Home Blog Page 368

Um escudo contra as doenças

0

Em outubro, unidades de saúde convocaram para atualização da caderneta de vacinação, reforçando a importância do imunizante no momento atual

Maré de Notícias #118 – novembro de 2020

Por Hélio Euclides

Há mais de 100 anos a cidade do Rio de Janeiro sofreu com doenças epidêmicas, como a peste bubônica, a febre amarela e a varíola. No início do século XX, o sanitarista Oswaldo Cruz foi o maior defensor da vacinação, que resultou no fim da varíola. Depois desse fato, muitas outras doenças chegaram à erradicação com campanhas de vacinação. De 2015 para cá, ocorreu uma queda na procura de vacina, e com isso, algumas doenças reapareceram. Este ano o problema se agravou com a pandemia, que afastou muita gente dos postos de vacinação com receio da contaminação.

Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunização (PNI) teve início com quatro tipos de vacinas e hoje oferece 27 para a população. Uma deles é a poliomielite, doença responsável pela paralisia infantil, que está erradicada no país desde 1990. No entanto, em 2016, o país registrou uma queda na taxa de imunização de 95%, taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para 84% do total de crianças. Num levantamento da OMS, o Brasil aparece como um dos países que mais regrediu nos últimos cinco anos, com índice de pouco mais de 70% de cobertura para difteria, tétano e coqueluche. 

O presidente Jair Bolsonaro fez uma postagem nas redes sociais declarando que o Estado não podia obrigar as pessoas a tomar a eventual vacina contra a covid-19. O pensamento do presidente contraria a lei assinada pelo próprio governo, que estabelece a obrigação da vacinação. Com duas filhas pequenas, Elisângela Felix, moradora da Baixa do Sapateiro, uma das 16 favelas da Maré, discorda da ideia de não valorizar a vacina. “A vacinação é uma das coisas mais importantes. Tenho todo o cuidado de manter as cadernetas delas em dia, procuro dar até as que não são dadas em postos de saúde. Sempre tive a certeza que, vacinando as minhas filhas, estou protegendo-as do mal que não são visíveis aos meus olhos”, expõe. 

Vamos conjugar o verbo atualizar 

O mês de outubro foi marcado pela Campanha Nacional de Multivacinação, uma ação conjunta que mobilizou cerca de 11 mil profissionais nos 92 municípios do Rio. O objetivo foi atualizar a caderneta de vacinação de mais de 3,4 milhões de crianças e adolescentes. Alexandre Chieppe, porta-voz da Secretaria de Estado de Saúde, acredita que a campanha em meio à pandemia é muito importante. “Até setembro ainda estava baixa a procura. Apenas 55% da população destinada para receber algumas vacinas que receberam a imunização. O objetivo é a cobertura completa e assim o Brasil ficar livre das doenças. A população precisa ter a certeza de que a vacina faz bem e imuniza contra várias doenças, como paralisia infantil, sarampo e meningite. A gripe influenza é controlada, não há surto, graças à vacina. Todas as vacinas são criadas com eficácia”, diz Alexandre. 

Com o fim da campanha, não se deve interromper a procura por unidades de saúde para se imunizar. Thainná Nogueira, gerente da Clínica da Família Augusto Boal, que fica próxima ao Morro do Timbau, também na Maré, defende a conscientização de todos sobre a importância da vacina para todas as idades. “A vacina não é só a imunidade do indivíduo, mas sim do coletivo, pois acaba com a disseminação da doença”, conta. A gerente detalha que não há perigo em ir à unidade se vacinar, já que há medida de distanciamento e obrigatoriedade do uso da máscara.

Fake news da vacina

Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou um estudo na revista científica Lancet, onde alegava que a aplicação da vacina tríplice viral desenvolvia autismo. Das 12 crianças analisadas – uma amostra pequena para obter resultados concretos – oito manifestaram a doença após a vacina. Após questionarem o estudo, descobriu-se que o pesquisador utilizou dados falsos para desenvolver a pesquisa, que foi retirada da revista. Entretanto, muitas pessoas preferem acreditar na tese desenvolvida pelo médico, desacreditando na eficácia da vacinação.

