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Entenda sobre a Lei de Acesso à Informação

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Lei permite que cidadão obtenha conhecimento de gastos públicos

Por Hélio Euclides*

Só no sapatinho. Esse era o slogan não oficial de diversos políticos, que realizavam as suas atividades em completo segredo. Nem em confessionários eles revelavam realizações. Isso só começou a mudar com a Lei nº 12.527, de 2011, que regulamentou o acesso às informações realizadas pelos órgãos públicos. A Lei de Acesso à Informação (LAI) é a mais importante legislação para garantir aos cidadãos a possibilidade de acessar dados do poder público. 

Para garantir o exercício pleno desse direito, a LAI define os mecanismos, prazos e procedimentos para a entrega das informações solicitadas à administração pública pelos cidadãos. A LAI é um marco para a transparência pública e o controle social no Brasil que assegura aos cidadãos o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse. 

A transparência pública precisa ser um instrumento para a promoção de uma sociedade justa, democrática e pacífica. Para isso, todas as pessoas precisam fiscalizar o cumprimento da Lei de Acesso à Informação na administração pública e cobrar melhorias.

Acessibilidade para transparência dos dados públicos:

Quando a publicação da LAI completou dez anos, a Fiquem Sabendo, uma organização sem fins lucrativos especializada no acesso à informações públicas, promoveu o lançamento da WikiLAI, com o propósito de reunir em um portal acessível todas as informações necessárias para os cidadãos brasileiros fazerem valer seu direito de conhecer sobre gastos e trabalhos de qualquer esfera governamental.

 Um ano depois, em maio de 2022, o governo federal apresentou um balanço do atendimento à LAI, as demandas por informações tiveram um crescimento anual de 35% entre 2013 e 2021 e boa parte dos pedidos recebe uma resposta em 11 dias, quase a metade do prazo legal.

A importância e as barreiras da LAI

Apesar de ser lei, nem todos os municípios dispõem de regulamentações próprias para tratar dialogar com o cidadão sobre essas questões. Para Maria Vitória Ramos, cofundadora e diretora da Fiquem Sabendo, defende que todos os órgãos devem atender a pedidos de informação. “O problema é a diferença enorme entre as instâncias federal, estadual, municipal e os poderes. Então hoje, por mais que a gente critique muito porque dá muita atenção ao Executivo Federal, ele é de longe o mais avançado em termos de transparência. O legislativo está muito atrás, o judiciário nem começou, é uma caixa preta, os municípios da maioria ainda não têm nem a lei regulamentada. Os dados mais importantes para os cidadãos, segurança pública, educação, saúde, estão nos estados e municípios. O que a gente precisa agora é que os órgãos federais, como a Controladoria Geral da União, se responsabilizem por de fato implementar a lei de acesso nos estados e nos municípios”, explica. 

Ramos percebe uma lacuna nas periferias e favelas, vivendo um apagão de dados. “Não se tem dados de saneamento nas periferias, então mesmo que a LAI funcionasse nesses espaços, ainda tem um trabalho inicial de mapeamento e coleta para que essas informações sequer existam”, diz. Ela acrescenta que há avanços, mas que é preciso exigir a utilização da linguagem cidadã. “É necessário cada vez menos juridiquês, porque o acesso à informação só existe também com acesso à educação, acesso à internet, e o tipo de linguagem que o governo ainda usa exclui a maioria da população”, expõe. 

A especialista acredita que um ponto importante é a padronização nas informações. “É preciso ter mapas nacionais, porque hoje você tem estado coletando todas as informações sobre um crime e outros que anotam que um homo sapiens faleceu. Já tentamos fazer um mapa da violência contra a mulher a nível nacional usando a LAI, conseguimos os dados, mas eles eram completamente incompatíveis e impossíveis de comparar. Precisamos ter protocolos para que a coleta e armazenamento desses dados sejam padronizados entre os estados”, comenta.

