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Direitos Humanos para todos os humanos

Diferentemente do que é dito, a Declaração de Direitos Humanos defende  todas as pessoas.

Maré de Notíciais #119 – dezembro de 2020

Por Andressa Cabral Botelho

Em 10 de novembro de 1948, foi promulgada, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a Declaração dos Direitos Humanos, normas básicas para a boa convivência de toda e qualquer pessoa na sociedade, sem nenhum tipo de distinção. Entretanto, com a onda conservadora que temos vivido, ouvimos com certa frequência que os Direitos Humanos são para um grupo específico e não para toda a humanidade. Mas afinal, o que são os Direitos Humanos?

Direitos Humanos são direitos indispensáveis para que qualquer pessoa possa viver, independentemente de classe social, raça, gênero, religião, orientação sexual ou nacionalidade. Eles tratam de questões básicas e fundamentais para a sobrevivência humana, como direito à vida, alimentação, moradia, liberdade, entre outros. “Os Direitos Humanos passaram a ser garantidos no Brasil graças à Constituição Federal de 1988. Por serem direitos constitucionais, o Estado deve garanti-los, também, como forma de pôr fim às desigualdades sociais, de gênero e raça”, destacou Paloma Oliveira, advogada, membra da Comissão de Igualdade Racial OAB Leopoldina e pós-graduanda em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS.

O documento surge após o trauma da Segunda Guerra Mundial, que vai desde a morte de milhares de combatentes até o genocídio de mais de seis milhões de civis no holocausto e nos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. A declaração marcou uma das primeiras ocasiões em que os países que faziam parte da Assembleia chegaram a um acordo por um bem comum: igualdade de direitos a toda humanidade.

Na declaração, a ONU definiu 30 direitos e liberdades que não podem ser tirados de nós ou transferidos a outras pessoas. Eles não podem ser negados a nós, e é nosso dever conhecer e lutar diariamente para que os nossos direitos sejam respeitados. Afinal, Direitos Humanos são para todos os seres humanos.

“Os Direitos Humanos servem para reprimir condutas violentas, e com a força e importância que a legislação dá a esse assunto, o Estado deve garantir a dignidade humana, a não discriminação, a liberdade, a proibição de tortura, a igualdade entre as pessoas, etc.”

Paloma Oliveira, advogada, membra da Comissão de Igualdade Racial OAB Leopoldina.

O debate no Brasil

Diante das desigualdades, percebe-se que o Estado brasileiro não cumpre o seu papel de garantir tais direitos, deixando uma lacuna, preenchida por instituições e pela própria sociedade civil. Esses grupos lutam pela garantia dos direitos humanos por entenderem que estes deveriam contemplar todas as pessoas, mas essa não é a realidade atual. O ano de 2020 e a crise sanitária do novo coronavírus deixaram essa questão em evidência: na falta do Estado, foram as pessoas e instituições que se articularam, para distribuir cestas de alimento, exigiram a proibição das operações policiais, solicitaram cartões de alimentação referente à merenda escolar, por exemplo. 

O Brasil tem sido um local perigoso para quem defende esses direitos. Em 2019, pelo menos, 23 defensores de Direitos Humanos foram mortos no país, de acordo com o relatório anual publicado pela organização Frontline Defenders. No mundo, o país é o quarto mais violento para quem defende ativamente tais direitos. “Os Direitos Humanos visam reprimir condutas violentas, e com a força e importância que a legislação dá a esse assunto, o Estado deve garantir a dignidade humana, a não discriminação, a liberdade, a proibição de tortura, a igualdade entre as pessoas, etc.”, lembra Paloma.

É importante sempre lembrar de Marielle Franco, que lutou por melhores condições de vida para mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e favelados. O seu legado é para que qualquer pessoa, não apenas os ativistas, possa lutar diariamente para diminuir as desigualdades sociais.

Você acha que todas as pessoas deveriam ter direito: 

  • à vida?
  • à alimentação?
  • à segurança?
  • à educação gratuita de qualidade?
  • à liberdade de ir e vir?
  • à liberdade de expressão e opinião?
  • a serem tratados de forma igual?

Se você respondeu SIM a essas perguntas, você é um defensor de Direitos Humanos.

Você já leu a Declaração dos Direitos Humanos? Confira aqui.

Moradores da Maré se organizam e arrecadam alimentos durante a pandemia

Pessoas, projetos e grupos de torcidas organizadas têm realizado ações de solidariedade pelas 16 favelas da Maré

Por Hélio Euclides, em 07/12/2020, às 18h
Editado por Andressa Cabral Botelho

O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, de acordo com o último relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo o IBGE, a desigualdade aumentou no Brasil em 2018. De toda a renda do país, 40% estão concentrados nas mãos de 10% da população, cerca de 104 milhões de brasileiros. A metade mais pobre da população vivia em 2018 com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. A pandemia deixou ainda mais explícita essa desigualdade social. Mas com ela, vimos também diversas empresas e instituições que trabalharam neste período com responsabilidade social, a solidariedade foi a ação mais potente nas favelas e periferias. 