Dia da Proclamação da República é comemorado neste domingo, saiba mais sobre a data

Feriado nacional coincide com o primeiro turno das eleições em 2020. Mas o que representa este dia para nós brasileiros?

Por Edu Carvalho em 14/11/2020 às 12h31
Editado por Dani Moura

Há 131 anos comemoramos a instalação da República no Brasil, uma forma de governo onde o povo exerce a soberania por meio da escolha do dirigente da nação. Por coincidência, a data calhou esse ano de ser a mesma escolhida para que 150 milhões de brasileiros possam ir às urnas votar em seus representantes para os cargos de vereador e prefeito. Mas você sabe dizer quais foram os capítulos que antecederam esse feito que nos possibilita viver em uma democracia? Não tem problema! Vamos relembrar aqui um pouco das nossas aulas de História. 

Antes de se tornar uma república, o Brasil era um império. Éramos independentes de Portugal, mas no entanto, todas as decisões eram tomadas de forma unilateral pelo imperador D. Pedro II. Ou seja, o rei mandava e o povo tinha que obedecer. A monarquia começou a ficar enfraquecida no fim do século XIX, período em que o Brasil passava por uma série de mudanças sociais e econômicas.  E o rei percebendo essas mudanças começou a agir. Em 1831, declarou livres todos os escravos vindos de fora do Império, em 1871, deu liberdade para os filhos de escravas. 

Com o processo de derrocada da escravidão – percebida ainda hoje em diversos ambientes e momentos de nosso país – o Império perdeu o importante apoio dos escravocratas, uma vez que os republicanos (aqueles que queriam acabar com a monarquia) compartilhavam os mesmos ideais dos abolicionistas. A partir disso, um movimento liderado por militares aliado a alguns civis conspirou para derrubar a antiga forma de governo e proclamar a república. 

O que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889?

Foi Deodoro da Fonseca quem liderou a tropa de militares que cercou o Gabinete Ministerial e tirou o Visconde de Ouro Preto do cargo. A nossa Monarquia, no entanto, não tinha caído ainda, porque  primeiro caiu o gabinete e depois o regime. Ao longo daquele 15 de novembro, aconteceu uma série de articulações políticas, todas caminhando para que o vereador José do Patrocínio oficializasse a república no fim do dia.

O imperador D. Pedro II tentou organizar um novo gabinete, e seu genro, o Conde D’Eu, tentou mobilizar uma resistência para evitar a derrubada da monarquia, mas os esforços não valeram muito. Um governo provisório foi formado e uma das primeiras ordens foi a expulsão da família real. O imperador e sua família fugiram do Brasil em 17 de novembro de 1889, dois dias depois do ‘’levante’’. Com isso, o marechal Deodoro da Fonseca foi escolhido para ser presidente provisório do Brasil.

Por que comemoramos o 15 de novembro?

O ato de transformar o dia em feriado foi uma medida tomada pelo governo provisório poucas semanas depois da derrubada da Monarquia do Brasil. Isso aconteceu como uma forma de dar legitimidade à República no Brasil, pois como o regime tinha acabado de ser instalado, era necessário criar datas para celebrá-lo e fixá-lo na mentalidade do brasileiro.

Com o passar do tempo, o 15 de novembro passou a ter um simbolismo muito forte através de alguns governantes, conferindo ao dia o status de feriado nacional. Em ordem, aqueles que criaram leis para marcar a data em seus governos foram Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra e Fernando Henrique Cardoso. 

A República no Brasil foi instaurada de maneira golpista, mas teve  respaldo legal num plebiscito realizado em 21 de abril de 1993. A votação foi resultado de uma disposição enumerada na Constituição de 1988.

Sob decisão da população brasileira, ficou decidido que teríamos uma república ao invés de monarquia como forma de governo, além dos sistemas de presidencialismo e parlamentarismo como maneira de exercer o poder. Isso significa que não mais um rei dá ordens e o povo obedece. Na república as leis são sugeridas pelos vereadores e deputados, que são eleitos pelo povo em eleições diretas. As sugestões de leis são votadas na Câmara (dos vereadores, no caso do município; dos deputados estaduais ou deputados federais)  e recebem uma espécie de autorização ou não (veto) do Presidente da República. Tudo isso para garantir que a vontade da população seja soberana, no que chamamos de democracia. 

