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Cuide da sua escola

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Fechadas durante pandemia, unidades de ensino sofrem com depredação

Dani Moura e Hélio Euclides

Como é triste um pescador retornar para casa sem nenhum peixe e para piorar com a rede rasgada. O sentimento é de frustração, de que o mar levou o seu alimento. Se tivesse vivo, o morador e pioneiro no trabalho da pesca na Maré, Albano Rosa, que desde de 2004, dá nome a uma creche na Vila dos Pinheiros, estaria com o mesmo sentimento ao ver essa unidade de ensino sofrer degradação. Noemi Mariz Kazan é a diretora e reclama que a creche sofre com arrombamentos e furtos. Até a grade que cercava a creche já foi levada. Essa unidade é uma das muitas que foram depredadas durante a pandemia do novo coronavírus. 

Creche Municipal Pescador Albano Rosa Foto © Douglas Lopes.

Diretora há quatro anos, Noemi também se sente frustrada com a situação. A creche perde muita receita ao ter que fazer reparos sempre e diversas vezes se gastou verba com serralheiro para consertar a grade. “De todas as verbas que recebo, tenho que tirar uma parte para reposição de algo que levaram ou quebraram. Não consigo comprar material pedagógico, pois não sobra recursos”, diz. A creche ainda é ocupada por cavalos que ficam pastando no terreno nos finais de semana. 

Outro problema está na brincadeira das crianças da vizinhança, que sobem no telhado para soltar pipa e acabam destruindo o telhado. Nesse ato, acontece o rompimento de fiação da internet, o que deixa a escola sem comunicação. Além disso, as crianças acabam deixando a creche sem água ao desligarem o cabo automático da caixa. “Apesar da unidade ser precária, lutamos para ser um local acolhedor e que deixe os alunos felizes. Realizamos um trabalho pedagógico eficaz para as crianças e pais”, explica a diretora. Até a estrutura de ferro que permite o acesso à cisterna já foi retirada. Por precaução, a bomba d’água não pode ficar no local e foi preciso guardar em local seguro.

Antes da pandemia, a creche já sofria com esse problema, mas agora a situação piorou. A creche ficou fechada e nem o material da obra do muro frontal escapou de ser furtado. A obra tem três etapas e assim que a empresa terminou a primeira fase para começar a segunda, a diretora percebeu que foram levadas madeiras e até tubos de ferro e grades do antigo muro, que seriam repostos do lado direito da creche. “Me sinto feliz por fazer o muro frontal da creche, mas ao mesmo tempo triste com esse vandalismo na nossa unidade e em outras da Maré. Penso que a creche não é só minha, nem da Gilda Maria, minha adjunta, e nem tão pouco dos professores. É um bem público que precisa ser cuidado por todos. Os pais precisam se apropriar da creche e não deixar ninguém depredar o espaço”, conclui.

Creche Municipal Pescador Albano Rosa Foto © Douglas Lopes.

Uma história de luta

A Creche Pescador Albano Rosa tem uma trajetória de luta. Nasceu como comunitária, administrada pela Associação de Moradores do Morro do Timbau, onde antes era uma unidade de saúde dirigida por uma empresa privada, no pé do Morro. Com o prédio deteriorado, eles tiveram que ser removidos. O local escolhido para a nova unidade foi na Vila dos Pinheiros, em contêineres que foram instalados provisoriamente para abrigar a Escola Professor Paulo Freire, antes da construção. 

A creche nunca voltou para o local de origem, pois hoje abriga o primeiro Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) da Maré, Pescador Isidoro Duarte – Doro. As salas feitas de metal foram reformadas e o que era provisório, algo bastante comum na história da Maré, virou permanente. A creche tem 40 metros lineares e os muros de ferros tinham 2m de altura, que boa parte da grade foi furtada. Hoje, a creche atende 140 crianças com idade entre 2 a 5 anos e 11 meses de idade.  

A escola é de todos

Creche Municipal Pescador Albano Rosa Foto © Douglas Lopes.

Uma história de degradação que mudou a vida de um território aconteceu em uma das maiores favelas da capital paulista, na Estrada das Lágrimas, Heliópolis. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles se tornou uma escola-modelo tanto na modo que se relaciona com a favela quanto como redesenhou o papel do professor em sala de aula. O diretor Braz Nogueira conseguiu integrar o colégio público de periferia à comunidade local. 

Tudo começou em 2002, quando foram roubados 21 computadores da escola. Uma liderança comunitária andou com o diretor pelas ruas do local para falar com as pessoas que os filhos haviam sido roubados. Esse ato de sair pela favela e mostrar que o furto era contra os alunos fez com que os computadores fossem devolvidos. A resposta do diretor foi derrubar o muro e mostrar que ali era um local seguro e integrado a Heliópolis. Todos entenderam que a escola tem que ser centro de referência e liderança na favela onde está inserida.

