essa ação é visível em Madureira, no Complexo da Penha e no entorno da Rocinha. A cidade vai na contramão da pauta ambiental, o que é um desastre”, conta. Ele acrescenta que o programa contava com cerca de 1.200 plantadores, mas este ano teve redução de 30%.


A SMAC afirmou que o programa Hortas Cariocas está consolidado. Que a gestão atual da Prefeitura planeja aplicar, em 2021, R$ 1,68 milhão no programa, o que representa 50,8% a mais do que o investido em 2020. Completou que os repasses no primeiro trimestre superaram os do mesmo período do ano passado. Já o programa de reflorestamento é uma política de estado e que a equipe técnica de engenheiros florestais possui um planejamento que assegura a atuação da secretaria nos quase 4000 hectares de áreas recuperadas da cidade.

Por fim, confirmou que ambos são projetos contínuos, não pontuais.

“Mãe de favela”: o retrato das mães mareenses

Projeto de fotógrafo da Nova Holanda registra famílias da Maré e mostra a diversidade materna do território

Por Andressa Cabra Botelho, em 09/05/2021

“Um estalo do cotidiano que exala afeto, individualidade, parceria é muito amor”. É assim, de forma poética, que o fotógrafo Matheus Affonso define o ensaio fotográfico chamado Mãe de favela, projeto que visa retratar a pluralidade das mães mareenses. Pelo segundo ano, Affonso circulou por algumas favelas da Maré registrando a força do matriarcado e apresentou em seu instagram o resultado dos novos cliques.

A série “Mãe de favela” nasceu em 2019 com a proposta de retratar a diversidade do amor de uma mãe favelada. Inicialmente foram 14 mães e após publicar as fotos nas redes sociais, Affonso foi convidado pelo Eixo de Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré, a fazer mais duas fotos em parceria com o núcleo de mães da Maré vítimas de violência do Estado.

“A figura da mãe, a figura mulher em um espaço favelado e periférico é muito importante. A mãe é o retrato da favela, é a favela, a vida, a potência, o afeto”, observa Affonso. Na Maré, 56,2% já passou pela experiência da maternidade. Aparentemente, pessoas entre 30 e 39 anos são a maioria entre mães e pais mareenses, totalizando em mais de 19 mil pessoas com filhos nessa faixa etária, segundo o Censo Maré (2019). Esta também é a faixa etária que mais cresceu no país: de 2010 a 2019 o índice de mães entre 30 e 39 anos aumentou de 26% para 31,9% neste intervalo de tempo.

As dificuldades de maternar na pandemia

Em 2020, com a pandemia e ainda as incertezas sobre o que era a doença e os seus impactos, o projeto precisou ser interrompido, mas foi retomado em 2021 com mais 14 fotos, completando 30 fotos de mães da Maré. Diante a atual situação, foi respeitado o distanciamento social para que nem as famílias e nem o fotógrafo corressem risco durante as sessões de fotos.

Se antes a rotina já se dividia em ser mulher, mãe e dona de casa e lidar com as preocupações com a violência policial que, infelizmente, faz parte do cotidiano de quem mora nas favelas e periferias, com a pandemia essa sobrecarga aumentou ainda mais. Kelly San (30), que participou do ensaio – é um desses casos. Além de mãe do Gael (7), a mareense se desdobra entre cuidar da casa, do filho e estudar para o mestrado em Artes Visuais (UFRJ). “Encarar com esse desafio da pandemia de criar uma criança, trabalhar e estudar foi grande porque eu contava com a escola. Foi uma mudança”, conta. Com o fechamento das escolas e a migração das aulas presenciais para as virtuais, ela – assim como muitas outras mães – precisou assumir a responsabilidade de acompanhar as aulas mais de perto e pensar em atividades que distraíssem o filho, aumentando ainda mais a sua carga de trabalho.

Kelly e Gael. Foto: Matheus Affonso

A família da mestranda é uma das 28,9 milhões de famílias chefiadas por mulheres, de acordo com pesquisa de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destas, as famílias compostas por mulheres sem companheiros – sejam elas solteiras, separadas ou viúvas – e seus filhos representam 15,3% das formações familiares. Justamente neste período, 35% das mães solo não tiveram renda suficiente para comprar alimentos e cerca de oito em cada dez tiveram a renda familiar reduzida devido ao covid-19. Projetos que fortaleceram mulheres mães neste momento foram fundamentais, como o Fundo Solidário COVID-19 para Mães das Favelas, iniciativa da Central Única das Favelas (CUFA) atendeu mães de 5 mil favelas em todo o país, por entender a necessidade de se dar esse suporte a essas mulheres. “A mãe é a que tem a maior quantidade de responsabilidade, e [com o apoio] chegando na mãe, chega em todo mundo, inclusive nos vizinhos”, observa Celso Athayde, fundador da CUFA. 

