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Festa Literária das Periferias, FLUP, celebra as Feministas Negras Brasileiras

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Este artigo foi escrito por Pilar Boyero, especialmente para o Rioonwatch Publicado em 03/12/2020 às 9h42

No Mês da Consciência Negra, esta matéria cobre um evento da FLUP sobre as autoras negras brasileiras pioneiras, Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez, e é parte de nossa parceria com o The Rio Times. Para a matéria publicada no The Rio Times, em inglês, clique aqui.

A Festa Literária das Periferias (FLUP), que ocorre desde 2012 em favelas e espaços públicos da cidade, elaborou sua edição de 2020 em homenagem a duas “autoras brasileiras negras pioneiras”, Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez. Em seu livro Quarto de Despejo de 1960, Carolina Maria de Jesus narra a sua vida cotidiana em uma favela de São Paulo, ao passo que Lélia Gonzalez foi uma antropóloga influente, professora da PUC-Rio, ativista política e teórica dos anos 1960 aos anos 1990. Ela é considerada uma das principais—senão a maior—feminista negra no Brasil.

Embora Carolina Maria de Jesus tenha se tornado famosa internacionalmente, ela nunca foi rica, nem foi capaz de publicar a maior parte de sua obra. Apenas quatro de seus livros chegaram ao público em geral e geraram renda para ela enquanto viva, a partir de pilhas de cadernos nos quais ela havia escrito. A maior parte de seu trabalho foi publicada apenas décadas após sua morte e alguns textos ainda estão sendo publicados. Alguns de seus cadernos estão espalhados pelo Brasil. Serão organizados por sua filha Vera Eunice de Jesus e pela escritora Conceição Evaristo, na esperança de fazer justiça ao seu legado.

Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de Despejo” na Favela do Canindé em 1960
Foto: Acervo UH/Folhapress

Da mesma forma, a voz e as teorias de Lélia Gonzalez ecoaram pela América Latina—e além—por mais de 50 anos, mas apenas dois de seus livros foram publicados na década de 1980, enquanto ela estava viva. Até agora, nunca houve uma editora disposta a trabalhar com seus extensos escritos sobre a condição das mulheres negras e das populações negras e indígenas na América Latina. Uma de suas obras seminais, “Por um Feminismo Afro Latino Americano”, só recentemente se tornou um livro, uma coleção de ensaios recém-publicada reunindo seus escritos de três décadas.

Duas vozes proeminentes do feminismo negro brasileiro de hoje, a filósofa Djamila Ribeiro e a estudiosa feminista Carla Akotirene, discutiram o trabalho de Lélia em um recente evento digital  da FLUP 2020 moderado pela jornalista do O Globo Flávia Oliveira.

Lélia atuou internacionalmente ao longo de décadas e influenciou gerações de intelectuais negros, incluindo pensadores como Angela Davis—que disse a uma multidão de fãs brasileiros no ano passado: “Aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês poderiam aprender comigo”. Lélia cunhou o termo “amefricanidade” para designar experiências tanto de negros quanto de povos indígenas colonizados nas Américas.

Lélia Gonzalez e Angela Davis nos EUA em 1984

No evento virtual, Djamila disse, que ao ler Lélia pela primeira vez “o mundo se abriu para mim” por meio da compreensão de que “era possível pensar e se afirmar a partir da própria perspectiva das mulheres negras”.

A escrita de Lélia, lembra Djamila, reforça uma perspectiva interseccional sobre o feminismo: o reconhecimento de que “as mulheres negras vivem em um gênero racializado”, diz ela. É parte de uma “luta contra todas as formas de segregação… Um movimento revolucionário não é uma forma de lutar por algo que nos interessa, mas por um projeto alternativo da sociedade”.

Cada vez mais, as ideias do feminismo negro brasileiro estão ganhando força na sociedade em geral—evidenciado não apenas pelas escolhas das escritoras homenageadas na FLUP este ano, mas também pelas eleições de 2020, onde mulheres negras ficaram entre as candidatas a vereadores mais votadas em numerosas capitais do Brasil.