Ronda Coronavírus 04/06 – Peregrinação por atendimento médico

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Boletim “De Olho no Corona!” aponta pelo menos 631 casos de coronavírus na Maré, o dobro dos oficiais

Chegamos ao terceiro mês de pandemia no Brasil, que já ultrapassa 550 mil casos confirmados. Na Maré, que já lidera o ranking em número de contaminados nas favelas do Rio, a edição 5 do Boletim “De Olho no Corona!”, da Redes da Maré, aponta 631 casos entre os confirmados por testes ou sintomas. O dado, que é de 1 de junho é bem distante do informado pelo Painel Rio Covid-19 no dia 03 de junho, de 230 casos. A enorme subnotificação de casos, porém, não é a única e nem a maior questão da pandemia na Maré: os moradores que têm sintomas tem lidado com muitas dificuldades de conseguir atendimento virou uma verdadeira peregrinação. 

Peregrinação das unidades de saúde

Entre os dias 25 de maio e 1 de junho, os casos confirmados de coronavírus na Maré aumentaram mais de 50%, de acordo com os dados coletados pela equipe do “De Olho no Corona”. Na mesma proporção que aumentam os casos subnotificados, aumentam as dificuldades para receber o tratamento ideal. Dos 631 casos, pelo menos 420 pessoas tiveram sintomas da Covid-19 e não conseguiram realizar nenhum tipo de exame. Isso representa quase 70% do total identificado. 

Desde o início da pandemia, a recomendação do Ministério da Saúde e de algumas autoridades médicas do país é de não procurar unidades de saúde ao apresentar sintomas leves de Covid-19. A orientação nesses casos é o isolamento social domiciliar por 14 dias. A justificativa é que se as pessoas que tivessem sintomas leves também procurassem unidades de saúde, o sistema seria ainda mais sobrecarregado.

Segundo o documento mais recente que determina protocolos de atendimento para os casos do novo coronavírus, publicado no dia 12 de maio, pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, casos leves devem ser monitorados pela Unidades Básicas de Saúde à distância a cada 48 horas até 14 dias após o início dos sintomas. Os casos graves devem ser avaliados na Atenção Primária e, de acordo com o quadro clínico, devem ser encaminhados para hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento. Não é essa a realidade dos atendimentos na Maré.

Ana Paula, moradora da Nova Holanda, na Maré, foi a três hospitais para que tivesse atendimento médico para o coronavírus

Muitos desses pacientes acabam retornando às unidades de saúde, como aconteceu com a Ana Paula. Depois de passar pela Clínica da Família e uma clínica particular, onde fez os exames e diagnosticou o coronavírus, a moradora foi parar no terceiro hospital, já que os sintomas não melhoraram: “Fui ao Hospital Municipal  Evandro Freire e demorei muito para ser atendida. Quando recebi atendimento médico, disseram que de fato eu precisaria de internação, mas não tinham vaga. O médico disse que eu tinha a opção de esperar em uma cadeira no corredor ou fazer o tratamento em casa. Fui para casa, gastei mais de 300 reais com remédio.” 

Falta de medicamentos

Além da exposição ao vírus nesse processo de peregrinação em busca de atendimento, outra consequência da falta de um atendimento inicial são os custos. A falta de medicamentos, e a indicação de medicamentos com alto custo, também foram questões apontadas por moradores acompanhados pela equipe da Redes da Maré. Além disso, temos recebido relatos de pessoas que tem se automedicado. O gerente de uma farmácia da Vila do João informou ao Maré de Notícias que nunca houve tanta procura por remédios como a cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina em um espaço tão curto de tempo. Lembramos que a eficiência desses medicamentos no tratamento do vírus ainda é questionada. 

Sucateamento da Saúde

O agravamento dos sintomas e em alguns casos o óbito, também é consequência da falta de investimento na saúde pública. Apesar da pandemia ter pego o mundo de surpresa e poucos locais estarem preparados para a demanda que surgiu com a contaminação em massa, a cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo com a precarização da saúde não é de hoje. Ao longo de 2019, as equipes das Clínicas da Família tiveram muitos atrasos salariais, além de demissões e faltas de insumos básicos para o funcionamento adequado. Em janeiro de 2020, a Prefeitura assinou a rescisão do contrato com a Organização Social (OS) Viva Rio, que ficava responsável por 78 unidades de saúde no município do Rio, entre eles, sete na Maré, culminando na demissão de funcionários de diversas áreas.

Segundo o levantamento do boletim, 56 pessoas relataram não ter conseguido acessar nenhuma unidade de saúde e 10 delas foram em mais de uma unidade e voltaram para casa sem nenhuma orientação. Neste momento de pandemia persistem os relatos de deficiência no acompanhamento dos casos que estão em isolamento domiciliar, falta de medicamentos, lotação na UPA e extrema dificuldade no encaminhamento dos casos graves, hospitais superlotados, falta de testagem e poucos leitos disponíveis para internação.