Por isso, o domingo de eleições é tão importante, é dia de eleger o nosso representante nas câmaras municipais e o gestor da cidade. Se você tem alguma dúvida sobre o que faz um vereador ou prefeito, só clicar aqui. E se ainda quiser saber mais sobre os candidatos à prefeito da cidade do Rio, a gente tem aqui. E se mora na Maré, achamos importante você ler essa matéria  aqui sobre o perfil dos candidatos mareenses. E por fim, fique ligado porque algumas zonas eleitorais na Maré mudaram de lugar, quer saber, veja aqui.

Você sabia ainda hoje existem leis da época do imperador ainda em vigor?

  • Lei do Código Comercial (1850)

Publicada em 1850, quando dom Pedro II governava o país, regula o comércio marítimo no Brasil. Tem termos como “súditos” e calcula multas em “mil-réis” e “contos de réis”. Está em processo de modernização e uma das sugestões é dispensar o uso de papel na documentação empresarial.

“Artigo 457: somente podem gozar das prerrogativas e favores concedidos a embarcações brasileiras, as que verdadeiramente pertencerem a súditos do Império, sem que algum estrangeiro nelas possua parte ou interesse.”

  • 2) Laudêmio

Parte da família imperial e de famílias ricas na época do Império recebe ainda hoje uma taxa sobre a venda de imóveis na região central de Petrópolis e algumas partes do Rio de Janeiro. O laudêmio, está presente no código de Ordenações Filipinas (século 17), e ainda engorda os cofres da União nos terrenos de Marinha em todo Brasil. Recentemente uma dessas famílias perdeu esse direito de receber a grana de alguns imóveis no bairro de Botafogo, por uma ação impetrada pela Associação de Moradores do Bairro.

“Ordenações Filipinas, Livro 4: O foreiro, que traz herdade, casa, vinha ou outra possessão aforada para sempre (…) não poderá vender, escaimbar, dar, nem alhear a cousa aforada sem consentimento do senhorio.”

Manifesto em repúdio aos ataques à jornalista Tai Nalon, diretora do Aos Fatos

0

Agressões pelas redes sociais começaram depois que agência de checagem denunciou fake news divulgadas por procurador da República. Mais de 100 mulheres jornalistas, de diversos veículos da mídia brasileira, assinam o documento contra mentiras e misoginia

Pela redação em 14/11/2020 às 12h09 atualizado em 16/11/2020 às 16h33

Nós, jornalistas e mulheres de diferentes veículos, abaixo assinadas, repudiamos com veemência os ataques sórdidos, mentirosos e misóginos proferidos em redes sociais pelo blogueiro Leandro Ruschel e pelo procurador do Ministério Público Federal Ailton Benedito, que vêm atacando e instigando ataques à jornalista Tai Nalon, diretora do Aos Fatos, uma das principais agências de checagem do País.

O Aos Fatos revelou que Ailton Benedito divulgou informações sem comprovação sobre o uso da cloroquina contra a covid-19.

 Além de disseminar mentiras e propagar o ódio e estigmas de cunho machista contra uma mulher, o que configura uma violência de gênero, o procurador Ailton Benedito está processando a jornalista Tai Nalon com uma tática conhecida internacionalmente como SLAPP (Strategic Law Suit Against Public Participation), que é uma estratégia na qual um grande número de ações são propostas em juízo, não com o intuito de obter a prestação jurisdicional pretendida na inicial, mas sim de tentar intimidar o réu e com isso, interditar o debate público.

É inadmissível que um membro do MPF aja em desacordo com a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Nós, jornalistas mulheres, temos o nosso direito de trabalhar e informar.  Toda jornalista tem o dever de apurar e checar falsidades, diga-se desinformação, vindas de qualquer autoridade.

Nós repudiamos a atitude do procurador e seus apoiadores. A sociedade brasileira deve se opor de forma veemente a este tipo de conduta, que torna-se cada vez mais grave e frequente, atentando contra a segurança das jornalistas. 

