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Por Dentro da Maré #1 Fé e vírus não se misturam

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Como as igrejas e representações religiosas da Maré se comportam na pandemia

Jéssica Pires

Em 2018, o Eixo de Desenvolvimento Territorial da Redes da Maré fez um levantamento e identificou a presença de 96 espaços de prática religiosa na região. É muito fácil perceber que esse número já não reflete a realidade. A Maré é um efervescente de religiosidade. E se você caminha em um dia, em um dos “miolos” daqui (encontro de becos e ruas assim chamados por muitos, comuns na Nova Holanda), quinze dias depois já consegue identificar novas portinhas e templos religiosos.  

São as mais diversas expressões religiosas. Católicas, evangélicas (das mais diferentes e recentes), espíritas, afrobrasileiras. O Censo Maré mapeou, inclusive, pessoas que se identificavam de religião oriental, islâmica e judaica, essas não tão vistas no território. 

Fato conhecido é que expressões religiosas são muito comuns nas favelas. Mas na Maré, para além da numerosa presença no território, as religiões tem representatividade histórica e de criação de vínculos das pessoas com seus territórios. No Parque União, que hoje chega a ter quase 20 mil moradores, mais da metade dos moradores se declara católica, cerca de 40% dos quais vieram do Nordeste.

Muitos desses imigrantes (do Nordeste) são responsáveis pela garantia de boa parte dos direitos das favelas, também participaram das primeiras mobilizações e iniciativas de frentes religiosas. Os moradores da Maré criaram suas dinâmicas de lidar e celebrar a fé desde suas primeiras formações. E eles também recriam nesse momento de pandemia as alternativas para evitar o contato físico e aglomerações, recomendadas para a prevenção do Covid-19, ou novo coronavírus.

A notícia do novo coronavírus chegou às favelas da Maré ao mesmo tempo em que foi recebida pelo restante da cidade. Apesar das diversas questões que temos com  a falta da internet (que gera outro texto), ela ainda encurta as distâncias para nós. Como em muitos outros espaços da cidade, o novo vírus chegou com muitas dúvidas. Seria mesmo necessário ficar em casa e se isolar das atividades que faziam desde sempre parte do nosso cotidiano?

Ainda com a confirmação da transmissão comunitária no Rio de Janeiro (ou seja, as pessoas já estavam se contaminando entre si na cidade), alguns líderes religiosos insistiam na necessidade do seguimento das celebrações, e o mesmo acontecia nas favelas da Maré. Terça-feira, 17 de março, foi decretado estado de calamidade pública no Rio de Janeiro. Uma semana caótica, que começou com 31 casos confirmados, e terminou com mais de 100.

No sábado (20/3) nos grupos do WhatsApp das favelas e das igrejas da Maré já rolavam os comentários sobre a possível continuidade dos cultos e encontros presenciais nas igrejas. Alguns super a favor da suspensão. Outros nem tanto. Neste mesmo dia, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o principal órgão da igreja católica no Rio, decretou que os padres deveriam fazer as missas de portas fechadas, sem fiéis, além de estarem suspensas todas as atividades presenciais nas igrejas. 

Conversamos com líderes religiosos e fiéis. Percebemos que alternativas já eram pensadas diante da crescente dos casos confirmados. A rotina de uma das mais importantes redes sociais das favelas da Maré, que até então seguia o padrão dos encontros presenciais, foi alterada pelo vírus.  

Esse fim de semana, (21 e 22/3) sem dúvidas, será lembrado. Rolou transmissão de culto e missa online, louvor coletivo de dentro das casas com hora marcada, louvor nas calçadas. De alguma maneira, mesmo que nesse momento de dentro das casas, os fiéis saíram dos templos na Maré.

Começamos assim, mais uma  semana de aprendizado da favela com um novo personagem, o COVID-19. (a quarentena começou dia 16/2).  Os infectologistas, médicos e especialistas prevêem ainda mais um bom tempo  de isolamento. Isolamento que acontece dentro das possibilidades e dinâmicas de cada território. No fim desta semana vamos falar mais do que está rolando Por Dentro da Maré com o novo coronavírus, continue acompanhando.


Atualização:

Na manhã do dia 26 de março de 2020, quinta-feira, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro incluiu “atividades religiosas” na lista de serviços essenciais por decreto. Mesmo com as orientações da Organização Mundial da Saúde para o isolamento social, o decreto impactou negativamente as favelas. No mesmo dia, templos voltaram a funcionar com normalidade na Maré.

O decreto previa algumas orientações do Ministério da Saúde, o que não foi visto nos tempos que abriram. A sociedade civil incluindo alguns líderes religiosos não aprovaram o decreto, temendo que o número de mortes possa ser grande devido a grande aglomeração nesses lugares.