Ronda Coronavírus: Apesar de números crescentes de mortes, prefeito lança plano de retomada das atividades na cidade do Rio

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Brasil é centro da pandemia mundial. Nas favelas do Rio são cerca de 1500 mortes.

As secretarias estaduais de Saúde confirmam que no país são 560.737 casos confirmados do novo coronavírus com 31.417 mortes. O total de curados passa de 255 mil.  No estado do Rio são mais de 56 mil casos confirmados e 5 mil mortes, sendo que 4 mil só na cidade maravilhosa, onde passamos de 32 mil casos nesta quarta-feira (03). Nas favelas da cidade são 1.495 casos e 356 mortes, com a Maré tendo 230 casos confirmados e 60 mortes, segundo dados oficiais. Pelo Boletim “De Olho no Corona!”, da Redes da Maré, são mais de 300 casos, segundo um canal direto de atendimento à população.

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, destacou que o Brasil foi um dos países com o maior aumento do número de casos de Covid-19 nos últimos dias. Também afirmou que o país está entre aqueles que não chegaram ao pico da transmissão.  Mesmo assim, muitas cidades brasileiras começaram a retomar as atividades, contrariando todos os exemplos positivos de combate ao coronavírus com o isolamento que aconteceram ao redor do mundo. 

Na Maré

Desde que a quarentena começou, a Vila Olímpica da Maré (VOM) se mantém fechada, mas tem realizado diferentes atividades on-line para continuar oferecendo oportunidades aos moradores e praticantes de exercícios físicos. Através das redes sociais da instituição, fazem webinar, lives e vídeo aulas. Mesmo assim, há relatos de moradores circulando pelo espaço para fazer caminhada, por exemplo. Nesta quarta (03) a Vila Olímpica da Maré fez uma live que falou sobre o funcionamento das Vilas Olímpicas na Pandemia e Cátia Simão, coordenadora Técnica e Esportiva da VOM, conversou com o Subsecretário da Secretaria de Esporte e Lazer, Michel Lima. Cátia acredita que a prática de exercícios em casa é uma ferramenta importante para os moradores e alunos e até para quem não é. “Para que a volta às atividades não seja tão brusca, a gente se reinventou on-line e agora estamos apoiando os moradores também com a distribuição de cestas básicas”, conta. Se você for morador da Maré em estado de vulnerabilidade, entre em contato com a Vila pelas redes sociais e demonstre interesse. Mais de 200 cestas já foram doadas.

Ainda que os casos de infecção por Covid-19 na cidade e nas favelas do Rio de Janeiro não estejam diminuindo, o desafio das 26 Vilas Olímpicas espalhadas pela cidade continua. A Prefeitura do Rio divulgou recentemente as fases da abertura gradual da economia. As atividades esportivas estão na primeira fase, junto a lojas de móveis e decorações e concessionárias de automóveis.Confira o plano para a cidade do Rio lançado hoje pela prefeitura aqui  

Volta às aulas adiada

Em decreto publicado na última terça-feira (02), a Prefeitura do Rio prorrogou a suspensão das aulas na rede municipal de Ensino até o dia 03 de julho. Para muitas mães moradoras da Maré, a tarefa de educar em casa não está fácil. “A tarefa de ser mãe, professora, dona de casa, parece ser algo novo, mas eu já vinha tendo essa tarefa desde que minha filha nasceu, há 7 anos. É claro que não com tanta demanda como nesses três meses de pandemia”, declara Beatriz Lomardes, 30 anos e moradora da Baixa do Sapateiro, na Maré. A adaptação não foi apenas da mãe e da filha, mas no jeito de ensinar. “A escola optou por enviar o planejamento da semana via WhatsApp, para facilitar o acesso aos alunos. A professora também lança apostila on-line para as crianças que não tem fisicamente. Como a Alicy tem, ela faz na apostila dela”, afirma.

Para continuar equilibrando as tarefas, Beatriz reserva um horário do dia para estudar com sua filha Alicy, de 7 anos, que estuda em uma Escola Municipal perto de casa. Além dos exercícios na apostila e no caderno, tem atividades de Educação Física, vídeos criativos e até a plantação de feijãozinho. Mas depender de um telefone não é tão simples. “Minha filha tem um pouco de dificuldade quando tem que copiar do celular para o caderno, as letras são menores”.

