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Ronda Coronavírus: 67 casos e 17 óbitos na Maré

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Na Maré, 14 das 16 favelas tem casos de Covid-19

Com a atualização de 67 casos informados pelas secretarias de saúde, a Maré passa ser a segunda maior região de favelas em número de casos no Rio de Janeiro. A primeira favela, com 98 casos, é a Rocinha. As favelas da cidade concentram, até o momento, 442 casos de Covid-19. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informa que registra, até esta sexta-feira (15), 19.987 casos e 2.438 óbitos por coronavírus no estado. Só a cidade do Rio de Janeiro tem 11.715 casos. 

Das 16 favelas da Maré, 14 já tem casos confirmados, segundo o Boletim “De Olho no Corona”, da Redes da Maré. Este e outros dados estão disponíveis na publicação no site da Redes da Maré e na matéria da jornalista Jéssica Pires para o Maré de Notícias Online, destacando as dificuldades de internação que moradores da Maré vem encontrando ultimamente.

A movimentação nas favelas da Maré teve dinâmicas específicas e diferentes. No geral, no momento da nossa ronda notamos mais pessoas nas ruas do que na quinta-feira (14). O que tem causado aglomeração constante são as caixas 24 horas que ficam na Avenida Brasil: nesta sexta-feira identificamos muitas pessoas nas filas, sem respeitar a distância mínima de 1,5m recomendada. Já no Parque União, Marcílio Dias e Kelson’s, as ruas permaneceram mais vazias durante esta sexta-feira (15).

O jornal O Globo mencionou nesta sexta-feira (15) que a fila de mortes suspeitas aumentam. Do dia 1º de maio até o dia 13, as mortes em investigação quase triplicaram: no primeiro dia do mês eram 311, enquanto na quarta-feira pulou para 907 óbitos na fila. As mortes suspeitas tem levado até três dias para serem solucionadas, e para a Fiocruz, a tendência é que a fila aumente mais. De acordo com os dados publicados com o boletim “De Olho no Corona”, de 28 óbitos na Maré, 11 seguem sob investigação até o momento. O Maré de Notícias segue acompanhando os dados. 

A prefeitura, porém, informou que houve queda na curva de contágio da Covid-19 na cidade, segundo dados do gabinete científico da Prefeitura do Rio. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, informou nesta sexta-feira (15) que, pela primeira vez, houve na cidade um resultado de alívio inicial para a população na curva de contágio da Covid-19, que caiu após a série de medidas restritivas adotadas pela Prefeitura.

Secretaria Municipal de Saúde inicia última etapa da vacinação contra a gripe na próxima segunda-feira, 18 de maio. O público-alvo desta etapa são professores de escolas públicas e privadas e adultos de 55 a 59 anos de idade. A vacina será oferecida das 8h às 17h nas unidades de Atenção Primária do município – Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde. É necessário levar um documento de identificação com foto. Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, pessoas com deficiência, gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz) até 45 dias do nascimento do bebê ainda podem tomar a vacina.

Dia intenso de operação policial

Moradores do Complexo do Alemão começaram o dia de hoje, 15 de maio, sob operação policial, que deixou 12 pessoas mortas e um policial ferido. Ao longo do dia, circularam vídeos de moradores aglomerados juntos aos corpos. Operações policiais neste momento vão contra as ordens de distanciamento social por promover aglomeração e pela abordagem policial não ter se adaptado a essas ordens.

No início de abril, a Rede de Observatórios da Segurança apontou que houve redução no número de operações durante o mês de março, comparado ao mesmo período de 2019. Na Maré, entretanto, já aconteceram três operações policiais desde o início da pandemia. O Maré de Notícias fez na última edição uma reportagem sobre as operações policiais durante a pandemia de coronavírus e explica como essa dinâmica tem acontecido a Maré.

Dica do Nenê do Zap

O distanciamento social não gera ansiedade apenas nos adultos. Bebês e crianças da primeira infância também sofrem com o confinamento. A dica do Nenê de hoje é não mentir para as crianças, pois isso pode gerar ainda mais frustração e impaciência. Tentar criar referências e comparações de tempo que as crianças possam compreender e incluí-las nas atividades da casa é uma das maneiras de ocupar o tempo e fortalecer as relações nesse período.

Boletim “De Olho no Corona” destaca dificuldades de internação dos moradores da Maré

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Mapeamento realizado calcula aumento de 162% nos casos confirmados em uma semana

Desde meados de março, quando a pandemia do coronavírus foi identificada pela Organização Mundial de Saúde e os primeiros casos chegaram ao Brasil, as autoridades médicas nacionais destacavam a incapacidade do sistema público atender a demanda de uma pandemia no país. Isso de fato vem acontecendo, e as favelas e periferias, com a população dependendo quase em sua totalidade do SUS, é a mais impactada. 