Por fim, Ramos adverte sobre o cuidado com a segurança de dados. “Quem pode acessar os dados por parte do governo e ter backup? Hoje a maioria das informações não tem backup. Se você tem qualquer tipo de problema, se perde tudo”, conclui.

Outro que destaca a importância da LAI é Polinho Mota, coordenador de dados do Data_labe. “Temos que valorizar a cultura de transparência. Por exemplo, quando o código do consumidor começou a se popularizar, a gente teve muitas iniciativas de popularização sobre esses direitos, com disponibilização e propaganda sobre o tema de forma massiva. Muito porque é do interesse do Estado a formalização das transações comerciais de compra e venda. Com a LAI a gente não tem o mesmo movimento ou da mesma forma. Falta incentivo para o cidadão utilizar seu direito à informação, porém isso não se reduz apenas ao incentivo, pois é o próprio Estado se pondo em possível lugar de auditoria. Então há um temor, só que isso é um tabu, que é produto da cultura. Por isso digo que é preciso fomentar a cultura de acesso à informação considerando todos os agentes da sociedade”, conta. 

O morador da favela Rubens Vaz, na Maré, Jader Lopes, que é líder de marcenaria, nunca ouviu a sigla LAI, mas confessa que já fez pesquisa sobre fontes de informações válidas. “Acredito que precisam ser aprimoradas e melhoradas a divulgação para uma maior transparência. É inadmissível que ainda possa ter governantes que escondam informações. É preciso que o cidadão tenha acesso e isso se reverta em pertencimento do patrimônio público, não dando margens para as empreiteiras fazerem o que desejam”, diz.

Lopes lembra que outro dia leu um artigo que o marcou, sobre uma prefeitura que desviou verbas de obras públicas. “Algo que se vê na história do país, um espaço de corrupção. Para mudar isso é preciso que todos tenham interesse em procurar as informações e compartilhem com amigos, só assim poderemos respirar mudanças. Precisamos entrar em rodinhas de conversar e ter a necessidade de discutir sobre obras, como a que acontece no entorno da Maré”, finaliza. A obra citada ocorre na Avenida Brasil, para a construção do corredor de ônibus BRT Transbrasil, que se arrasta desde 2014.

O acesso à informação é um direito

Sobre a ausência do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC), três municípios fluminenses foram procurados para falar sobre o assunto. As prefeituras de Guapimirim e Sumidouro não responderam os contatos. 

A Prefeitura de Tanguá informou que implantou a sua ouvidoria em parceria com a Controladoria Geral Da União (CGU), que integrou o município ao sistema Fala.BR, uma plataforma interativa que facilita o acesso às informações das atividades relacionadas ao Poder Executivo e possibilita o envio de elogios, solicitações, denúncias, reclamações e sugestões, por qualquer pessoa, sendo física ou jurídica. Completou que após a pandemia inaugurou seu atendimento presencial. O prefeito Rodrigo Medeiros afirmou que considera importante manter o cidadão por dentro de tudo que é debatido no governo, algo indispensável na democracia moderna. “O cidadão precisa ter meios para acompanhar, avaliar e auxiliar no controle da gestão”, comenta.

Conheça os portais nacionais de acesso à informação: 

*Esta reportagem foi produzida por meio do projeto Sala de Redação, desenvolvido pela Énois, um laboratório de comunicação que trabalha para impulsionar diversidade, representatividade e inclusão no jornalismo brasileiro. As informações foram apuradas de forma colaborativa pelo Maré de Notícias (RJ).

Ministra da Saúde faz balanço sobre primeiro ano à frente da pasta e garante prioridade para reconstrução do SUS

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Após perseguições e fakenews, Nízia Trindade também afirma que combate à desinformação agora é um programa prioritário no Ministério

Reportagem publicada originalmente no O #Colabora

Eles têm um pênis na porta da Fiocruz. Todos os tapetes das portas são a figura do Che Guevara, as salas são figurinhas do ‘Lula livre’ e ‘Marielle vive’. É um órgão que tem um poder imenso, porque durante anos eles controlaram, através do movimento sanitarista, que foi todo construído pela esquerda, a saúde do Brasil…

Essas palavras são da “Capitã Cloroquina”, a médica e política cearense Mayra Pinheiro, ex-secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde (MS). Protagonista de campanhas nas redes sociais contra a vacinação de crianças, Mayra era apenas uma entre centenas de influenciadores bolsonaristas que, durante a pandemia, divulgaram fake news contra a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sua então presidente, Nísia Trindade Lima. O presidente Jair Bolsonaro sempre repetia que iria “desesquerdizar” as instituições e gostava de citar o nome da Fiocruz como exemplo.

