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Redes da Maré promove curso sobre segurança pública na Maré

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Ao todo, serão cinco encontros para discutir o tema com moradores e interessados no assunto

Atualizado às 11h40

Thaynara Santos

A aula “Práticas Policiais na Sociedade Brasileira”, que seria ministrada nesta terça-feira, 23, pelo coronel reformado Ibis Silva Pereira foi adiada por motivos pessoais. A atividade ainda não tem data remarcada.

Na próxima quinta-feira, 25, Edson Diniz (Redes da Maré) e Renata Neder (ISER) darão continuidade ao curso, falando sobre o tema “Militarização e Direitos Humanos”, das 18h às 21h, no prédio central da Redes da Maré.

O curso é promovido pelo Eixo de Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré. Este é o segundo módulo do curso e contará com cinco aulas presenciais. Os encontros acontecem às terças e quintas, sempre no período da noite, na Maré. Inscreva-se no link: http://enketo.ona.io/x/#NQ5NtSi9

Aula inaugural

A aula inaugural foi realizada no dia 16 e reuniu moradores e profissionais que atuam na Maré para discutir direitos humanos e segurança pública sob uma perspectiva favelada e periférica. Miriam Krenzinger, professora da UFRJ e pós-doutora em Antropologia do Direito, falou sobre Criminologia Crítica e Processo de Encarceramento em Massa, apresentando um breve histórico das tendências teóricas da política criminal e da segurança pública. A professora também discutiu o papel do racismo estrutural, da atual política de drogas e o preconceito de gênero no encarceramento em massa no Brasil.

Percalços

Na quinta-feira, 18, aconteceria a segunda aula do módulo II, mas os moradores da Maré passaram por dez horas de operação policial no território. A aula, que seria ministrada por Edson Diniz e Renata Neder sobre militarização e Direitos Humanos, foi transferida para o dia 25.

Confira a programação do curso “Falando sobre Segurança Pública na Maré” – Módulo II:

16/07: Criminologia Crítica e Processo de Encarceramento em Massa, com Miriam Krenzinger (UFRJ).

23/07: Práticas Policiais na Sociedade Brasileira, com o Coronel reformado Ibis Silva Pereira. ADIADA

25/07: Militarização e Direitos Humanos, com Edson Diniz (Redes da Maré) e Renata Neder (Anistia Internacional Brasil).

30/07: Violência Letal e Processo de Investigação de Homicídios no Brasil, com Raquel Willadino (Observatório de Favelas).

08/08: Segurança Pública no Âmbito Nacional, com Jacqueline Muniz (UFF).



Maré amanhece sob medo no segundo dia de ação policial no território

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Thaynara Santos

Por volta das 6h30 desta sexta-feira (19), moradores relataram a presença do caveirão da Polícia Civil na entrada do Morro do Timbau e intenso tiroteio nas regiões de Nova Holanda e Morro do Timbau.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) estiveram no Complexo da Maré pela manhã para checar informações a respeito de investigações em andamento. A assessoria também informou que, por volta das 8h50, as equipes saíram da comunidade e não há registros de prisões e apreensões.

Tiros e violações no dia anterior

Operação conjunta da PMERJ e PCERJ repete dinâmica de violações para os moradores da Maré

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Jéssica Pires

Ruas vazias e o silêncio! Assim foram as mais de dez horas de operação policial na Maré nesta quinta-feira (18 de julho). O silêncio das ruas foi interrompido pelo barulho dos voos rasantes do “caveirão voador” e os confrontos armados que ocorreram em diferentes localidades do conjunto de favelas da Maré. A Operação Policial teve início a partir de 6h30 nas favelas Parque União, Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré e afetou o funcionamento das unidades de saúde e escolas da região. A operação contou com Unidades do Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Operações com Cães (BAC) e Batalhão de de Operações Especiais (BOPE), além do apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil.

O Grupamento Aeromóvel (GAM) fez o monitoramento aéreo da região durante a ação. Moradores relataram à equipe do Maré de Direitos, logo nas primeiras horas da manhã, que ouviam os voos rasantes do Caveirão Voador na região. Já a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) com o apoio da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) atuou no Parque União, segundo informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar.