Segundo a Fiocruz, o país tem 45,8 mil leitos de UTI, sendo 22,8 mil no SUS e 23 mil na rede particular. Quando se considera a quantidade de pessoas que têm acesso à rede privada e a quantidade que depende exclusivamente da rede pública, chega-se à percepção de que “um brasileiro com plano de saúde tem mais do que o triplo de chances de ter acesso a uma UTI do que os outros cerca de 77% da população que dependem exclusivamente do SUS”, é uma das análises do 2° Boletim “De Olho no Corona!”.

Foram 208 possíveis casos que chegaram ao banco da equipe da Redes da Maré. Destes, 164 casos foram registrados e acolhidos pela equipe responsável pela produção do boletim. Dessas 164 pessoas, 47 precisaram de internação, representando 29% do total de casos. Entre essas que foram internadas, 22 vieram a óbito (47%). Um outro ponto que chama a atenção nas análises das assistentes sociais envolvidas na produção dos dados é a recomendação da procura de unidades de saúde apenas em casos de sintomas graves ou muito graves. Pelo menos um dos moradores da Maré perdeu a vida em menos de 24 horas após a chegada à unidade de saúde. Há registro de óbito em 12 das 16 favelas que compõem o conjunto de favelas da Maré, um aumento de 162% no total de casos confirmados e de 168% no de casos suspeitos. Os dados são referentes a semana de 4 a 10 de maio.

A subnotificação georreferenciada 

O Maré de Notícias vem acompanhando o número de casos confirmados nos dois bairros vizinhos da Maré, Bonsucesso e Ramos. De acordo com os dados do boletim, Bonsucesso, que tem 22 óbitos registrados, tem a maior taxa de mortalidade da cidade, enquanto Copacabana, que apresenta o maior número de óbitos da cidade, 88, possui a 7ª maior taxa de mortalidade. 

Enquanto a taxa de letalidade analisa o número absoluto de óbitos do bairro em relação ao número geral de mortes, a taxa de mortalidade analisa o número de óbitos proporcionalmente ao número de habitantes daquele bairro. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, Bonsucesso possui uma população de 18.711 pessoas e em Copacabana residem 146.392. Dessa forma, no dia 14 de maio, Bonsucesso possuía 118 óbitos por 100 mil habitantes e Copacabana apresentava 60 óbitos por cada 100 mil habitantes. Mesmo com Copacabana possuindo o maior número de casos de pessoas que vieram a óbito, é em Bonsucesso que morrem mais pessoas em relação ao número de moradores.

Outro destaque importante é que nas favelas com grande população, como Rocinha e Maré, apresentam baixas taxas de mortalidade. Ainda segundo o boletim, no dia 14 de maio, a Rocinha, com 69.356 moradores, tem 33 óbitos por 100 mil habitantes, e está na 34ª posição deste ranking. A Maré com 129.770 moradores (os moradores de Marcílio Dias estão incluídos no número populacional da Penha) aparece na 139ª posição, com seis óbitos confirmados por 100.000 habitantes. 

Considerando as questões que são comuns a outras favelas da cidade, como aglomerações nas ruas, quantidade de pessoas que residem em pequenas casas, com saneamento básico precário e escassez no acesso a materiais de limpeza, nota-se uma grande diferença entre os casos da Maré e outras favelas da cidade, de acordo com os dados divulgados pelas secretarias de saúde. 

Elementos que favorecem essa subnotificação é o fato do status administrativo da região ser ignorado em comprovantes de residência e cadastros de órgãos oficiais, de acordo com o boletim De Olho no Corona. Desta forma, moradores e concessionárias de serviços públicos acabam não considerando a Maré como bairro, subnotificando os casos do território e, possivelmente, aumentando o número de bairros vizinhos, conforme falamos na matéria Subnotificação de casos: a Maré é bairro! disponível no Maré Online.

A crise de acesso atinge toda a cidade

A cidade do Rio de Janeiro têm três hospitais de campanha. O primeiro foi inaugurado em 25 de abril de 2020, no Leblon, com 160 leitos (e com a promessa de abertura de mais 40). O segundo, localizado no Riocentro, foi entregue dia 1º de maio, com 100 dos 500 leitos prometidos. O terceiro, no Maracanã, começou a receber pacientes no sábado, 09 de maio, tendo 170 leitos, dos quais 50 são de unidade de terapia intensiva (UTI). No entanto, essas iniciativas ainda não conseguem responder à gravidade da crise. No dia 6 de maio, o Rio já tinha 1,1 mil pacientes aguardando leitos. Nesta quinta (14), o Painel Rio Covid-19 informa que são 1.549 pacientes hospitalizados na rede do SUS na cidade do Rio, com 497 pessoas em leitos de UTI, e ainda 614 pacientes na rede municipal, com 159 em leitos de terapia intensiva.

