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Artigo: o coronavírus é só mais um ‘rodo cotidiano’

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Por Wesley Brasil, do Site da Baixada, em 15/03/2021 às 13h10

Susto mesmo a gente tomou quando a polícia militar assumiu o controle da estação de trem em Belford Roxo: só quem podia comprovar que estava saindo pra trabalhar podia embarcar. Agora te pergunto, querido leitor: quem, em sã consciência, vai sair de casa no horário do rush pra dar rolé de trem? Ainda mais no ramal Belford Roxo, servido por umas minhocas de metal que parecem aqueles trens fantasmas de filme B?


Um estudo da Casa Fluminense aponta que todos os dias os trens carregam dois milhões de pessoas que deixam seus municípios diariamente para acessar oportunidades de lazer, estudo e trabalho nas áreas privilegiadas da capital – um reveillon por dia que não tem nada a ver com festa.


A pandemia tem servido como uma lupa sobre dados como esses, escancarando a ausência de serviços em territórios da metrópole carioca. O “fica em casa” é o velho normal de quem sempre morou longe demais dos 15 ou 30 minutos que a Avenida Brasil separam, ou melhor, conectam os Rios de Janeiros.


É nesse contexto da distância, da luta pela sobrevivência, que a Baixada Fluminense tem enfrentado o novo coronavirus. Sem a opção do tal homeoffice, muita gente por aqui encarou situações análogas a escravidão, embarcou em coletivos que estranhamente sumiram das ruas ao invés de ampliar a oferta justamente para evitar a aglomeração, se assustou com o início da pandemia que chegou a dobrar o número de casos de um dia para o outro e agora volta à rotina mesmo com uma letalidade 2,5 vezes maior que a média nacional.


Não é difícil perceber o cansaço das pessoas sobre o assunto: passando no calçadão vestido de duas máscaras (sim, é uma recomendação da OMS), é possível flagrar aglomerações em lojas, gente na rua sem máscara e até os PMS, aqueles que estavam tão preocupados com sabe-se lá o quê, impotentes diante da mão do mercado, ou melhor, do supermercado – entenda como quiser, querido leitor.


Estamos em silêncio diante do esporro, mas não o que veio com o coronavírus, e sim aquele que o precede: o rodo cotidiano que obriga o morador da Baixada Fluminense a se apertar num espaço curto, quase um curral, sendo ainda tratado como alguém que anda por onde gosta – seja o trem, ônibus, metrô ou elevador de serviço.


Não existe homeoffice pra quem mora além da Linha Vermelha. E por mais que a gente reforce a urgência do protocolo básico do uso de máscaras e distanciamento, a urgência pela sobrevivência fala mais alto e a seleção nem um pouco natural faz o seu trabalho de eliminar alguns de nós. Por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta.

Marielle e a nossa democracia

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Por Edson Diniz em 14/03/2021 às 9h30

Grandes tragédias sempre produzem traumas que nos fazem lembrar o ponto exato onde estávamos e o que fazíamos quando recebemos a notícia ou presenciamos o fato. O impacto é tão forte que não esquecemos mais o que sentimos naquele momento. Foi assim, com o assassinato de Marielle Franco, na noite de 14 de março de 2018.

Quando soube de sua morte, lembro que eu estava em casa, sentado no sofá, assistindo um dessas séries de tv. As notícias começaram a chegar aos montes pelo aplicativo de mensagens e vinham de várias pessoas. No início não acreditei, pois vivemos na era das fake news e sabemos bem que figuras importantes, defensoras dos direitos humanos e da democracia são alvos de mentiras constantemente. Mas, ato contínuo, procurei no sites dos grandes jornais enquanto mudava o canal da televisão e estava lá!