Pessoas simples arregaçaram as mangas e tentaram mudar a situação de seus territórios. Na Maré não foi diferente: diversos foram os casos de mareenses que se doaram para ajudar o vizinho ou pessoas que nem conhece dentro da favela. Luiza Aguiar foi uma dessas pessoas que percebeu que era necessário fazer algo. Assim nasceu o Projeto Beleza Solidária, que toda terça-feira oferece serviços no salão de cabeleireiro localizado na Vila do João, uma das favelas da Maré, em troca de quilos de alimentos. O que é arrecadado é doado para pessoas que não tem comida em casa. O sinal vermelho acendeu quando percebeu que os clientes estavam afastados, pois faltava emprego e dinheiro. “A Joana Dark Braga, dona do salão, veio com a ideia da ação solidária, e abracei a proposta. Queríamos ajudar com dinheiro, mas não tínhamos. Então, resolvemos trocar serviço por alimentos. O projeto é algo pequeno, mas podemos ajudar várias famílias”, diz Aguiar. A dupla começou a divulgar nas redes sociais e recebeu apoio de diversas pessoas.

Uma instituição da Ilha do Governador deu a partida com cestas básicas e depois os próprios moradores se sentiram incentivados a participar da iniciativa. O salão oferece tratamento no cabelo de escova e corte, pintura de unhas e cuidados com a sobrancelha. “Quando começamos a efetuar as entregas das cestas, percebemos realmente que aquela pequena ajuda estava sendo uma luz para muitas famílias. Do outro lado, algumas pessoas se sensibilizaram e vinham deixar comida mesmo sem querer os serviços prestados”, diz a cabeleireira. Cada edição da ação consegue em média 40 quilos de alimentos. 

Para ela, o ato é uma mistura de sentimentos, como gratidão, esperança e felicidade. “Poder levar um sorriso para as pessoas é muito satisfatório. Também recebemos fraldas para duas crianças, que em troca nos ensinam o valor da vida”, comenta. A dupla já conseguiu cerca de 140 cestas. Algumas dessas cestas são doadas para motoristas de transporte alternativos que, durante o fechamento dos shoppings, ficaram sem trabalho. 

Muito além do alimento

Para alguns, a solidariedade já vem de muito tempo, mas se intensificou na pandemia. Mônica Galeno sempre foi envolvida em causas sociais como colaboradora. “Na pandemia, especificamente, vi muitas pessoas com grande necessidade de ajuda não só em alimentos. Com auxílio de outras pessoas que abraçaram a causa, ajudamos uma grande quantidade de pessoas nesses meses”, diz. Ela oferece tratamento no cabelo para quem não tem como pagar, no seu salão de cabeleireiro na Vila dos Pinheiros.

A mobilização conseguiu cestas básicas, kits de higiene e escovação, direcionamento para tirar documentos, roupas e doação de sangue. “A causa é a solidariedade, ajudar sem questionamentos. Vimos muitas necessidades dentro da própria comunidade. Nós somos as formiguinhas que fazem um trabalho silencioso. Mesmo com ações solidárias, ainda precisamos de mais união para conseguir um propósito. Não dá para esperar o governo, precisamos fortalecer a favela”, expõe. Galeno realiza o seu trabalho em conjunto com o Maré Solidária, grupo que realiza ações solidárias no território, e o Fla Maré, grupo de amigos torcedores do Flamengo. 

A parceria com o Maré Solidária aconteceu em um momento muito difícil na vida da cabeleireira e demonstra que não é só gentileza que gera gentileza. Solidariedade também gera solidariedade “Conheci o Rafael, do Maré Solidária, quando minha casa pegou fogo no início deste ano, e ele me estendeu a mão. Digo que o que jogamos para o universo tem um retorno. A minha casa ficou muito deteriorada, não foi nenhuma grande empresa ou governo que me ajudou, mas os moradores. Cada um deu um material para a reforma, isso fez a diferença para a construção”, comenta. Ela agora está mobilizada para ajudar uma família que o lar pegou fogo na Vila do João.

Muito além do futebol

Alguns estão na solidariedade como mobilizadores. Victor Hugo Soares é um desse que agitam os colaboradores. Além de estudar para se tornar barbeiro, ele trabalha em conjunto com torcidas locais e o Maré Solidária. Além dos cortes de cabelo nas ações sociais, há coleta para pagamento de enterro. No final do ano, consegue com ajuda de amigos da Via C/11, na Vila dos Pinheiros, doações para um abrigo na Avenida Brasil. “Com esses projetos a gente segue ajudando com pouco quem não tem nada. Precisamos de uma corrente de projetos bons. Nossa comunidade é difícil de ter ajuda do governo, então nós temos que nos se agarrar uns nos outros e ajudar quem mais precisa”, resume.