O boletim “De Olho no Corona”, produzido pela equipe social da Redes da Maré, em articulação com pessoas e organizações locais, é um dos resultados da Campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus”. Um dos objetivos da publicação é apontar caminhos possíveis para o enfrentamento da pandemia na Maré, com foco na garantia da assistência para as famílias em situação de maior vulnerabilidade que estão desassistidas neste momento. Além disso, pensar em uma estrutura permanente de saúde pública em seus diversos níveis para o território. O boletim completo está disponível no site da Redes da Maré. 

Abandono da Saúde fica mais evidente com o coronavírus

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Sem testagem para todo mundo, com pouco isolamento social, casos suspeitos de Covid-19 só aumentam e com isso, a saúde da cidade do Rio entra em colapso, e quem mais sofre são os moradores de favela

Hélio Euclides

Com a previsão do Ministério da Saúde de que o mês de maio seria o grande aumento do número de casos de Covid-19, esperava-se que os nossos governantes tivessem se preparado para enfrentar a grave a situação. Contudo, isso não aconteceu, e a consequência bate na porta:  colapso nos hospitais, com enormes filas de espera para internações, ausências de exames para detecção do vírus,  falta de orientação e monitoramento para pacientes com sintomas, e até falta de medicação para tratamento e sedação.

No último informe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de 14 de maio, a Maré estaria com 41 casos confirmados e sete óbitos. Mas, em 08 de maio, o número reduziu, de 39 casos e nove óbitos no dia anterior, para 37 casos e três óbitos. Algo que chamou atenção, já que em todo o território nacional os casos estão em ascensão. A assessoria de imprensa da secretaria informou em nota que essa redução aconteceu por uma revisão, realizada pela equipe de Vigilância Epidemiológica que trabalha para qualificar a informação, por isso, os dados foram revistos. O que não corresponde à realidade da Maré. A cada dia mais e mais casos suspeitos com mortes, inclusive são relatados pelos moradores. Difícil ter alguém que more nas 16 favelas que não conheça nenhum vizinho ou nenhum caso de Covid-19.

Com a falta de testes para todos os casos suspeitos nas consultas das unidades de saúde, não há como esses números serem reais. O Boletim “De Olho no Corona!”, que auxilia o monitoramento dos casos suspeitos na Maré, revelou que a equipe da Redes da Maré registrou 141 possíveis casos de Covid-19. Destes, 81 foram acompanhados pela equipe, onde foi apurado que 42 estavam com suspeita de Covid-19, 18 pessoas morreram, 16 tiveram diagnóstico confirmado.. Os dados acima apontam, para a subnotificação dos casos, fato que traz prejuízos para uma intervenção eficiente do poder público.

Outra questão, importante é que os casos confirmados e de mortes de pessoas moradoras das favelas da Maré podem estar sendo notificados como pertencentes a outros bairros, como Bonsucesso e Ramos, que apresentava mais de 170 casos confirmados, apesar da região ser muito menor. Um dos motivos é que moradores muitas vezes preferem identificar o bairro como  Bonsucesso ou Ramos para evitar sofrerem preconceito. A Secretaria Municipal de Saúde informou que as notificações de casos confirmados de Covid-19 levam em consideração o endereço informado no momento do atendimento e que às equipes da SMS estão atentas as classificações territoriais e trabalham continuamente para identificar os casos em comunidades.

O Maré de Notícias apurou que a UPA Maré possui 15 leitos para adultos, que no momento do último registro (14/5) estavam ocupados. Uma reportagem do Jornal O Globo, do dia 28 de abril, apontou ainda que, de acordo com os profissionais da unidade, são pelo menos 30 pacientes por dia com sintomas da doença. Um funcionário que preferiu não se identificar disse que na unidade ocorrem mortes diárias e há falta de Equipamento de Proteção Individual. A administração da UPA negou a deficiência de EPIs. 

Informação é primordial

Uma dificuldade grande para os parentes é obter informações sobre a evolução dos pacientes que se encontram internados. Como os que tem suspeita ou confirmação de Covid-19 ficam isolados, as famílias não podem visitar e reclamam da ausência de notícias sobre o estado do internado. Isso é uma das reclamações de Isadora Ribeiro, moradora da Vila dos Pinheiros. A sua tia, Rita Helena começou com tosse, febre e falta de ar. Ela foi levada no dia 22 de abril às 16h, para a UPA Maré, onde foi internada. No mesmo dia, às 22h horas, infelizmente, morreu.