Marielle Franco, a vereadora negra, mulher, favelada, defensoras dos direitos humanos, defensora dos direitos LGBTQIA+ e mãe, fora assassinada num atentado que matou também o motorista Anderson Gomes. Confesso que levei um choque e não sabia o que pensar nem o que dizer.  Estive com Marielle dias antes em um programa de TV debatendo justamente a violência armada que ceifa milhares de vidas negras e pobres no Brasil. Lembrei que a conhecia desde a época do pré-vestibular na Maré, das minhas aulas de história. Ela era uma das alunas mais críticas e atuantes. Ao longo do tempo, acompanhei seu engajamento e desenvolvimento político, que culminou com o trabalho no gabinete do então vereador Marcelo Freixo. Daí, para consolidar sua própria carreira política, foi questão de tempo.

A notícia da morte de Marielle foi um baque enorme!

Lembro que ela sempre foi uma pessoa alegre e vivaz. Marielle encarava a vida sempre de forma positiva, franca e descontraída. Quem não lembra do seu sorriso aberto? De seu afeto pelas pessoas? De sua disponibilidade para ajudar outras mulheres tragadas pela violência do machismo e do racismo?

O Assassinato de Marielle, além de tirar de nosso convívio uma pessoa extraordinária, colocou em jogo a sobrevivência de nossa democracia. Isso porque este ato de violência covarde, contra uma jovem liderança que se afirmava no horizonte político como portadora de mudanças, teve a intenção clara de calar um projeto de Brasil mais igual e mais justo. Marielle levava consigo o povo pobre, as mulheres negras, a favela e a Maré.

Não há dúvidas de que as forças políticas mais retrogradas e obscuras estão por trás dos assassinatos de Marielle e Anderson. Forças representadas por grupos que chegaram ao poder e naturalizaram a violência como forma de fazer política e intimidar adversários. Aproveitam-se da boa fé do povo para vender autoritarismo populista como salvação, criam falsos Messias que prometem melhorar o país, mas que, ao contrário, conduzem a nação para crises que se aprofundam dia a dia. Incitam à violência e a perseguição, incentivam a compra de armas de fogo, intervém na justiça e nos aparelhos policiais, enfim, se apossam do Estado e usam o poder em benefício próprio.

Esse cenário sombrio, só reforça a importância de cobrarmos respostas para os assassinatos de Marielle e Anderson. Não podemos aceitar que mais esse crime fique impune e que vire um dado estatístico que se juntará aos quase 140 mil brasileiros assassinados por armas de fogo só nos últimos três anos.

Marielle sonhava com um Brasil melhor, mais justo, democrático e livre. Fazia isso sem perder de vista os problemas concretos que viveu de perto na Maré. Não podemos deixar que seu sonho se perca, é preciso mantê-lo vivo principalmente quando atravessamos uma das maiores crises de nossa história causada pela pandemia. Crise que é agravada pela inoperância e irresponsabilidade do Governo Federal que não protege e não valoriza a vida dos brasileiros, principalmente os mais pobres.

Por isso, neste 14 de março de 2021, três anos após os assassinatos, devemos erguer nossas vozes para lembrar e homenagear Marielle e Anderson, ao mesmo tempo em que exigimos a identificação e responsabilização dos mandantes do crime. Fazendo esse movimento, nos posicionamos a favor do legado de Marielle Franco, defendemos a democracia e nos colocamos contra o uso da violência como arma política.

Só assim poderemos garantir que novas Marias, Mahins, Marielles e Dandaras possam viver livres e sem medo no Brasil.  

Marielle e Anderson Presentes! Justiça por e para eles.

Edson Diniz tem 48 anos, morou por 40 anos na Maré onde ajudou a fundar a Redes da Maré. Estudou nas escolas públicas locais e graduou-se em História pela UERJ. É professor há 25 anos, tendo trabalhado em escolas públicas e privadas no Rio de Janeiro. Fez mestrado em educação pela PUC-Rio e Doutorado no curso de Sociologia da Educação pela mesma instituição. Tem debatido temas que envolvem educação pública, favela, juventude, identidade, arte/cultura e direitos humanos a partir de sua experiência na Maré.

Edson Diniz em debate sobre Educação e Favela em 12 de setembro de 2019.