Na Itália houve a mesma resistência contra as medidas da OMS, o que resultou, atualmente, em milhares de mortes mostrando que o isolamento social é a maior prevenção contra o coronavírus.

Hoje, (27/3) , por volta das 18h, a 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ) suspendeu a aplicação do decreto de Bolsonaro que incluiu igrejas e casas lotéricas como serviços essenciais e que, portanto, poderiam funcionar normalmente durante a quarentena. “O acesso a igrejas, templos religiosos e lotéricas estimula a aglomeração e circulação de pessoas”, escreveu o juiz federal na decisão.

No documento, o juiz federal Márcio Santoro Rocha escreve que é “nítido que o decreto coloca em risco a eficácia das medidas de isolamento e achatamento da curva de casos da covid-19, que são fatos notórios e amplamente noticiados pela imprensa, que vem, registre-se, desempenhando com maestria e isenção seu direito de informar”. A decisão é válida pra todo país.

Ronda Coronavírus: Comércio é fechado no Rio de Janeiro

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74 novos casos são confirmados no estado. Paralisação no comércio ainda não é refletida na Maré. Yoga na Maré oferece aula gratuita.

São 314 casos confirmados do novo coronavirus no Rio de Janeiro até a noite desta terça-feira, 24 de março. Apesar da recomendação do prefeito sobre o fechamento do comércio na cidade, ainda não há adesão da decisão na Maré. É tímida a mudança de comportamento dos moradores. Presidentes das associações de moradores irão se reunir ainda essa semana com representantes de organizações locais para pensar em estratégias e medidas para fortalecer o combate à disseminação do covid-19 no território.

Ainda não há confirmação de pessoa contagiada na Maré segundo às secretarias de saúde. Nos últimos dias, circulou uma “fake news” em grupos de WhatsApp que um morador da Rua Meireles, no Morro do Timbau, havia contraído Covid-19 e estava circulando constantemente pelas ruas. O rapaz procurou nossas mídias para comunicar que apesar de apresentar os sintomas, ele não havia testado positivo e estava seguindo às recomendações médicas de isolamento. É muito importante que a população tome todos os cuidados para não compartilhar fake news, sobretudo nas favelas, onde infelizmente há possibilidade de grande propagação.

Na cidade e também na Maré, as pessoas têm buscado alternativas para aliviar o estresse durante a pandemia. O Yoga na Maré, iniciativa que realiza aulas de Yoga gratuitas para os moradores, irá promover uma aula online, pelo Instagram nesta quarta-feira (25), às 14h. A prática de yoga garante redução da frequência dos batimentos cardíacos; alívio do stress e da irritabilidade; melhoria da qualidade do sono e diminuição da insônia; aumento da capacidade de concentração; bem-estar físico e mental.

Redes da Maré lança campanha de arrecadação para apoio à moradores que sejam impactados durante a pandemia. Serão coletados alimentos, produtos de higiene e recursos financeiros. As doações serão destinadas à famílias em situação de vulnerabilidade já atendidas pelos projetos da Redes da Maré, pessoas que procurem a Redes da Maré ou que sejam encaminhadas pela rede de parceiros, usuários do Espaço Normal (Centro de Referências sobre Drogas da Maré): população com dependência de álcool e outras drogas que, em parte, vive em situação de rua e trabalhadores informais que não possuem renda regular. Saiba mais: http://redesdamare.org.br/br/quemsomos/coronavirus 

Você pode contribuir com nossa ronda! Envie informações sobre o que está rolando sobre o novo coronavírus na sua região para às nossas mídias sociais @MarédeNotícias ou @RedesdaMaré ou para [email protected].

Você pergunta e a Fiocruz responde

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Parceria entre a Fiocruz e a Redes da Maré abre canal de comunicação com moradores do conjunto de favelas da Maré para responder dúvidas sobre o Coronavírus

  1. Quais são as pessoas que estão no grupo de risco? 

Dr. Carlos Eduardo Figueiredo (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) /IFF – Na experiência da epidemia na China e em outros países ficou claro que algumas pessoas têm maior chance de agravamento da doença e morte, especialmente os mais idosos e portadores de algumas doenças. Os grupos de riscos são aqueles indivíduos com mais de 65 anos, diabéticos, hipertensos, com deficiência do sistema imunológico, aqueles que fazem uso de medicamentos com corticoide, e aqueles em tratamento de câncer.

  1. Pessoas que moram com pessoas que compõem o grupo de risco, também poderiam ser consideradas grupo de risco por serem vetores da doença?

