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Juventude e mulheres participam da política através da tecnologia

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Novas ferramentas de comunicação tem potencial para da voz a bilhões de jovens e mulheres em todo o planeta

Em 18/11/2018 – Por Jéssica Pires

“A política não está só no modelo tradicional que a gente conhece. O jovem preto e favelado fazer o que gosta também é um ato político”, diz Tamyra Thamara, uma das participantes do Território de Partilha “Juventude e participação política”, realizado no auditório do Museu do Amanhã, na tarde do último dia do Festival WOW Rio.

A mesa tratou do protagonismo da juventude na criação, inovação e produção de conteúdo criativo e digital. Esse movimento tem garantido que o conhecimento de minorias – como mulheres e jovens periféricos – ganhe visibilidade, e, com isso, representatividade.

Além de Thamyra Thamara, jornalista, mestra em cultura e territorialidade e confundadora do GatoMídia, participaram da mesa: Cristina Buarque, economista e pesquisadora; Lola Werneck, coordenadora do Pilar Liderança Juvenil, da ONG Luta pela Paz; Mariéme Jamme, empresária, blogueira, tecnologista e empreendedora social africana, que pretende ensinar programação a um milhão de meninas até 2030; Mikayla Jones, gerente sênior do programa Birmingham; e Silvana Bahia, diretora de programas do Olabi e idealizadora do PretaLab.

O destaque entre as partilhas das mulheres presentes na mesa foi a conclusão de que as novas ferramentas de comunicação e tecnologia têm garantido à juventude, e sobretudo às mulheres, na participação política.

WOW discute política de drogas e o encarceramento feminino

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Política de drogas: o que as mulheres têm a propor ? / ? Karina Donaria – AMaréVê

Especialistas nos temas apontam erros e caminhos a serem percorridos

Em 18/11/2018 – Por Karen Garcia

No terceiro dia do Festival Mulheres do Mundo, foi realizada a mesa “Política de drogas: o que as mulheres têm a propor?”, mediada por Luna Arouca, pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes. Ingrid Farias, pesquisadora de drogas e gênero e coordenadora da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), fez um histórico da política de drogas no Brasil e ressaltou a importância de as mulheres ocuparem os espaços de militância na temática. “A participação das mulheres no desenvolvimento desse campo é fundamental para construção de um projeto político de sociedade que paute o coletivo. E mulher pauta o coletivo”, afirmou a pesquisadora que organiza a Marcha da Maconha no Brasil.

A partir da narrativa de sua trajetória, a cientista social Nathália Oliveira, que é colaboradora da ONG Centro de Convivência É de Lei e coordenadora da Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas, perpassou as diferentes nuances da política de drogas e ressaltou a importância de saídas coletivas para problemas complexos. “Eu só posso pensar a construção de uma política de drogas que admita que estamos em guerra, que a gente admita a necessidade de construir um diálogo. A gente deveria expandir a nossa percepção sobre como arrumar ou sobre como organizar as políticas para minimizar os danos”, analisou Nathália.

Julita Lemgruber, socióloga e coordenadora do Cesec, reforçou a necessidade de avançar nas políticas de segurança pública. “O meu desconforto com a discussão da política de segurança pública, sem que se dê a devida importância à política de drogas, é que nós não vamos avançar”, concluiu a autora do livro “Cemitério dos Vivos”.

Encarceramento feminino

A conexão do tema no Brasil e a realidade no Reino Unido aconteceu na roda de conversa “Contra o encarceramento de mulheres e caminhos para enfrentá-lo por meio do acesso à justiça”. O espaço contou com a participação de Deborah Coles, diretora da ONG britânica Inquest, que trabalha com a família de pessoas que morreram dentro de prisões ou em consequência de violência policial.

“Nós queremos que as famílias das vítimas descubram o motivo e forma que as mulheres faleceram na prisão, para que seja possível compreender e humanizar as narrativas sobre essas mortes, bem como direcionar políticas públicas mais efetivas para esse contexto”, declarou Deborah.