“O coletivo vem quando tem alguém que precisa. Outro dia com o Paixão Fla Maré fizemos um mutirão, conseguimos mais de três cestas básicas e compramos um botijão com kit completo para uma moradora que precisava. Outra vez uma casa pegou fogo na Nova Maré e conseguimos colaborar com a família”, expõe. Agora em conjunto com o Fla Bagdá tentamos conseguir alimentos e móveis para duas famílias que perderam as casas em um incêndio na Vila do João. 

Quem desejar colaborar com as ações solidárias:

Projeto Beleza Solidária – 96586-8728 / 98078-3133
Mônica Galeno – 99082-8227
Victor Hugo Soares – 97969-2245 / 97563-4936

A polícia não vai mudar

Por Silvia Ramos, publicado em Rede de Observatórios da Segurança em 24/11/2020
Postado por Edu Carvalho em 07/12/2020 às 14h42

Emilly e Rebecca estavam brincando na porta de casa, no bairro Pantanal em Caxias, no fim da tarde. Numa fração de segundos, estavam no chão, com uma bala na cabeça e outra no tórax. Uma rajada só. Moradores dizem que os tiros partiram da polícia. Policiais dizem que foram atacados por criminosos. 

Fazendo pesquisas e projetos sobre violência e segurança pública há mais de 20 anos no Rio de Janeiro, me pergunto quantas vezes ouvi esse enredo e quantas foram as tragédias envolvendo crianças. A plataforma de dados Fogo Cruzado nos informa que só em 2020 foram 8 crianças mortas por balas perdidas no Rio de Janeiro. Porém, em outras ocasião já se comprovou que o tiro partiu dos agentes. Foi a polícia que matou Ágatha, no Complexo do Alemão e João Pedro, no Salgueiro, em São Gonçalo. 

Me pergunto se não vamos obrigar a polícia a mudar. Mas sei que a polícia não vai mudar. Não existe treinamento, reciclagem, mudança de comando do batalhão, imposição de mecanismos de controle de uso da força, punição para abusos policiais que sejam capazes de produzir mudanças significativas na polícia fluminense.  

A única forma de reduzir os danos causados pelas polícias é reduzir as polícias. Reduzir os efetivos, os armamentos, o método de policiamento baseado em rondas e abordagens preventivas e principalmente reduzir os investimentos em polícia.

De acordo com o estudo A política de segurança pública no Rio de Janeiro é ineficiente e financeiramente insustentável, o valor destinado à área, 12,7 bilhões, é quase o previsto com todos os gastos com saúde e educação – R$ 14,5 bilhões, ou 17,9% do orçamento. Mas se considerarmos também os gastos com aposentadorias e pensões de funcionários públicos do setor de segurança pública (R$ 8,5 bilhões), esse montante alcança 21,2 bilhões, ou 26,3% do orçamento estadual. O Rio de Janeiro é o estado brasileiro que mais gasta em segurança pública, proporcionalmente ao orçamento. 

Mesmo com um investimento de 21 bilhões na área de segurança, a polícia não melhora, não altera procedimentos que causam tragédias nas favelas e periferias. Pelo contrário: o orçamento recorde coincidiu com o recorde de mortes por intervenção policial (1.814 mortes em 2019). Ao ponto do Supremo Tribunal Federal (STF) ter que intervir no Rio de Janeiro, para controlar a letalidade das operações durante a pandemia. 

A resposta de quem analisa esses fenômenos é que para controlar a criminalidade e a violência policial é preciso reduzir os investimentos que causam dor e morte há tantos anos. Menos polícia, mais educação, saúde, assistência social, cultura e direitos humanos.

*Silvia Ramos é coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania – CESeC

Como a água do Rio Guandu acaba nas torneiras da Maré?

É difícil entender como um rio que nasce no estado de São Paulo abastece mais de 9 milhões de pessoas no RJ? Não esquenta, a gente desenha pra você o caminho da água até sua casa.

Reportagem: Ruth Osório e Breno Souza
Arte:
Giulia Santos
Edição:
Fred Di Giacomo

Para o rio Guandu fornecer a água que abastece as casas do Complexo da Maré, o caminho é longo e interestadual. Nascendo nas serra paulistana, o rio Paraíba do Sul, junto com os rios Piraí e Vigário, foram transpostos para a Bacia do Ribeirão das Lajes pela Light como forma de aumentar a produção de energia para o Rio de Janeiro, em 1952. Essa obra aumentou em mais de 20 vezes a vazão do rio Guandu, que hoje é o principal manancial de abastecimento do estado do Rio de Janeiro. Nos seus 63 km de extensão, o rio Guandu corta 8 municípios: Piraí, Paracambi, Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, desembocando na baía de Sepetiba.

Água para 9 milhões
Esse sistema de abastecimento de água, chamado Sistema Guandu e inicialmente projetado para suprir a demanda de água do Rio até 1970, foi sendo ampliado com desafio de servir água potável para 9 milhões de pessoas. Hoje, segundo a Cedae, o rio Guandu abastece cerca de 85% da população da capital e de 70% da Baixada Fluminense.