Nísia não só resistiu à guerra das fake news – com amplo apoio da comunidade científica brasileira e internacional – como liderou um esforço extraordinário de resistência (e ciência!) da Fiocruz para combater o coronavírus e salvar vidas na pandemia.

“Não é possível pensar em bem-estar sem abrir uma grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades”

Nísia Trindade, Ministra da Saúde

Agora ministra da Saúde, a socióloga Nísia completou, neste janeiro de 2024, um ano à frente do cargo que é um dos mais espinhosos do governo Lula, que recebeu uma herança funesta deixada pelos dois últimos ocupantes da pasta, o general Eduardo Pazuello e o médico Marcelo Queiroga.

A atuação do MS durante a pandemia foi trágica. De acordo com o site de estatísticas Our World in Data, o Brasil terminou o ano de 2022 (último da gestão Bolsonaro) em 14º no ranking de mais de 200 países e regiões com as maiores taxas de mortes por covid-19 por 1 milhão de habitantes. Até 25 de dezembro de 2022, finalzinho do governo Bolsonaro, o número de mortos pela covid-19 era de 692.743 brasileiros. Outros 36 milhões, quase 17% da população brasileira, contraíram a doença – em termos globais, apenas 9% da população mundial pegou covid-19.

A tragédia pandêmica não ficou somente nas mortes. A transparência do Ministério diminuiu, estatísticas foram modificadas para esconder a realidade. Vacinas se estragaram em depósitos públicos. A propaganda e as mensagens de orientação para a população oscilaram entre a omissão e a confusão, beirando as raias da mentira com recomendações para o uso de cloroquina e ivermectina contra o vírus. O papel de liderança do MS junto a governos estaduais e prefeituras desapareceu – o Consórcio Nordeste, que integra todos os estados nordestinos, adotou medidas próprias no combate ao coronavírus, ignorando e criticando as recomendações ministeriais.

Somente nos primeiros dois anos de governo (2019 e 2020), Bolsonaro colocou mais 531 militares em cargos no MS, a maioria sem qualificação em saúde, elevando em 74% o total de servidores das Forças Armadas na pasta, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU). Um estudo do Ipea, “Presença de militares em cargos e funções comissionados do Executivo Federal”, divulgado em maio de 2022, apontou que o total de efetivos das Forças Armadas em cargos comissionados de todos os ministérios cresceu 59% no governo Bolsonaro, enquanto o montante de militares em postos civis saltou 193%.

Em meio ao caos de gestão na pandemia no governo Bolsonaro, a Fiocruz, sob o comando de Nísia (que assumiu a presidência da Fundação em 2017), realizou dezenas de iniciativas importantes, tais como:

  • Forneceu ao MS mais de 180 milhões de doses de vacinas e elevou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens.
  • Organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis.
  • Ofereceu cursos virtuais para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento para pacientes de Covid-19 e ministrou treinamento em diagnóstico laboratorial para especialistas de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
  • Tornou-se laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas.
  • Coordenou o acordo entre Ministério da Saúde, Universidade de Oxford, AstraZeneca e as unidades de produção locais.

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com mestrado em Ciência Política e doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp), a carioca e capricorniana Nísia Trindade é servidora da Fiocruz desde 1987, pesquisadora de produtividade de nível superior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e sua obra acadêmica é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública.

