Festival Mulheres do Mundo WOW acontece de 27 a 29 de outubro

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Após cinco anos, segunda edição presencial do festival promete ser ainda maior

Maré de Notícias #153 – outubro de 2023

A segunda edição do Festival WOW Mulheres do Mundo está chegando para reunir e celebrar meninas e mulheres em toda sua diversidade e com suas perspectivas de mundo. O WOW acontece de 27 a 29 de outubro na Praça Mauá, com curadoria da Redes da Maré. 

Com o olhar coletivo, o festival global idealizado pela Fundação WOW propõe trocas de experiências e compartilhamento de soluções para os desafios do que é ser mulher. O evento valoriza a cultura, a arte, os saberes ancestrais e todo conhecimento feminino.

O WOW Mulheres do Mundo nasceu em Londres, em 2010, e desde então se espalhou por 23 países em quatro continentes. Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da Redes da Maré, é também curadora do Festival. Ela explica que o evento tem a perspectiva de entender os desafios das mulheres, sobretudo as periféricas, e refletir sobre a diversidade delas e o acesso a seus direitos. 

Amadurecimento

Eliana conta quais são as principais diferenças entre esta edição e a de 2018 (a de 2020 foi virtual, por causa da pandemia de covid-19, e por isso é considerada “extraordinária”): 

“Amadurecemos e aprofundamos as pesquisas sobre mulheres que muitas vezes não são vistas e que fazem trabalhos incríveis em muitas partes do Brasil e do próprio Rio de Janeiro. Vamos trazer as questões que realmente afetam a vida das mulheres”, diz.

Segundo ela, “desde a edição de 2018 a gente vem conseguindo entender melhor como estabelecer a apresentação dessa mensagem de celebrar, fortalecer e trocar experiências de maneira mais singular e delicada”.

Com mais de 40 horas de programação e expectativa de público de mais de cem mil pessoas, a edição de 2023 já promete ser a maior da história. Serão mais de 500 convidadas e 200 atividades ao longo dos três dias de evento.

Uma das novidades é a presença de pelo menos 250 empreendedoras na Feira de Negócios Delas.

“É fundamental que tanto a Maré e como outras favelas do Rio de Janeiro se identifiquem com os temas propostos. Que as mulheres que estão na Feira de Negócios Delas — na verdade, todas nós — possam se ver refletidas em todo processo de inclusão produtiva; na produção artística, cultural e também no ativismo, nas campanhas e nas lutas das mulheres“, diz.

“A gente espera conseguir, de fato, envolver o maior número de pessoas que trabalham conosco e com projetos voltados para o direito das mulheres. Esperamos que este seja principalmente um espaço em que as pessoas reconheçam a si mesmas e aos seus territórios, e que seja referência de temas e interesses comuns daquilo que precisamos trabalhar.”

Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da Redes da Maré, e também curadora do WOW Rio.
Show de encerramento da última noite do Festival Mulheres do Mundo em 2018. Foto: Douglas Lopes

Mulheres da Maré

A Maré e suas mulheres aparecem de maneira efetiva no evento, tanto no âmbito dos negócios, das mesas e rodas de conversa, das apresentações artísticas, como na produção e mediação. Essa presença é fundamental para que as representações estejam, de fato, expostas em cada parte do WOW.  Sãos mais de 50 mareenses envolvidas no Festival e Eliana reforça a importância das mulheres de periferia no evento.

Leia mais:
https://mareonline.com.br/wow-conexoes-legado-e-muito-aprendizado/
https://mareonline.com.br/festival-wow-rio-2020-sera-on-line-para-debater-desafios-e-conquistas-das-mulheres-em-tempos-de-pandemia/
https://mareonline.com.br/comeca-no-rio-a-1a-edicao-do-wow-na-america-latina/

Maré presente

Entre as mareenses confirmadas no festival estão a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; Dyana Gusmão, da Casa Resistência; e a educadora social Rafaela Carvalho; a artista Arcasi; Juliana Marques, do Mulheres Negras Decidem; e Gilmara Cunha, do Conexão G.

Também confirmaram presença a economista Thais Custódio; a fotógrafa e ativista Kamila Kamillo; a ambientalista Lorena Froes; Kelly Santos, que debate as masculinidades; Rayanne Soares e Viviane Carmen, do Luta Pela Paz; Zanza Calixto, do Conselho Tutelar; a assistente social Amanda Mendonça; Priscila Monteiro, do Casulo; Simone Alves, do Mulheres ao Vento; e Lilian Leonel, do Espaço Normal.

Além dos debates e dos desafios para garantir os direitos das mulheres em sua plenitude, o Festival conta com atrações artísticas como Bia Ferreira, Melly, Mc Carol, Deize Tigrona, Lia Rodrigues Cia de Dança e o espetáculo Noite das Estrelas que parou a Maré nos meses de junho e julho, rememorando as apresentações LGBT que aconteciam no território nas décadas de 1980 e 1990.

Legado

Eliana revela que o festival espera deixar um legado de uma grande rede de pessoas que estão trabalhando e inventando, todos os dias, modos de enfrentar a desigualdade dos direitos das mulheres, além de reconhecer a questão de gênero. Ela acredita que é preciso “avançar, fugir do binário para construir outras formas de direitos e reconhecer que as pessoas podem ser o que quiserem. Precisamos criar relações mais humanas e respeitosas”. 

Eliana espera “que em cada edição do Festival a gente contribua para o legado de um mundo que possa ser construído todos os dias e por todos nós, se estivermos abertos a acolher as pessoas do jeito que elas são”. Você encontra a programação completa no perfil do festival no Instagram (@festivalwowrio) e no site https://www.festivalmulheresdomundo.com.br. É necessário garantir ingresso gratuito para garantir acesso a programação do festival pelo site da Bilheteria Digital.

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