Cocô na água? 
A ocupação das indústrias e casas na bacia do Guandu, associada a ausência de esgotamento sanitário, tornam suas águas bem diferentes, hoje: o manancial mais importante da Região Metropolitana do Rio de Janeiro se encontra poluído por esgotos domésticos e industriais, comprometendo a saúde de 9 milhões de pessoas. O incidente da geosmina, no início de 2020, representam bem esse contexto: milhares de pessoas, tendo sua saúde e renda comprometidas, compraram água mineral por meses, porque as águas do Guandu estavam contaminadas por esgoto sanitário.

Segunda cidade que mais consome água no BR
A Organização das Nações Unidas (ONU) define que a Segurança Hídrica está associada a disponibilidade e qualidade suficientes de água para o atendimento das necessidades humanas, como prioridade, econômicas e conservação dos ecossistemas aquáticos.

O contexto do Rio de Janeiro é de grande insegurança hídrica: não temos mais onde buscar água e não cuidamos bem dos nossos mananciais.  Essa realidade contrasta com os dados do SNIS 2018: o consumo médio per capita de água no Rio de Janeiro é de 328,22 l.hab/dia, mais da metade de média nacional ( 154,88 l.hab./dia), tornando o Rio a cidade de maior consumo de água do país.

Maior estação de tratamento
Após a captação de água do Rio Guandu, essa água é bombeada para a Estação de Tratamento do Guandu, em Nova Iguaçu. A ETA Guandu é a maior ETA do mundo, capaz de tratar 43m³ por segundo continuamente (CEDAE).

O processo de tratamento na ETA Guandu é o chamado convencional, que conta com os seguintes processos físico-químicos: coagulação química, floculação, decantação, filtração, desinfecção e correção de pH e fluoretação.

Quanto custa sua água?

O tratamento de água não é um processo simples e nem barato. Inclusive, de acordo com a Lei das Águas (9433/97), a água é um bem de todos. Isto é, não podemos pagar pela água em si, apenas pelo tratamento dela. Quanto mais poluído um corpo hídrico, mais produtos químicos são necessários para torná-lo potável, dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde.

Mais poluição, mais custos

O Relatório Anual da CEDAE de 2019 mostra que, diariamente, são gastos 100 toneladas de sulfato de alumínio e cloreto férrico, 200 quilos de polieletrólito, 20 toneladas de cal virgem,15 toneladas de cloro gasoso e 7 toneladas de ácido fluorsilícico. Além disso, a ETA consome energia capaz de abastecer uma cidade de 600.000 habitantes para produzir essa água tratada.

Rede de Distribuição de Água
Após tratada, a água deixa a ETA através de dois subsistemas: o subsistema Marapicu e subsistema Lameirão.

O subsistema Lameirão é o responsável por atender toda a área do Complexo da Maré, que faz parte da região Leopoldina, assim como a Zona Oeste, uma parte da Zona Norte e Sul, Centro, Nilópolis e uma parte da Baixada Fluminense. Nessa subsistema, a água deixa a ETA através de um túnel subterrâneo até a elevatória do Lameirão, no bairro de Santíssimo, que segue até chegar no Reservatório dos Macacos, no Jardim Botânico.

Rede de Abastecimento de água na Maré
Em setembro de 1985 foi criado na CEDAE o Grupo Especial da Maré com fins de gerenciamento das obras de saneamento demandas pela Maré. No projeto estavam inclusos a execução de sistemas de drenagem pluvial, abastecimento de água, coleta de esgotos sanitários e urbanização geral da área. 

Apesar da construção do Núcleo Cedae na Maré, o diálogo dos moradores com a CEDAE não é fácil. Não temos acesso aos mapas da rede de abastecimento de água, informações sobre o funcionamento das elevatórias, total de água distribuída para Maré e nem sobre as necessidades de manutenção da rede. 

Maré seca
Apesar das obras de ampliação da ETA Guandu, muitas regiões que são abastecidas pelo Sistema Guandu/Lajes/Acari (os principais do estado) não tem acesso ao serviço pleno ou sequer possuem água canalizada em casa. 

Dados do Censo Maré (2019) mostram que cerca de 151 domicílios não têm acesso a rede de abastecimento. Além da gravidade do fato de que 453 moradores da Maré não têm acesso à água, esses dados não revelam, por exemplo, se os moradores da Maré têm água todos os dias saindo de suas torneiras. Ou seja, mais do que água canalizada em casa é preciso ter água todos os dias e com qualidade.

Lançamento do Esgoto
Depois que essa água é usada (e descartada) nas nossas casas, ela deveria ter um destino certo: ir direto para uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE) na forma de esgoto doméstico. Na realidade, 0% do esgoto da Maré é tratado e os problemas com a rede de esgotamento sanitário – a estrutura que recolhe o esgoto das casas- são inúmeros, fazendo com que os moradores convivam diariamente com transbordamento de esgoto nas ruas e nos valões. 

