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Começa no Rio a 1ª edição do WOW na América Latina

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Festival Mulheres do Mundo reúne representantes de todas as parte do globo para trocas de experiências, ideias, debates e muito mais

Em 16/11/18 – Por Eliane Salles

Às 10h da manhã, desta sexta-feira, 16, foi iniciado um evento inédito no Rio de Janeiro e na América Latina: WOW – Festival de Mulheres do Mundo. A mesa “Boas-vindas ao Wow”, que abriu o evento, foi composta por Jude Kelly, idealizadora do movimento WOW e ex-diretora artística do Southbank Centre (um dos maiores centros culturais da Europa) e Eliana Sousa Lima, fundadora da Redes da Maré – entidade curadora da edição carioca do festival. O movimento WOW foi criado em 2010 e já esteve presente em 23 países do mundo.

Durante a manhã, foram realizados nove Diálogos (conversas entre ativistas, intelectuais, representantes de territórios periféricos, entre outras). “O ser humano que nós, mulheres, pensamos e queremos e a educação que precisamos para isso”, “O poder/lugar de fala contra o silenciamento das vozes das mulheres” e “A conversa aqui é eles com elas pela igualdade de gênero” foram alguns deles.

Também foram realizadas sete oficinas, entre elas “Mulheres e Escrevivência”, e duas performances. Também foram abertas as exposições “Arte Democracia Utopia – Quem não luta tá morto” e “O Rio de Samba: resistência e reinvenção”. As atividades acontecem até domingo, 19, no Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (Mar), Praça Mauá e Armazem 1. À tarde tem muito mais. Não perca.

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Operação do BOPE deixa 4 mortos, 4 feridos, milhares de crianças sem aulas e postos de saúde fechados na Maré

Fotos: Douglas Lopes

Em 06/11/2018 – Por Jessica Pires, Eliane Salles e Dani Moura

Mais uma operação deixa moradores da Maré em pânico, milhares de crianças fora da escola e outros tantos moradores sem atendimento médico. Um pouco depois da meia-noite de hoje (06), Caveirões do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE), que incluem Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Batalhão de Choque e o Batalhão de Ações com Cães, deflagraram uma operação policial nas favelas Parque União, Parque Maré, Rubens Vaz e Nova Holanda. A ação, que segundo a polícia, foi de emergência, teve, mais uma vez, um resultado catastrófico. Até momento (17h), registram-se oito vítimas (quatro mortos e quatros feridos) entre elas um professor e um jovem que sofria de transtornos mentais. ?
Apesar da declaração do major Ivan Blaz sob a legalidade da operação, a mesma desrespeita os pontos estabelecidos na Ação Civil Pública (ACP), firmada em julho de 2017. A ACP tem por objetivo reduzir danos causados pelas operações à população local e estabelece algumas regras a serem seguidas como o fato de não poderem ser realizadas juntamente com a execução de mandados de busca e apreensão. Embora a ação tenha sido caracterizada como de urgência e emergência, pela ACP ela não poderia realizar invasões a domicílio de madrugada e uma série de outras violações de direitos. Outro ponto assegurado na ACP é que as viaturas policiais têm de estar equipadas de câmeras de vídeo e áudio, além de GPS; e ambulâncias devem estar nas imediações para socorrerem possíveis vítimas. Todas essas cláusulas foram descumpridas. ACP, intermediada pela Defensoria Pública do Estado, é um documento legal firmado entre representantes da Maré e o Comando das Polícias Civil e Militar.?