Exclusivo: ‘’Estamos tentando evitar o fechamento completo’’, diz Daniel Soranz, secretário municipal de saúde do Rio

Por Edu Carvalho, em 14/03/2021, às 6h, editado por Daniele Moura

Na semana em que se completa um ano do decreto de pandemia global por conta do novo coronavírus, o Maré de Notícias traça um diverso panorama sobre os impactos do vírus por todo o país, a começar pela capital do Rio de Janeiro. 

Sob a coordenação, desde 1º de janeiro, da Secretaria Municipal de Saúde, na era Eduardo Paes, Daniel Soranz, médico sanitarista e pesquisador brasileiro, está entre os especialistas que ganharam visibilidade ao longo dos últimos doze meses. Neste momento crucial de organização e planejamento para o combate ao coronavírus, Soranz tem sob sua gestão o desafio da expectativa pela chegada de mais doses do imunizante, a pressão pela adoção de medidas mais restritivas como o possível bloqueio total (lockdown) na cidade.  

Maré de Notícias: Como recebeu a notícia do decreto global da pandemia?

Daniel Soranz: A Organização Mundial de Saúde é uma instituição competente e atenta ao cenário da saúde em todos os países. As recomendações da OMS sobre a doença e a pandemia foram e continuam sendo muito importantes para orientar as ações brasileiras no enfrentamento dessa grave crise de saúde pública.

Maré de Notícias: Como avalia o quadro da covid-19 na cidade após um ano?

Soranz: Infelizmente, no ano passado, a situação do município do Rio de Janeiro foi bem crítica, muito em função de uma série de decisões de gestão equivocadas. Escolhas politiqueiras levaram ao desperdício de milhões de reais. Só para citar um exemplo, o hospital de campanha do Riocentro tinha custo mensal estimado em R$ 25 milhões, fora o gasto na instalação. Mas o número de internados na maior parte do tempo foi de 60 a 70. Isso dava cerca de R$ 360 mil por paciente ao mês, ou R$ 12 mil por dia. Os resultados seriam melhores se os valores fossem investidos na abertura de leitos nos hospitais da rede, que ficariam de legado para a cidade após a pandemias, e na Atenção Primária, para diagnosticar precocemente, rastrear e bloquear a cadeia de transmissão do vírus. Mas como o governo passado havia desestruturado a Estratégia Saúde da Família, o preço pago foi alto: uma das mais altas taxas de mortalidade entre as Capitais brasileiras. Em 2020, foram 17.671 mortos na cidade, com letalidade de 9,3% e mortalidade de 265,3/100 mil habitantes.

Maré de Notícias: Para você, hoje como secretário, quais foram os gargalos deixados pela gestão passada no plano de combate ao vírus?

Soranz: São muitos, não só diretamente ligados ao plano de combate à pandemia, mas questões referentes à rede em geral e que impactam também nos cuidados aos pacientes covid-19. 

Para começar, o caixa vazio e uma dívida imensa. Vários contratos importantes, como de alimentação hospitalar e vigilância, estão com meses de faturas atrasados. Serviço prestado em 2020 que não foi pago na ocasião e o débito acabou herdado por nós, sem que tenha sido deixado recurso em caixa para pagar. E essa dívida é ainda maior em função dos muitos gastos milionários e desnecessários da antiga gestão, principalmente relacionados ao hospital de campanha e à compra de mais de R$ 300 milhões em equipamentos da China sem que houvesse qualquer estudo prévio da necessidade desse material. Muitos desses equipamentos sequer foram desencaixotados e custam ao município, desde meados do ano passado, R$ 182 mil por mês em aluguel do depósito onde estão estocados. Ainda na questão das dívidas deixadas pelo governo Crivella, tem a do 13º salário dos servidores, incluindo os da saúde, que também não foi pago. São custos passados que a atual gestão terá que arcar exatamente no meio do combate à pandemia. 