Em defesa do jornalismo produzido por mulheres, pela democracia e liberdade de expressão, assinam por ordem alfabética: 

  • Adriana Pimentel Bezerra, Agência Eco Nordeste
  • Adriana Czelusniak
  • Alessandra Petraglia, Meio
  • Alessandra de Carvalho, jornalista e professora na UFRRJ
  • Aline de Oliveira Rios, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná
  • Ágatha Santos
  • Amanda Koiv
  • Ana Amélia Hamdan
  • Ana Carolina Moreno, TV Globo
  • Ana Konichi, Canal MyNewsi
  • Ana Paula Fernandes
  • Ana Paula Mira, Universidade Positivo
  • Ana Rita Cunha, do Aos Fatos
  • Anatricia Borges
  • Annabella Andrade, Direitos das Mulheres e LGBTIs
  • Andréa Morais – Ministério Público do Paraná
  • Ane Meira Mancio
  • Angela Pontual
  • Bárbara Libório, AzMina
  • Beatriz Diniz
  • Caê Vasconcelos, Ponte Jornalismo
  • Carolina Monteiro, Marco Zero Conteúdo
  • Carolina Oms, revista AzMina
  • Carol Passos
  • Carla Jimenez, El País
  • Carolina Cattani, C Ideias de Comunicação
  • Cecília Lago
  • Cinthia Alves, Sintcom
  • Cíntia Bruno, CB Comunicação
  • Cinthia Fonseca
  • Cristiane Rangel, ParanaPrevidência
  • Cristiane Ramalho
  • Cristina Rios – Urbs
  • Cristina Zahar
  • Daniele Ribeiro Moura, Maré de Notícias
  • Denise Mello, Banda B
  • Denise Neumann
  • Denise Ramiro
  • Debora Iankilevich
  • Débora Krey
  • Edilma Rangel
  • Elaíze Farias, Agência Amazônia Real
  • Elaine Cruz
  • Elaine Felchaka
  • Elaine Patrícia M. Cruz, do Coletivo de Mulheres da EBC
  • Elisa Tozzi, revista Você RH
  • Ellen Taborda, Correios
  • Eliane Brum
  • Elza Aparecida de Oliveira Filha, UTFPR
  • Emily Costa
  • Érica Carnevalli, Meio
  • Fabiana Cambricoli
  • Fabíola Binas
  • Fernanda Baldioti, #Colabora
  • Fernanda da Escóssia
  • Fernanda Lara Peres Rangelov
  • Flávia Oliveira
  • Flávia Campuzano, Agência Lupa e #Colabora
  • Giulliana Bianconi, Gênero e Número
  • Helena Bertho, AzMina
  • Helena Celestino
  • Iris Brasil, Agência Amazônia Real
  • Jacira da Silva, do Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF
  • Janaina Cesar
  • Janaina Garcia, UOL
  • Jamile Santana, AzMina
  • Jaqueline Pereira
  • Jennifer Caroline Felipe Tivirolli
  • Jeniffer Mendonça, da Ponte Jornalismo
  • Jess Carvalho, Plural
  • Jessica de Almeida, Agência Lupa
  • Jéssica Tamyres dos Santos, Ponte Jornalismo
  • Jéssica Botelho, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e Atlas da Notícia
  • Juliana Bauerle Motta Peretti
  • Juliana Cézar Nunes, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF
  • Julianna Granjeia
  • Juliana Resende, brpress
  • Kátia Brasil, Agência Amazônia Real
  • Katia Marchena
  • Katna Baran, Folha de S. Paulo
  • Karla Losse Mendes – Conselho de Psicologia do Paraná
  • Kauara Oliveira Borim
  • Kristiane Rothstein – Expressa Comunicação
  • Lara Sfair, VivaVox
  • Larissa Cavallin