Ação Civil Pública (ACP), firmada em julho de 2017

Familiares e moradores protestam contra truculência?
Por volta de oito horas da manhã, a Redes da Maré foi chamada por moradores que identificaram uma pessoa baleada, ferida e amarrada na Rua Teixeira Ribeiro, na Nova Holanda. A rua é o principal acesso à favela e centro comercial da comunidade. Ao chegar ao local, a equipe identificou o óbito e acionou de imediato o Ministério Público e a Defensoria Pública Estadual. O corpo era de Willian Figueira de Oliveira, de 36 anos, professor de Física que morava na Maré há 11 meses e trouxe sua esposa do Nordeste, na última semana. Há relatos que o homicídio ocorreu por volta das 5h e embora o “Caveirão” tivesse passado duas vezes pelo local, nenhum comunicado havia sido feito para que a Delegacia de Homicídios enviasse a perícia ao local. Outro corpo levado, em outro momento, à Avenida Brasil foi o da moradora conhecida, até o momento, apenas como Zezé.?
Como forma de protesto, moradores levaram o corpo de William num carrinho até a Avenida Brasil. Segundo os moradores, ação foi consequência do descrédito sobre a possibilidade da Polícia Civil entrar na favela para realizar a perícia e remoção dos corpos. O não informe das mortes por parte da Polícia Militar do Rio de Janeiro também fere a Ação Civil Pública e a Constituição, que estabelecem a necessidade da comunicação imediata de um óbito à Delegacia de Homicídios. A Polícia Civil só foi informada dos homicídios às 10h e pela Redes da Maré.?
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Mortos e feridos?
Até o momento, foram confirmadas quatro mortes. São eles: Marcos Paulo Fernandes Mota (que passeava com o cachorro quando foi alvejado); Tiago Ramos Pereira; o professor William e uma moradora identificada apenas Zezé. Não há, até o momento, confirmação que as vítimas tivessem ligações com ações criminosas. Os feridos já identificados são: Lenilson Viana da Costa, Raul Seixas Pereira Ribeiro, Rodson Gomes e Daniel (que sofre de transtorno mental).?
Segundo a Polícia Militar, desde o início da operação, foram apreendidos cerca de 300 quilos de drogas, um fuzil de airsoft, dois canos de fuzil calibre 7.62, uma granada, um colete à prova de balas e uma luneta. A PM se abstém de contabilizar mortes, escolas sem aulas, postos de saúde sem atendimento, prejuízos ao comércio fechado, além de outras violações de direitos, como a revista, sem mandado, a casas de moradores. “A polícia sempre chega no clarear da manhã. Essa é a primeira vez que vejo a polícia chegando assim à noite. Até achei que fosse briga de facção. Ninguém dormiu”, comentou Isabel Ignácio (52).?
A Redes da Maré segue acompanhando a operação e em plantão para recebimento de informações e denúncias pelo Maré de Direitos, telefone: (21) 99924-6462.?

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Para combater doenças, Fiocruz liberará na Maré mosquitos “do bem”

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Maré de Notícias #94 – 01/11/2018

Insetos com bactéria wolbachia podem ajudar a diminuir casos de dengue, zika e chikungunya

Maria Morganti

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê para o fim de novembro a liberação, nas favelas da Maré, de mosquitos aedes aegypti com uma bactéria, a wolbachia, que dificulta a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. Em bairros como Olaria, Manguinhos, Complexo do Alemão, Tubiacanga e Bancários, na Ilha do Governador, a liberação já foi feita. Essa bactéria de nome difícil de ser pronunciado, wolbachia (volbakia), passou a ser usada no combate a doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti quando cientistas da Universidade de Monash, na Austrália, identificaram que, assim que ela era aplicada nos mosquitos, a capacidade de transmissão das doenças ficava reduzida. Os especialistas explicam que a wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos da natureza, e que só consegue ficar viva dentro das células dos mosquitos. Por isso, é um método seguro, que não afeta os seres humanos.

Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz responsável pelo projeto, explica que, para auxiliar na liberação dos mosquitos, conta com a ajuda de instituições locais. “Em todos os territórios em que a gente trabalha, tentamos identificar entidades para parcerias. Pra gente poder trabalhar bem customizado, de uma forma que seja bastante adaptada à realidade local”.