Outro gargalo foi que a gestão passada desestruturou a Atenção Primária, demitindo mais de 6 mil profissionais de saúde, que fizeram falta para o diagnóstico precoce, rastreamento e bloqueio da cadeia de transmissão do vírus. Sem contar que, por falta de contratos de manutenção, já que a opção equivocada foi investir em outras áreas, as unidades de Atenção Primária foram precarizadas. A recomposição dos quadros da Atenção Primária e a recuperação das unidades são prioridades dessa gestão, para que possam desempenhar o papel importantíssimo e necessário no combate à pandemia.

Maré de Notícias: Na posse, houve a ação de se criar um comitê com especialistas à parte da Prefeitura. O grupo anterior não era?

Soranz: O que a gestão Crivella tinha era um colegiado de profissionais especialistas da própria Prefeitura para decidir as medidas que a gestão iria tomar. O Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 da atual gestão é formado por especialistas de vários órgãos externos, que trazem sua expertise para auxiliar a Secretaria Municipal de Saúde na avaliação das medidas. Temos, por exemplo, especialistas da UFRJ e da Fiocruz, do Ministério da Saúde, da Unicef, além do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, que quando estava à frente do Ministério enfrentou a epidemia da H1N1 com resultados bastante satisfatórios. Além disso, nossa gestão criou o Centro de Operações de Emergências – COE COVID-19 RIO, esse sim formado por profissionais de várias da Secretaria Municipal de Saúde, para monitorar a situação da doença na cidade e traçar o mapa de risco das regiões. A partir desse trabalho, são adotadas, conforme as faixas de risco, as medidas restritivas cabíveis, que estão muito bem definidas na Resolução Conjunta SES/SMS nº 871, de 12/01/21. 

Maré de Notícias: O Rio foi flexibilizando, ao longo de todo esse período, as medidas restritivas – no tocante à estabelecimentos e aberturas. Mas se foi percebido desrespeito no pós-festas de fim de ano e durante o período de Carnaval. Adotar uma posição mais firme não inibiria aglomerações?

Soranz: Somente a partir da Resolução Conjunta SES/SMS nº 871, de 12/01/21, é que o município do Rio passou a ter regras claras sobre quais medidas de proteção à vida adotar e em quais situações. Antes, as medidas eram decididas pela gestão passada sem clareza. Agora nós sabemos: com base nos números de internações e óbitos pela doença, sabemos qual é a faixa de risco daquela região e, conforme a faixa de risco, são adotadas tais medidas estabelecidas na resolução conjunta. Com base nisso, temos trabalhado bastante em ações de conscientização da população e de fiscalização. De 15 de janeiro a 10 de março, ações integradas entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil realizaram 769 inspeções, com 482 Autos de infração e 135 interdições. A Prefeitura vem fazendo sua parte, tanto no que se refere à educação, quanto à fiscalização e punição. Mas é importante sempre deixar claro que a população também precisa fazer sua parte, seguindo as medidas de proteção à vida e, desta forma, colaborando para o combate à pandemia.

Maré de Notícias: O Painel Covid da Prefeitura mostra que há uma queda do número de casos e de mortes aqui na cidade, mas o mapa de risco apresentado pela SES mostra que todas as regiões ainda têm risco alto de contágio. Há possibilidade de uma terceira onda?

Soranz: Desde a semana anterior ao carnaval, a Prefeitura vem adotando uma postura de precaução, tendo em vista os cenários nacional e mundial da pandemia. Por mais que os números de internações e óbitos na cidade venham apresentando uma tendência de queda, vários estados brasileiros têm registrado alta de casos e, o que é mais preocupante, a circulação da novas variantes do vírus. No estado do Rio, já temos 25 casos detectados das variantes brasileira e britânica. Isso fez o COE COVID-19 RIO recomendar a manutenção de toda a cidade na faixa de risco alto, e consequentemente das medidas restritivas para esta faixa. A decisão foi corroborada pelo Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19. E esta foi uma medida preventiva acertada. Na última semana, depois que o monitoramento do COE COVID-19 RIO mostrou um leve aumento no número de atendimentos de casos suspeitos nas unidades de urgência e emergência, que são a ponta da rede  de saúde, mais uma vez, como medida de precaução corroborada pelo Comitê, a Prefeitura adotou novas medidas mais restritivas, justamente na tentativa de evitar uma nova onda da doença.