Lélia, que morreu em 1994, foi enfática ao dizer que o feminismo transformador não deveria ser escrito apenas por meio de uma linguagem acadêmica complicada. Ela escreveu muitas vezes sobre a importância da gramática informal que chamou de pretuguês. Djamila descreveu isso como “coragem epistemológica” e um passo essencial para o processo de descolonização, ao reconhecer “o legado linguístico dos povos africanos”, inclusive para o papel central que a oralidade desempenha na produção de conhecimento de raiz africana. Algumas amigas falavam que “Lélia era uma griot, falava muito”, distanciando Lélia e sua produção de um ideal eurocêntrico. Griots eram os poetas viajantes da África Ocidental.

Lélia Gonzalez com Benedita da Silva em Dakar em 1986

Carla Akotirene vê o trabalho de Lélia como parte de um projeto maior de reconhecimento das contribuições inovadoras de brasileiros negros que muitas vezes não são creditados por suas ideias. É importante, ela argumenta, enfatizar que essa anulação e invisibilização da capacidade intelectual dos oprimidos permite a consagração de sua criminalização.

Lélia, doutora em antropologia, atuou muito além da esfera acadêmica, que Djamila e Carla descreveram como uma lição para pensadores políticos e ativistas de hoje. Em particular, elas falaram da importância das mídias sociais. Djamila disse que ser ridicularizada como uma “blogueirinha”, no passado, não mudou sua convicção de que “as redes sociais permitem a comunicação com as pessoas indiscriminadamente. Em um mundo onde o conhecimento é para poucos, devemos democratizar o saber”. Carla disse que isso cria possibilidades para que uma “trabalhadora doméstica tenha acesso à informação”.

Os palestrantes destacaram que tanto Lélia Gonzalez quanto Carolina Maria de Jesus são exemplos do que a escritora Conceição Evaristo chamou de escrevivência. Este é um método negro de escrever sobre seu próprio povo, feito de três elementos: corpo, condição e experiência. A escrevivência une a dimensão subjetiva do ser negro, sua representação e seu corpo.

Assista à Festa Literária das Periferias 2020 (FLUP) aqui.

Dia Mundial de Luta contra AIDS marca redução de vírus no país; SUS é responsável pelo tratamento

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Por Edu Carvalho, em 01/12/2020, às 17h30

Editado por Andressa Cabral Botelho

Neste 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. No Brasil, o Ministério da Saúde apresentou, pela manhã, o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, trazendo dados de diagnósticos e infectados ao longo do ano de 2019, além de uma análise dos casos dos últimos anos no país.

Segundo o órgão, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil: 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. Até outubro de 2020, 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, enquanto em 2018, eram 593.594 pessoas em tratamento.

Em relação aos jovens, o Ministério da Saúde estima que 10 mil casos de Aids foram evitados no país em um período que vai de 2015 a 2019. Concentram o maior número de casos pessoas de 25 a 39 anos, de ambos sexos, com 492,8 mil registros. Nessa faixa etária, 52,4% são homens e 48,4% são mulheres.

Apesar da luta, há o que se comemorar. O Brasil registrou queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. Em 2012, as taxas registram 21,9 casos por 100 mil habitantes. Em 2019, foram 17,8 casos por 100 mil habitantes em 2019. A taxa de mortalidade por Aids também apresentou queda, registrando o patamar de 17,1% nos últimos cinco anos. Na avaliação do Ministério da Saúde, ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos por Aids.

Um desses tratamentos é inovador e pioneiro no país, chamado de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).  Ele consiste na tomada diária de um comprimido que impede que o vírus causador da aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus. Todos os medicamentos são gratuitos. Conheça o programa aqui. Outro ponto importante no combate à doença foi o compromisso mundial assinado pelo  Brasil para  eliminar a transmissão vertical do HIV – que pode acontecer durante a gestação, parto ou amamentação. O país optou por adotar uma estratégia gradativa de certificação de municípios. A erradicação da transmissão vertical do HIV, assim como a redução da sífilis e da hepatite B, é uma das seis prioridades do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O lugar onde o tratamento começa – O SUS

Resistindo para existir, há 32 anos o Sistema Único de Saúde, o SUS, é a porta de entrada para o tratamento não só de HIV/Aids, mas também de tuberculose e demais enfermidades. Do cidadão com menos recursos até aqueles que têm mais acesso à rede privada de saúde, o sistema se torna ponto de acolhimento para quem deseja ser cuidado.