Dr. Carlos Eduardo Figueiredo (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) /IFF – Não, mas como qualquer pessoa é capaz de transmitir o vírus para outras pessoas. Nesta situação é fundamental que os cuidados de higiene pessoal, em especial a lavagem das mãos, tentar se afastar das pessoas mais velhas no caso de aparecimento de sintomas respiratórios.  Se possível reservar um espaço da casa somente para as pessoas do grupo de risco, e sem beijos e abraços, em especial de crianças. 

  1. Pessoas que fazem uso de drogas lícitas e ilícitas podem ser consideradas um grupo de risco? Existe alguma diferença de acordo com as drogas (cigarro, álcool, maconha, cocaína, entre outros)?

Dr. Carlos Eduardo Figueiredo (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) /IFF – Qualquer pessoa que faz uso destas drogas o organismo pode apresentar uma resposta ruim as infecções, portanto não devem ser usadas, em nenhuma hipótese.

  1. Quando devo ir a uma unidade de saúde? Quais unidades de saúde devo procurar?

Dr.C.E.F (IFF) – As pessoas só devem procurar atendimento em uma unidade de saúde caso haja persistência dos sintomas, manutenção da febre por mais de 72 horas, observar as extremidades e lábios arroxeados ou falta de ar. Nestes casos procure a unidade básica de saúde da região (na ausência de falta de ar), a UPA ou o Pronto socorro mais próximo de sua casa.

  1. Como e em quais locais posso fazer o teste do Corona?

Dr.C.E.F (IFF) – O teste, neste momento, será realizado apenas nos pacientes internados. Eles são coletados nos hospitais ou UPAs e encaminhados ao laboratório de referência da região.

  1. Como posso fortalecer minha imunidade?

Dr.C.E.F (IFF) – Mantenha uma alimentação saudável, pratique exercícios físicos, não fume, não use drogas, não use bebidas alcoólicas, faça coisas que lhe deem prazer.

  1. Quais os remédios que não podem ser utilizados?

Dr.C.E.F (IFF) – Qualquer remédio deve ser utilizado com prescrição e orientação médica. Caso tenha febre ou dor use antitérmico e analgésicos a base de paracetamol ou dipirona.

  1. Quem precisa utilizar máscaras para evitar transmissão? Existe algum modo de fazer máscaras em casa com materiais reciclados?

Dr.C.E.F (IFF) – A máscara só é recomendada para quem está apresentando sintomas como tosse e espirro. O objetivo é proteger as pessoas ao redor de quem está apresentando o sintoma. Acredito que a máscara não possa ser feita de materiais reciclados pois deve ter um tecido atóxico, antialérgico e deve possuir um filtro de retenção para microrganismos. Além disso deve ser trocada com frequência, pois este filtro fica saturado.

  1. Tenho que trabalhar, como posso evitar a transmissão em transporte público?

Simone Machado (Bióloga; membro da Comissão de Biossegurança da Fiocruz)/ Farmanguinhos – Uma das maiores prevenções é a distância entre as pessoas, logo, se possível dar distância ao sentar-se é importante. Evite ficar ao lado de pessoas que apresentam sintomas de gripe como espirro ou tosse. Durante o transporte e até que as mãos sejam higienizadas torna-se importante não tocar o rosto, nem a boca, nem o nariz. Evite mexer nos cabelos. Se tiver álcool gel é importante passar nas mãos ao longo deste transporte se a viagem for longa. Assim que chegar no local de destino lavar as mãos e antebraço com água e sabão.

  1. Inevitavelmente, tenho que estar em espaços aglomerados como posso evitar a transmissão? (Pensar nas experiências de bailes e cultos, por exemplo)

Simone Machado (Bióloga; membro da Comissão de Biossegurança da Fiocruz)/ Farmanguinhos – Uma das maiores prevenções é a distância entre as pessoas, logo, se possível dar distância ao sentar-se é importante. Evite ficar ao lado de pessoas que apresentam sintomas de gripe como espirro ou tosse. Durante o transporte e até que as mãos sejam higienizadas torna-se importante não tocar o rosto, nem a boca, nem o nariz. Evite mexer nos cabelos. Se tiver álcool gel é importante passar nas mãos ao longo deste transporte se a viagem for longa. Assim que chegar no local de destino lavar as mãos e antebraço com água e sabão.

  1. Se não há álcool em gel, como posso fazer higiene pessoal e dos móveis da minha casa?

Simone Machado (Bióloga; membro da Comissão de Biossegurança da Fiocruz)/ Farmanguinhos – Neste caso deve ser usado água e sabão. Os móveis também podem ser higienizados com pano úmido com sabão.