Pensando nessas questões que o fotógrafo resolveu voltar com o projeto, para, através da arte, mostrar a força da mãe de favela. Confira algumas fotos na galeria abaixo e o ensaio completo e pelo instagram @affonsodalua:

“O Inferno são os outros” (Sartre*)

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Por Marcello Escorel em 08/05/21 às 6h.

Estamos vivendo desde já a algum tempo um momento de forte polarização no Brasil, mas o que pouca gente sabe é que este fenômeno, além de político, tem muito a ver com uma das tendências da própria alma: a de projetar.

Enquanto crescemos vamos moldando nossa personalidade, assumindo como nossas algumas características que julgamos positivas e literalmente chutando para escanteio, para fora das linhas do jogo da consciência, aquelas outras características que julgamos negativas. Muito deste processo é também dirigido pela sociedade em que vivemos, que normatiza tal comportamento como adequado ou inadequado.

A realidade é que o resultado deste proceder se mostra bem frágil. Nossas partes negativas, apesar de nossa negação estão bem vivas no limiar da consciência, esperando pelo apito de alguma ocorrência para botar de novo a bola em jogo.

E quanto maior a negação de nosso lado sombrio maior o perigo envolvido porque aí aparece com toda a sua força o mecanismo da projeção que, a grosso modo, consiste em associar a outrem o que, no passado, resolvemos esconder tão zelosamente da comunidade e de nós mesmos.

Em nosso país é grande o número de pessoas venais que vivem apontando a corrupção de outros. É como se houvesse uma distorção de uma fala de Jesus que diz que uma mão não deve saber o que a outra faz.

Quanto mais o indivíduo faz vista grossa e se recusa a reconhecer seus “pecados” mais eles recaem sobre outras pessoas através do fenômeno da projeção.

O grau máximo desse mecanismo é a demonização de uma pessoa ou coletividade. Foi o que aconteceu (e ainda acontece) com os negros, mulheres, ciganos, judeus, homossexuais, LGBTs e tantos outros grupos.

Aqui, recentemente aconteceu e acontece com um partido político e um ex-presidente; o que gerou esse estado de coisas funesto que ora vivemos.

Por isso é tão importante nos confrontarmos com nossa Sombra, à maneira de Jesus no deserto debatendo com Satan, que afinal de contas é sua Sombra.

É importante realizarmos o quanto de maldade existe em nós. Não para vivenciarmos nossa realidade maléfica, mas para estarmos atentos a não projetá-la no outro de forma irracional.

Tomo para vocês meu exemplo.

Sempre reagi de forma inflamada e desmedida quando me deparava com “autoridades” em situações de opressão. Até que descobri em mim uma tendência autoritária que em algum momento inconscientemente chutei pra corner. De lá pra cá posso reagir aos autoritários de forma racional e equilibrada, sem ficar possuído pela raiva.

Para finalizar é sempre bom beber da fonte de um mestre. Jesus nos adverte:

“Porque afligir-se com um argueiro no olho dum irmão, quando você tem uma prancha em seu próprio olho. Hipócrita! Livre-se da prancha primeiro. Assim você poderá enxergar para ajudar seu irmão.”

* Jean-Paul Sartre SARTRE, Entre Quatro Paredes, 1945.

Marcello Escorel é ator e diretor de teatro há mais de 40 anos. Paralelamente a sua carreira artística estuda de maneira autodidata, desde a adolescência, mitologia, história das religiões e a psicologia analítica de Carl Gustav Jung.

Ronda Maré de Notícias: Após leve melhora, Prefeitura começa reabertura gradual do setor econômico

Medidas flexibilizam consumo em bares, funcionamento de academias e casas de espetáculos

Por Andressa Cabral Botelho, em 07/05/2021 às 20h05

Durante coletiva nesta sexta-feira (07), o prefeito do Rio Eduardo Paes, junto ao secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, divulgaram resultados do 18º Boletim Epidemiológico. A novidade é que depois de semanas, três das 33 regiões administrativas saíram do risco muito alto para a covid-19 e agora são risco alto, o que significa uma leve melhora e a possibilidade de mudar algumas medidas restritivas.

Os números de casos, mortes e atendimentos de síndromes gripal e respiratória aguda grave (SRAG) apresentaram queda nos últimos sete dias, o que permite acidade a dar um passo no processo de reabertura gradual do setor econômico. Entretanto, caso a cidade apresente aumento nos números, a prefeitura retorna com as medidas restritivas. Até o momento, a cidade registra 281.950 casos e 24.597 mortes. Destes, 6.117 casos e 102 mortes aconteceram nas últimas 24h.

“Não é um liberou geral. Quando você flexibiliza, fica mais difícil de fiscalizar. Vamos observar este fim de semana, se em alguns locais tradicionais virar aquela bagunça de novo, vamos estabelecer medidas restritivas específicas, para não prejudicar quem colaborou ao longo das últimas semanas”, disse Paes.

