Home Blog Page 329

Em meio a ritmo lento de doses disponíveis, unidades de saúde da Maré criam estratégias para vacinar a população nos territórios

0

Mobilização acontece com intuito de levar informação e vacina aos moradores

Por Kelly  San, em 14/04/2021 ás 9h

Editado por Edu Carvalho

Com pouco mais de três meses de vacinação, o plano de imunização contra a covid-19 ainda é lento em todo país, apontam especialistas. Além da demora da chegada das vacinas ao Brasil e a produção nacional dos imunizantes, fatores como a falta de logística, estrutura e a desinformação são preponderantes nesse momento.

Nesta primeira fase do plano, pessoas acima de 60 anos pertencem aos grupos prioritários para receber a vacina, representando 14,6% da população brasileira, o que  corresponde a 30,3 milhões de pessoas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE de 2017. O Rio de Janeiro é a capital de maior proporção de população idosa no Brasil, com cerca de 1,5 milhões de pessoas acima de 60 anos, segundo levantamento feito pela SeniorLab em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na Maré, os moradores com mais de 60 anos representam apenas 7,4%, segundo o Censo de 2019.

No Brasil, entre os que têm mais de 80 anos, aproximadamente 77%, ainda não tomou a segunda dose, o que é um percentual muito alto considerando o tempo de campanha. Apenas 3,64% da população brasileira, que equivale a 7.717.785 pessoas,  tomaram as duas doses da vacina e estão imunizadas. No Rio de Janeiro desde que a campanha teve início, 1.710.764  pessoas receberam a primeira dose, o equivalente a apenas 9,85% da população fluminense – até o momento. 

Na Maré os índices também são preocupantes, segundo o 31ª boletim Conexão Saúde de Olho no Corona. Somente 6% dos idosos tomaram a primeira dose da vacina e esse número despenca pra 1%  quando se trata da segunda dose. 

Unidades de saúde locais mobilizam-se para estratégia a chamada de idosos

Unidades de saúde espalhadas pelos territórios mareenses têm criado estratégias para aplicar a segunda dose da vacina. No Centro Municipal de Saúde Américo Veloso, na Praia de Ramos, uma planilha com os dados foi traçada para que se possa fazer contato com os vacinados e com isso, não deixar de aplicar a segunda parte da imunização. “Revisamos a lista com frequência e ao perceber que algum idoso não veio completar a imunização entramos em contato ou alguma das nossas agentes de saúde vai até a casa do idoso para lembrar”, diz Viviane Lins diretora do centro.

Para aqueles que estão acamados e não podem se locomover, as redes de saúde locais seguem a orientação da Coordenadoria Geral de Atendimento Primário (CAP 3.1), fazendo um mapeamento para que ao fim do dia, profissionais possam ir até aos domicílios para aplicação. “É muito difícil sobrar vacinas no fim do dia, quando sobra, remanejamos para os nossos acamados ou antecipamos a faixa etária do dia seguinte”, explica Thereza Amanda, gerente da Clínica da Família Diniz Batista dos Santos, que fica no Parque União.

Já os centros municipais da Vila do João e Américo Veloso [Praia de Ramos]  e a Clínica da Família Drª Jatene Adib fazem campanhas de conscientização e chamada nas feiras de rua próximas às unidades de saúde, com objetivo de informar corretamente a população.

O sentimento de quem já está vacinado e a expectativa de quem será

Maria de Lourdes Lopes, de 65 anos, é aposentada e conta a sensação de ter tomado a vacina: “Eu fiquei até arrepiada de falar,  senti a vacina correndo meu corpo e a sensação é de que está tirando tudo de ruim. Estou esperançosa e querendo muito tomar a segunda dose”, conta.

Em meio a muitas incertezas, a costureira Djanira Alves, de 63 anos, aguarda ansiosa por sua vez. Ela recorda que recentemente perdeu uma amiga para o vírus, mesmo depois de ter tomado a primeira dose. “Minha amiga que tinha 70 anos, tomou a primeira dose da vacina, mas não teve tempo de tomar a segunda. Eu ainda não tomei, mas está chegando. Estou confiante nas pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz e do Instituto Butantan, e logo teremos vacinas pra todo mundo”, diz com esperança.