 Na Maré, o projeto está sendo feito em parceria com o “Heróis Contra a Dengue”, iniciativa da Redes da Maré que, apoiada e financiada pela ONG alemã Ireso, atua desde o início do ano em escolas como a Estadual João Borges, na Nova Holanda, e a Municipal Ginásio Escritor Millôr Fernandes, no Salsa e Merengue.

Reforço com heróis

Kelly Marques, coordenadora do “Heróis Contra a Dengue”, conta que o projeto atua para que alunos sejam capazes de serem multiplicadores de ações para combater focos de aedes aegypti e ainda torná-los protagonistas do conhecimento, da ciência. “Eles passam por um processo de formação. São sete capítulos e, geralmente, mais um encontro pra eles testarem se estão conseguindo fazer a abordagem na rua. Aí, começa, de fato, a conscientização, casa a casa. Na verdade, a proposta é que eles sejam protagonistas do próprio ensino”.

A importância do dever de casa

“Eu acho muito importante a parceria com o “Heróis contra a dengue”, porque a gente, apesar de estar trabalhando de uma forma que solta mosquito, que é um pouco contrária, a gente sempre fala que as pessoas têm de continuar fazendo seu dever de casa que é destruir criadouros. Porque o que a gente quer, no final, é ter menos mosquito, mas que esses mosquitos tenham wolbachia. E isso vai ser uma utilidade complementar à nossa, que é muito importante e que tem de ser feita”, afirma o pesquisador Luciano Moreira.

Afra Morais, de 12 anos, uma das alunas do ‘Heróis contra a dengue” na Escola Millôr Fernandes, diz que conscientizar as pessoas sobre os potenciais criadouros dos mosquitos é o ponto alto de sua semana. “É a coisa mais importante que eu faço, que é informar todo mundo do que pode acontecer. Porque tinha muita gente morrendo, um monte de gente pegando zika. Minhas amigas aqui na escola mesmo. Elas ficavam semanas sem vir pra escola. Aí quando eu fiquei sabendo do projeto, eu quis logo entrar”.

Resultados “pé no chão”

De acordo com o pesquisador Luciano Moreira, os efeitos da liberação dos mosquitos com wolbachia na Maré não poderão ser sentidos neste verão. “O processo de liberação dos mosquitos demora quase quatro meses. Então, se a gente começar agora no fim de novembro, lá para março só que a gente termina o processo de liberação. E aí a wolbachia tem de se estabelecer, não é uma coisa de um dia pro outro. Eu seria mais pé no chão dizendo que poderia ver algum resultado no outro verão, não neste”.

 

Maré de Notícias #94

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Quando um jogador não pendura a chuteira

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Maré de Notícias #94 – Novembro de 2018

Peladeiros da Maré mostram-se honrados em serem veteranos

Por: Hélio Euclides

A carreira de jogador de futebol é curta, isso foi retratado no Maré de Notícias, em sua Edição 88 deste ano. Para os peladeiros não é diferente: com o passar dos anos, as pernas não correspondem como antes e chega a hora de pendurar a chuteira. Um grupo resiste ao tempo e continua a jogar em times de veteranos. No contexto esportivo, são chamados de seniores, jogadores mais experientes ou com mais idade. Na Maré, diversas comunidades têm representantes acima dos 35 anos.

Para Bruno Pereira, do site Futebol Veterano, a prática do futebol sênior é bem antiga, embora não seja possível definir quando exatamente se iniciou. Nos gramados da Maré, Arides Menezes, de 67 anos, se intitula pioneiro. Ele recorda que organizou o primeiro campeonato de veteranos da Maré, em 1994. “No início, eram oito times que jogavam no campeonato do Campo do Oriente, hoje Paty, na Nova Holanda. E, depois, foram agregando outros”, conta. Ele também joga as tradicionais peladas dos cinquentões. “O que fazemos é um toque para lá e outro para cá, pois já somos cascudos”, revela.