  1. Ao chegar da rua, como posso proceder para manter o ambiente da casa limpo e com menos vírus?

S.M.( Farmanguinhos ) – Acumulado no chão. Assim que chegar os sapatos devem ficar no lado de fora ou a sola do sapato deve ser lavada com água e sabão. Assim que entrar deve-se lavar as mãos e o rosto com água e sabão antes. Deve retirar as roupas e deixar de molho na água e sabão ou se não for possível, separá-las em um saco plástico, fechando a boca do mesmo, até que possam ser lavadas.

  1. Com a ausência de água nas favelas, como posso fazer minha higiene pessoal e dos móveis da minha casa?

S.M.(Farmanguinhos) – O álcool gel é uma opção ou lenço umedecido de álcool a 70%. Mas esta alternativa não é barata.

  1. Com as aulas suspensas, caso as crianças que  queiram brincar na rua é recomendável?

S.M.( Farmanguinhos ) – As crianças não devem sair na rua pois muitas pessoas podem ter o vírus mas não apresentarem nenhum sintoma.

  1. Minha casa não tem ventilação, isso aumenta o risco de transmissão? Ficar na porta de casa, seria melhor? Como seria possível aumentar a circulação de ar na minha casa?

S.M.( Farmanguinhos ) – A transmissão só vai acontecer se tiver alguém com o vírus em casa, e independente de existir ventilação em casa ou não, se houver contato, a transmissão poderá acontecer.

  1. Caso eu queira fazer um encontro da família, qual é a maneira mais segura? (fico pensando nos churrascos ,e bares abertos, com circulação de pessoas)

S.M.( Farmanguinhos ) – Neste momento a melhor prevenção é não existir o encontro de família. Falar pelo telefone é a melhor maneira de saber e conversar com um familiar.

  1. Tenho alguém de grupo de risco em casa, como posso protegê-la? (Lembrando que algumas casas possuem poucos cômodos e muitas pessoas).

Dr.C.E.F (IFF) – Higienize bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel, se tiver tossindo ou espirrando faça sempre em um lenço de papel ou utilize o braço/antebraço, não compartilhar talheres, pratos ou copos, oriente a esta pessoa a permanecer todo o tempo dentro de casa e sair apenas para situações indispensáveis.

  1. Caso alguma pessoa da minha casa seja recomendada a fazer quarentena, como protegemos as demais?

Dr.C.E.F (IFF) – Se possível use apenas um cômodo da casa e mantenha bem ventilado, enquanto permanecer com sintomas utilize uma máscara, não receba visitas, não compartilhe pratos, copos ou talheres, lave bem as mãos, várias vezes durante o dia.

  1. Em caso de mototaxistas, há maior risco de contaminação? Como este e outros transportes alternativos podem evitar a transmissão do vírus?

Dr.C.E.F (IFF) – No caso de mototáxi há um contato muito próximo, além do compartilhamento do capacete, portanto existe um risco maior neste tipo de transporte. Outros transportes também apresentam risco, principalmente, quando ocorre aglomeração de pessoas.

  1. Estou indo levar minha filha agora na UPA, ela está com dor de garganta desde ontem. É preciso usar máscara?

S.M.( Farmanguinhos ) – A máscara só é recomendável se a pessoa estiver com todos os sintomas da infecção pelo vírus como febre, tosse ou espirro.

  1. Eu tenho asma, será que quando eu sair na rua tenho que ir de máscara?

Dr.C.E.F (IFF) – Não, apenas aqueles com sintomas respiratórios (tosse, espirro) devem usar máscaras.

A prevenção na favela

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Os veículos midiáticos tem falado muito sobre o novo coronavírus, mas algumas dúvidas sobre o assunto ainda são frequentes

Hélio Euclides e Dani Moura

As grandes preocupações da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão ligado ao Ministério Público Federal, são quais medidas estão sendo adotadas para a prevenção e no atendimento às populações que moram em favelas e periferias do país. O receio é a alta densidade populacional, casas muito próximas e limitações estruturais para garantir o isolamento adequado em caso de contaminação pelo vírus. Além disso, as favelas cariocas apresentam saneamento básico precário e falta de água, e poucas unidades de saúde para atendimento da população. O pedido é que o Ministério da Saúde dedique atenção às favelas, para que a situação de desigualdade social não seja agravada com a chegada da pandemia.

No site Favela em foco, Raull Santiago, ativista social e midiativista no Coletivo Papo Reto, explicou que umas das dicas principais de lavar as mãos com bastante água, às vezes vira um obstáculo. “Na favela nós economizamos água não só por consciência, mas também por sobrevivência. Lavar a mão o tempo inteiro, não é uma possibilidade. Ainda lutamos pelo direito à água”, comenta. Outro ponto que ele acha difícil é a quarentena. “Na favela é parede com parede, tem casa de dois cômodos com seis pessoas morando. Não nos levar em consideração é perpetuar as violências históricas”, expõe. 