Alegria de pobre
A ETE Alegria, construída ao lado da Maré, não atende nenhum morador do Complexo porque a rede de esgotamento sanitário da Maré não tem ligação com a ETE. Inclusive, quando a ETE foi construída, fazendo parte do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, as obras também incluíam a ligação com a Maré, o que não aconteceu. Dessa forma, o esgoto sai das casas da Maré, vai para os valões que seguem diretamente para a Baía de Guanabara.

400 toneladas de tranqueira por dia
O Diagnóstico do estado da Baía de Guanabara (2016) revela que 400 tonelada de matéria orgânicas são lançadas diariamente na Baía. Desse total, cerca de 20% têm origem de efluentes industriais ou das próprias estações de tratamento de esgoto. No final das contas, quem continua sofrendo com a política de precarização do saneamento básico são aqueles que já estão vulnerabilizados, já que a poluição das águas impede atividades econômicas dos moradores e também recreação, além de diminuir a qualidade das águas ainda potáveis, dificultando ainda mais o acesso. 

Esta é a terceira reportagem de uma série sobre o direito à água na Maré. Uma parceria entre o data_labe e o Maré de Notícias.

Aqui se doa talento, trabalho e tempo

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Melhorar o mundo ou o seu redor por meio do voluntariado se tornou uma ação constante durante a pandemia.

Maré de Notícias #119 – dezembro de 2020

Por Hélio Euclides

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 05 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário, em 1985, com a intenção de promover ações em todas as esferas da sociedade, ao redor do mundo, tendo como meta os Objetivos do Milênio. Definidos pela própria ONU, em 2000, eles inspiram os voluntários a atuar de modo a diminuir a extrema pobreza e a fome, garantir o ensino básico para todos, promover a igualdade entre os sexos, reduzir a mortalidade infantil, viabilizar a sustentabilidade ambiental, entre vários outros objetivos. Na Maré, existem diversos voluntários que dedicam seu tempo ao serviço de melhoria do território.

Em 2017, o IBGE realizou uma pesquisa, segundo a qual,  no Brasil, 7,4 milhões de pessoas realizam trabalho voluntário. Giuliana Preziosi, especialista em sustentabilidade e voluntariado, ainda acha que são poucos, mas acredita que, com a pandemia, veio um movimento da solidariedade com um aumento da doação de pessoas físicas e jurídicas. Criou-se uma rede filantrópica. “Por outro lado, a desigualdade social veio à tona, algo que sempre existiu. Foi pedido o distanciamento social e lavar as mãos, mas como isso pode acontecer em casas com apenas um quarto para muitas pessoas e falta d’água?”, expõe. 

O sistema de voluntariado ainda, tem altos e baixos. O índice global de solidariedade (World Giving Index), realizado em 146 países, perguntou a mais de 150 mil pessoas se, no mês anterior à consulta, doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário. Em 2018, o Brasil teve registrado o seu pior desempenho, saindo da posição de número 75 para o 122º lugar no ranking.

E,  mesmo com a queda nessa lista, o país teve bons exemplos dentro da atuação voluntária. Um exemplo de sucesso foi Paraisópolis, em São Paulo, onde moradores demonstraram e desenvolveram o sentido de pertencimento do território. “Na periferia, percebe-se o senso de coletividade, de mudança do território. Mas, por que ser voluntário? O mundo está com problemas em relação ao direito dos mais vulneráveis. Temos a necessidade de mudanças, de se indignar com tudo isso e querer fazer algo para o outro. A doação é gratificante para quem dá e para quem recebe”, conta. O Conselho Nacional de Saúde afirma que o voluntariado faz bem para o sistema imunológico, com sentimento de felicidade e satisfação. 

“O ato de ser voluntário me engrandeceu muito como ser humano. Atuei para o local onde nasci e tive a oportunidade de conhecer as dificuldades da minha favela profundamente. Chorei muito quando vi a precariedade do nosso povo.”

Eduardo da Silva, morador da Nova Holanda e voluntário da campanha Maré Diz NÃO ao Coronavírus
Eduardo da Silva quando realizou o trabalho voluntário na campanha – Foto: Douglas Lopes

Voluntários contra um vírus

Uma campanha de sucesso foi a Maré diz NÃO ao Coronavírus, idealizada pela Redes da Maré em conjunto com outras instituições. A ação deu-se em várias frentes, entre elas, a segurança alimentar, que chegou a atender 17.648 famílias com a entrega de cestas de alimentos e kits de higiene pessoal e de limpeza, somados a 53.350 refeições para pessoas em situação de rua, no período de 27 de março a 14 de outubro. 