Maré de Notícias: O Rio poderia adotar lockdown?

Soranz: Os esforços da Prefeitura são para evitar a necessidade de um fechamento completo no futuro. Agimos antecipadamente, com zelo desde o carnaval e ainda mais na última semana. Sabemos que as medidas adotadas agora serão difíceis para alguns setores, mas é imprescindível que elas sejam seguidas, para evitar que amanhã ou depois os números de internação e óbito venham a crescer sem controle e nos obriguem a medidas drásticas, como o fechamento completo. Estamos tentando evitar o fechamento completo e precisamos muito da colaboração da população, fazendo sua parte.

Maré de Notícias: Há possibilidade de abertura de novas Clínicas da Família (muitas delas estão em favelas) e contratação de profissionais para o reforço – não somente nesse momento de vacinação – mas também para os atendimentos gerais de saúde do Rio?

Soranz: No momento, a prioridade da Secretaria Municipal de Saúde é recuperar a rede, que foi muito precarizada no governo Crivella. Precisamos recuperar as clínicas e CMS fisicamente, pois sofreram muito sem manutenção nos últimos anos; reabastecer com os insumos que a antiga gestão deixou que acabassem sem fazer novos processos de compra; e principalmente recompor as equipes, que tiveram mais de 6 mil demissões. Temos, sim, a intenção de retomar o plano de ampliação da rede de Atenção Primária que foi abandonado pela gestão Crivella, mas isso ficará para um segundo momento.

Ronda Maré de Notícias: Um ano após o decreto da OMS, Brasil torna-se o epicentro da pandemia

País ultrapassa a marca de 2 mil mortos em 24h por dois dias seguidos

Por Andressa Cabral Botelho, em 12/03/2021 às 20h30

Um ano após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que o mundo estava vivendo em uma pandemia, o Brasil tornou-se o seu epicentro. Na última quinta-feira (11) foram mais de 78 mil novos casos, totalizando em mais de 11,2 milhões de pessoas infectadas e mais de 273 mil vidas perdidas em decorrência do vírus. Em contrapartida, apenas 1,57% da população recebeu as duas doses da vacina, cerca de 3,3 milhões de pessoas.

Em mais uma semana de recordes de mortes em 24h, o Brasil superou a marca dos primeiros dias de março, onde o maior número de mortes em 24h no país era de 1.910 pessoas. Por dois dias consecutivos, 10 e 11 de março, registrou mais de 2 mil mortes a cada dia. No dia 10 foram 2.286 mortes e no dia 11 foram 2.233 pessoas que perderam as suas vidas em 24h, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). 

Nesta sexta-feira (12), o país tem o total de 11,3 milhões de pessoas que já testaram positivo para a covid-19 e 275,1 mil pessoas que morreram. Nas últimas 24h foram registrados 85.663 novos casos e 2.216 novas mortes, de acordo com o Ministério da Saúde.

Covid-19 no Rio

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) divulgou nesta sexta-feira (12) uma nota solicitando que os governantes avaliem a atual situação de seus municípios para adoção de medidas de restrição da circulação, isolamento social, e até mesmo a possibilidade de se fazer o lockdown. Na nota, a entidade afirma que as declarações do presidente Jair Bolsonaro “evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade, falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida”.

Diante o aumento dos casos, o prefeito Eduardo Paes estendeu as medidas de restrição até o dia 22 de março, alterando alguns dos horários instituídos no decreto anterior. Em caso de descumprimento das medidas, será cobrada multa que varia de R$562,42 (em caso de pessoas sem máscaras ou promovendo aglomerações) até R$56.242,92, além de apreensão de mercadorias e interdição de estabelecimentos. 