O sofrimento da família foi agravado pela falta de informações. Apenas no dia seguinte, às 11h, a família soube da morte. “Além da falta de informação, ficamos sabendo que a UPA não tem geladeira, então nos aconselharam a retirada rápida da minha tia. O segundo problema surgia: às 14h, a funerária, na qual minha tia tinha plano, foi avisada, mas se negou a entrar, por ser favela. Só às 20h conseguiram convencer a funerária, que só meia-noite veio buscá-la.”

Isadora disse que a Clínica da Família Adib Jatene está acompanhando a família e que prescreveu remédio para o irmão que está com tosse e febre. A família está em quarentena, mas ninguém fez o teste. Apesar disso, Isadora foi considerada assintomática. Ela garante que sua tia evitava sair de casa, só ia ao mercado e sempre pedia para que todos se higienizassem antes de entrar em casa.  “Não adianta cobrar do poder público se não fazemos a nossa parte, que é não ficar na rua, pois os hospitais estão lotados. O coronavírus mata sim. O triste é que temos um presidente que não se posiciona, não levando a sério a doença, e tem muita gente que reproduz o discurso dele. Temos que acompanhar os noticiários e entender o que acontece para não culpar os médicos e enfermeiros”, conclui. 

Não há padrão de atendimento

O tratamento indicativo ao Covid-19 no Brasil é a partir dos sintomas apresentados ou baseado em exames de imagens, sem a testagem, o que ajuda no controle da doença. Outra queixa recorrente está relacionada à indicação de ir para casa sem acompanhamento posterior. Pacientes que por recomendação do Ministério da Saúde deveriam estar sendo monitorados por agentes de saúde, estão completamente esquecidos. Além disso não há padrão uniforme no tratamento. Valdineide Bernardo conta que foi ao Centro Municipal de Saúde (CMS) João Cândido, em Marcílio Dias, com tosse, e recebeu indicação de utilizar antibiótico. A sua reclamação foi o tratamento diferenciado com o pai, que apesar do mesmo sintoma, passaram paracetamol e xarope. Uma semana depois ele começou com febre de 39 graus e não queria comer. “Levei ele de novo, falaram que a ambulância iria demorar seis horas, então não podiam fazer nada. Pedi um transporte por aplicativo e levei para o Hospital Getúlio Vargas, onde ficou internado”, afirma.

“É um descaso e negligência,” conta  Valdineide que teve logo a seguir e uma recaída e foi a unidade de saúde, mas só conseguiu consulta para a próxima semana. “Sou diabética e nem deram a vacina H1N1. Agora fiz um exame no particular, que custou mais de R$ 100, para provar que sou diabética e tomar a vacina”, reclama. 

As notificações de Marcílio Dias uma das 16 favelas da Maré estão registradas como bairro da Penha Circular, que está com 29 casos confirmados e três óbitos.

A pandemia em números

Com o avanço da doença, já existe fila de espera nos hospitais para internação. Há ausência de leitos e em algumas unidades e falta de profissionais, pois muitos já se encontram afastados por contrair o vírus.  O Brasil é campeão em números de mortes de profissionais de saúde no mundo. Com a situação de saturação, pessoas morrem sem conseguir um leito para internação. 

Com a situação de saturação, pessoas morrem sem conseguir um leito para internação. A Prefeitura do Rio informou que abriu 722 leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19. Deste total, 171 são leitos de UTI. No dia 1º de maio, foram abertos 249 novos leitos, 100 deles no Hospital de Campanha, no Riocentro. Hoje são 65 pacientes internados no Hospital de Campanha, sendo 21 em UTI. Em toda a rede municipal, há 614 pessoas internadas em leitos dedicados a Covid-19, sendo 159 em leitos de UTI.

A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede SUS no município é de 89%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria para pacientes com suspeita de Covid é de 88%, também no município. Em toda a rede SUS na cidade do Rio – que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais – há 1.549 pacientes internados com suspeita de Covid, sendo 497 em UTI.

Em todos os hospitais públicos da cidade do Rio – e não apenas nas unidades da rede municipal – há 846 pessoas na fila da regulação, aguardando transferência para leitos dedicados a Covid-19. Os pacientes podem ser regulados para internação em qualquer uma das diferentes redes, seja federal, estadual ou municipal.

Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que, até o momento, 1.049 novos leitos para tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados da Covid foram abertos em todo o estado do Rio de Janeiro. Desse total, 892 são em hospitais de referência para o tratamento de coronavírus, sendo 426 UTIs e 466 enfermarias. Além dessas unidades destinadas, há ainda 157 leitos, sendo 100 de UTI, para o tratamento da Covid em áreas isoladas de outras unidades estaduais.