A campanha mobilizou 56 voluntários regulares e outros 24 de forma esporádica, sendo a maioria moradores do território. “Se não fossem os voluntários, esse trabalho não tinha sido realizado. Foi uma demanda de logística, que necessitava de cerca de 50 pessoas diariamente nas entregas e fabricação das quentinhas. A importância de tudo isso é que as pessoas se mobilizaram por razões diferentes, todas com muito desejo de ajudar a favela onde moram”, conta Maira Gabriel, coordenadora da Redes da Maré.

Ela detalha que os voluntários tiveram interesse em participar da campanha, conheceram as diretrizes da Redes da Maré, ocorrendo, assim, um processo de formação política e um alinhamento com o que a instituição entende como importante para o território. “Foi muito bom ver esse trabalho comunitário. Além disso, os voluntários não se conheciam, viraram amigos e criaram uma rede de apoio. Foi muito potente como experiência”, diz. Após a campanha, alguns voluntários foram contratados em outras frentes, seja de uma forma temporária ou definitiva. 

Um dos que fez parte da campanha foi Eduardo da Silva, morador da Nova Holanda, uma das 16 favelas da Maré. “A Redes da Maré corria atrás das doações, e eu percebi que precisava de pessoas para levar as cestas básicas para quem precisava. Quando começou a campanha, eu estava em casa, sem trabalho e fui me voluntariar. Percebi que era o momento de ficar junto e recebi alegria”, expõe. Ele explica que o voluntariado vai além de não ficar em casa ou trabalhar de graça. “O ato de ser voluntário me engrandeceu muito como ser humano. Atuei para o local onde nasci e tive a oportunidade de conhecer as dificuldades da minha favela profundamente. Chorei muito quando vi a precariedade do nosso povo”, conta.

A diretora Cristine Fontoura e o jardim da Escola Municipal Professor Josué de Castro – Foto: Matheus Affonso

Uma Maré de voluntários 

A pandemia trouxe muitas outras iniciativas, dentre elas, o projeto De Mulher pra Mulher Gospel. Alice Oliveira se uniu com mais de 15 mulheres voluntárias para atividades de conscientização. “Sentimos a necessidade de nos comunicar com mulheres por meio das redes sociais. Nosso desejo é produzir conteúdo que minimizasse os efeitos emocionais da pandemia”, explica. O grupo organiza lives com temas como empreendedorismo, depressão, ansiedade e pânico. 

No mês de setembro, o grupo foi para as ruas da Maré com balões e cartazes, para falar sobre a prevenção do suicídio. Em outubro, foi a vez da caminhada feminina para a conscientização sobre a importância do autoexame das mamas. No mês passado, ocorreram uma doação de sangue coletiva e a participação na campanha Novembro Azul. “Para mim, é uma necessidade ser voluntária. Eu não consigo ver pessoas ao meu redor precisando de assistência e ficar com os braços cruzados no conforto do meu lar”, conclui. A longo prazo, o grupo pretende conseguir um espaço físico onde possa oferecer assistência emocional e social para as mulheres. 

Projeto De Mulher pra Mulher Gospel durante a marcha do outubro rosa – Reprodução

Quem vê uma mulher cuidando das plantas e pintando canteiros da Escola Municipal Professor Josué de Castro, na Vila do João, não imagina que a própria diretora é responsável pela jardinagem do colégio. Com ajuda de professores, alunos, ex-alunos e responsáveis, Cristiane Lagarto Fontoura monta o jardim pergolado e bancos reciclados para os estudantes terem um espaço de aconchego na hora do recreio. “Somos todos voluntários. Isso demonstra dedicação, conscientização e carinho pela escola”, resume.

Geraldo de Oliveira – coordenador da Biblioteca Nélida Pinon, em Marcílio Dias – Foto: Matheus Affonso

A diretora conta que a educação ambiental só é possível quando envolve a todos nos cuidados das árvores, arbustos e paisagismo. O trabalho voluntário já ultrapassa o portão da escola, com a pintura do muro. Outra novidade é que um ex-aluno está fazendo um mosaico de ladrilho em forma de roda na parte externa do muro. Esses trabalhos já trazem resultados. “Depois que estas ações foram iniciadas, a escola nunca mais foi invadida”, afirma. Em Marcílio Dias, Geraldo de Oliveira iniciou as atividades da Biblioteca Comunitária Nélida Piñon. Além de oferecer um espaço para a leitura, o local disponibiliza uma geladeira, cheia de livros, para as pessoas poderem trocar exemplares ou simplesmente levá-los, sem precisar preencher nenhuma ficha. O trabalho já mobiliza outras pessoas, que agora organizam ações sociais e passeios para as crianças da favela. “O voluntariado é a mola que alavanca muitos projetos sociais neste país. Sem essa mão de obra, certamente muitas pessoas não seriam assistidas. O presente é o amor ao semelhante e o sorriso de uma criança. Penso que ninguém consegue ser feliz sozinho”, conta. Oliveira ainda colabora mensalmente e faz doação de materiais escolares no início de cada ano para moradores de Pedra Atravessa, no sertão da Paraíba.