Na cidade do Rio são, até o momento, 212.332 casos confirmados e 19.334 mortes pela doença. Nesta sexta-feira (12), 1.090 pessoas estão internadas e 34 aguardam vaga para internação, de acordo com o Painel da Prefeitura. 

A Maré tem hoje 3.155 casos confirmados e 170 mortes, de acordo com o Painel Unificador COVID-19 nas Favelas do Rio. Ao todo, as favelas tem 32.597 casos confirmados e 3.501 mortes e hoje possui mais casos confirmados que 163 países do mundo. Nos últimos 14 dias a Maré registrou 54 novos casos de covid-19 através dos testes realizados pelo projeto Conexão Saúde. Não apenas o número de casos, mas o número de mortes da Maré é um sinal de alerta. “E, ainda mais preocupante, o crescimento do número de óbitos na Maré em janeiro e fevereiro em relação aos meses anteriores, quando este número vinha caindo”, destacou o infectologista e diretor do Dados do Bem, Fernando Bozza, na 29ª edição do Boletim Conexão Saúde – De Olho no Corona. O momento inspira cuidados para se evitar a contaminação.

Campanha do Maré de Notícias de incentivo ao uso à máscara

Vacina Sputinik V

Nesta sexta-feira (12) o Brasil assinou contrato para aquisição de 10 milhões de doses da vacina Sputinik V. De acordo com cronograma da União Química, laboratório que irá importar as doses da Rússia, a expectativa é que 400 mil doses sejam entregues ao Brasil até o final de abril, dois milhões em maio e 7,6 milhões em junho. Entretanto, o imunizante russo ainda não recebeu registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e nem tem  autorização de uso emergencial. 

De acordo com o cronograma de vacinação do Ministério da Saúde, a proposta atual é que cheguem de 22 a 25 milhões de doses em março, mas o cronograma tem sofrido constantes alterações quanto às doses previstas. A proposta inicial era de 46 milhões em março entre 16,9 milhões da Oxford/AstraZeneca e 18,1 milhões do Instituto Butantan. O restante das doses eram provenientes de outras três vacinas que ainda não foram liberadas pela Anvisa (Covax, Sputinik V e Covaxin).

Ocupação Carolina Maria de Jesus

No próximo domingo (14), é celebrado o aniversário da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977). Em sua homenagem, o Instituto Moreira Salles publicará, ao longo de todo o dia, depoimentos gravados de escritoras e escritores negros contemporâneos. A partir deste ano, o evento comemorativo do aniversário da autora, que acontece desde 2014 no IMS, passará a se chamar Carolina Maria de Jesus, presente!. Confira os depoimentos no Instagram do IMS.

Apresentação e oficinais teatrais

O projeto “Senhores e Escravos – narrativas de poder em Machado de Assis” vai realizar ao longo do mês de março uma série de atividades culturais, como apresentações ao vivo, oficinas e debates, a partir das obras de Machado de Assis. As cidades de Niterói, Queimados, Itaguaí, Vassouras e Barra do Piraí serão contempladas com cinco eventos online, transmitidos pelas plataformas Zoom, Youtube, Instagram e Facebook. Confira mais informações sobre as datas das apresentações e oficinas nas redes sociais do projeto. 

Oportunidade de estágio na Globo

A Globo está com inscrições abertas para o programa de estágio. Estudantes universitários que tenham previsão de formatura entre dezembro/2021 até julho de 2023, estudantes que estão cursando o ensino médio ou já se formou, mas mantém o vínculo com a instituição de ensino têm até o dia 14 de março para se inscrever pelo link. Para mais informações, é só assistir a live que o time da Estagia fez no Instagram.

Mostra CineCidades

De 09 a 25 de março, a Mostra CineCidades irá exibir  uma série de documentários, entre curtas e longas, apresentando a pluralidade cultural da cidade do Rio. Além dos filmes fixos na grade de programação, outros documentários serão exibidos nesses dias, como o filme Fé e fúria, que aborda os crimes dos traficantes evangélicos contra o povo de axé nas comunidades do Rio de Janeiro. Para assistir, basta acessar o site onde a mostra está sendo exibida.