A SES informa ainda que, atualmente, a taxa de ocupação considerando toda as unidades da rede estadual é de 79% em leitos de enfermaria e 86% em leitos de UTI. Ao todo, 2.119 pacientes estão internados na rede estadual. No total, em toda a rede pública, 447 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para UTIs, que podem ser regulados para as diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal.

Com exceção do Hospital Regional Zilda Arns, cujas taxas de ocupação são de 89% na enfermaria e 86% na UTI e dos hospitais de campanha Lagoa-Barra, onde há 101 pacientes internados, 70 em leitos de UTI), Maracanã e Parque dos Atletas, a secretaria esclarece que todos os outros leitos destinados para a Covid estão ocupados e que há rotativa de vagas ocasionadas por altas, óbitos, além de reservas técnicas de leitos para pacientes já internados que possam agravar o quadro clínico, necessitando de UTIs.

Os aproveitadores da pandemia

Apesar do momento crítico que a cidade sofre, há pessoas que se aproveitam para realizar contratos fraudulentos para compra de EPIs e equipamentos como respiradores. O secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, concedeu entrevista coletiva no dia 12 de maio, no qual anunciou a criação de uma força-tarefa para analisar todos os contratos firmados a partir de agora para adquirir equipamentos e insumos para o combate à Covid-19.

Durante a coletiva, Edmar também voltou a falar sobre a importância do isolamento social no achatamento da curva de contaminação da doença em território fluminense. “Precisamos ampliar esse isolamento, chegarmos ao número de 70% das pessoas em casa. Se isso acontecer, teremos tempo de preparar os hospitais de campanha. Nosso foco sempre será salvar vidas”, finaliza.

Ronda Coronavírus: MPRJ recomenda medidas mais restritivas de isolamento

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Prefeitura recebe respiradores comprados na China; expectativa é que em até 10 dias hospitais estejam atendendo pacientes

Os estado do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira (14), por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), 19.467 casos e 2.247 óbitos por Covid-19. Desses casos, 11.264 foram confirmados na cidade do Rio, além de 1.509 óbitos. Na Maré já são 41 casos confirmados e oito óbitos, segundo Painel Rio Covid-19. 

Diante o aumento dos casos, o Ministério Público do Rio de Janeiro MPRJ) recomendou que governo do estado e prefeitura do município do Rio adotem o confinamento obrigatório (lockdown). A medida prevê que sejam paralisadas atividades não essenciais assim como a circulação de pessoas em regiões críticas, como capital e região metropolitana.

Prefeitura recebe 726 respiradores vindos da China para ampliar o número de leitos para pacientes do Covid-19. A Prefeitura do Rio estima que em até 10 dias os hospitais municipais de Campanha, no Riocentro, e Ronaldo Gazzola, em Acari, estejam em funcionamento pleno para atender pacientes. Dos 726 respiradores, 200 serão entregues ao CTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazzola, que também contará com mais 180 leitos para a enfermaria. No Hospital Municipal de Campanha, no Riocentro, serão mais 80 respiradores, completando a montagem do CTI com 100 leitos e preparando os 400 leitos totais da enfermaria. 

Curso on-line para professores da rede municipal

A Secretaria Municipal de Educação lançou um curso de educação socioemocional para os professores da Rede Municipal de Ensino. As inscrições estão abertas para os 38 mil professores da rede e é uma parceria com a plataforma Vivescer, do Instituto Península. A ideia é levar, pela internet, mais equilíbrio físico, mental e emocional aos mestres que estão, neste momento, isolados em casa para conter o contágio do novo coronavírus. Para se inscrever, basta os professores acessarem o site do projeto.

Medidas para conter aglomerações

Como medida de combate à Covid-19, a Secretaria de Ordem Pública e Segurança desmontou nesta quinta-feira, 14 de maio, 18 barracas de ambulantes no entorno da Central do Brasil. Além disso, mercadorias de ambulantes foram apreendidas e um estabelecimento foi fechado. A ação conjunta fiscaliza o cumprimento do decreto que suspende o funcionamento de atividades comerciais não essenciais. 

Na Maré, a recomendação é evitar aglomerações em bares, restaurantes e comércios e circular pelas ruas apenas quando o necessário e sempre fazendo uso de máscara.

Dica do ‘Nenê do Zap”:

A dica do “Nenê do Zap” de hoje fala sobre o sentimento de posse que alguns bebês podem expressar. De acordo com o Nenê, bebês e crianças da primeira infância de fato tem dificuldade de dividir coisas e levam um tempo para aprender isso na relação com os adultos e outras crianças. A dica para os familiares e cuidadores é reconhecer e aprender a lidar com tudo isso, mesmo que seja cansativo. No fim, o aprendizado é sempre gratificante. Quer receber mais dicas do Nenê? É só mandar um “oi” no zap (11) 997438964.

Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus inicia nova etapa

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Campanha da Redes da Maré começa nova fase com novas frentes de atuação

Andrea Blum e Hélio Euclides

A campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus retomou no sábado, 09 de maio, a entrega porta a porta de cestas de alimentos, kits de higiene pessoal e de limpeza a moradores nas 16 favelas da Maré. Para a segunda etapa, a equipe social da Redes da Maré está reorganizando cadastros e realizando entrevistas por telefone para uma qualificação das informações, garantindo assim a entrega das doações a quem mais precisa, como famílias que perderam renda ou que já estavam sem nenhuma. 

Quando se pensa numa campanha grande que atenda a um território como a Maré, com 140 mil moradores, os números são impactantes. Só no primeiro final de semana da segunda fase da distribuição, nos dias 09 e 10 de maio, foram distribuídas 692 cestas de alimentos, incluindo legumes e verduras, e 692 kits de higiene pessoal e de limpeza. Foram distribuídos ainda, em parceria com a Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz, frascos de álcool em gel para todos os 2.395 domicílios, beneficiando diretamente 6.222 moradores. A distribuição de álcool deve acontecer em todas as favelas que formam a Maré. Ao todo a campanha já distribuiu mais de 320 toneladas de itens, como alimentos e kits de higiene pessoal.

Para essa segunda fase, a entrega de quentinhas foi ampliada para 300 refeições por dia, incluindo 50 pessoas em situação de rua do projeto “Consultório na Rua”, da Secretaria Municipal de Saúde. Dos dias 27 de março a 09 de maio foram entregues 9.700 refeições preparadas pelas mulheres do projeto Maré de Sabores, gerando renda para as cozinheiras durante a pandemia.

A campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus se organiza a partir de quatro ações emergenciais: segurança alimentar, geração de renda, acesso à direitos e produção de informações seguras. Vale ressaltar que em todas as cestas de alimentos e kits de higiene pessoal e limpeza distribuídos estavam panfletos informativos  da iniciativa “Se Liga no Corona!”, um parceria do setor de comunicação da Redes da Maré com a Fiocruz, que tem o objetivo de levar orientações científicas checadas  sobre prevenção e cuidados para a população da favela. 

Lidiane Malanquini, coordenadora do Eixo de Direito a Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré, destaca que a segurança alimentar é um direito garantido na Constituição que não é respeitado. “Quando se pensa a quantidade de pessoas na Maré que estão passando fome, é um absurdo e algo muito grave. Essa pandemia vem mostrar o tamanho da desigualdade que a gente vive. O meu sentimento é de indignação com o poder público que deveria estar atuando, tanto na qualificação ao acesso da saúde como na questão da renda, que é facilitando o acesso ao Auxílio emergencial”, expõe. 

Para Lidiane, os governantes deveriam querer mudar a situação de pobreza que se encontra nas favelas e periferias. “O poder público precisava garantir o mínimo de alimentação para a população, mas se encontra inerte. Por isso, a população e organizações da favela precisam se organizar para dar conta de uma demanda imediata, que na verdade diz muito sobre a forma que o Estado lida com esses territórios e seus moradores”, conclui. 

Prevenção somada à arte, cultura e comunicação

Além de alimentos, uma outra ação importante é a produção de máscaras de tecido para serem distribuídas gratuitamente para moradores e moradoras das 16 favelas da Maré. Já foram produzidas 10.222 máscaras por 32 costureiras. A meta nos próximos dois meses é produzir 200 mil máscaras e chegar a 50 costureiras moradoras da Maré. Haverá ainda distribuição para grupos específicos, como pessoas em situação de rua e para a Associação de Mães Especiais da Maré. Também já foram distribuídos para as unidades de saúde da Maré, equipamentos de segurança pessoal, como máscaras e luvas. 

Outra novidade foi a abertura das inscrições para a Chamada Pública: novas formas de fazer arte, cultura e comunicação nas favelas, que escolherá 31 propostas de trabalhos realizados na Maré que tratem de temáticas relacionadas ao coronavírus, confinamento, saúde e prevenção, para bolsa e tutoria. O objetivo é estimular artistas, produtores e comunicadores populares das favelas da Maré para que repensem suas atividades, nesse novo contexto de distanciamento social, e possam garantir uma sustentabilidade mínima para seus projetos artísticos, culturais e comunicacionais. 