Luciana Boiteux, professora da UFRJ, e referência no tema, apontou as drogas como a principal razão de encarceramento no Brasil. “Nos últimos anos, temos visto um aumento significativo no número de mulheres presas no Brasil. Este cenário em nosso país significa o encarceramento de mulheres pobres e negras”, pontua. A especialista enfatiza a problemática do encarceramento de mulheres grávidas e as condições em que elas são submetidas.

Juliana Borges, socióloga e autora do livro “O que é encarceramento em massa”, fez, em sua fala, um convite ao exercício de empatia para refletir sobre a questão de segurança pública e encarceramento. “Nossa lógica de punição a partir do encarceramento pressupõe que com o sofrimento e destruição da dignidade desses homens e mulheres presos, será restaurada a integridade desses indivíduos. E não é isso o que vem acontecendo”.

Cidades não são pensadas para as mulheres, dizem debatedoras

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Foto: Karina Donaria – AMaréVe

Roda de conversa debate estratégias para uma melhor qualidade de vida para as mulheres

Em 18/11/2018 – Por Hélio Euclides

A mesa “É possível e necessária uma cidade segura e humana para as mulheres” foi mediada por Isabela Sousa, diretora de projetos de artes e território do Observatório de Favelas, e contou com a participação de Cristina Buarque, economista e pesquisadora; Kalpana Viswanath, co-fundadora e presidente da Safetipin; e Renata Jardins, advogada e integrante da Themis.

“É necessário pensar nas pequenas coisas, como as barras dos ônibus, que são altas, que foram pensadas para os homens. Precisamos pensar numa cidade inclusiva, com um planejamento para as mulheres, onde elas possam circular sem medo, essa deve ser uma reflexão global”, comenta Kalpana.

Para Cristina a questão vai mais além. “O tema cidades humanizadas é necessário para torná-las seguras para mulheres. Mas também é necessário se pensar no campo, para os direitos rurais na fazenda e na agricultura familiar”, diz Cristina.

Renata explicou o projeto que a Themis criou. “Lá, em Porto Alegre, temos uma experiência de rodas de conversas para o enfrentamento da violência. Criamos um aplicativo que liga a mulher aos órgãos de segurança pública e serviços necessários. É preciso pensar em mecanismos para a luta contra a violência contra a mulher, contra a cultura machista e racista da sociedade”, afirma Renata.

Isabela encerrou a mesa com desafios. “Precisamos andar tranquilas nas cidades, com igualdade e justiça. A nossa luta não é para substituir o homem, e sim ter o nosso espaço. Penso no que fala a Eliana Sousa [da Redes da Maré], de que precisamos de diálogos e estratégias presentes na nossa luta”, enfatiza Isabela.

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Violência de gênero emociona público em terceiro dia do Festival

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Violência de gênero. ? Suzane Santos / AMaréVê

Mulheres falam sobre romper a barreira do silêncio e unirem-se para fechar feridas e assegurar direitos

Em 18/11/2018 – Por Hélio Euclides

A roda de conversa “Violência de Gênero” emocionou o público com as histórias das participantes. O debate reuniu a mediadora Miriam Krenzinger, professora e escritora; Kamila Camillo, psicóloga; Francisca Nascimento, estudante de pedagogia; Maria Alice Vieira, comerciante e realizadora de evento de forró na favela; e Jandira Feghali, deputada federal. O encontro foi de relatos não só de sofrimentos, mas de resistências e superação.

“A infância foi difícil com meu pai e mãe, agora trabalho com as vítimas. Eu tive acesso à rede de educação e proteção, mas quantas não têm condição? Muito importante que todos alcancem o auxílio. Necessitamos acolhê-la, mostrar portas de saída. Precisamos nos articular e lutar por políticas públicas para todas”, diz Miriam. Sua colega de conversa, Francisca lembrou da força que as mulheres podem dar umas as outras. “Temos momentos de baixa autoestima, mas precisamos lembrar que somos amadas, e não estamos sós”, afirma Francisca.

Jandira destacou que na política há cenários tenebrosos, mas que a força da união reverte situações. “Temos que ser mais firmes e lutarmos juntas pela igualdade e pelo direito da mulher. Devemos formar uma resistência, para fazer algo consistente contra a desigualdade. A mulher que se sente ofendida precisa ver outros casos de apoio, para que se sinta segura”, enfatiza Jandira.