Jocimar Pereira, com 65 anos, organiza todo sábado pela manhã, no Parque Ecológico da Vila do Pinheiro, a pelada do Grupo Veterano da Mata, com direito a coletes, que trazem escudo e nome de cada jogador. São atletas acima de 40 anos, que praticam o jogo cadenciado, com mais toque de bola e menos correria. “O objetivo é o incentivo de que o outro não pare a prática do esporte”, destaca. Ele conta que a meta do Grupo é a amizade e confessa que a maioria dos peladeiros toma remédio para pressão arterial elevada.  “Eu faço exames anuais e visito o cardiologista, mas não sei se o restante é acompanhado pelos médicos”, diz.

 Álvaro dos Santos Silva, enfermeiro da Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, recomenda que os atletas procurem sempre um médico e realizem exames de rotina, entre eles, o eletrocardiograma.

 

O amor pelo campo e pela bola

Uma história de amor pelo futebol é a de Vilmar Gomes, conhecido como Magá, com 54 anos. O craque jogava num time da Maré, no qual os atletas foram se casando e acabou a “seleção”. Ele, no entanto, não se deu por vencido e fundou os Veteranos Amigos do Magá, que já completou 23 anos. O grupo joga todos os sábados pela manhã, no campo da Rubens Vaz e reúne atletas de 35 a 61 anos. “Eu me sinto como um garotão. Como sou o presidente do time, a camisa 10 ninguém tira de mim”, brinca.

Montar um time com 100% de veteranos não é tão fácil. Isso é o que acha Arlindo Noberto, de 69 anos. Para ele, os times mesclados de atletas seniores e novos são mais fáceis de serem formados, assim como para se marcar amistosos. Os atletas veteranos também sofrem com as contusões. Arlindo ficou 10 anos afastado dos campos, por causa do menisco. “Não desisti e voltei. O futebol nos mantém vivos”, afirma. Ele joga aos domingos, no Campo da Toca, no Conjunto Pinheiro, onde, bem cedo, joga os acima de 50 anos; e depois, os mais novos.

O coordenador das peladas no Campo da Toca é Sebastião Lessa, o Boi, de 58 anos. O seu time é o Raiz da Vila, que ostenta 42 troféus, alcançados desde 1998, quando organizava os campeonatos de veteranos da Vila do João. Ele lembra, com tristeza, que o último foi em 2009. “Os times de veteranos estão acabando, estamos perdendo espaço, tem lugar que só sobra o sábado para jogar. Continuo nessa jornada, pois o futebol está no sangue, é o nosso DNA, um meio de relaxar”, afirma.

Para evitar o calor do verão, a maioria dos campeonatos de veteranos é realizada no período das temperaturas mais amenas. Isso acontece na Praia de Ramos, com a organização de Luiz Carlos, o Lula, de 54 anos. “Os jogos acontecem das 9 às 14 horas, aos domingos. São 10 a 12 times, que se enfrentam durante quatro meses. Já são oito anos de campeonato. Mas o que o pessoal mais gosta é, após as partidas, jogar conversa fora acompanhado de uma cerveja. O encontro se torna um passatempo”, conclui.

 

Você sabia?

No Brasil, as categorias ainda são conhecidas por Fraldinha (7 a 9 anos), Dente de Leite (10 a 11 anos), Pré-Mirim (11 a 12 anos), Mirim (12 a 13 anos), Infantil (14 a 15 anos), Infantojuvenil (15 a 16 anos), Juvenil (17 a 18 anos) e Júnior (17 a 20 anos). Acima dessa idade são profissionais. Hoje a categoria de veterano é dividida em Sub 40 e Sub 50.