Na semana passada foi lançado também o boletim “De olho no Corona!”, com os números referentes aos casos suspeitos e confirmados de coronavírus nas 16 favelas da Maré e a situação de acesso aos equipamentos de saúde do território. Os dados são levantados pela equipe social da Redes da Maré através do atendimento on-line para acolhimento das demandas relacionadas a questões de saúde, violações e dúvidas sobre como acessar direitos. Espera-se que com dados mais próximos da realidade, possam ser criar ações mais qualificadas nas áreas de saúde e direitos sociais.

Critérios para recebimento da cesta

O segundo mês da Campanha “Maré diz Não ao Coronavírus” as cestas de alimentos e kit de higiene pessoal e alimentação estão sendo entregues para moradores que já estavam cadastradas e alguns foram avaliados por uma entrevista por telefone. Além desse grupo, foram atendidas todas as pessoas que fizeram a inscrição pelo canal do Whatsapp e que ainda não receberam sua cesta. Foram mais de 72 mil mensagens recebidas. 

A escolha das famílias para o recebimento das cestas veio a partir de uma articulação dos dados do Censo da Maré e de bancos de dados de algumas organizações que fazem atendimento direto à população da Maré. Na primeira etapa muitas pessoas que se inscreveram usaram o nome de mais de uma pessoa da mesma família, o que levou a duplicidade na entrega. Houve também famílias que estavam mapeadas pelos dois bancos de dados (Censo da Maré e as organizações), o que também fez com que a mesma família recebesse mais de uma cesta. Nesta segunda etapa esse erro foi corrigido pela checagem de endereços e  há também entrevistas sociais por telefone sendo feitas em alguns casos, para confirmação. Vale lembrar que todos os moradores que mandaram a mensagem de texto,  até o dia 11 de abril, pelo canal de WhatsApp com os dados solicitados, ou que já receberam cestas no primeiro mês de entregas serão contatados pela equipe da Redes. Não é  necessário fazer novo cadastro.

E  para aqueles que ainda não receberam é bom frisar que para constar como cadastrado, a pessoa deve  receber por  Whatsapp a mensagem com a confirmação “Seu pré-cadastro foi realizado com sucesso” ou receber ligação. Tão somente o envio dos dados pelo Whatsapp não garante cadastro, é preciso aguardar resposta da equipe. Uma dica importante  é se a pessoa mandar mais de uma mensagem, vai para o fim da fila. Além disso o  telefone de contato para o cadastro não recebe ligações, e  nenhuma pessoa está indo de porta em porta  em nome da instituição  para pedir dados bancários ou de cartão de crédito. Mais informações sobre a campanha em : http://redesdamare.org.br/br/quemsomos/coronavirus

Acidentes domésticos aumentam durante isolamento

Desde o início da quarentena, o número de acidentes domésticos aumentou. Mudança na rotina pode ajudar a evitá-los.

Maré de Notícias #112 – maio de 2020

Flávia Veloso

A casa tem ficado cheia por mais tempo, desde o início da quarentena, e é preciso ficar atento para evitar acidentes com crianças, idosos e, até mesmo, com os adultos. As crianças em tempo integral, em casa, e a rotina de afazeres domésticos com toda a família confinada chamaram a atenção de autoridades governamentais e em saúde para que as pessoas tomem cuidado no dia a dia.

Quedas, sufocamento e queimaduras são comuns e, ainda assim, são motivos de preocupação. As lesões provocadas podem ter consequências sérias, como fraturas, hemorragias, grandes áreas do corpo queimadas – o que pode levar ao óbito. Embora os mais jovens tenham melhor função motora e os acidentes domésticos não tenham consequências graves, precisam também tomar precauções. Dos atendimentos hospitalares realizados, 38% são feitos em pessoas que sofreram acidentes domésticos.

A recomendação atual da Rede Pública de Saúde é que a população só procure postos médicos, clínicas da família e hospitais em casos graves, para evitar o contágio do coronavírus. Quase 100% dos leitos no Rio de Janeiro já estão ocupados e muitas unidades de saúde só estão atendendo a casos suspeitos de COVID-19.

Cuidado onde pisa

Dos acidentes domésticos em idosos, os mais recorrentes são as quedas. Cerca de 30% dos indivíduos acima de 65 anos sofrem quedas; o número aumenta para 40% aos 80 anos e uma em cada 20 necessita de internação. As causas são, principalmente, fraqueza muscular, falta de equilíbrio e danos psicológicos, que são decorrentes do avanço da idade, doenças ou efeitos colaterais de medicamentos.

Além dos estudos que provam a eficácia da prática de exercícios físicos para prevenir quedas, o cuidado com a casa também é essencial para diminuir esse tipo de acidente. Deve-se evitar colocar tapetes e outros objetos no chão; deixar o ambiente iluminado; colocar corrimão em escadas e banheiros; certificar-se que os calçados sejam antiderrapantes e evitar subir em bancos, cadeiras, escadas e outros lugares que exigem maior equilíbrio.

