A mudança climática está entre os assuntos debatidos pelo grupo dos vinte, pela primeira vez o Brasil preside o encontro
O Rio de Janeiro é a sede da 19ª Cúpula do G20 que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. O objetivo é discutir sobre iniciativas econômicas, políticas e sociais. Pela primeira vez o Brasil assume a presidência do G20, organizando mais de cem reuniões online e presenciais. A 19ª Cúpula do G20 acontece em novembro.
O G20 é composto por 19 países – Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Estados Unidos e Reino Unido – e dois organismos regionais – a União Europeia e a União Africana (a última incluída em 2023). Juntas, elas representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e mais de 75% do comércio no mundo.
O Brasil preside o G20 durante 2024 até 30 de novembro com duas “forças-tarefas”: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Em seu discurso de encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo de Estado, que aconteceu em setembro do ano passado, o presidente Lula disse: “Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional”.
Questões ambientais e econômicas em foco
Durante o encontro que acontece ao longo do ano, as reuniões se dividiram em Sherpas e Finanças, a primeira debate os temas associados ao desenvolvimento cidadão como trabalho, saúde, meio ambiente e educação. Já a segunda diz respeito à economia global, debate original do G20.
As questões ambientais e mudanças climáticas são pontos de atenção no Rio de Janeiro, principalmente após as fortes chuvas ocorridas entre os dias 13 e 15 de janeiro, que vitimou ao menos 12 pessoas. Além das questões climáticas, outro assunto apontado é o racismo ambiental.
Para Shirley Rosendo, cria da Maré, doutoranda em educação pela Unirio e analista de incidência política da Redes da Maré, o Rio de Janeiro sediar a cúpula do G20, é uma oportunidade da cidade mostrar seu potencial cultural e fortalecer a economia, e também, momento de expor os problemas enfrentados. “Quando falamos em favelas a pergunta que temos que fazer é: Os problemas são estruturais ou se tornam estruturantes porque não têm os investimentos necessários? […] os investimentos impactantes foram em 2010, e de lá pra cá o que temos são paliativos.”
Maurício Dutra, também cria da Maré e coordenador do Eixo Direitos Urbanos e Socioambientais da Redes da Maré, enfatiza a importância das favelas participarem de debates no G20 destacando o resultado das pesquisas “Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas do Conjunto de Favelas da Maré”, e “Respira Maré”. “Os resultados de ambas as pesquisas evidenciam que os impactos das crises climáticas estão mais próximos do que imaginamos. Portanto, é imperativo que esse tema seja urgentemente debatido e incluído em todas as instâncias da sociedade civil. O objetivo é levar essas preocupações para o G20, destacando o interesse das favelas em participar ativamente desse diálogo crucial.” pontua.
O G20 em outras cidades brasileiras
Além do Rio de Janeiro, outras 14 cidades também vão sediar reuniões do G20 ao longo do ano. São elas: Belém – PA, Belo Horizonte – MG, Brasília – DF, Cuiabá – MT, Fortaleza – CE, Foz do Iguaçu – PR, Maceió – AL, Manaus – AM, Porto Alegre – RS, Recife – PE, Salvador – BA, São Luís – MA, São Paulo – SP e Teresina – PI. As reuniões da cúpula começaram no último dia 17 deste mês, para alinhamento do país aos temas centrais da agenda. O calendário completo de reuniões do G20 já foi divulgado e pode ser acessado no site oficial: https://www.g20.org/pt-br.
Durante este período que precede o carnaval, as reuniões são online. O primeiro encontro aqui no Rio de Janeiro será a reunião de chanceleres que acontecerá nos dias 21 e 22 de fevereiro.