Beatriz é uma das mães que não teve informações sobre o lançamento do aplicativo “SME CARIOCA 2020” pela Secretaria Municipal de Educação (SME), em março. O app disponibiliza conteúdo pedagógico específico da pré-escola ao ensino de jovens e adultos, mas alcança todas as diferentes realidades dos estudantes do município. Já a estudante Darciane Lima, de 18 anos, está no uso do aplicativo, mas não se adaptou e diz que boa parte dos professores também não. “Tenho diversas dificuldades: a gente recebe diversos trabalhos, conteúdos, mas esses conteúdos não são bem desenvolvidos, bem trabalhados, então não há aprendizagem”, relata a estudante.

Darciane Lima, de 18 anos, fala da dificuldade de adaptação à educação a distância.

Adriana Luíza, moradora da Rubens Vaz, é mãe de 3 filhos. Apesar deles estudarem em escolas particulares, a tarefa de auxiliar e ensinar também é dela. “Estou alfabetizando o meu filho mais novo, mas são muitas dificuldades, inclusive a internet, que não ajuda muito”.

Adriana Luíza, moradora da Rubens Vaz,  é mãe de 3 filhos, e conta como está o desafio de auxiliá-los nas tarefas escolares.

Avaliação das escolas públicas e privadas

A Defensoria Pública divulgou publicamente um questionário para os responsáveis de escolas públicas e particulares do Estado do Rio de Janeiro para entender melhor os direitos dos estudantes e suas famílias. O convite veio junto a declaração “Sabemos que as aulas pela internet não são acessíveis a todas as pessoas. Além disso, temos conhecimento das dificuldades financeiras de muitas famílias. Para que a Defensoria possa agir cada vez melhor sobre esses problemas, é importante que o máximo de pessoas responda este questionário”.

Nene do Zap

Às vezes é difícil saber o que fazer quando a nenezada reage de um jeito diferente. E para tentar controlar nossas mudanças de humor e temperamento, muitos adultos acabam mudando a forma de lidar com as coisas também. O problema é que às vezes isso vem acompanhado daquela culpa. Mas o importante é perceber que não são só os pequenos que estão no meio desse turbilhão de emoções! Confira na dica de hoje do Nenê do Zap.

Ronda Coronavírus: Brasil torna-se o epicentro da pandemia

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O Brasil passou a casa de meio milhão de casos e se tornou o epicentro da Covid-19 no mundo. Maré é a favela do Rio com maior número de casos

São  95 dias desde o primeiro caso oficial e o Brasil atinge 519.704 diagnósticos nesta segunda-feira (01), segundo o Ministério da Saúde, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil também soma 29.534 mortes. Com isso, só perde para EUA, Reino Unido e Itália no total de vidas perdidas para a doença. Somos um dos únicos países a ainda registrar mais de mil novas mortes pela doença diariamente — isso aconteceu quatro vezes na última semana.

Números de casos da doença

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informa que registra, até esta segunda-feira (01/06), 54.530 casos confirmados e 5.462 óbitos por Coronavírus (Covid-19) no estado. Na capital são mais de 30 mil casos e 5 mil mortes. A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede SUS do Rio é de 91%.

Maré é a favela do Rio com maior número de casos. Segundo dados oficiais são 211 confirmados e 52 mortes. O conjunto das 16 favelas da Maré só está atrás da Rocinha em números de mortes. Ao todo são 1.358 casos nas favelas da cidade e 308 mortes, segundo dados oficiais.  

Prefeitura libera plano de retomada

 A prefeitura permitirá, a partir desta terça-feira (2/6), que cariocas caminhem no calçadão das praias e pratiquem esportes no mar e em centros de treinamento . Também estão autorizados a funcionar templos religiosos, lojas de móveis e concessionárias de automóveis. O plano de reabertura, anunciado pelo prefeito Marcelo Crivella, terá seis fases e deve ser concluído em agosto.

Trabalho durante a Pandemia

Durante a pandemia, 11 milhões de brasileiros continuam saindo para trabalhar em setores essenciais, como saúde, transporte e alimentos. Ramon Costa, 24 anos, mora no Morro do Timbau e sai de casa de segunda a sábado para trabalhar como fiscal de loja em uma farmácia em São Cristóvão. “Infelizmente, no mês passado fiquei com sintomas leves da Covid-19, mas graças a Deus já me sinto bem hoje. Continuo me cuidando, usando máscara e álcool em gel. A empresa também disponibiliza para a gente se prevenir ainda mais”, relata Ramon. As vendas também aumentaram. “Desde o começo da pandemia, temos muita procura de álcool em gel, máscaras, remédios comuns e medicamentos de uso contínuo”, conta.

No trabalho tudo vai bem, mas Ramon se preocupa com a rotina de sua favela nesse período. “Vi que a Maré é a segunda favela em que pessoas estão morrendo por Covid-19 e ainda vejo que as pessoas estão sem máscaras. Ela continuam nos bares cheios e bailes cheios, como se nada estivesse acontecendo”.