Sérgio Magalhães, arquiteto, declarou no Jornal O Dia que os políticos não incluem o tema planejamento urbano como deveria e por não discutirem o território, a população fica desprevenida. Para ele, o fim do Ministério das Cidades e o não planejamento municipal traz um problema para as favelas. “Como o pobre não tem acesso a financiamento, 80% da população vai guardando o suado dinheirinho aos poucos para construir sua casa do jeito que der. O pobre é um lutador”, conclui.

O Jornal Maré de Notícias lembra que nesse momento precisamos estar unidos lutando para que que tudo seja solucionado da melhor forma possível. para toda a população.

Segue algumas orientações importantes:

  • Evite aglomerações, bares, shoppings, cultos, igrejas e outros lugares fechados neste momento. Não é hora de festa, não vá ao baile e nem a outros eventos festivos. 
  • Lave as mãos quando chegar da rua, quando chegar ao trabalho e também  após ir ao banheiro. Cante “Parabéns para você” duas vezes enquanto lava entre os dedos, unhas, palma da mão, laterais da mão, o dorso e o pulso. Use água e qualquer sabão, como detergente e sabão de coco. 
  • Evite entrar em casa com sapatos, deixe-os do lado de fora. E sempre ponha a roupa para lavar quando chegar da rua. 
  • Limpe com frequência seu celular, seu computador com pano limpo um pouco de álcool e água (metade água e metade álcool). Corrimão, maçanetas, mesas, teclados, controles remotos devem ser limpos duas vezes ao dia com água e  sabão simples.  
  • Não divida seu prato, copo e talheres. Cada um com seu, ou lave antes de usá-los.
  • Quando usar dinheiro ou cartão, lave as mãos ou use álcool em gel. 
  • Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração – como transporte coletivo -, não toque na boca, nariz ou olhos sem antes ter lavado as mãos ou pelo menos limpá-las com álcool.
  • Ande a pé ao ar livre e evite andar de moto táxi e vans nesse período.
  • Se tiver que pegar fila, dê a distância de dois passos entre uma pessoa e outra.
  • Vamos cuidar de nossos idosos e senhoras das nossas comunidades e também das pessoas com doenças crônicas, como pressão alta, diabetes e doenças cardíacas, autoimunes e respiratórias graves. Elas correm mais riscos. Então, em caso de sintomas como febre por mais de 2 dias e dificuldades de respirar, procure a UPA Da Vila do João.
  • Se tiver espirrando, com dor na garganta, dor no corpo, coriza, mas sem febre e sem dificuldade de respirar, fique em casa.
  • Nada de beijo e abraços, e se for tossir ou espirrar, coloque o cotovelo na frente.
  • Aos que gostam de tomar remédio por conta própria, evite o Ibuprofeno.  se for coronavírus isso pode piorar muito sua saúde. Prefira a dipirona ou paracetamol. Em todo o caso, evite a automedicação e em caso de suspeita aos sintomas dirija-se a Unidade de Saúde mais próxima. 
  • Passe essas informações ao máximo para os nossos grupos de whatsapp e converse com os vizinhos – por telefone – sobre isso. Só com a favela unida poderemos vencer o coronavírus e evitar muitas mortes!!

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA:

O que é o Coronavírus?

É um vírus que causa infecção respiratória parecida com uma gripe ou um resfriado. Em casos graves, a pessoa terá dificuldades para respirar e pode evoluir para pneumonia e até falência múltiplas dos órgãos. Há casos em que a pessoa não apresenta sintoma, mas ainda assim transmite o vírus.

Porque ele é tão perigoso?

Por ser um vírus novo, a população não tem imunidade contra ele e a transmissão é fácil e rápida.  

Como ele age?

Ele penetra pelas mucosas boca, nariz e olhos e atua principalmente nas vias respiratórias. O alvo predileto do vírus são os pulmões. Por isso, à medida que a infecção avança, a pessoa fica com mais dificuldades para respirar.

Como ele é transmitido?

Principalmente pela saliva, gotículas nos espirros e tosses. Uma gotícula pode conter milhões de vírus e contaminar pessoas próximas e objetos (bolsas, sacolas, portas, maçanetas, celulares, computador, corrimão e etc.).

Conheça a diferença entre sintomas

CORONAVÍRUSGRIPEALERGIAS
Tosse secaDificuldades para respirarFebre altaCansaçoFadiga persistenteDiarréia TosseCorizaFebreDor de cabeçaDor de gargantaDores nos músculos e nas juntas TosseOlhos irritadosCorizaEspirros

Quando devo procurar um médico?