Ronda Maré de Notícias: Saúde da cidade do Rio pode entrar em colapso

Nota Técnica da UFRJ aponta medidas para conter a disseminação do vírus

Por Andressa Cabral Botelho, em 04/12/2020, às 19h57
Editado por Edu Carvalho

A população fluminense viu crescer ao longo das últimas semanas o número de casos e mortes pelo novo coronavírus no estado do Rio, que nesta semana passou a ter a maior taxa de mortalidade do país, de acordo com levantamento do MonitoraCovid-19, desenvolvido pela Fiocruz. Ao todo são 131 mortes por 100 mil habitantes. Com isso, o levantamento indica também que o sistema de saúde, principalmente da cidade do Rio de Janeiro, está à beira de um colapso. 

No dia 04 de dezembro, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no município do Rio é de 91% e 344 pessoas aguardavam na fila por um leito de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) na capital e na Baixada Fluminense. Por meio de Nota Técnica, Grupo de Trabalho (GT) Multidisciplinar para o Enfrentamento da covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) destacou o aumento dos números de casos e mortes e apresentou medidas para conter a disseminação do vírus nesse momento, analisando a crescente dos números. Como soluções, o GT aponta que deveriam ser tomadas algumas medidas, como:

  1. Abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI, além de contratação imediata de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos e aquisição de insumos e equipamentos para a assistência aos pacientes;
  2. Ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos, rastreamento de seus contatos e isolamento para pessoas que testarem positivo;
  3. Reforço nas campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas. 
  4. Ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar aglomeração. 
  5. Retroceder na liberação das praias. 
  6. Avaliação da decretação de lockdown em caso de piora.

Diante o atual cenário, o Comitê Científico do município recomendou recuo para a primeira fase da flexibilização da cidade, incluindo implantar medidas de isolamento. Entretanto, as medidas não foram seguidas pelo prefeito Marcelo Crivella. O governador em exercício Claudio Castro voltou a descartar a possibilidade de realizar um fechamento total das atividades do estado mesmo com o avanço dos números. Em reunião nesta sexta-feira, prefeito e governador concordaram em ampliar a fiscalização sobre o uso de máscara e distanciamento social. A partir de segunda-feira (07) as aulas municipais estarão suspensas. Foi anunciado também que o governo do estado irá abrir 386 leitos na próxima semana, sendo 314 de UTI, enquanto o município irá ofertar nos próximos 15 dias 170 leitos de enfermaria e mais 50 de UTI nos próximos 21 dias. Além disso, todos os tomógrafos da rede municipal de saúde vão funcionar 24 horas por dia.

Os números são preocupantes: 2.456 novos casos e 126 novas mortes, de acordo com o Ministério da Saúde, totalizando 367.641 casos confirmados e 23.017 mortes confirmadas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Na cidade do Rio de Janeiro são mais de 143 mil pessoas infectadas e mais de 13 mil mortes, segundo o Painel Rio Covid-19, da Prefeitura. A Maré tem hoje, 04 de dezembro, 2.449 casos e 158 mortes – entre confirmadas e suspeitas, de acordo com levantamento realizado pelo Painel Unificador COVID-19 nas Favelas do Rio de Janeiro. As favelas já somam 20.213 casos e 2.354 mortes pelo novo coronavírus.

SES e Dados do Bem

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) inicia o programa de ampliação de testagem por RT-PCR para covid-19. Os testes poderão ser agendados pelo aplicativo Dados do Bem e os exames serão realizados em três polos: no Colubandê, em São Gonçalo, no Hospital Estadual Alberto Torres e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA); e em Volta Redonda, no Hospital Regional do Médio Paraíba Dra. Zilda Arns. Serão feitos 1500 exames por dia. O teste é para pacientes sintomáticos a partir de 12 anos que estejam entre o primeiro e o sétimo dia de início dos sintomas, além de pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados de Covid-19. 

O exame é feito através da coleta de amostras no nariz com uma espécie de cotonete. Caso de resultado positivo para Covid-19, o paciente poderá indicar até cinco contatos de familiares para realizarem testes também.

Defensoria Pública em Ação na Maré

Assim como aconteceu em novembro, o projeto “Defensoria Pública em Ação na Maré” terá mais uma edição on-line no dia 12 de dezembro, para garantir mais acesso à justiça aos moradores do Conjunto de Favelas da Maré. Serão atendidas as demandas da área cível e criminal, com levantamento prévio da equipe da Redes da Maré. Os atendimentos precisam de agendamento prévio. Para garantir a sua vaga, envie mensagem de texto para a Redes pelo WhatsApp (21) 99924-6462 de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, até o dia 07 de dezembro (segunda-feira). Caso o agendamento seja feito depois do dia 07/12, ele será recolocado na ação de janeiro de 2021. Saiba mais.