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Mesa debate a importância produção literária negra

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Conceição Evaristo recebeu da professora Ana Paula Venâncio uma manta decorada com cartas e pinturas de seus alunos do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro    | Foto: Amanda Soares

Mesa de abertura de sábado, 17, aborda o papel da produção literária sobre negritude na manutenção da memória africana e diaspórica

Em 18/11/2018 – Por Amanda Soares

Jude Kelly abriu o espaço no auditório do Museu do Amanhã neste sábado, 17, enaltecendo a coragem de quem se posiciona contra os sistemas que as oprime, independentemente de seu gênero. “Nós resitimos, usando nossos corpos, vozes e punhos cerrados para o alto.” Na mesa de abertura, a jornalista luso-angolana Carla Fernandes e a escritora Conceição Evaristo discutiram sobre a produção literária diaspórica e africana e apresentaram suas perspectivas sobre manutenção da memória negra no mundo para um auditório lotado.

Fernandes é criadora do audioblog Afrolis. A equipe é composta por jornalistas e escritores luso-africanos. O site português possui um trabalho singular de protagonizar a comunidade negra de Lisboa.  “Lá não há muita preocupação em produzir temáticas sobre negritude. Nosso espaço é escape o rádio”. Ela destacou o papel de personagens negros na construção de sentidos empáticos à comunidade negra no mundo todo. A seu pedido, a escritora Conceição Evaristo leu um trecho do conto Ana Davenga, de autoria da brasileira. Ana é uma mulher negra plenamente consciente de seu corpo e que resiste ao estigma sexualizado que a sociedade lhe impõe.

Conceição Evaristo compartilhou com a plateia sua preocupação em ser o mais sensível possível na criação da linguagem de uma personagem. “Procuro empregar nomes africanos, ou então que lembrem nomes africanos. Reproduzir o som das palavras na narrativa”. Para ela, a empatia é um recurso que aproxima o leitor de uma estória: “Não basta ter uma história pra contar. É preciso saber como contar.”

Ambas concordaram, ainda, que a história negra continua pouco valorizada. “A memória africana no Brasil não é publicada e estudada suficientemente”, alertou Carla Fernandes. Conceição Evaristo explica que o conceito de “escrevivências” vem da necessidade de se escrever as memórias do povo preto “Esse termo vem com uma característica étnica, de gênero, para enfrentar o processo que nossas ancestrais passaram durante o processo de escravização.” E questiona: “por que a escrita de memórias de outros povos tem status de literatura e a negra não?”

Ao final, Conceição Evaristo recebeu um presente inesperado da professora Ana Paula Venâncio, que estava na plateia: uma manta decorada com cartas e pinturas de seus alunos do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj), baseadas nos textos da autora. Muito comovida, encerrou dizendo que entende que os mais velhos devem incentivar a produção literária dos mais jovens. “É preciso ser cúmplice da juventude, tanto quanto é importante registrar a voz dos mais velhos.”

Ativismo transgênero é abordado no WOW

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Ativismo transgênero. ? Suzane Santos / AMaréVê

Violência, estigmas e preconceitos na vida e no ativismo trans é debatido por mulheres e homem trans

Em 18/11/2018 – Por Jéssica Pires

A pluralidade do feminino passa também pelas pessoas trans. O Festival WOW Rio promoveu o Fórum de Vivências “Ativismo Transgênero” com a participação de Luiza Valentim, mulher transexual e mãe; Kit Redstone, escritor, diretor e performer teatral; Agrippina Manhattan, artista visual e pesquisadora; e Gilmara Cunha, fundadora do Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas.

As representantes da mesa e Kit, homem trans, atuam pela assistência de pessoas trans em situação de vulnerabilidade, pela  melhoria da qualidade de vida e também com arte e criatividade. O ativismo e as questões do público LGBT em favelas também foram apresentadas por Gilmara.

Um dos pontos comuns entre as falas foram as violências vividas por pessoas trans – tanto no ambiente familiar como nos campos profissional e social. Apesar de toda a invisibilidade e os desafios para garantia de direitos, elas e ele seguem em suas lutas, que é a de muitas pessoas trans.

 

Ativismo transgênero. ? Suzane Santos / AMaréVê