As pessoas que estão com tosse, coriza e espirros devem permanecer  em casa. Nos casos de febre por mais de 3 dias, falta de ar constante e tosse seca, a pessoa deve se direcionar para a Clínica da Família. Caso tenha falta de ar constante, necessitando de apoio de aparelho para respirar e medicamento de maneira de urgência, vá a UPA. É muito importante enfatizar para os moradores que não sigam até as unidades de atendimento apenas com os sintoma de uma leve gripe, resfriado e alergias para evitar aglomerações, aumentado o risco de contágio. 

Como estão os atendimentos nas clínicas da família? 

Com a apresentação dos sintomas do novo coronavírus, o paciente será encaminhado ao atendimento médico. Os profissionais competentes para avaliação dos casos são os médicos e os enfermeiros, que darão as orientações necessárias para o cuidado do paciente. No momento, as equipes da Maré estão reduzidas (2 médicos por unidade, 2 enfermeiros, 6 técnicos de enfermagem e 6 agentes de saúde). Diante da redução de equipe, as escalas entre os profissionais são diárias, sempre com um médico e um enfermeiro para o atendimento à população. Em casos leves, os pacientes são submetidos a quarentena e devem ser acompanhados pelos agentes de Saúde por telefone. 

Nos casos mais graves, os pacientes serão encaminhados para internação nos hospitais de referência, através do Sistema de regulação de vagas. Em casos de óbito com suspeita de COVID-19 na residência, uma equipe da Unidade de referência do território é encaminhada ao local, para a realização do teste e certificação da causa da morte. 

A maioria dos atendimentos regulares de acompanhamento em saúde  foi suspenso. As Clínicas da Família estão priorizando o acolhimento aos casos suspeitos de COVID-19 e acompanhamento online dos casos que estão em quarentena em casa. Outra questão é que os pacientes que fazem parte de grupo de risco terão prioridade no atendimento, são eles: maiores de 60 anos e paciente com tuberculose, gestantes no último mês de gestação, hipertensos e diabéticos descompensados, pessoas com doenças cardíacas e respiratórias.

Como acontece o processo de notificação em caso de Coronavírus?

As Clínicas da Família e as UPAs estão realizando apenas a avaliação clínica do paciente e o encaminhamento para quarentena em casa ou internação em casos graves. Essas unidades não realizam teste. 

Contato da Vigilância em Saúde para dúvidas: as orientações estão disponíveis no site subpav.org/ondeseratendido e telefone de contato vigilância sanitária 2573 -7934 falar com Janaina ou Dr Otto.

Endereço das Unidades de Saúde da Maré

Nome da Unidade EndereçoHorários de AtendimentoTelefone
CMS Américo VelosoRua Gerson Ferreira, 100 Piscinão de RamosSeg a sex 7 às 18hSábado 7 às 13h
2590-3941/31044624
Clínica da família Jeremias Morais da SilvaRua Teixeira Ribeiro s/n Nova Holanda, MaréSeg a sex 7 às 18hSábado 8 às 13h
99652-5686
Clínica da Família Diniz Batista dos SantosAv. Brg. Trompowski, SN – Maré ao lado do BRT MARÉSeg a sex 7 às 18hSábado 8 às 13h
(21) 99543-6014
Clínica da Família Adib Jatene Via B Um, 589-501 Conjunto Pinheiros – MaréSeg a sex 7 às 18hSábado 8 às 13h
(21)3885-4561
Centro Municipal De Saúde Augusto BoalAv. Guilherme Maxwel, 901- MaréSeg a sex 7 às 18hSábado 8 às 13h
(21) 3105-8982
CMS Vila do JoãoRua RUA 17 sn, Vila do JoãoSeg a sex 7 às 18hSábado 8 às 13h
(21)31090006
CMS João CândidoAv. Lobo Junior, 83 Marcílio Dias Seg a sex 7 às 17h(021)2584-2083
Unidade de Pronto Atendimento UPARua Nove, 4880  Vila João24 horas(21) 3361-1411

Educação em tempos de pandemia

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O que muda, como garantir a continuidade dos estudos e opções culturais para preencher o tempo ocioso

Jéssica Pires

A educação, assim como todos os outros segmentos, sofre dia após dia mudanças e impactos devido à pandemia do novo coronavírus no Brasil, nos níveis municipal, estadual e federal. Governantes tomam atitudes à curto e médio prazo para reorganização da dinâmica escolar. Alternativas independentes são pensadas por parte da comunidade escolar, mas falta de acesso à internet de qualidade nas favelas é uma das preocupações colocada em questão por moradores e especialistas. 

O primeiro caso confirmado da Covid-19, ou novo coronavírus, foi registrado no fim de fevereiro, e até o fechamento desta matéria o número de pessoas infectadas confirmado já passava mil e oitocentas. No Rio de Janeiro já são mais 212 casos confirmados. Na última sexta-feira (20), o Senado aprovou o decreto de calamidade pública no Brasil, que permite diversas alterações no Estado, como medidas emergenciais.