  • Letycia Bond, Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
  • Lia Soares, Favela em Pauta
  • Lia Rizzo, Universa/UOL
  • Liana Melo, #Colabora
  • Ligia Gabrielli
  • Liliam Sampaio Cunha
  • Lydia Medeiros
  • Lenise Aubrift Klenk – PUCPR
  • Luciana Alves de Deus, Luadeus Comunicação
  • Mara Cornelsen
  • Maiara Bastianello – Band
  • Maigue Ghets
  • Maria Carolina Telles
  • Maria Cecília Costa, Agência Amazônia Real
  • Maria Celeste Correa
  • Maria Cleidejane Esperidião
  • Maria Elisa Muntaner, Ponte Jornalismo
  • Maria Martha Bruno, Gênero e Número
  • Maria Teresa Cruz, Ponte Jornalismo
  • Mariana Czerwonka
  • Mariana Franco Ramos, SindijorPR e De Olho nos Ruralistas
  • Marina Menezes, Nexo
  • Marina Oliveira, Congresso em Foco
  • Marina Lang, Revista VEJA
  • Maristela Machado Crispim, Agência Eco Nordeste
  • Marília Sena, Congresso em Foco
  • Melina Gunha
  • Mauren Luc, Plural
  • Márcia Mendes Ribeiro
  • Marluz Luz
  • Marizilda Cruppe
  • Marina Atoji, Transparência Brasil
  • Magaléa Mazziotti
  • Magda von Brixen
  • Melissa Bergonsi
  • Mônica Maria Pinheiro
  • Myrian Del Vecchio, Universidade Federal do Paraná
  • Nádia Pontes
  • Nádia Conceição
  • Natacha Cortêz
  • Natália Leal, Agência Lupa
  • Nina Weingrill, Énois
  • Natália Viana, Agência Pública
  • Natália Leão, Gênero e Número
  • Paula Guimarães, Portal Catarinas
  • Paula Miraglia, Nexo
  • Paula Melani Rocha (UEPG/PR)
  • Paula Ramón, Agence France-Presse (AFP)
  • Paula Zarth Padilha, SindijorPR e Fenaj
  • Patrícia Campos Mello
  • Patrícia Guimarães Gil – ESPM
  • Patrícia Veronica Franco
  • Paty Gomes, JOTA
  • Petry Souza
  • Pollyana Ferrari
  • Raíssa Melo, Agência de Notícias da Favela
  • Raquel Cozer, Harper Collins
  • Renée Castelo Branco
  • Renata Guerra
  • Renata Maffezoli, Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF e Sindicato dos Jornalistas do DF
  • Rita Lisauskas
  • Rosane Penha
  • Rosângela Lotfi
  • Rose Mary Guerra Amorim
  • Rosiene Carvalho
  • Rosiane Correia de Freitas, Plural
  • Rô Michels
  • Samira Castro
  • Sandra Nodari, Universidade Positivo e Revista Bamba
  • Sanny Bertoldo, Gênero e Número
  • Schirlei Alves
  • Silvia Calciolari
  • Sílvia Lúcia Pinto
  • Simone Ruiz
  • Sônia Bridi
  • Steffanie Schmidt, Agência Amazônia Real
  • Tayná Soares
  • Tânia Cecília da Silva Brandão
  • Ticianna Mujalli, presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná e da Comissão das Mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj
  • Valquíria Daher, #Colabora
  • Vandreza Amante, Portal Catarinas
  • Vanessa Barbara, New York Times
  • Vanessa Ricetti Ricardo
  • Vanísia Mangueira, Cebrasse
  • Vera Matagueira, Oxigênio Revista
  • Verônica Macedo
  • Victória Martins
  • Viviane Ongaro, Faculdades Opet
  • Viviane Ilha
  • Vivian Faria
  • Wilsa Freire