Sua estrutura robusta é a melhor carta que o Brasil tem em mãos no combate às tantas pandemias existentes. Sua importância social, econômica e cultural ficaram ainda mais evidentes com a pandemia do novo coronavírus, que desde março assola o mundo inteiro, e que, por sua vez, fez reconhecer a importância do órgão.  

O SUS contempla desde a aferição da qualidade da água, até o fornecimento de medicamentos e realização de transplantes. Em uma gestão feita por Município-Estado-Governo Federal, acaba restando ao município executar todas as ações e serviços de saúde. 

Desde sua criação, quando se compara as curvas da participação percentual das três instâncias, percebe-se que a do Governo Federal diminuiu, enquanto a sobrecarga nos cofres públicos municipais aumentou. Em 2019, os municípios foram responsáveis por colocar 31 bilhões de reais a mais do que o mínimo constitucional.

Mesmo com o subfinanciamento histórico, o Sistema Único de Saúde tem números expressivos. De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, o CONASEMS, o Brasil conta com 45 mil equipes de saúde da família que atuam em 40 mil Unidades Básicas de Saúde, 4.700 hospitais públicos ou conveniados e 32 mil leitos de UTI via SUS. No ano passado, foram realizadas 330 milhões de visitas domiciliares e 3,7 bilhões de atendimentos ambulatoriais.

Atingindo todas essas proporções, o mérito se dá graças, também, à entrega diária dos profissionais de saúde. Colocar em prática os princípios da equidade, integralidade e universalidade esbarra, muitas vezes, na falta de recursos suficientes. Mas, mesmo assim, existem inúmeros projetos Brasil afora que mostram a potência do sistema público considerado um dos maiores do mundo. A pandemia foi apenas um desses exemplos.

Você sabia?

O dia 1º de dezembro foi instituído em 1987 pela Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde, cinco anos após a descoberta do HIV, vírus causador da doença. Com base na data e com o objetivo de conscientizar a população sobre prevenção e tratamento do HIV, Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o Ministério da Saúde estipulou desde 2017 o dezembro vermelho, para que a população possa se lembrar e se prevenir das IST.

A cor é referente ao laço vermelho já utilizado na campanha da Aids. O símbolo foi criado em 1991 pelo coletivo Visual Aids, comporto por artistas visuais de Nova Iorque.

Redes da Maré recebe Destaque do Prêmio Innovare por iniciativa que promove acesso à justiça

Com atendimento jurídico gratuito, Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça oferece apoio a vítimas de violência, produzindo conhecimento sobre as dinâmicas de violência no território e conscientiza moradores das 16 favelas da Maré 

Por Edu Carvalho, em 01/12/2020, às 14h30

Editado por Andressa Cabral Botelho

O Prêmio Innovare destaca as boas iniciativas da área jurídica, idealizadas e colocadas em prática por advogados, defensores, promotores, magistrados e por profissionais interessados em aprimorar a Justiça brasileira, facilitando o acesso da população ao atendimento. É com este propósito que este ano, em sua 17ª edição, o Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré foi escolhido como Destaque sob o tema “Defesa da Liberdade”, em cerimônia virtual que aconteceu neste 1º de dezembro. 

Em um contexto de violência que torna vulneráveis 140 mil moradores em 16 favelas, o Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, um dos grupos de trabalho da Redes da Maré, promove atendimento sociojurídico gratuito aos moradores no contexto da violência armada, com advogadas, assistentes sociais e psicólogas, além de ajudar na compreensão e execução de processos relacionados à justiça. ”Sem a garantia desse direito [de segurança pública], não é possível viver tantos outros direitos. Tínhamos o avanço de construção de escolas, unidades de saúde, mas ao mesmo tempo, a atuação das forças de segurança no território impediam o acesso a muitos outros direitos’’, conta Lidiane Malanquini, coordenadora do Eixo de Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré.

Surgindo pela urgência do que acontecia e ainda acontece nesse território, a ação é percebida como um dos atores centrais de diálogo com moradores e para resolução de demandas na cidade. ‘’É muito importante, para uma organização como a Redes, receber o Destaque no Prêmio Innovare. É fundamental para o reconhecimento do trabalho dos movimentos de favelas, das organizações e do esforço histórico de aproximação com o Poder Judiciário nesses espaços e de quem vive nele’’, completa a coordenadora. 