Pequena África – parte importante da nossa história em poucos quarteirões

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Maré de Notícias #94 – Novembro de 2018

Cais do Valongo, Pedra do Sal e Cemitério dos Pretos são alguns dos locais fundamentais para entender a história e a importância dos africanos na formação do povo carioca – e brasileiro

Por: Eliane Salles e Maria Morganti

Cinco da manhã do dia 20 de novembro é hora dos integrantes do grupo Afoxé Filhos de Gandhi lavarem o busto de Zumbi dos Palmares, no Centro. É assim há 29 anos. Em seguida, é feita a reverência à Escola Tia Ciata e, por último, a lavagem da Pedra do Sal, na Zona Portuária. Esse é um dos rituais que fazem parte do legado africano na cidade do Rio de Janeiro (e de todo o Brasil), que inclui comidas, estilos musicais, danças, festas e muito mais. Para celebrar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e ressaltar a gigantesca contribuição dos negros na formação do povo brasileiro, o Maré de Notícias abordará, brevemente, a história e a importância de três espaços emblemáticos para entender a cultura, a história e a importância dos africanos na formação da nossa cultura e do nosso povo. Os espaços fazem parte do que foi denominado Pequena África, uma região que se estende do Bairro da Saúde à Praça Onze, que abrigou em momentos e por motivos diferentes, povos africanos e seus descentes e que se constitui – por si só – em um importante marco para o entendimento da história, cultura e costumes cariocas. Vamos a alguns desses marcos históricos:

 

Cais do Valongo

Em 2016, o Cais do Valongo foi apresentado como candidato à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para receber o título de Patrimônio da Humanidade. Em 2017, veio o reconhecimento: a Unesco elevou o sítio arqueológico à Patrimônio da Humanidade. “Foi reconhecido, mas para que seja de fato considerado como Patrimônio da Humanidade, o espaço precisa de uma série de investimentos, principalmente do Governo federal e municipal”, explica Ivanir do Santos, doutor em História Comparada pela UFRJ e também professor da Universidade.

O lugar, que fica na Zona Portuária, foi reconhecido por ser um importante espaço de memória do tráfico de escravos do Oceano Atlântico e símbolo da resistência cultural e política da população negra. De acordo com o livro “Roteiro da Herança Africana no Rio de Janeiro” (Editora Leya/Casa da Palavra), “em nenhuma outra parte do mundo aportaram tantos navios com cativos trazidos da África durante os mais de três séculos das rotas transoceânicas do comércio escravagista como no Rio de Janeiro e o Cais do Valongo, desde o final do século XVIII, era o lugar oficial de desembarque”.

Endereço: O Cais do Valongo fica na Gamboa e corresponde à área da Praça Jornal do Comércio e está delimitado pela Avenida Barão de Tefé, a Rua Sacadura Cabral e pelo limite lateral do Hospital dos Servidores do Estado, no nº 178, na Rua Sacadura Cabral.

 

Cemitério dos Pretos Novos

Também conhecido como Memorial dos Pretos Novos, localiza-se sobre o local onde funcionou, entre 1769 e 1830, o cemitério de escravos – por sinal, o maior das Américas. O sítio arqueológico foi descoberto em 1996, quando os proprietários do antigo casarão, que hoje abriga o Memorial, faziam uma reforma. Após pesquisas arqueológicas, descobriu-se que naquele local eram enterrados os pretos novos, escravos recém-chegados da África, que não aguentavam os maus-tratos da viagem. Estima-se que tenham sido enterrados de 20 a 30 mil pessoas, embora nos registros oficiais esses números sejam menores, 6.122 entre 1824 e 1830. Seus corpos foram jogados em valas, que também serviam como depósito de lixo, e queimados. A visita é uma aula de História.

Endereço: Rua Pedro Ernesto, 34, Gamboa.

Funcionamento: De terça a sexta, das 13h às 18h. Para visitar aos sábados, domingos e feriados, é preciso agendar pelo telefone (21) 2516-7089.

Pedra do Sal

A Pedra do Sal, também na Zona Portuária, é considerada um dos maiores marcos culturais da africanidade brasileira. Segundo os historiadores, o local tem esse nome por causa do carregamento do produto pelas redondezas. É reduto de samba, de rituais e, para os apreciadores, local de tomar uma cerveja gelada no Carnaval, após os Blocos que acontecem no entorno.

Endereço: Rua Argemiro Bulcão, s/nº – Saúde.