Light lança atendimento através de aplicativo de mensagens

0

Novo canal de atendimento será feito pelo WhatsApp
Por Kelly San, em 13/04/2021 às 16h

A concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica de 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, a Light, lançou um novo canal de atendimento ao cliente pelo WhatsApp no número (21) 99981-6059. Neste primeiro momento de implementação do canal serão oferecidos os seguintes serviços:

  • Consulta de débitos;
  • 2ª via da conta de energia;
  • Consulta ao código de barras da conta de energia;
  • Atualização cadastral de telefone fixo, celular e e-mail.

O acesso através das mensagens já está disponível, e além disso a empresa possui outros canais de atendimento, como o Disque-Light Comercial (0800-282-0120) e o Disque-Light Emergência (0800 021 0196) e por meio de redes sociais, como o Facebook

Mulheres, negros e pobres: os mais impactados pela pandemia no Brasil e na Maré

De acordo com dados de boletins locais, perfil de pessoas que mais se infectam na Maré se manteve em um ano

Por Andressa Cabral Botelho, em 13/04/2021 às 13h10
Editado por Edu Carvalho

“Quem tem abaixo de 40 anos não tem que se preocupar. De 40 a 60 tem suas preocupações e acima dos 60 é cuidado máximo”, observou o presidente Jair Bolsonaro em entrevista no dia 08 de abril de 2020, quando ainda se achava que os mais impactados pela pandemia seriam os idosos e pessoas com doenças pré-existentes. Um ano após essa fala, com dados mais concretos, pesquisas apontam que mulheres, pessoas negras, jovens e adultos e mais pobres têm sido os mais prejudicados durante a pandemia – seja em relação à saúde ou à economia. Mas se, a princípio, o vírus era mais prejudicial para idosos, por que hoje o perfil das pessoas mais acometidas pela covid-19 no país e na Maré é outro?

Para pesquisadores, como o médico e antropólogo Merrill Singer, vivemos hoje o que ele chama de ‘sindemia’, a combinação das palavras sinergia e pandemia. Para ele, uma epidemia sindêmica é uma situação em que o vírus não atua sozinho e que outras variáveis combinadas a ele pioram o quadro da pessoa infectada, sejam doenças pré-existentes, sejam as condições sociais que essas pessoas vivem, entre elas a dificuldade que elas têm de acessar serviços de saúde. A desigualdade social no Brasil tem papel importante na sindemia e como consequência, é possível ver os impactos da doença principalmente em mulheres, pessoas negras (pretas e pardas) e jovens e adultos. O cenário nacional se reflete também na Maré, onde esses mesmos grupos também têm se mostrado como os mais impactados pela doença.

Ao longo de um ano, o boletim De Olho no Corona! vem fazendo um levantamento de casos de covid-19 na Maré a partir de duas metodologias de contagens. Em março de 2020, a contagem se dava a partir do cruzamento de dados de casos confirmados registrados pelo painel da Prefeitura e de casos suspeitos – identificados a partir de sintomas e reportados para o boletim. Desde agosto, com o início do projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid, é possível ter dados concretos de casos positivos a partir da testagem realizada pelo Dados do Bem na Maré. Mesmo assim, é possível traçar um paralelo dos cenários de maio de 2020 e abril de 2021.

Em 2020, após a publicação da 4ª edição do boletim do Conexão Saúde, foi possível entender quem eram as pessoas que tinham contato com o vírus ou apresentavam sintomas da doença. Entre as 390 pessoas infectadas naquele momento, 66% eram mulheres e 68% se autodeclaram pessoas pretas ou pardas. Quanto à faixa etária, o vírus é mais letal conforme a idade aumenta, mas a faixa etária de 30 a 59 anos é a mais acometida no território, com 58% dos casos. Até o último boletim, publicado no dia 09 de abril, 2.114 pessoas testaram positivo para covid-19 na Maré. Destas, 1.364 são mulheres, o que equivale a 64% das pessoas testadas, 1.151 se autodeclaram pretas ou pardas (54%) e 1.168 pessoas estão na faixa etária de 30 a 59 anos, 55% do total.

Economicamente, essas pessoas também têm sofrido mais. A média nacional da taxa de desemprego de 2020 foi de 13,5%, o que equivale a 13,4 milhões de brasileiros desocupados. Esta é a maior taxa desde 2012, quando os números passaram a ser acompanhados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo IBGE. 