Esta entrevista, solicitada pelo #Colabora ao MS no final de novembro, só agora se concretizou, e mesmo assim de forma indireta, com o envio das perguntas à assessoria de imprensa, que providenciou as respostas junto à própria ministra. Isso se deve à superlotada agenda de Nísia como ministra, repleta de questões complicadas para resolver em pouco tempo, numa das pastas mais estratégicas tanto para o governo, quanto para o povo brasileiro.

A espera valeu. A ministra nos dá um balanço amplo das ações que seu Ministério empreendeu nesse primeiro ano, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para a Saúde. Fala que a reconstrução e o fortalecimento do SUS é uma as suas prioridades e sinaliza o que podemos esperar até o fim de seu mandato – uma visão de saúde inclusiva:

“O que nós queremos fazer na gestão é o que chamamos de saúde para todos, e não qualquer saúde. Precisamos oferecer saúde de qualidade para todos.

Nísia Trindade, Ministra da Saúde

Nísia enfatiza também que o combate à desinformação na Saúde – que a perseguiu na Fiocruz durante toda a pandemia – agora é um programa prioritário no Ministério. A seu jeito, diplomática e acadêmica, ela não fala em fake news, mas sim de “narrativas anticientíficas”. E o nome do programa que seu Ministério lançou é “Saúde com Ciência”, com o slogan: “Proteja sua saúde. Não compartilhe desinformação”. Confira aqui os principais trechos da entrevista.

Justiça Itinerante anuncia calendário de 2024; confira datas e locais

Nota publicada originalmente no site Voz das Comunidades

O Programa Justiça Itinerante divulgou as datas de atendimento ao público em todo o ano de 2024. Entre os serviços prestados pelo programa estão a retificação de registro civil, gratuidade para segunda via de identidade, reconhecimento de paternidade ou maternidade, união estável em casamento, divórcio, e pensão alimentícia. São quatro os pontos onde o ônibus do programa Justiça Itinerante atende: Cidade de Deus, Maré / Manguinhos, Rocinha e Vila Cruzeiro / Alemão.

O que é?

A iniciativa é do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Fiocruz, para atendimento de demandas judiciais. O projeto leva juiz, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública ao encontro dos moradores dessas comunidades, de pacientes atendidos nos ambulatórios da Fiocruz e de trabalhadores da instituição que tenham renda de até três salários mínimos.

O programa é coordenado pela Cooperação Social da Presidência e do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Ensp (Dhis/Ensp) e conta com participação do Centro de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública (CSEGSF/Ensp/Fiocruz), Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Educação de Jovens e Adultos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), e Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz).

Confira o calendário de cada ponto:

Sorte a deles, azar o nosso: apostadores enfrentam dívidas com jogos de azar divulgado por influencers

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Flávia Veloso

Proibidos no país desde 1941, pela Lei das Contravenções Penais, os jogos de azar caíram na ilegalidade sob a justificativa de que: “a tradição moral jurídica e religiosa do povo brasileiro é contrária à prática e à exploração de jogos de azar”. Só permaneceu dentro da lei a Loteria Federal como uma “exceção às normas de direito penal” e para que fossem redistribuídos “seus lucros com finalidade social”.

A proibição, contudo, não esfriou o mercado de jogo ilegal, que recentemente ganhou uma nova face com os jogos de azar virtuais. “Tigrinho”, “Aviãozinho” e “Foguetinho” tomaram conta da internet, com influenciadores patrocinados por empresas do mercado de apostas divulgando diariamente em suas redes sociais esses jogos, que já foram até tema de música.

Jogos de azar na mira do Legislativo

Atualmente, em âmbito nacional, tramitam no Congresso Nacional Projetos de Lei tanto para proibir (PL 3915/2023) quanto para regulamentar (PL 4302/2023) a propaganda de cassino on-line feita por influenciadores digitais.

Além disso, passa pelo Senado Federal o PL 442/1991, que propõe a legalização dos jogos de azar, cuja última atualização foi em 2022. Para o advogado e professor Luiz César Martins Loques, doutorando em Direito da Regulação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), “toda atuação do Estado regulador, proibindo a atividade ou restringindo-a, reforça o sentido de segurança jurídica”.