Antecipação das férias e suspensão das aulas 

Antes mesmo do decreto ter sido aprovado, algumas medidas a nível estadual e municipal já vinham sendo anunciadas pelos governantes, inclusive na educação. As aulas na rede municipal de ensino foram suspensas no dia 16 de março, a princípio, por uma semana. Três dias depois, com a escalada dos casos, a Secretaria Municipal da Educação do Rio de Janeiro comunicou em nota que as aulas seriam suspensas durante todo o mês. Já as aulas nas escolas do Estado do Rio de Janeiro foram suspensas por 15 dias a partir do dia 17 de março, em decreto do governador Wilson Witzel. Neste decreto, as aulas no ensino superior e escolas particulares também foram suspensas, além das diversas outras recomendações. 

O Ministério da Educação (MEC) autorizou a substituição de aulas presenciais por aulas à distância nas instituições federais de ensino, por 30 dias ou enquanto durar a pandemia. Isso vale para universidades e institutos federais, o Colégio Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), o Instituto Benjamin Constant (IBC) e também para as universidades e faculdades privadas. A medida só não vale para os cursos de medicina. As estratégias para o desenvolvimento das aulas à distância fica sob responsabilidade das instituições.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) havia adiado por uma semana o início do período letivo, e até o fechamento desta matéria ainda não tinha feito novo comunicado. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) suspendeu as aulas por 15 dias. UERJ e Unirio suspenderam as aulas até o final do mês.

Atualmente, a Maré conta com 44 escolas públicas, que oferecem da creche ao ensino médio (ainda que, nesta última etapa, cuja responsabilidade seja da esfera estadual, a oferta continue muito aquém da necessidade), de acordo com dados do Censo Maré. Todas essas escolas e seus alunos atendidos seguem sem aulas por conta da pandemia do novo coronavírus. 

Na segunda-feira, dia 23 de março, o secretário estadual da educação Pedro Fernandes fez uma live pelo facebook com mais orientações sobre como seguem às determinações da educação no estado. Há a previsão de que as aulas fiquem suspensas por aproximadamente 3 meses, podendo chegar à 6 de acordo com o secretário. As escolas particulares que insistirem em manter as atividades serão penalizadas (sairá uma resolução sobre). Haverá aulas de reforço, no retorno, para os alunos que não tiverem acesso à internet. A questão das avaliações serão tratadas mais tarde. Os alunos que possuem bolsa família,  cada escola deverá relacionar, para que a secretaria viabilize junto ao governo uma assistência.

Direito à educação

No Brasil, o Artigo nº 205 da Constituição Federal de 1988 determina que a educação é direito de todos, dever do Estado e da família e precisa ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, a fim de garantir o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A oferta da educação, direito universal e inalienável, se dá pelo desenvolvimento do calendário escolar, disposto nos Artigos nº 23 e 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96). A LDB determina carga horária mínima anual de oitocentas horas para a Educação Básica, distribuídas por um mínimo de duzentos dias letivos.

Contudo, de acordo com Maria de Fátima Lima, doutora em Educação pela PUC-Rio, há fundamentação na nossa legislação para a suspensão temporária das aulas, e já passamos por isso. “Como parâmetro para o cenário atual, fundamentam-se, sobretudo, no Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de Educação Básica (CEB) (CNE/CEB 19/2009) de 2 de setembro de 2009, homologado em 13 de outubro de 2009, que respondeu à consulta sobre o calendário escolar de 2009, no contexto da pandemia da gripe H1N1, popularmente conhecida como gripe suína”. De acordo com o CNE, a reposição de aulas poderá ser feita no próximo ano, a fim de cumprir os duzentos dias letivos exigidos pela legislação. 

Alternativas 

A Secretaria Municipal de Educação (SME) divulgou a criação de um aplicativo com conteúdo para os estudantes da educação infantil ao segmento de jovens e adultos. O conteúdo está disponível para os alunos no site da MultiRio. Além das aulas virtuais, os professores também estão repassando conteúdos e atividades por meio das redes sociais da secretaria, segundo a SME. O aplicativo SME Carioca 2020 contêm aulas específicas desta primeira semana de aulas já divididas por segmento. Os estudantes e familiares poderão acessá-lo a partir de celulares e computadores pelo link: http://app.vc/smecarioca2020.

A Secretaria Estadual de Educação, firmou uma parceria com o Google para a utilização de uma plataforma de estudos destinada a alunos e professores da rede. A medida tem o objetivo de garantir a aplicação dos conteúdos, durante o período em que não houver aulas presenciais por causa do coronavírus. Um aplicativo será disponibilizado para professores e alunos.