A ação recebeu mensagem especial do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux: ‘’Meus parabéns a toda equipe envolvida, e vida longa a essa iniciativa’’. 

Para o ano que vem, o trabalho está voltado à consolidação das ações feitas pelo setor, além de algumas reformulações, como a campanha ”Somos da Maré, Temos Direitos”, que já distribuiu material educativo de porta em porta, atingindo 47 mil domicílios. ‘’Em 2021 também vamos abordar os avanços conquistados a partir da Ação Civil Pública da Maré e da ADPF das Favelas, fazendo esse diálogo cotidiano nas ruas junto aos moradores. 

Vamos ampliar nossa atuação para debater outras dinâmicas de violência, iniciando um diagnóstico sobre violação de direitos no contexto da primeira infância, que é uma etapa da vida fundamental para o desenvolvimento de qualquer ser humano’’, finaliza Lidiane.

O plantão de atendimento sociojurídico acontece quatro vezes por semana, com demandas sociais e de acesso à justiça. Desde 2016, estima-se uma média de atendimento de 3 mil casos até hoje. Há a frente de violência institucional, que atua em cerca de 200 casos de pessoas violadas pelo Estado ou por grupos armados. Estes são acompanhados de forma contínua, em processos de denúncias de violações e violências.

Sobre o Prêmio Innovare

Criado em 2004, o Prêmio Innovare trabalha para identificar e dar visibilidade às iniciativas desenvolvidas voluntariamente que trazem soluções inovadoras, atuando como ponte com instituições jurídicas e a população. Ao todo, já foram premiadas 226 práticas, entre mais de 7 mil trabalhos, em diferentes áreas da atuação jurídica. Todas as iniciativas selecionadas são incluídas no Banco de Práticas do Innovare.

O Prêmio conta com o apoio de instituições parceiras que colaboram para a credibilidade e prestígio da premiação. Entre elas estão a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep),  Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Conselho Federal da OAB, Associação Nacional dos Procuradores de República (ANPR), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, com o apoio do Grupo Globo.

Edição Especial do Radar Covid-19 Favelas reúne relatos de Agentes Comunitários de Saúde

Por Edu Carvalho em 01/12/2020 às 10h30

A quarta edição do Radar Covid-19 Favelas traz como destaque depoimentos de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre o atendimento durante esse período de pandemia do covid-19. O informativo também apresenta reivindicações e denúncias realizadas por moradores, trabalhadores e pessoas que atuam em territórios periféricos do Rio de Janeiro. 

Na seção “Megafone”, há relatos de moradores que foram desalojados no dia 22 de outubro da ocupação Ágatha, localizada no Centro do Rio. Ao todo, 16 famílias incluindo crianças, idosos, uma mulher grávida e pessoas com dificuldade de mobilidade foram despejados sem aviso prévio. O informativo também deu espaço ao ato contra o fechamento do Hospital Geral de Bonsucesso, onde trabalhadores da unidade e movimentos sociais da saúde realizaram , no dia 3 de novembro, para garantir o emprego dos funcionários e uma reabertura segura, após  incêndio que atingiu parte do hospital. 

Outros assuntos ganham destaques nessa seção, como a quinta Semana dos Agentes Comunitários de Saúde, onde foi apresentado o 1º boletim da pesquisa de monitoramento das dificuldades e condições de saúde destes agentes em tempos de Covid-19; a falta de água na Maré durante a pandemia; e a dragagem do canal São Fernando que está fazendo a Estrada José Cid Fernandes, no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, afundar, deixando moradores da região sem coleta de lixo e com a circulação afetada. 

Em “Movimentos Sociais”, o Radar Covid-19 Favelas apresenta uma nota da Comacs Manguinhos alertando sobre a possível descontinuidade dos serviços de saúde no território, devido ao fim do contrato de muitos trabalhadores que receberam aviso prévio e não tiveram os vínculos renovados. 