Impactos na população

A psicóloga Caroline Assis Silva Dias (@psi.carolinedias), especialista em Análise do Comportamento, acredita que os fatores sociais envolvidos nos jogos de apostas online devem ser levados em consideração na proibição. “Se uma população não tem poder de compra, não ganha o suficiente para pagar suas contas e se alimentar, ela vai ver o jogo de azar como um refúgio, um lugar em que ela pode obter mais renda.”

Foi o caso de Vânia dos Anjos, moradora da Maré, que viu no Fortune Tiger a chance de fazer um dinheiro extra, mas acabou perdendo mais de R$ 2.700,00, em um dia.

“A cabeça pira, e você acha que vai ter aquele dinheiro de volta”, contou Vânia sobre o que sentia a cada rodada perdida. A psicóloga Caroline explica que esse é um sentimento comum nos jogos de azar, já que a cada rodada, não há previsão do resultado. Logo, o jogador pode esperar tanto perder quanto ganhar, o que o mantém confiante para seguir jogando.

Para Caroline, é possível que, nesse cenário, os casos de ludopatia (vício em jogo) aumentem: “Primeiro, porque agora existe a facilidade de os jogos de azar serem online, a pessoa pode jogar de qualquer lugar. Segundo, porque celebridades com grande número de seguidores fazem propaganda, o que aumenta a confiabilidade”, explica.

É golpe

São muitos, ainda, os relatos de golpes dados pelos próprios sites de jogo. Na plataforma Reclame Aqui, referência em controle de qualidade de sites na internet, páginas como “Brazino 777” e “Blaze” receberam nota regular e ruim, respectivamente. O motivo é a grande quantidade de reclamações e o “fato de ambos os sites estarem hospedados fora do Brasil, o que pode facilitar a ocorrência de golpes”, explica o Reclame Aqui.

O advogado Luiz César alerta que os usuários devem procurar a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) em casos de suspeita de golpe, mas pontua que a “interpretação da legislação atual não é clara com relação à legalidade desse tipo de serviço no Brasil.”

Pocah, Valesca Popozuda e Grupo Clareou se apresentam na segunda edição do ‘CarnaVoz’

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Banda Um Amô, Dj Zullu e bateria da escola de samba Unidos do Complexo do Alemão também são atrações confirmadas

O carnaval ainda não acabou, hoje (17) tem blocos de rua e desfile das campeãs. Mas aqui na Zona Norte, ainda dá tempo de curtir um bloquinho também. O Voz das Comunidades realiza a segunda edição do “CarnaVoz”. A concentração do evento começa às 10h na Praça de Inhaúma – Praça Vinte e Quatro de Outubro, 43. Com o lema “Aqui o quesito é Complexo”, o bloco conta com shows das cantoras Pocah, Valesca Popozuda, Banda Um Amô, Grupo Clareou, Dj Tigo e Dj Zullu, além da bateria da escola de samba Unidos do Complexo do Alemão. 

Além disso, vai rolar um concurso de melhor fantasia. As mais criativas serão selecionadas e o público vota no ganhador que leva para casa o prêmio de mil reais. O CarnaVoz terá também um trio elétrico agitando a galera, praça de alimentação e área de lazer para as crianças. O evento começa às 11h e vai até às 17h.

A ONG Voz das Comunidades estima que um público de 3 mil pessoas compareçam para aproveitar o bloco. O evento terá distribuição gratuita de água. Esta é a segunda edição do CarnaVoz, a primeira aconteceu ano passado aos pés do Morro do Adeus. Para mais informações sobre o evento acompanhe a rede social @carnavoz.  

Outros eventos de carnaval hoje

Além do CarnaVoz, hoje também acontece o desfile das campeãs na Marquês de Sapucaí. Com um show inédito de abertura do evento com participação de Anitta, Alcione, Zeca Pagodinho, juntamente com Pretinho da Serrinha e outros artistas. Depois, além da escola de samba Unidos do Viradouro, ganhadora do carnaval carioca, se apresentaram também Imperatriz Leopoldinense, Unidos do Grande Rio, Salgueiro, Portela e Vila Isabel.