Nova paralisação da vacinação na cidade do Rio, e governador decreta toque de recolher

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Pessoas com 75 anos deverão esperar novo lote de vacinas. Professores entram na lista de prioridades no calendário de vacinação. Governador proíbe circulação de pessoas das 23h ás 5h, entre outras medidas.

Por Daniele Moura em 12/03/2021 às 10h30

Mais uma suspensão no calendário de vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro. Desta vez foram os  moradores da cidade com 75 anos, que seriam vacinados a partir desta sexta, dia 12,  e não serão. Apenas as pessoas com 76 anos ou mais serão imunizadas, além daquelas que receberão a segunda dose. O  secretário de Saúde do  Rio, Daniel Soranz, atribuiu a paralisação às pessoas que vieram de outros municípios para se vacinarem na capital fluminense. Ainda segundo o secretário,  a suspensão acontece por causa, também, da redução do repasse de doses do governo federal.

Cerca de 460 mil doses já foram  aplicadas na cidade, e segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de  42 mil — ou quase 10% — foram  para moradores de outras cidades .

A decisão da suspensão foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes nas redes sociais às 21h de quinta (11).

Infelizmente teremos que suspender a vacinação prevista para amanhã e sábado para as pessoas de 75 anos. Tivemos uma procura acima da expectativa e não temos garantia de que as doses que já dispomos sejam suficientes”

Eduardo Paes, em seu Twitter

Vacina para Professores

Foi sancionada, nesta sexta dia 12, pelo governador em exercício, Cláudio Castro a Lei 9.203/21 que faz com que os profissionais de Educação de do do estado do Rio estejam, a partir de agora, entre os grupos prioritários na vacinação contra a Covid-19. A vacina deve ser aplicada primeiro em quem está na atividade presencial, em seguida nos grupos de risco e naqueles que atuam de maneira remota. A lei já publicada no Diário Oficial do Estado.


Medidas restritivas para todo o estado

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), decretou medidas restritivas contra a Covid-19, parecidas com as já adotadas esta semana na capital. “Fica vedada a permanência em área e praças públicas das 23h às 5h. A circulação está permitida”, disse Castro. Bares e restaurantes terão de fechar às 23h. “Mas cada município terá autonomia para reduzir esse horário”, ressaltou o governador — na capital, o expediente do setor tem de ser encerrado às 21h.

“O decreto estadual é um balizador da política pública. Cada município tem suas especificidades. O estado está fazendo um papel regulador da política pública”, afirmou Castro que destacou ainda, que é “contra o lockdown. “A vida das pessoas passa por várias searas diferentes, emprego é uma delas. Ouvir a cadeira produtiva é fundamental, eles têm funcionários, clientes, e eles são seres humanos. Trouxemos a cadeia produtiva para dentro do processo porque eles são fundamentais”, destacou.
“A situação é de 52% em taxa de enfermaria e 54% na de CTI. Esse não é o único dado que seguimos. Observamos um aumento de 30% na procura por atenção básica, nos últimos 10 dias. Isso acendeu a luz amarela”

Campanha #USAMASCARAMORADOR- Maré de Notícias

Com aumento do número de casos e com o maior registro de mortes desde o início da pandemia, o Maré de Notícias faz uma campanha para o uso de máscara e o isolamento social, únicas saídas para o combate ao coronavírus. Entre na corrente: #USAMASCARAMORADOR Uma iniciativa Maré de Notícias para todos os brasileiros.

Ficha Técnica: Roteiro – Edu Carvalho Edição – Edu Carvalho, Daniele Moura e Matheus Affonso Integrantes: Edu Carvalho, Manoel Soares, MC Martina, Wesley Teixeira, Wesley Brasil, Gabi Nacor, Salvino Oliveira, Binho Cultura, Gracilene Firmino, Rennan Leta, Andressa Cabral, Daniele Moura, Hélio Euclides, Filipe Mendonça, Dinho e Thaís Cavalcanti.