A equipe do Maré de Direitos recebeu relatos de domicílios invadidos, carros depredados e pessoas agredidas. Houve o registro de um jovem ferido no braço na Rua da Paz próximo à Casa das Mulheres no Parque União. Um outro jovem foi ferido no rosto na Nova Holanda no final da manhã. No início da tarde, um idoso foi alvejado na cabeça na Praça do 18, na Baixa do Sapateiro, foi atendido na UPA Maré e passa bem.
Lucas Bussinguer, de 19 anos, foi morto na porta de sua casa, na Rua São Sebastião, no Parque União. Segundo relato de moradores, policiais realizaram abordagem extremamente violenta e atirou contra o jovem, mesmo sem que este oferecesse risco aos agentes de segurança. Ainda pela manhã foi realizada perícia no local pela Delegacia de Homicídios.

Segundo informações também da assessoria da PMERJ, armas e drogas foram apreendidas na favela de Nova Holanda. Adriano Cruz de Oliveira (Adriano Gordinho) foi preso no Parque União ainda no início da operação. Apesar da aparência planejada desta operação policial, a mesma foi marcada, novamente, pela paralisação do cotidiano dos moradores da Maré e registro de inúmeras de violações de direitos fundamentais, incluindo colocando em risco a vida de quem mora na Maré.

Em breve, mais um jornalista no território

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O jovem Jonatas Magno acaba de finalizar o primeiro período de jornalismo na Uerj e já planeja outras conquistas

Eliane Salles

“Meus pais ficaram muito felizes. Mas que eu até”, diz, com um sorriso no rosto, o jovem mareense Jonatas Magno Campos da Silva. O rapaz, de 19 anos, passou para o curso de jornalismo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), uma das mais conceituadas e difíceis de ingressar, e se tornou a primeira (e por enquanto a única) pessoa de sua família a ‘sentar’ nos bancos de uma universidade.

Jonatas mora na Nova Holanda com os pais (a mãe trabalha com o avô em um ferro velho e o pai é balconista em uma loja de materiais de construção) e a irmã. Jonatas fez o Ensino Médio no Núcleo Avançado de Desenvolvimento (Nave) – uma parceria público-privada entre o Colégio Estadual José Leite Lopes e o Instituto Oi Futuro. Mesmo com essa carga de estudos pesada (o curso era integral) Jonatas decidiu cursar o Pré-Vestibular da Redes da Maré (CPV). Isso em 2017.

Perseverança

Apesar do grande desejo de se preparar para o vestibular de jornalismo, o cansaço, com frequência, vencia. E Jonatas não conseguia comparecer às aulas e atividades do CPV da Redes. Resultado: não foi em 2018 que o sonho de ingressar na universidade foi realizado. Mas isso estava prestes a acontecer. Já com o Ensino Médio concluído, Jonatas passou a se dedicar exclusivamente a estudar para as provas de ingresso à universidade. Primeiramente, fez isso sozinho. Mudou de ideia no segundo semestre de 2018: voltou a Redes da Maré. Conclusão: atualmente prepara-se para cursar o segundo período – está cheio de planos e cada vez mais certo do que quer: ser jornalista esportivo. Perseverança, talento e a torcida da família, amigos e equipe da Redes da Maré não faltarão.


Estão abertas as inscrições para o Curso Preparatório para Ensino Médio na Redes da Maré

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Inscrições vão até o próximo dia 28. Esta é a hora de reforçar a preparação; colégios de ponta já abriram inscrições ou lançaram editais

Hélio Euclides

Quem busca ensino de qualidade e gratuito não pode perder as datas de inscrição para colégios públicos e símbolos de excelência e mais: não pode perder as inscrições para o Curso Preparatório para o Ensino Médio da Redes da Maré que tem como objetivo tornar jovens aptos a prestarem os concursos de ingresso para esses colégios. As inscrições para o Preparatório vão até 28 de julho, CLIQUE AQUI e increva-se! São 35 vagas para aulas que serão ministrada no Ciep Ministro Gustavo Capanema, na Via A1, Vila dos Pinheiros, de segunda a sexta, das 15h às 17h, e eventualmente aos sábados. Para mais informações, clique aqui e veja o edital.