Atenção às crianças

 “No dia 20 de abril, nosso pequeno artista caiu e mordeu a língua. Até aí, tudo bem, toda criança cai, né? Mas percebi que ele estava todo ensanguentado e com a mão na boca. Inicialmente, achei que era um dente quebrado, gengiva ou lábio que abriu, mas para a minha surpresa ele tinha rasgado a língua. Resolvi levar no hospital. Quando cheguei lá, fui informada que seria necessário dar ponto, pois a abertura tinha sido mais séria do que se imaginava…”, contou Fernanda dos Santos, moradora do Complexo do Alemão, sobre seu filho mais novo.

A maioria dos atendimentos em hospital, por acidentes domésticos, é feito em crianças e as consequências são a maior causa de óbito de indivíduos de 1 a 14 anos de idade. Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes domésticos com crianças correspondem a cerca de 110 mil casos de hospitalização, por ano. A preocupação é crescente durante períodos de maior estadia em casa, como férias e, atualmente, o isolamento social, pois os acidentes domésticos com os pequenos aumentaram 25% nesse período.

Os médicos afirmam que o confinamento acaba aguçando a criatividade. As crianças podem ficar mais agitadas e brincar em lugares da casa antes inexplorados. A boa notícia é que 90% dos acidentes são evitáveis e a melhor maneira é ficar de olho na garotada.

No início do mês de abril, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) lançou a cartilha  “Prevenção aos acidentes domésticos e guia rápido de primeiros socorros”, que pode ser encontrada na internet, sobre como se pode evitar acidentes domésticos com crianças, as técnicas de primeiros socorros, dicas para saber quando é necessário levar o pequeno ao hospital e quem a família deve acionar para o socorro.

Acesse a cartilha “Prevenção aos acidentes domésticos e guia rápido de primeiros socorros” no site http://www.gov.br/mdh

Alternativas para distração

Mas como lidar com criança dentro de casa o dia inteiro? Após um mês e meio de um dos isolamentos mais rígidos do mundo, a Espanha resolveu permitir que crianças e adolescentes até 14 anos de idade saiam acompanhados de seus responsáveis, para brincar isolados por até uma hora e por não mais de um quilômetro longe de casa.

Enquanto as crianças brasileiras ainda não podem sair de casa (ainda que a realidade em muitos bairros e favelas seja de crianças nas ruas e brincando), as famílias precisam encontrar alternativas para tornar o dia a dia mais agradável e conscientizá-las sobre a importância de ficar em casa.

Fernanda tem dois filhos – o mais novo, de 1 ano e 10 meses, e o mais velho, de 6 anos. Ela conta que a rotina mudou por causa do isolamento e não tem sido fácil: “Tem sido complicado ter de adaptar a rotina 24 horas voltada para eles, mas criamos mais atividades e tentamos manter essa rotina.” A adaptação da rotina, principalmente pelo bem-estar das crianças, é o que indicam os especialistas.

“Um bom começo seria melhorar a escuta, ouvir os outros, fazer coisas juntos. É importante para a criança o convívio com os pais: brincar, ver filmes, jogar baralho, dominó… Envolver toda a família nas tarefas domésticas, para que a criança se perceba como parte fundamental desse coletivo, e ver seu pai participando dessas tarefas também é importante. A família também deve criar uma rotina: ter hora para acordar, comer, brincar e dormir. Isso cria uma sensação de segurança no ambiente”, disse Priscilla Monteiro, psicóloga formada pela PUC-RJ, coordenadora e psicoterapeuta no Espaço Casulo, na Baixa do Sapateiro.

A psicóloga também alerta sobre a importância de conversar com os filhos pequenos sobre o novo coronavírus: “Esconder as coisas não é uma forma de proteger, não é uma boa alternativa para o desenvolvimento da criança. Os pais podem adaptar a linguagem à idade dela, uma linguagem infantil. Dizer que existem ‘bichinhos’ chamados coronavírus, são muito pequenos, então só dá para ver com um aparelho, e se ele entrar nas pessoas, elas ficam doentes. Temos de tirar esse ‘bichinho’, e a forma de fazer isso é lavando as mãos e colocando a máscara, para ele não entrar na nossa respiração. Para a criança, é difícil ficar privada, não encontrar os amigos, comemorar o aniversário. É necessário explicar que isso é necessário no momento, que quanto mais ela se cuidar, mais ela vai se proteger, os amigos e a família. A criança se sente feliz de poder fazer alguma coisa para contribuir.”