As medidas valem desta sexta-feira (07) até o dia 20 de maio, onde fica permitido o funcionamento de bares, lanchonetes, restaurantes e quiosques, com clientes sentados e, no máximo, oito pessoas por mesas, respeitando o distanciamento mínimo de dois metros entre mesas. Os estabelecimentos que possuem música ao vivo devem interromper a atração às 23h.

Em academias, piscinas e centros de treinamento estão permitidas as aulas em grupos, com uma pessoa a cada quatro metros quadrados. Casas de espetáculo, concertos e apresentações também estão permitidas, respeitando o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes, além de capacidade de lotação máxima somente com público sentado passa a ser de 40% em locais fechados, e 60% em locais abertos. A formação de filas e aglomerações em entradas e saída desses locais seguem proibidas.

Aumento nos números de covid-19 na cidade

Na terça-feira (04), a Maré tinha 3.948 casos confirmados. Na quinta-feira (06), a favela registrou 4.078 casos, além de 269 mortes. A princípio, são 130 novos casos no intervalo de dois dias, algo que não foi visto desde o início da pandemia no bairro. Ao acessar o site do painel dos casos da cidade, há a seguinte notificação: “Devido trabalho das equipes de saúde da Atenção Primária e Vigilância em Saúde, especialmente nesta semana, para incluir os resultados laboratoriais e encerrar os casos de Síndrome Gripal no sistema e-SUS VE, os dados divulgados durante os últimos dias apresentam um considerável aumento no número de casos confirmados de COVID-19. Esse aumento não se refere, em sua maioria, a casos identificados nesta semana.” Desta forma, é possível entender, também, o aumento vertiginoso de casos e mortes na Maré nos últimos dias, que no intervalo de sete dias registrou 88 mortes.

“Não houve, de fato, um recorde de casos ontem. Pelo contrário, os números mostram uma queda. O que houve foi um atraso no processo de digitação e de investigação de casos, que só foi atualizado ontem. Vamos nos esforçar para melhorar esse processo, não podemos mais ficar acumulando o dever de casa de digitação”, informou Paes.

Vacinação

Dados do boletim Conexão Saúde: De Olho na Covid apontam que em países que a vacinação avança os números de casos e mortes têm apresentado queda. De acordo com estudos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) a proporção de mortes de idosos com 80 anos ou mais caiu pela metade no Brasil após o início da vacinação contra a covid-19. Em janeiro, logo que iniciou a imunização, o percentual de vítimas nesta faixa etária era de 28%; no final de abril caiu para 13%, o que destaca a necessidade da vacinação neste momento.

Na Maré, até o dia 03 de maio, 21.998 pessoas foram vacinadas, sendo que 6.295 tiveram acesso às duas doses da vacina.

Manifestação no Jacarezinho

Um dia após a chacina na favela do Jacarezinho que vitimou 28 pessoas, moradores e integrantes de movimentos sociais estiveram na favela para protestar contra a operação policial que ceifou vidas no dia 06 de maio. A manifestação aconteceu a partir das 17h na quadra da escola de samba Unidos do Jacarezinho, quando as lideranças protestaram com faixas e cartazes enquanto caminhavam pela favela.

Diante do ocorrido, a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou duramente a realização da operação e pediu investigação independente para averiguar o uso excessivo da força policial, além de relembrar o descumprimento da ADPF das Favelas.

Pessoas com cartazes durante a manifestação. Foto: Amanda Pinheiro

Instalação de passarela em Ramos

Neste final de semana, entre as pistas 4 e 13 as pistas centrais da Avenida Brasil estarão interditadas para dar continuidade nas obras da nova passarela 11, na altura de Ramos. A partir das 22h desta sexta-feira até às 6h da manhã de sábado, a CET-Rio irá interditar entre as passarelas 4 e 11, sentido Deodoro; e entre as passarelas 13 e 11, sentido Centro. Já no sábado (08/05), também das 22h às 6h do domingo seguinte, a pista central, sentido Centro, será interditada entre as passarelas 13 e 11. A rota alternativa é a Linha Vermelha.

Mentoria para jovens da Maré

Estão abertas as inscrições para o LAB SEMENTE, projeto que oferece mentoria para jovens da Maré que querem estruturar iniciativas em diversas áreas de atuação. As inscrições podem ser feitas por grupos, coletivos ou projetos compostos por pelo menos duas pessoas com menos de 30 anos moradores da Maré.

Por seis meses, os selecionados participarão de um processo de formação para desenvolver um pré-projeto e outros materiais que ajudarão a dar continuidade a iniciativa e ampliar suas redes, além de recurso financeiro de 6 mil reais para desenvolver o trabalho. Saiba mais aqui.