Ramon Costa durante o trabalho na farmácia em que trabalha. Crédito: Arquivo Pessoal.

SE VIRA NOS TRINTA

Cristiane Silva, moradora do Parque União, ficou desempregada e com o coronavírus a situação ficou pior. Mas com criatividade e persistência criou uma nova forma de gerar renda. Ela está fazendo bolos com todos os cuidados necessários para não haver contaminação e entrega com uso de máscaras. Uma maneira de se manter e também manter a saúde.

Cristiane Silva começou a fazer bolos em casa para conseguir se manter durante o isolamento social.

NOTÍCIAS FALSAS 

Sete em cada 10 brasileiros já acreditou em uma notícia falsa sobre a pandemia, segundo estudo sobre fake news realizado pela Avaaz, uma rede de mobilização social. São cerca de 100 milhões de pessoas lendo, compartilhando e agindo de acordo com o que vê na internet.

Amanda Araújo, 25 anos, é moradora da Maré e professora de inglês. Ela acredita que os grupos de WhatsApp são a ferramenta mais usada para esse tipo de atitude. “Geralmente, pensamos que aquele conhecido não falaria algo de má fé ou não compartilharia algo sem saber. Não acho que quem compartilha seja de culpado, mas é necessário ver se é verdade para não enganar outras pessoas. Principalmente aqui na favela, onde não são todos que têm acesso à informação ou à internet”, relata Amanda.

Portais de notícias como Maré Online, data_labe, Podcast da Maré em Tempos de Coronavírus e até as gravações que circulam em carros de som pela favela em parceria com a Fiocruz, são algumas das iniciativas existentes no Conjunto de Favelas da Maré que podemos citar como produções de conteúdo confiáveis para informar os moradores.

Amanda enxerga a produção local como uma alternativa possível. “Os jornais comunitários são importantes para saber a real situação das comunidades, porque as informações nesses veículos são mais aprofundadas sobre ações comunitárias ou coisas que estejam acontecendo que a mídia tradicional não daria muita atenção”.

Cartilha para moradores de favela

Uma cartilha feita por morador da comunidade Pereira da Silva, no Rio, orienta moradores de favelas no combate ao coronavírus. O texto é de Marcos Furtado com orientações de prevenção à Covid-19 adaptadas para a realidade das comunidades. Faça o download!  Além do guia digital, o jornalista Marcos Furtado produziu uma série de cinco vídeos com os conteúdos da cartilha. Assista agora.

Tomógrafo na Maré

Neste sábado um tomógrafo foi instalado na Maré, mas mesmo com inauguração, o equipamento não tem prazo para começar a funcionar. Veja na matéria de Hélio Euclides e Thaís Cavalcante. 

Campanha Maré Diz Não ao Coronavírus

Nesta última semana, como parte da Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus, foram entregues para a população das 16 favelas da Maré mais 2.556 cestas de alimentos, 2.556 kits de higiene pessoal e de limpeza, 11.300 máscaras de tecido feitas por costureiras da Maré, 3.936 frascos de álcool em gel e 2.100 refeições para pessoas em situação de rua. No total, nesses dois meses, foram entregues 15.440 cestas básicas e 15.300 refeições, 40.768 frascos de álcool em gel e 25.500 máscaras de tecido para a população das 16 favelas da Maré.  Mais informações no site da Redes da Maré.

Nenê do Zap

Até os nenês já sabem que não dá para descuidar em tempo de coronavírus. Com os números em alta, a única coisa possível de se fazer para melhorar essa situação é ficar em casa. Confira a dica de hoje do Nenê do Zap.

Em ano de eleição, prefeito inaugura até tomógrafo e raio X

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Os aparelhos foram instalados, mas sem previsão de atendimento à população da Maré

Hélio Euclides e Thaís Cavalcante

O Centro de Imagem da Clínica da Família Adib Jatene, na Vila do Pinheiro, uma das 16 favelas da Maré recebeu a instalação de um tomógrafo e de um aparelho de raio-x, neste sábado (30). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o aparelho estará em funcionamento nos próximos dias após a conclusão dos testes e treinamento das equipes.  O tomógrafo faz exames de imagem fundamentais para o diagnóstico precoce da pneumonia viral, sintoma de infecção pela Covid-19. A capacidade de exames é de 1.200 por mês. 

A escolha do local levou em conta a disponibilidade de espaço e a facilidade de acesso. O primeiro tomógrafo do Complexo da Maré poderá atender pacientes das quatro clínicas da família e dos três centros municipais de saúde que funcionam na região.  Apesar de inaugurado, não há data prevista para o funcionamento.