Encerrando a quarta edição do informativo, o “Especial ACS” apresenta depoimentos e relatos de Yolanda Oliveira (Bangu), Maria do Socorro Moreira (Santa Cruz) e Simvione Monteiro (Jacaré), agentes comunitárias de saúde que estão na linha de frente do combate da pandemia do novo coronavírus. 

A publicação tem como base os relatos das mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, com contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais, buscando sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. 

Lideranças e comunicadores populares também podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail [email protected]

O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro e podem ser acessados na página do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

Jornalismo unido para inspirar leitores no Dia de Doar

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Ação conjunta de mídias alternativas visa arrecadar recursos para investir no jornalismo e na democracia

Pela redação em 30/11/2020 às 23h10

Em tempos de desinformação, nunca foi tão importante fortalecer o jornalismo profissional e de qualidade. Pensando nisso, 18 organizações jornalísticas espalhadas pelo Brasil se juntaram e criaram sua própria campanha no Dia de Doar, neste 1º de dezembro. A data, marcada pela mobilização global, foi escolhida para promover a generosidade e inspirar pessoas a doar para aquilo o que elas acreditam.

A iniciativa inédita, que vai ao ar nas redes sociais do dia 1 a 4 de dezembro, é uma parceria entre Ponte Jornalismo, Maré de Notícias, Aos Fatos, Énois, Marco Zero Conteúdo, Agência Pública, Agência Mural de Jornalismo das Periferias, Projeto #Colabora, O Joio e O Trigo, Congresso em Foco, Revista AzMina, Nós, mulheres da periferia, Gênero e Número, Portal Catarinas, Eco Nordeste, Amazônia Real, Agência Saiba Mais, Site ((o)) eco.

Postagens nas redes, uso da hashtag #diadedoar e recomendações entre si das mídias pretendem motivar pessoas que diariamente se informam e arrecadar recursos para manter o trabalho destas organizações. Em um ano cheio de desafios com a pandemia de coronavírus, a importância do jornalismo se tornou evidente , tanto para informar, quanto para combater a desinformação das Fake News. Além disso, o ato solidário mostrou sua força na sociedade batendo recordes em 2020.

A campanha abraça uma causa conjunta: a democracia. Colaborar e doar para o jornalismo significa também defendê-la. Com narrativas plurais, cada um destes veículos prezam pela liberdade de imprensa, que garante o amplo acesso à informação e a fiscalização do poder público. A contribuição à democracia está nas denúncias de injustiças, nos fatos, na representatividade e diversidade ao retratar a realidade brasileira em diferentes regiões do país.

Para doar:

Maré de Notícias – O Maré de Notícias tem 10 anos de existência e nunca publicou tanto conteúdo original e teve tantos colaboradores e colunistas. Ou seja, nossos recordes de audiência são frutos de um enorme esforço para fazer um jornalismo sério e rigoroso a favor dos direitos humanos, da igualdade social, da democracia e dos movimentos sociais. O momento político exige mais do nosso jornal e por isso pedimos sua ajuda. Seja um apoiador e ajude a investir num jornalismo  comunitário periférico de muitos olhares e vozes. Este é o nosso compromisso com a Maré, maior complexo de favelas do Rio e com você. Apoie o jornalismo periférico e independente: http://cutt.ly/mhzaGUs

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Eco Nordeste – A Eco Nordeste é uma agência de conteúdo que trabalha há dois anos com o jornalismo independente voltado às questões socioambientais, com respeito à diversidade e promovendo a inclusão. Procura dar protagonismo a pautas que costumam ser relegadas a segundo plano nas grandes mídias, a juventude, o feminino, as culturas indígena, quilombola, cigana, dos povos sertanejos, serranos e litorâneos, bem como o empreendedorismo responsável e as tecnologias sociais que propiciam a convivência com adversidades climáticas da região. Seu conteúdo é e sempre será de acesso livre, gratuito e de livre reprodução. Apoie e incentive o jornalismo socioambiental livre que dá visibilidade ao Nordeste de verdade, para além dos estereótipos: http://agenciaeconordeste.com.br/seja-um-apoiador-eco-nordeste/

