Evento contou com roda de conversa de profissionais de diferentes organizações de atuação da Maré
Por Samara Oliveira, em 18/05/2022 às 14h50. Editado por Edu Carvalho e Tamyres Matos
Em comemoração ao último dia 15, data em que se homenageia os profissionais de assistência social, o Centro de Artes da Maré (CAM) recebeu na última terça-feira (17/5), um evento de articulação com roda de conversa com profissionais da assistência social de diversas organizações e coletivos.
Além de reunir a categoria para comemorar a data, a iniciativa promovida pelo Eixo de Segurança Pública e Direito à Justiça, da Redes da Maré, também teve como objetivo apresentar e conhecer os novos projetos de atuação.
“Promover um espaço de diálogo e aproximação nesse contexto de pós pandemia, que foi um marco de demandas emergenciais, é essencial para a categoria. Agora que estamos voltando pro presencial, vemos como a gente se reencontra para fortalecer as redes de apoio com as instituições”, conta Liliane Santos, coordenadora do eixo.
Entre os coletivos e instituições representados estavam profissionais do Hospital Geral de Bonsucesso, a Vila Olímpica da Maré, o grupo Conexão G, a Casa Resistência, a organização Luta pela Paz e outros. A assistente social Dayana de Souza, que atua na Luta Pela Paz, comentou sobre a relevância do evento para os profissionais da área.
Esse momento reforça a importância de fortalecermos e de vermos as possibilidades de atuação. Nós ficamos tão envolvidos com os desafios institucionais que quando percebemos essas saídas, principalmente nesse contexto pós pandêmico que ficou tudo tão solto, nos reconectamos com diversas frentes de atuação. Não deixa de ser um momento de trabalho e que considero fundamental. Voltamos para nossa rotina com mais elementos na bagagem.
Dayana de Souza, assistente social da ONG Luta pela Paz.
Apesar dos profissionais terem um trabalho reconhecido pela população das 16 favelas da Maré, Liliane reforçou durante sua fala no evento que mesmo com os esforços da categoria para atender famílias vulnerabilizadas o Estado precisa cumprir com seu dever.
“Nosso papel não é substituir o Estado, mas de alguma maneira fazer com que ele cumpra o seu papel. Essa responsabilidade não é só dos profissionais que estão na ponta com a população. É o Estado que está no poder de decisão do que vai acontecer no nosso território, fazemos o movimento de provocá-lo para que atuem de forma mais presente e eficaz”, conta.
Ações durante a pandemia
Mais de 60 mil moradores das 16 favelas da Maré foram beneficiados diretamente através do projeto “Maré diz NÃO ao Coronavírus” entre 2020 e 2021. A ação também distribuiu mais de 70 mil refeições para pessoas em situação de rua nos dois últimos anos. A iniciativa contou com uma rede de parcerias e de mão de obra voluntária com o objetivo de reduzir os danos causados pela Covid-19.