O uso do equipamento

O tomógrafo é um equipamento de alta resolução utilizado para ajudar a diagnosticar fraturas, tumores, AVC (acidente vascular cerebral), nódulos e o estágio do vírus Covid-19. “Esse passo é para vencer a luta contra a Covid-19. O morador da Maré tem uma dificuldade para marcar esse tipo de exame, pois para chegar aos hospitais precisa passar pelo Sisreg (Sistema de Regulação). Essa dificuldade vai terminar com esses aparelhos aqui”, comenta Fábio Pinheiro, conhecido como Fabinho, superintendente de supervisão regional da Área Programática 3.1. Apesar da Prefeitura afirmar o relaxamento do isolamento social a partir de junho, Fabinho pediu que a população da Maré fique em casa.

Cadê os moradores?

O evento chamava atenção pela ausência de moradores, com presença apenas de funcionários da Prefeitura, lideranças da Maré e correligionários do prefeito Marcelo Crivella. Um dessas lideranças foi Hildebrando Gonçalves, conhecido como Del. “Esses equipamentos não vão ajudar só essa favela, mas toda a Maré. Um passo necessário é que a Maré precisa da criação de um pólo de tratamento. Outro ponto é melhorar a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na Nova Holanda, que sofre com a energia elétrica e ausência de consultório dentário. Parabenizo o trabalho da Redes da Maré, nesse momento tão delicado e num local de ausência do poder público”, expõe.  

“Esses equipamentos são essenciais para atender as quase 150 mil pessoas que moram na Maré. Com o fim da pandemia, esses equipamentos vão continuar na Maré. Outra boa notícia é a construção da segunda fase da obra, que deve ficar pronta em 30 dias, que é a entrega de 24 leitos”, esclarece Heitor Pereira, administrador regional da 30ª Região Administrativa. 

Só pra “inglês” ver

Neste ano de eleições, é possível contabilizar inaugurações, mas do outro lado falta a manutenção dos equipamentos que já existem. Por exemplo, ainda há aparelhos não consertados e a falta de medicamentos. “Não espero muito desses equipamentos, pois o mínimo, que é remédio, falta nas farmácias das Clínicas da Família da Maré”, reclama a moradora da Vila dos Pinheiros, Rosemi Nunes, que se trata na Clínica da Família Adib Jatene. 

A secretária municipal de saúde Ana Beatriz Busch garantiu que os equipamentos não serão removidos após a pandemia. O Maré de Notícias questionou a secretária sobre o problema de falta de instalação elétrica e uso de gerador na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na Nova Holanda. “Estamos tentando resolver essas pendências nas clínicas, pois a prefeitura tem como prioridade a saúde”, resume. 

Em discurso, o prefeito Marcelo Crivella falou que a instalação do Centro de Imagem na Maré é o trabalho de prevenção, mas não garantiu médicos. “Aqui não tem o médico o todo tempo, por isso a instalação de equipamentos computadorizados, onde haverá especialistas para sair logo os laudos”, declarou o prefeito esquecendo que os laudos também são emitidos por médicos.

Michele Galdino, gerente da Clínica da Família Adib Jatene, explicou que era difícil para o morador da Maré marcar esses tipos de exames. Que o espaço vai facilitar a realização e o resultado. Sobre quantos moradores poderão ser atendidos e a partir de quando, ela não soube explicar. “Não temos como saber como será esse fluxo de uso. Não tenho data determinada para abertura, pois estamos no aguardo de funcionários”, responde. Mesmo com a ligação do cabo de baixa tensão ao poste do Centro de Imagem, o anexo usa dois geradores de energia da empresa Energy Locação. A gerente disse apenas que não há prazo para a conclusão da obra.

Estoque baixo de medicamentos

De acordo com a reclamação de moradores, a Clínica da Família Jeremias de Moraes Silva, que atende as favelas Nova Holanda, Rubens Vaz e Parque Maré, tem sofrido a falta frequente de remédios. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não há falta de medicamentos de hipertensão e controlados em geral, mas devido a dificuldades do mercado, alguns medicamentos estão com estoques baixos na rede. O nome dos remédios não foram informados. A Secretaria Municipal de Saúde afirmando ainda que está fazendo os remanejamentos entre as unidades para que não haja faltas, até que a situação se normalize.

Números omitidos da Covid

Há 15 dias o número de mortes no Painel da Prefeitura parou de ser divulgado. Desde quarta feira(27/5) a plataforma voltou a disponibilizar os números, mas eles não batem com as demais fontes oficiais. O painel da Prefeitura mostra o número de mortes do Ministério da Saúde (3.578), mas ao mesmo tempo tem como dados de sepultamentos o número muito menor. (2.083). “São apenas números. Antes demorava mais tempo para um resultado exato, agora não”, diz a secretária municipal de saúde Ana Beatriz Busch. Apesar do grande número de moradores que circulavam pela frente da clínica, Beatriz ironicamente agradeceu a população que está entendendo o isolamento, para não sobrecarregar o atendimento.