A pesquisa aponta que as mulheres (16,4%) têm ocupado um lugar maior na fila do desemprego em relação aos homens (11,9%). A taxa de desocupação entre pessoas de 25 a 39 anos é de 14,2%, também acima da média nacional, enquanto a faixa etária de 40 a 59 anos, a taxa é de 9,9%. Pessoas pretas (17,2%) e pardas (15,8%) ficaram acima da média nacional de desocupação, enquanto pessoas brancas (11,5%) ficaram abaixo dessa taxa. Ainda segundo a Pnad Contínua, nesse período de pandemia a diferença salarial entre brancos e negros também sofreu alteração. No terceiro trimestre de 2020, a distância chegou a R$1.492, também o maior valor desde o início da pesquisa.

Somos todos iguais, mas nem tanto

A vacinação também é um fator que realça essa desigualdade de classe e raça. O início da imunização foi marcado pela imagem da enfermeira Mônica Calazans, uma mulher negra de 54 anos que atua na linha de frente e que foi a primeira pessoa a ser vacinada no país. No Rio, a cena se repetiu: a idosa de 80 anos Terezinha da Conceição, junto com a técnica de enfermagem Dulcineia da Silva, foram as primeiras a receberem o imunizante. Mesmo sendo maioria da população brasileira (54%, segundo o IBGE), a realidade de pessoas pardas e pretas sendo vacinadas não acompanha essa maioria. Por outro lado, a do número de mortes acompanha.

No país, sete a cada dez pessoas infectadas pela doença são negras, segundo o IBGE. Em uma pesquisa feita pela ONG Instituto Polis, 250 homens negros morrem a cada 100 mil habitantes, enquanto o número de pessoas brancas que falecem por coronavírus é de 157 por 100 mil habitantes. Já entre as mulheres é de 140 mortes de negras frente a de 85 brancas por 100 mil habitantes.

Já o número de pessoas brancas vacinadas é quase o dobro do de pessoas negras: enquanto 3,2 milhões de pessoas brancas já tinham recebido, ao menos a primeira dose, 1,7 milhões de pessoas negras foram imunizadas no país. De acordo com dados organizados pela Folha de São Paulo, 38% de pessoas brancas já foram vacinadas em relação a 21% de pardos ou pretos, além de 12% de pessoas amarelas, 2% de indígenas e outras 27% que não informaram não tiveram a cor informada. “A população negra que chega a mais de 90 anos é menor que a população branca porque a expectativa de vida da é menor, tanto pela morte da juventude negra – por causas externas – quanto por outros acometimentos que o racismo impacta, como a forma que se acessa saúde”, explica Rita Borret, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde da População Negra da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, sobre a disparidade entre pessoas brancas e negras vacinadas no Brasil.

O número de pessoas negras vacinadas tende a aumentar, tendo em vista que desde final de fevereiro os remanescentes de quilombolas foram incluídos no grupo prioritário e têm sido vacinados, mas a desigualdade em relação à vacinação segue. Outro fator que ajuda a entender a desproporção de pessoas negras vacinadas é o fato dessa população não estar presente em cargos que majoritariamente já foram vacinados, como profissionais de saúde. 

Outro fator importante a se destacar é a desigualdade social no ato da vacinação. Com o avanço da vacinação na cidade do Rio, é possível perceber também que algumas áreas são negligenciadas com a vacinação, como é o caso das favelas e periferias. De acordo com o boletim do Conexão Saúde, enquanto na Zona Sul 130.730 pessoas foram vacinadas com a primeira dose até o dia 06 de abril, 8.418 moradores da Maré receberam a primeira dose. Dessas, apenas 1.662 já receberam a segunda dose e estão totalmente imunizadas. 

Pensando nessa disparidade que surge a campanha Vacina Pra Favela, Já!, que reforça a necessidade de se criar um plano de vacinação que possa priorizar moradores de favelas e periferias, assinado por 48 organizações, coletivos e instituições das cidades do Rio, Mesquita, Itaguaí que fazem parte do Painel Unificador COVID-19 nas Favelas do Rio. “Seja pela falta d’água nas casas e de acesso pleno aos serviços de saúde, altos índices de servidores essenciais e informais para os quais o isolamento social é impossível, alta densidade intergeracional nas moradias, falta de informações adequadas e verificadas, e diversos outros fatores, o risco de contágio e exposição dos moradores de favela se torna maior e sua capacidade de enfrentamento é menor”, destaca a carta aberta enviada a gestores municipais e estaduais ressaltando a importância da vacinação nas favelas e periferias do estado do Rio.