Desde que começou o período de suspensão das aulas, as escolas municipais receberam os alunos para o almoço. Com a suspensão das aulas, a Secretaria distribuiu cestas básicas para as famílias desses estudantes nesta que receberam almoços no primeiro momento. 

Iniciativas mareenses

Foi iniciativa do Ginásio Carioca Olimpíadas Rio 2016, escola com turmas do sétimo ao nono ano, do Campus Maré, a criação do Projeto LACE: Laboratório Ampliado de Convivência Escolar. Por meio deste projeto, que surgiu em 2013, os alunos realizam provas e trabalhos virtuais, tem acesso a recursos multimídia que facilitam o processo de ensino-aprendizagem. 

A ideia surgiu de uma demanda muito específica sobre a educação na Maré: a ausência das aulas em dias de operações policiais. O direito à educação não poderia ser cerceado de acordo com a diretora. Nesse momento de pandemia, o LACE se fortaleceu “Estamos produzindo o conteúdo diário das aulas dos alunos. São exatamente as aulas que eles teriam a cada dia. Os professores estão trabalhando “home office”  e alunos também”, comentou Ana Flavia, diretora da escola. “Estamos extremamente emocionados com o retorno dos alunos e dos responsáveis”, concluiu Ana.

Desafios impostos pela pandemia

Segundo a doutora em Educação Maria de Fátima Lima, um dos desafios da Educação nesse momento de pandemia é a ausência de um debate amplo com a comunidade escolar sobre as soluções para as questões apresentadas. Para Fátima, as atividades pedagógicas serem ofertadas a distância, encaminhadas por meio de plataformas digitais ou redes sociais, pode ser um problema por conta do acesso à internet. “É necessário assegurar: condições universais de acesso a tais atividades, num cenário de internet deficitária para grande parte das famílias”, observa a doutora.

O que fazer no tempo livre?

Mesmo com alternativas para os estudantes focarem nos estudos, com a suspensão das aulas, sobra muito tempo livre em casa. 

Reunimos algumas dicas de sites com conteúdos diversos para toda a família:

http://www.tempojunto.com/ (Site genérico, rico em atividades que se podem fazer em família)

Escola virtual com acesso gratuito:

http://www.escolavirtual.pt

Português:

Matemática:

Ciências:

Era uma vez: http://www.youtube.com/channel/UCoujti21qMtpLxqpAlbGkUQ (“Era uma vez a Vida”. Também há disponível a série “Era uma vez o Homem”, “Era uma vez o Espaço”, “Era uma vez os inventores” basta procurar)

Aprender ciência e fazer brinquedos!

Natureza:

Astronomia:

STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática):

História:

Geografia:

Arte:

Idiomas (inglês, etc):

Programação:

Vários temas/cursos:

Música:

Cursos gratuitos:

Dicas de shows e entretenimento online gratuito:

Ronda Coronavírus: Covid-19 avança no Rio de Janeiro

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Secretaria da Saúde confirma 233 casos e 4 mortes. Maré ainda não testa positivo para Covid-19 e tem 1 caso suspeito

Ainda não há registro oficial de pessoa contagiada pelo novo coronavírus na Maré. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), já passam de 230 os casos no Rio de Janeiro. Prefeito determina fechamento do comércio na cidade e ainda há incertezas sobre situação na Maré. Mobilizações de coletivos e organizações locais seguem desenvolvendo campanhas de conscientização e se preparam para cenários piores nas próximas semanas.

Até o fim desta segunda-feira, 23 de março, 11 dias após a confirmação da contaminação comunitária no Rio de Janeiro, a SES ainda não registrou nenhum teste positivo para o novo coronavírus. Há, porém, um caso suspeito. Este caso soma-se a outros 60 em favelas do Rio, segundo Secretaria de Saúde.

A rotina na Maré já sofreu algumas alterações, como o fechamento das escolas e equipamentos religiosos. Porém mesmo com a determinação do prefeito Marcelo Crivella, de fechamento obrigatório do comércio da cidade a partir do primeiro minuto da próxima terça-feira, dia 24, moradores desacreditam que o mesmo seguirá na Maré: “infelizmente as pessoas, os comerciantes, contam com isso. Não acredito que fechem”, comenta comerciante da Vila do Pinheiro que preferiu não se identificar. 

Moradores sinalizam que ainda há muitas pessoas nas ruas. A Redes da Maré realizou nesta segunda-feira uma reunião com às organizações locais Luta pela Paz, DataLabe, Uere e Observatório de Favelas com o objetivo de alinhar ações e pensar estratégias conjuntas para o território.