Quebra do isolamento social 

Crivella fez questão de falar sobre o relaxamento do isolamento social. “Estamos estudando para o retorno à normalidade. Já chegamos a 400 mortos diários e hoje são 160 pessoas. Desses números enterrados, no máximo 90 foram de coronavírus, os outros foram doenças crônicas que se descontrolaram”, diz. Depois tentou explicar a fala: “A curva desceu. Precisamos entender que na nossa sociedade se nasce e morre, é uma cadência.” Mas não explicou a fonte do dado citado mostrando a queda de mortes, já que diariamente tanto a cidade quanto o estado, de acordo com Ministério da Saúde, só tem números ascendentes tanto em mortes quanto em casos.

Logo depois, Crivella repetiu o discurso do presidente Jair Bolsonaro. “Existe um enorme pedido para o retorno ao trabalho, para sair do prédio e abrir o comércio. Para isso, é só ter medidas de higiene, resguardar os idosos e doentes crônicos para que a linha não suba, não ocorra retrocesso”, afirma. Após agradecer a presença de funcionários da Prefeitura e lideranças, o prefeito mostrou-se perdido e perguntou: “Qual o nome dessa clínica?” Ao ser informado, ficou sem graça e explicou que Adib Jatene era um grande médico. Ao final, enfatizou que a Prefeitura vai tentar derrubar a liminar que proíbe a abertura de igrejas. 

Repercussão na internet

Nas redes sociais, muitos moradores criticaram a inauguração. “Poxa, ficaria feliz se o raio-x da UPA 24 hrs não estivesse quebrado”, publicou Verônica André Barbosa. “O Pessoal só deve prestar atenção porque essas instalações estão sendo feitas como forma de propaganda política. Na Pavuna também foi instalado um tomógrafo num lugar que alaga. Se na porta aparecer aquela faixa agradecendo ao prefeito é somente a confirmação do uso eleitoreiro”, relatou Sérgio Maurício.

Na Rocinha a mesma ladainha

No mês de maio, um episódio de instalação de tomógrafo causou estranheza aos moradores da Rocinha. O Prefeito Marcelo Crivella, que também é pastor evangélico, resolveu instalar um tomógrafo na garagem da Igreja Universal do Reino de Deus e a Justiça do Rio de Janeiro liberou a instalação, alegando que a mesma respeita critérios técnicos.

Por Dentro da Maré #4 Sobre maternidade na Maré: luta e acolhimento

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Por dentro da nova rotina das mães da Maré com o coronavírus

Jéssica Pires

A Maré tem muito a agradecer às mulheres. Dos seus 140 mil moradores, 51% são mulheres, de acordo com o Censo Maré de 2014. E 76,4% das mulheres entre 30 e 34 anos daqui são mães. Praticamente a metade das com 15 anos ou mais é responsável por domicílios na Maré. São as mães solo ou mães que, mesmo tendo um companheiro, assumem quase a totalidade do cuidado com os filhos. E durante a pandemia, muitas dessas mulheres têm dado conta 24 horas por dia deste cuidado.

Por conta das determinações de distanciamento social, as crianças não estão frequentando creches, escolas e outras atividades. A recomendação é ficar em casa. É preciso criar, então, alternativas para suprir as demandas dos filhos e ainda conciliar com o trabalho em casa. 

Como as mães mareenses estão lidando com isso? 

Ouvimos relatos de mulheres que estão aprendendo também a ser educadoras, recreadoras e ainda dar conta de si. Uma luta. A Cristina mora no Sem Terra, Parque União, e é mãe de Letícia, de 1 ano e 9 meses, e Clara, de 16 anos. Ela nos contou que com a Clara é mais simples: assistir uma série ou um filme e a conversa entre as duas supre as demandas de distração para a adolescente. O desafio é manter a pequena Letícia entretida.

Para Raiane, moradora do Rubens Vaz, que tem dois filhos pequenos – Ravi, de 3 anos e Gabriel, de 1 ano e 11 meses -, o difícil é não ter acesso ao lazer para as crianças. Afinal, nem contato com parentes eles estão tendo. A Karla – mãe do Pedro, de 4 anos – abriu o jogo: ela não gosta de brincar e terceirizava essa necessidade com crianças vizinhas. Seu filho sente muita falta da rua e da bagunça que eles faziam quando Karla convocava os amiguinhos para a casa deles na Nova Holanda. Todas elas já estavam sem trabalhar antes da pandemia e o principal desafio é organizar a rotina dos filhos, da casa e suas demandas pessoais.