UERJ adia Vestibular 2021 para julho devido ao agravamento da pandemia de Covid-19

0

Por Redação, em 13/04/2021 às 12h

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu adiar o Exame Único do Vestibular Estadual 2021, do dia 2 de maio para 18 de julho. A medida foi tomada em função do agravamento da pandemia de Covid-19 e das projeções negativas das autoridades sanitárias e das instituições científicas, bem como da Comissão para Acompanhamento e Suporte à Tomada de Decisão sobre o Coronavírus no Âmbito da Universidade. O modelo de prova e os programas das disciplinas permanecem os mesmos.

Os candidatos que se inscreveram mas perderam o prazo para escolha do curso terão uma nova oportunidade. O sistema será reaberto de 14 a 18 de abril, quarta-feira a domingo. Aqueles que desejarem optar pelas cotas, também poderão enviar os documentos necessários neste período. O acesso deve ser feito pelo site www.vestibular.uerj.br.

No Rio, morre jornalista Aloy Jupiara, vítima da covid-19

0

Editor-chefe do jornal O Dia estava internado desde março

Por Edu Carvalho, em 13/04/2021 às 11h05

Morreu no fim da noite de ontem, segunda, 12/4, o jornalista Aloy Jupiara. Ele estava internado na UTI desde o dia 29 de março no Hospital São Francisco, na Tijuca, Zona Norte.

Com 56 anos, Aloy era editor-chefe do jornal O DIA desde o ano passado e é um dos autores de dois livros “Os porões da contravenção” e “Deus tenha misericórdia dessa nação”, feitos em parceria com o também jornalista Chico Otavio.

Mais recentemente, o público pôde ver Aloy como um dos entrevistados na série documental ‘Doutor Castor’, do Globoplay.

Formado na Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, de 1987 a 2000 exerceu o cargo de repórter e subeditor das editorias Rio e Política do jornal O Globo. De 2001 e 2004, foi editor do site do jornal.

Brasil, México e Filipinas estão entre os países que receberão vacina da Pfizer no segundo trimestre

0

Distribuição será feita pelo consórcio mundial Covax Facility

Por Reuters, em 13/04/2021 às 11h

Cerca de 14,1 milhões de doses da vacina Pfizer BioNTech COVID-19 serão distribuídas em 47 países e economias para entrega no segundo trimestre deste ano, disse a Gavi Vaccine Alliance ontem, segunda-feira (12/4).

Brasil, Colômbia, México, Filipinas, África do Sul e Ucrânia devem estar entre os principais receptores da vacina Pfizer entre abril e junho, de acordo com Gavi, que co-lidera as instalações da COVAX com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros parceiros.

O programa COVAX oferece uma tábua de salvação para países de baixa renda em particular, permitindo-lhes inocular trabalhadores de saúde e outros em alto risco, mesmo que seus governos não tenham conseguido garantir vacinas dos fabricantes.

Austrália, Grã-Bretanha, Kuwait e Emirados Árabes Unidos devem receber suas primeiras injeções via COVAX com as doses da Pfizer, “com base no conhecimento atual da disponibilidade de fornecimento da vacina COVID-19”, disse Gavi em um comunicado.

O programa distribuiu quase 38,4 milhões de doses de vacinas COVID-19 para 102 países em seis continentes, seis semanas após o início da distribuição de suprimentos, disse Gavi na quinta-feira passada.

As entregas da vacina AstraZeneca para 142 participantes em uma rodada anunciada anteriormente estavam em andamento, “com alguns atrasos” que podem estender as entregas em maio passado, disse Gavi na segunda-feira.

A disponibilidade reduzida atrasou algumas entregas em março e abril, e grande parte da produção do Serum Institute of India, que fabrica a vacina AstraZeneca, está sendo mantida na Índia, onde o número de infecções diárias está aumentando.

O presidente-executivo da Gavi, Seth Berkley, disse na última sexta-feira que a COVAX pretendia entregar um terço de um bilhão de doses de COVID-19 até meados do ano, a caminho de mais de 2 bilhões em 2021.

Reportagem de Stephanie Nebehay; Edição de Raissa Kasolowsky