A cantora Anitta também realiza seu bloco no Centro da cidade. Quase cinquenta blocos agitam este sábado nas ruas cariocas. Enfim, o que não faltam são opções para fechar o carnaval com chave de ouro. Sobretudo para quem é fã da folia.

Com informações de Voz das Comunidades e G1 da Globo.

Duas mortes em operações policiais que marcaram a semana na Maré

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A 4ª operação policial na Maré aconteceu hoje com agentes do BOPE e do BAC 

Jose Jeferson, de 27 anos e Jefferson Araújo Costa, de 22 anos, ambos homens negros, foram as duas pessoas mortas em abordagens policiais na Maré nos últimos dias. Na manhã desta sexta-feira, durante a operação que já durava cerca de 3 horas, a família de José Jeferson, ao saber que ele foi preso, pretendia acompanhá-lo, porém foi atravessada pela notícia de que, na realidade, o rapaz foi levado a UPA da Maré, segundo os relatos, já sem vida. 

Assim que a morte de José Jeferson, que aconteceu na favela Nova Maré, era comentada entre moradores, a assessoria da polícia militar ainda não confirmava o caso. A assessoria também informou que todos os agentes que atuavam no território utilizavam câmeras corporais individuais, apesar de ser possível observar o contrário ao circular no território.

O caso de Jefferson Araújo, foi noticiado nacionalmente: o jovem foi morto por um tiro à queima roupa na quinta-feira, véspera do Carnaval, na Av. Brasil, por volta das 11h da manhã, ao acompanhar um grupo de mulheres que se dirigiam ao local para chamar atenção ao fato da operação policial ter sido iniciada em pleno horário escolar, em dia de festas e bailinhos para os estudantes.

Duas dessas mulheres eram a mãe e a irmã de Jefferson, que também precisaram se mobilizar para o pedido de socorro negligenciado pelo agente policial responsável pelo disparo e todos os outros presentes. O caso de Jefferson segue sendo acompanhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que contrapõe a afirmação da polícia de que o homicídio de Jefferson seria culposo (quando não há intenção de matar), e não doloso (quando há intenção de matar), como fortemente evidenciam os vídeos gravados no momento do disparo, e que circularam nas redes sociais. 

Perguntas que não calam

Em nota, a Polícia Militar diz que o objetivo da operação é combater práticas criminosas. Como frear a violência com mais violência? Mesmo com o uso de câmeras, truculências em operações policiais continuam acontecendo. Onde está a inteligência nas operações policiais que não preservam os direitos dos cidadãos? O que se espera conseguir em ações policiais que freiam a aprendizagem? Quais oportunidades terão os jovens da Maré? Já foi comprovada em pesquisas, a dificuldade no acesso ao ensino superior.

O saldo das operações policiais que mais choca, sem dúvida, é a morte e o fato dos corpos favelados não terem o direito ao acesso à justiça. Porém os mais de 140 mil moradores da Maré lidam com mais violações e danos. Nas quatro operações policiais que aconteceram em um mês e meio na Maré este ano, são dezenas os relatos de invasões de domicílios, danos ao patrimônio, violências físicas e psicológicas. 

Pelo menos 22 unidades escolares tiveram aulas  impactadas pela operação policial de hoje na Maré. A informação é da Secretaria Municipal de Educação. Já é o 3º dia sem aulas para os estudantes do bairro. Em 2023 foram 28 dias sem aulas na Maré. 

Prejuízos para a saúde

Em plena campanha contra a epidemia da Dengue, a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva suspendeu o funcionamento e a Clínica de Família Diniz Batista dos Santos suspendeu as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, devido à operação policial em curso. A Maré registrou também há uma semana a primeira morte por dengue no Rio.

O eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré e o Maré de Notícias seguem acompanhando os casos de José Jeferson e Jefferson Araújo.