Mas e quem ainda está trabalhando? A Alessandra é mãe de seis – Sara (20), Israel (18), Ester (16), Alexandra (11) Mateus (10) e Talita (6) – e ainda tem trabalhado em dias alternados. Ela disse que tem se desdobrado e contado com o apoio dos filhos mais velhos para apoiar no cuidado com os mais novos. Os gastos com as crianças em casa também aumentaram muito. Isso porque além dos filhos, ela acolheu quatro sobrinhas, já que a irmã está internada com coronavírus. Esse coração grande da Alessandra é morador da Nova Maré, a favela que tem mais crianças na região. Favela é acolhimento, desde sempre. 

“Essas chefes de famílias estão pensando em como vão alimentar essas famílias e essas crianças. Essa ideia de possibilitar, orientar, provocar e motivar uma condição de iniciar um processo de brincadeiras é muito difícil”, diz Carlos Marra, educador, produtor cultural e conselheiro tutelar. É importante lembrar que, apesar da recomendação de distanciamento social ser universal, as condições para colocá-la em prática não são. Precisamos reforçar a necessidade da elaboração de políticas públicas para que as famílias e mães da Maré tenham acesso a saneamento básico, água e renda.  

Mães ainda mais especiais: 

A quebra na rotina das mães de crianças especiais tem impactos ainda maiores. É o caso da Juliana, moradora do Rubens Vaz. A Ju tem 23 anos e o Davi, 4. Ele tem transtorno do espectro autista (TEA) e uma síndrome genética rara. Para ela, o maior desafio é a interrupção das terapias de reabilitação que fazem parte do tratamento do filho. 

A Alusca contou que os cuidados com a higiene e a atenção com o filho redobraram por conta da pandemia. Pedro, de 10 anos, tem paralisia cerebral. “Já não bastava conviver com a patologia da criança. Hoje em dia, o nosso estado emocional fica abalado e a gente fica muito insegura”. Ela tem tentado realizar as atividades enviadas pelos profissionais que o acompanham, como fonoaudiologia, fisioterapia e psicopedagogia. Mas, segundo ela, o ambiente de casa acaba deixando a criança mais dispersa, o que não favorece a realização das atividades. “É notória a inquietação do meu filho”, comentou. 

A Juliana e a Alusca fazem parte do “Especiais da Maré”, um grupo de moradoras e moradores mães e familiares de pessoas com necessidades especiais. Dos 140 mil moradores da Maré, mais de 47 mil têm algum transtorno psíquico, cognitivo ou deficiência física. 

Home Office (para quem pode) 

Com o distanciamento social, surge a possibilidade de trabalhar em casa. Mesmo que isso seja visto como um privilégio, ele não atinge boa parte das mães da Maré, já que o cenário de lidar com trabalho, cuidados com os filhos e a casa também é complexo. E pode gerar ansiedade e estresse. Para Anna Maria Chiesa, professora da Escola de Enfermagem da USP e consultora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, não dá para pensar que, com tantas novidades, tudo vai acontecer tranquilamente e vai ser possível produzir o mesmo trabalho que se produzia antes. Além disso, ela pontua sobre seguir com o aprendizado das crianças como se nada tivesse acontecendo: “Omitir a dificuldade de trazer tudo para dentro de casa e sobrecarregar as relações é um elemento que tem que ser considerado”. Então, a dica é “respira e não pira!”

Falando em dicas… (especial para as mamães!) 

Diálogo e equilíbrio são pontos chave para a saúde das relações nesse momento. Tanto entre mães e filhos quanto nas relações de trabalho. Para facilitar esse processo, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal criou o “Nenê do Zap”. A iniciativa é “um incentivador de conversas e interações entre pais, mães e familiares de cuidadores e crianças até os seis anos de idade”, de acordo com Sarah Maia, responsável pelo projeto. Toda semana, ele manda dicas e informações via WhatsApp sobre cuidados, conversas e brincadeiras que podem ser feitas no dia a dia da criança. E durante a pandemia, o conteúdo tem sido especial sobre o coronavírus: o que fazer com as crianças em casa, cuidados com a higiene, como explicar sobre o coronavírus e outras dicas, que estão disponíveis no site do projeto. Veja algumas:

· Não tente dar conta de tudo! Liste o que é mais importante no dia para não se perder;

· Tenha um tempo para você! Seja para falar com a família virtualmente, assistir TV ou descansar. Pode ser depois que as crianças dormirem ou enquanto você reveza os cuidados com outro adulto. Mas pare e respire;

· Peça ajuda! Aos filhos maiorzinhos e a quem mais morar na casa. 

E depois da pandemia?

As mães e as pessoas com as quais conversamos para construir esse Por Dentro da Maré responderam ao perguntarmos sobre o que elas esperam que fique desse momento que vivemos. A palavra que fica é solidariedade. Foi com a expectativa de que a onda de apoio que se formou durante a pandemia permaneça. Acompanhada da solidariedade, as mães da Maré também esperam que a rede de afeto e união presentes na Maré e fora se fortifique.