A importância da Redução de Danos

No dia 7 de maio é celebrado o Dia Internacional da Redução de Danos, política que visa criar estratégias para reduzir os danos associados ao uso de álcool e outras drogas. Neste dia também é comemorado o aniversário de três anos do Espaço Normal, espaço de referência dentro da Maré que cuida justamente dessas questões de redução de danos e saúde mental das pessoas que usam crack, álcool e outras drogas, a partir da convivência, diálogo e geração de renda. O Espaço Normal é parceiro do Maré de Notícias na distribuição dos jornais e na colagem dos lambe-lambes pelos muros da Maré. Confira o vídeo sobre o dia de hoje e a importância desse espaço para a Maré.

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Prefeitura diz que cumpre determinação do STF determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski. O calendário de vacinação na capital seguirá contemplando os grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid.

Por G1 Rio, em 07/05/2021 às 10h30

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai suspender a partir desta sexta-feira (7), a vacinação contra a Covid-19 para os profissionais de educação, segurança pública, motoristas e cobradores de ônibus, transporte escolar e serviços de limpeza urbana.

Segundo a pasta, ela foi notificara nesta quinta-feira (6) pelo Ministério Público do Estado sobre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entenda

Na segunda-feira (3), o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que autorizou o governo do estado a mudar a ordem de vacinação de grupos prioritários.

Na terça-feira (4), a Prefeitura e o Governo do Estado informaram que vacinação de profissionais de educação e segurança continuaria apesar da decisão do STF.

Segundo a prefeitura, a decisão do ministro dizia respeito ao decreto estadual e não interferia na campanha de vacinação no município.

O governo do estado afirmou que não tinha sido notificado da decisão e que a vacinação dos profissionais de segurança iria continuar.

O que diz a decisão de Lewandowski

Pela decisão de Lewandowski, as autoridades podem mudar a ordem dos grupos prioritários, desde que sigam critérios técnicos e científicos.

O ministro afirmou na decisão que gestores públicos podem ser punidos por improbidade administrativa se houver atraso na aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid.

Lewandowski ressaltou, no entanto, que, caso fique comprovada irregularidade nas alterações, como atraso na aplicação da segunda dose, os gestores podem ser responsabilizados.

“As autoridades governamentais, acaso decidam promover adequações do plano [de vacinação] às suas realidades locais, além da necessária publicidade das suas decisões, precisarão, na motivação do ato, explicitar quantitativamente e qualitativamente as pessoas que serão preteridas, estimando o prazo em que serão, afinal, imunizadas”, escreveu o ministro.

A decisão do ministro do STF foi tomada em uma ação apresentada pela Defensoria Pública do estado do Rio.

O órgão recorreu de uma decisão do Tribunal de Justiça do estado, que manteve em vigor um decreto do governo local que alterou a ordem de prioridades de vacinação.

O decreto antecipou em 7 posições a vacinação dos profissionais das forças de segurança, salvamento e forças armadas e permitiu que guardas municipais e profissionais da educação pudessem ser imunizados no mesmo período dos idosos.

De acordo com a Defensoria, a norma contrariou decisões tomadas pelo Supremo em ações sobre a vacinação contra a Covid-19.

Como fica o calendário

Segundo a Prefeitura, o calendário de vacinação na capital seguirá contemplando os seguintes grupos prioritários previstos na 6ª edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19:

  • A partir dos 18 anos: gestantes e puérperas com comorbidades, pessoas com síndrome de Down e doentes renais crônicos dependentes de diálise.
  • Seguindo o escalonamento etário (nesta sexta, 51 anos pela manhã e 50 à tarde): pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, trabalhadores da saúde, guardas municipais envolvidos diretamente nas ações de combate à pandemia e de vigilância das medidas de distanciamento social.

Protesto contra a operação mais letal do Rio

Pela Redação em 07/05/2021 às 9h00

A manhã desta sexta-feira (7) foi de protesto contra a ação da polícia que resultou em 25 mortes no Jacarezinho na última quinta-feira (6). Os manifestantes partiram da estação da Linha 2 de metrô Maria da Graça e caminharam até a Cidade da Polícia, onde ficam as delegacias especializadas da Polícia Civil. Com faixas pedindo o fim do massacre na favela, eles ocuparam duas faixas da Av. Dom Hélder Câmara, por volta das 7h30 da manhã desta sexta (07/5).

Manifestantes contra a chacina que deixou 25 morto no Jacarezinho quinta-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo

Na entrada da Cidade da Polícia, manifestantes ascenderam velas, e um pano preto foi erguido em uma das ruas que dão acesso à parte alta da favela.

Foto: Reprodução TV Globo

Há denúncias de moradores de que os “suspeitos” tinham se rendido e mesmo desarmados, foram executados. O Ministério Público recebeu, em sua ouvidoria, denúncias de abusos policiais, que estão sendo investigados.