Cursos de excelência

Os interessados devem ficar atentos ao processo seletivo do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj), do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Pedro II. O CAp-Uerj abre o período de solicitação de isenção da taxa de inscrição, de 17 a 19 de julho, no endereço eletrônico:www.cap2020.uerj.br. A taxa de inscrição para 1º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental é de R$ 52. Já para alunos do 6º ano, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio é de R$ 95. O período de inscrição é de 12 de agosto a 10 de setembro. Os editais de convocação serão publicados em breve. Informações adicionais poderão ser obtidas pelo e-mail [email protected]

As pré-inscrições para o Concurso de Admissão de Alunos ao Colégio de Aplicação da UFRJ 2019 estarão abertas no período de 2 a 13 de agosto, devendo ser efetuadas exclusivamente via Internet pelo responsável do candidato que deverá acessar: www.admissaocap.ufrj.br. Depois, imprimir (em duas vias) o requerimento de pré-inscrição e o boleto de pagamento, seguindo as orientações contidas no sistema e efetuar o pagamento do boleto no valor de R$ 50. Serão 33 vagas para o ingresso no 1º ano Ensino Fundamental, sete vagas para o 6º ano e 35 vagas para o 1º ano do Ensino Médio. Todos participarão de sorteio público, apenas os alunos interessados no ingresso no 1º ano do Ensino Médio farão uma prova antes, e, obtendo 50% de acerto, estarão aptos.

O Colégio Pedro II também deu início ao processo seletivo de novos alunos. As inscrições seguem até 1º de agosto. Elas devem ser feitas exclusivamente pelo site http://dhui.cp2.g12.br. As inscrições estão abertas para candidatos ao 6º ano do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio. Ao todo são 1.008 vagas, distribuídas entre nove campus da instituição. A taxa de inscrição é de R$ 60. Informações na página de concursos do CPII (http://dhui.cp2.g12.br/).


Ato na Maré reúne moradores e organizações locais pelo Fim da Violência na Maré

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Dois anos da Marcha Basta de Violência! Outra Maré é Possível e suspensão da Ação Civil Pública também foram motivaram a manifestação

Jéssica Pires

 Um ato realizado hoje, 10, das 14h às 18h, na Maré, marcou os dois anos da Marcha Basta de Violência! Outra Maré é Possível, manifestação promovida pelo Fórum Basta de Violência! Outra Maré é Possível, em 2017, em resposta ao cenário de muitas mortes e operações truculentas que aconteceram no período.  O ato, realizado em uma região simbólica na Maré, a “Divisa”, um território marcado por confrontos armados frequentes, também teve como objetivo protestar contra a suspensão da Ação Civil Pública da Maré (ACP).

 O ato foi marcado por diversas atividades e falas, entre elas: mutirão de revitalização, cineclube, capoeira, a presença da Roda Cultural do Parque União e da Orquestra Maré do Amanhã. Depoimentos de moradores e integrantes de organizações locais sobre o contexto de segurança pública da Maré merecem destaque. Entre as fala, está a de Pedro Strozenberg, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Fórum e ACP

O Fórum Basta de Violência! Outra Maré é Possível vem reunindo moradores, lideranças comunitárias, organizações governamentais e não governamentais da Maré no debate permanente sobre a política de segurança pública e sua atuação nas 16 favelas da Maré e refletindo sobre estratégias que preservem vidas e garantam direitos.

A suspensão da Ação Civil Pública da Maré (ACP),  no último dia 19, pela juíza Regina Lucia Chuquer de Almeida Costa Castro, da 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital, e que determinava as regulamentações em operações policiais na Maré, também foi lembrado no ato. A suspensão da ACP se constitui, segundo moradores, organizações e especialistas no assunto, em um grande retrocesso na luta pela preservação da vida e da segurança dos moradores da Maré. 

O pacote “anticrime” do atual ministro da Justiça e Segurança Pública do país, Sergio Moro, também foi debatido durante o ato. “Apesar do pacote ser chamado ‘anticrime’, seu conteúdo aponta em direção contrária à segurança e proteção dos moradores, pois retira o direito de reivindicar por segurança, algo  que é uma coisa que nós, que estamos nesse território trabalhando pelo direito a ter segurança pública, é rompido. Então nós estamos aqui pra dizer que as suspensões de direitos é criminosa”, comentou Aline Maia, do Observatório de Favelas. “Esse é um tipo de evento que diz qual é o tipo de ação que queremos do Estado, com cultura, arte”, acrescenta Aline.

As mobilizações do Fórum Basta de Violência! Outra Maré é Possível seguem. Reuniões mensais abertas são realizadas na Escola Municipal Bahia, na Maré, nas segundas segundas-feiras do mês. É possível acompanhar as atividades também pelas redes sociais do Fórum, no Facebook e Instagram.

Fotos: Douglas Lopes
Fotos: Kamila Camillo