Distribuição de água irregular

A Cedae segue realizando reparo emergencial na Elevatória do Lameirão, que abastece as cidades do Rio de Janeiro e Nilópolis. A concessionária tem operado com 75% de sua capacidade e, com isso, diversos bairros vem sofrendo com falta de água. O prazo para conclusão do reparo permanece o mesmo informado anteriormente: em até 19 dias. A empresa disponibilizou o mapa, que será atualizado diariamente, das áreas potencialmente afetadas pelo serviço. O material pode ser acessado pelo site da empresa.

Bandeira II durante o mês de dezembro nos táxis

No mês de dezembro, a Secretaria Municipal de Transportes autorizou que táxis amarelinhos usassem a bandeira II, conforme Resolução 3328, publicada no Diário Oficial. A cobrança, feita anualmente, é válida durante todo o mês de dezembro e está prevista no Código Disciplinar do modal. O valor do quilômetro rodado da bandeira II é de R$ 3,12, enquanto a tarifa convencional é de R$ 2,60 por quilômetro rodado. Para quem utiliza o serviço, a dica para quem utiliza é instalar no celular do aplicativo Taxi.Rio, que oferece descontos de até 40%.

Raiva animal

Começou a campanha municipal de vacinação antirrábica 2020. Leve seus bichinhos de estimação. A campanha acontece neste sábado (05), das 9h às 16h em algumas localidades da Maré:

– Associação de Moradores de Marcílio Dias – Rua Lobo Júnior, 83. 
– CMS Américo Veloso – Rua Gerson Ferreira, 100, Praia de Ramos.
– EM Teotônio Vilela – Rua Manoel Falcão Alves Maranhão, S/N, Conjunto Esperança.
– Associação de Moradores da Vila do João – Rua quatorze, 222. 
– Associação de Moradores da Vila dos Pinheiros – Via A/1, 73.
– XXX Região Administrativa – Rua Principal, S/N, Nova Maré.
– Associação de Moradores do Morro do Timbau – Rua dos Caetés, 30.
– Associação de Moradores da Baixa do Sapateiro – Rua Nova Canaã, 08.
– Associação de Moradores da Nova Holanda – Rua Tancredo Neves, S/N.
– Associação de Moradores do Rubens Vaz – Rua João Araújo, 50.
– Associação de Moradores do Parque União – Rua Ari Leão, 33. 
– Associação de Moradores do Parque Maré – Rua Flávia Farnese, 45.
– Mini Centro de Castração – Avenida Brasil, em frente a passarela 9.

Sebrae Negócios – Food Service

O Sebrae Rio e o SENAC realizam em parceria o evento Sebrae Negócios – Food Service. O evento online e gratuito vai acontecer de 08 a 10 de dezembro, de 10h às 19h, e oferecerá palestras e oficinas com grandes nomes do setor de alimentação, como o Chef de cozinha e empresário Claude Troisgros. Confira a programação completa no link.

Agenda cultural

Começou na quinta-feira (03) e vai até domingo (06) a primeira edição virtual da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP. A programação é gratuita e começa às 18h com a mesa Diásporas, reunindo a londrinense Bernardine Evaristo, primeira escritora negra a receber o Booker Prize, e a carioca Stephanie Borges, vencedora do IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura na categoria poesia com seu livro de estreia, Talvez precisemos de um nome para isso, de 2019. Confira a programação completa e saiba como assistir aqui.

Até o domingo, dia 06, acontece a apresentação do espetáculo Jacksons do Pandeiro. No sábado e domingo o espetáculo será apresentado em dois horários, 17h e 20h, sendo o primeiro dos dois dias acessíveis em libras. Basta acessar o link e escolher a sessão desejada.

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Terça-feira (01/12)

Edição Especial do Radar Covid-19: Favelas reúne relatos de Agentes Comunitários de Saúde, por Edu Carvalho. Leia mais.
Redes da Maré recebe Destaque do Prêmio Innovare por iniciativa que promove acesso à justiça, por Edu Carvalho. Leia mais.
Dia Mundial de Luta contra AIDS marca redução de vírus no país; SUS é responsável pelo tratamento, por Edu Carvalho. Leia mais.

Quinta-feira (03/12)

Maré tem onda de incentivo à leitura durante a pandemia, por Hélio Euclides e Thaís Cavalcante. Leia mais.
Moradores denunciam falta de água na Maré e no Rio, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
Eduardo Paes define secretários para nova prefeitura; cria da Cidade de Deus faz parte do time, por Edu Carvalho. Leia mais.
Festa Literária das Periferias, FLUP, celebra as Feministas Negras Brasileiras, por Pilar Boyero, especialmente para o Rioonwatch. Leia mais.

#CaiuNaRede é fake?

Checagem 1: Banco no Rio foi roubado, não se sabe a quantia em dinheiro levada
Checagem 2: Eduardo Paes sancionou lei que proibia Uber no Rio, mas em 2016
Checagem 3: É verdade que ninguém pode ser obrigado a fazer intervenção cirúrgica