O trabalho que já teve exibição no Centro Cultural do Rio Janeiro, na Casa França-Brasil agora têm sua montagem inédita dentro do território
O fotógrafo mareense Douglas Lopes, inaugura neste sábado (6), no Espaço Normal – Espaço de Referência Sobre Drogas na Maré – a exposição fotográfica Biografias Imaginárias. Será a primeira vez que o Espaço Normal recebe uma exposição de arte contemporânea.
O trabalho que já teve exibição no Centro Cultural do Rio Janeiro, na Casa França-Brasil foi apresentado na exposição “Literatura Exposta” e agora têm sua montagem inédita dentro do território onde essa série nasceu, o Conjunto de Favelas da Maré; reforçando a agenda de arte e cultura da região e possibilitando o acesso a arte de forma gratuita para toda a população das favelas da Maré.
“Essa montagem pro espaço normal pensamos em além de apresentar essas fotografias, mais algumas do trabalho que venho desenvolvendo ao longo desses anos na Maré. Então são 10 fotografias, 6 da biografias imaginárias e 4 da Maré, além do vídeo arte Baile Encantado, que é fruto da minha pesquisa sobre bailes funk na Maré”, ressalta Douglas.
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O vídeoarte que Douglas se refere fez parte de uma exposição no Centquatre-Paris, na França e também é inédita nessa mostra na Maré e no Brasil. Além disso, a exposição conta com mais três esculturas que foram desenvolvidas especialmente para essa mostra no Espaço Normal.
“As esculturas fazem um diálogo com as fotografias expostas no sentido de pensar formas de construção intelectual de identidades que fujam dos estereótipos designados à pessoas de favela”, afirma.
Arte e redução de danos
Sendo inaugurada a partir das 15h deste sábado, a exposição estará aberta para visitação até o final de setembro. Quando questionado porque escolheu a fotografia como forma de fazer arte, Douglas exaltou como as imagens são ferramentas que contam outras narrativas possíveis para as favelas contrapondo as imagens que retratam as periferias com escassez, violência e pobreza.
A escolha para a exposição no Espaço Normal também não foi por acaso. Além de receber o convite para pensar como poderia contribuir com alguma intervenção artística no local, Douglas também tem forte relação afetiva com o espaço e acredita que a fotografia também é uma ferramenta para a redução de danos.
“Eu acho que a fotografia pode impactar as pessoas de diversas formas, através de sensações e emoções que possam nos despertam, de conexões que nosso subconsciente pode fazer ao ver uma obra, das interações que possam surgir a partir delas, mas principalmente do poder de visar novas possibilidades de mundo e de futuro”, conta.
O Espaço Normal fica localizado na Rua 17 de fevereiro, nº 237, Parque Maré. O evento é gratuito.