Portal Catarinas – Lançado por meio de financiamento colaborativo em 2016, Catarinas é um portal de jornalismo voltado às pautas de gênero, feminismos e direitos humanos formado exclusivamente por mulheres, jornalistas e comunicadoras. Ao longo desses 4 anos de existência, temos construído narrativas jornalísticas que contribuem para a defesa da vida de mulheres negras, indígenas, periféricas e LBT’s. Só neste ano de 2020, monitoramos a violência doméstica em contexto de isolamento social devido à pandemia; visibilizamos as mortes de jovens, majoritariamente negros, pela polícia militar nos morros de Florianópolis (colaborando com o movimento de denúncia de suas mães); expusemos os desafios para o aborto legal no Brasil, bem como mapeamos os serviços de abortamento e denunciamos o retrocesso das políticas públicas de saúde da mulher no governo Bolsonaro. Catarinas é uma organização sem fins lucrativos sediada na capital de Santa Catarina, estado mais conservador e branco do país, que ocupa posições de liderança em registros de violência contra as mulheres e em apoio bolsonarista. Queremos continuar nosso trabalho de jornalismo posicionado, crítico à ideologia dominante, que articula o engajamento feminista e antirracista na construção de narrativas jornalísticas. Para isso, é fundamental o seu apoio! Apoie nosso trabalho colaborativo e independente aqui: www.catarse.me/catarinas

O Joio e O Trigo – O Joio e O Trigo é o primeiro projeto de jornalismo brasileiro dedicado a investigar exclusivamente sobre sistemas alimentares, saúde e doenças crônicas. Criada em 2017, a organização tem como filosofia revelar informações sobre estratégias corporativas que afetam o direito à saúde e à alimentação adequada. Além de publicar reportagens na página própria e em parceria com outros veículos, mantém um podcast, Prato Cheio, e uma rede de repórteres latino-americanos reunidos em Bocado – investigações comestíveis. Comer direito é um direito. Apoie O Joio e O Trigo, projeto que investiga a real sobre tudo o que está no seu prato: http://ojoioeotrigo.com.br/contribua/

Nós, mulheres da periferia – O Nós, mulheres da periferia é uma organização de jornalismo liderada por mulheres negras e periféricas. Nossa produção de conteúdo é multimídia e tem como recorte a intersecção entre gênero, classe, raça e território. Com atuação desde 2014, temos como propósito produzir jornalismo próximo, humano e de profundidade, acreditamos na potência dos conteúdos pensados e executados por mulheres. Nossas fontes prioritárias são as mulheres negras e moradoras das periferias. Quer ver mais mulheres pretas e periféricas contando as próprias histórias? Doe para Nós, mulheres da periferia: http://nosmulheresdaperiferia.com.br/doe/ 

Aos Fatos – Aos Fatos é um site de checagem de fatos com sede no Rio de Janeiro. Além de verificar boatos, acompanhamos declarações de políticos e demais autoridades de expressão nacional, de diversas colorações partidárias, de modo a verificar se eles estão falando a verdade. Durante a pandemia, estamos concentrados em checar boatos sobre a Covid-19 que viralizam nas redes sociais. Apoie o Aos Fatos. Valorize o que é real: http://www.aosfatos.org/mais/ 

AzMina  – Usamos jornalismo, tecnologia e educação para combater a violência de gênero e monitorar os direitos das mulheres. Doe para AzMina: http://www.catarse.me/azmina

((o)) eco – Criado em 2004, ((o))eco é um site de notícias ambientais sem fins lucrativos que faz do meio ambiente sua manchete há 16 anos ininterruptos. ((o))eco acompanha de perto o desmatamento, as pesquisas e descobertas científicas, a política e legislação ambiental, as unidades de conservação, a fauna e flora, a proteção e a destruição dos ecossistemas. Apoie nosso trabalho e ajude na defesa do meio ambiente: http://www.catarse.me/oeco?ref=adinserter

Saiba Mais – A agência Saiba Mais é a primeira agência de reportagem e jornalismo independente do Rio Grande do Norte. Fundada em 2017, somos um coletivo de profissionais de comunicação pautado pela defesa dos Direitos Humanos, das Liberdades Individuais e da Democracia. Contra os coronéis da mídia potiguar, o jornalismo independente da agência Saiba Mais. Jornalismo tem lado: qual é o seu ? Apoie o jornalismo que representa você. Na dúvida, Saiba Mais: http://www.saibamais.jor.br/assine/