Doando sangue, alimento ou dinheiro, muitos colaboram em meio à dificuldade financeira exposta pela pandemia
Por Hélio Euclides, em 14/01/2021 às 16h
Editado por Andressa Cabral Botelho
Desde o início da pandemia, diversas ações foram realizadas por artistas e instituições para amparar pessoas que ficaram sem renda e emprego nesse período. A Redes da Maré, por exemplo, realizou a Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus, que chegou a ajudar 17.648 famílias com entregas de cestas de alimentos e kits de higiene pessoal e de limpeza, dentre outras ações como divulgar métodos de prevenção, assistência social, telemedicina e testagem em parceria com diversas instituições. O ano de 2021 começou e a solidariedade continua sendo a palavra de ordem. São muitas pessoas que, neste momento, necessitam de algum tipo de ajuda. De doação de sangue a móveis; de roupas a alimentos, e tudo por meio de vaquinhas on-line. Todos são convidados a fazer parte dessa corrente do bem que ajuda a amenizar a situação difícil pela qual os mais vulneráveis passam.
Na Vila do João, nos últimos dias de 2020, o menino Davi Luiz Nascimento Lima, de 5 anos, foi internado no Hospital Memorial, em Botafogo, com uma forte dor. Após exames foi diagnosticado com Leucemia, um tipo de câncer, que causa o acúmulo de células doentes na medula óssea, substituindo as saudáveis. O menino precisa de transfusão de sangue para o recebimento de plaquetas e a família pede ajuda a todos que puderem doar. Quem desejar ajudar pode se encaminhar ao Banco de Sangue da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, na Rua Santa Luzia, 206, Castelo, que funciona de segunda à sexta, das 07h30 às 16h.
Já o Projeto Alimentando Uma Esperança realiza ações com pessoas em situação de rua, dependentes químicos e moradores de favelas desde 2010 e percebeu a necessidade de coletar todo tipo de material para ajudar quem perdeu tudo em incêndios. Rogério Araújo é o coordenador do projeto e tenta, neste momento, ajudar duas famílias, uma da Baixa do Sapateiro, na Maré, e outra em Manguinhos. “O fogo consumiu tudo das residências. Por isso, estamos aceitando doações de roupas, calçados, móveis e alimentos não perecíveis”, comenta.
“Esse projeto não tem apoio dos governos municipal, estadual ou federal e nem de igrejas. Trabalhamos com grupos solidários de amigos, que juntos procuramos fazer alguma coisa pelo próximo. Também percebemos a ajuda dos moradores de comunidades que desejam ajudar seus vizinhos”, diz Rogério.
Uma ação pela visão
Outra ação que tem mobilizado os moradores da Maré é a de uma mãe que tenta comprar lentes especiais para que seu filho consiga enxergar melhor. Essa mãe é Elivanda Canuto, moradora da Vila dos Pinheiros, que busca ajuda para o seu filho Luiz Eduardo, de 18 anos, que tem ceratocone. Essa doença resulta numa alteração progressiva do formato da córnea e pode causar visão desfocada, dupla, miopia, astigmatismo e fotossensibilidade. Nos estágios avançados da doença, o paciente pode ficar cego.
No caso de Eduardo, a doença evoluiu para perdas significativas de acuidade visual. “A minha grande preocupação é que meu filho foi bastante afetado. Os sintomas apareceram no ensino médio, e agora ele tenta o primeiro emprego, mas não tem chance por conta da vista”, expõe Elivanda. Ela criou uma vaquinha para arrecadar R$ 4.000. O dinheiro será utilizado para comprar as lentes necessárias para a continuação do tratamento.
Uma biblioteca em formação
O livro é uma opção de estimular a imaginação das crianças, pois permite que elas interajam com a história. Foi pensando nisso que Mary Roffe criou, há dois meses, em um pequeno espaço no Parque União, a Biblioteca Infantil Maré de Luz. Mas o ambiente foi ficando pequeno para receber os admiradores mirins dos livros. A sala de leitura foi cedida e funciona no terceiro andar de uma casa na favela, o que é uma dificuldade para o acesso de pessoas com deficiências.
“Apesar de pequena e acolhedora, um dos nossos problemas é o teto, que é de telha, algo muito quente. Assim só conseguimos abrir às 17h. Precisamos de ar condicionado. Mas nosso sonho é uma nova sede, pois hoje não temos nem banheiro. Queremos expandir o nosso trabalho também para adolescentes, pois a nossa finalidade é cultura e conhecimento para todos”, conta Mary. A biblioteca fica localizada na Rua São Pedro, 23, 3º andar, Parque União.
Ajudar é uma bola cheia
Solidariedade e esporte não rimam, mas combinam. Por isso, a Associação Esportiva Beneficente Amigos da Maré (AEBAM), além de formar jogadores no campo de futebol do Rubens Vaz, agora deseja começar a realizar oficinas. Para esse objetivo, precisa mobiliar sua sede, que fica na Rua Principal, em sala anexa do CIEP Samora Machel, antigo posto médico, na Nova Holanda. “Estamos arrecadando doações de mesas e cadeiras de plástico e de madeira. Pensamos formar uma sala de aula para reforço escolar e línguas estrangeiras. Além da parte teórica das oficinas de ballet, judô e capoeira”, conclui Edson da Silva, presidente da AEBAM. Os membros da associação lembram que vão até o local buscar as doações.
Quer contribuir com alguma ação citada?
Projeto Alimentando Uma Esperança
Facebook: Projeto Alimentando Uma Esperança
WhatsApp: (21) 96740-5123
Doações de sangue para Davi Luiz
Encaminhar-se ao Banco de Sangue da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
Rua Santa Luzia, 206, Castelo.
Horário: de segunda à sexta-feira, das 07h30 às 16h.
Biblioteca Infantil Maré de Luz
Instagram: @bibliotecamaredeluz
Colabore com a vaquinha clicando aqui.
Ajude Luiz Eduardo a enxergar
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AEBAM
Instagram: @aebamedson
WhatsApp: (21) 99679-7741