(para assinar o manifesto envie o e-mail para: [email protected])

Ronda Maré de Notícias: Transmissão comunitária ainda acontece no país

0

Aumento de novos casos em diversos países do mundo é um alerta para não flexibilizar nos cuidados

Mesmo com a sensação de normalidade e de que a pandemia está mais branda graças à reabertura dos serviços, a transmissão continua acontecendo. Nesse momento é reforçada a necessidade do uso da máscara e dos hábitos de higiene, ficando alerta para não afrouxar na hora do distanciamento. É o que aponta o pesquisador da Fiocruz Fernando Bozza. Como forma de controle da transmissão comunitária, é preciso identificar os casos sintomáticos, realizar a testagem e promover o isolamento dos que foram diagnosticados com a covid-19.

Os números mundo afora mostram que a pandemia ainda é vigente e que qualquer relaxamento pode ser crítico. Na Europa, por exemplo, diversos países que já passaram pela primeira onda retomaram suas medidas de isolamento. Na França, a cada 15 minutos uma pessoa é hospitalizada pelo coronavírus, segundo o ministério da saúde do país. O Reino Unido superou 50 mil mortes na última quarta-feira (11) e é o país mais afetado do continente. Nos Estados Unidos, o número de pessoas hospitalizadas no momento é o mais elevado desde o início da pandemia, ultrapassando a marca de 65 mil pessoas, de acordo com o Covid Tracking Project

Na Maré, são 1.960 casos e 163 mortes acumuladas até o momento, de acordo com o Painel Unificador Covid-19 nas favelas. Já pelo painel da prefeitura, são 833 mareenses confirmados com o novo coronavírus e 133 morreram em decorrência da doença. De acordo com o Boletim De Olho no Corona! divulgado nesta semana, é preciso estar atento ao sair de casa pois ainda vivemos um cenário de incertezas. Os novos casos na cidade do Rio e na Maré oscilaram nos últimos meses, registrando queda em setembro e rápida elevação em outubro. Em 2 de outubro, a cidade do Rio registrou 3.177 novos casos, um recorde ao longo de toda a pandemia, onde o pico de casos foi registrado no final de abril e início de maio. 

Observatório de Favelas lança Cartilha “Como se proteger do Coronavírus?”

Pensando no aumento da transmissão e de uma possível segunda onda no município, o Observatório de Favelas lançou uma cartilha explicativa para moradores de favelas e periferias com todas as informações relacionadas ao novo coronavírus. O material foi feito com o apoio da Fiocruz e tem parceria com Projeto de Extensão da UFRJ e Madre Produtora. Leia aqui: http://bit.ly/3eQjTpp

Volta às aulas da Rede Municipal de Ensino

Mesmo com esse cenário, alunos do Ensino Fundamental do 9º ano, do último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos e do Carioca 2 (projeto de correção de fluxo) nas escolas públicas municipais cariocas voltarão às aulas presenciais a partir do dia 17 de novembro. Ao todo, são 61 mil alunos, divididos em 427 unidades escolares, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Professores, coordenadores, diretores e demais integrantes da comunidade escolar estão passando pelo processo de reorganização para a retomada. 

Serão três horas de aula em dois dias da semana – às terças e quintas-feiras – com divisão das turmas entre os turnos da manhã e tarde para evitar aglomeração. No período da noite as escolas receberão alunos do PEJA. 

Chamada para documentário “Novo Rio”

Atenção moradores e moradoras da Maré! A TV Coragem está em busca de pessoas do território para participarem do documentário “Novo Rio”, falando sobre sua migração da região nordeste até a chegada no conjunto de favelas da Maré nos anos 80. A produção é uma parceria entre o Observatório de Favelas e o fomento do Boöell Stiftung e Fábrica de Imagens. O objetivo é contar memórias, experiências dessas viagens e também os desafios enfrentados durante o período. Interessados devem entrar em contato com a TV Coragem por e-mail: [email protected]

Tem mareense na TV!

No último domingo (08) estreou o programa RioLiveFilme, mostrando a atuação e depoimentos de figuras relevantes do audiovisual carioca. O segundo programa, que será exibido no dia 15 de novembro, tem como entrevistado o músico Bhega Silva (15/11), responsável pelo projeto “Cineminha no Beco”, que leva a magia do cinema aos moradores da Maré. O programa é uma parceria entre a Prefeitura do Rio, a MultiRio e a RioFilme e vai ser transmitida nos canais 26 e 526 da Net.

Cocôzap lança? Plano de Monitoramento Popular

A equipe do Cocôzap, projeto que atua na Maré recebendo relatos sobre o saneamento básico no território, produziu o Plano de Monitoramento Popular, com o objetivo de garantir que os direitos do relacionados ao saneamento básico sejam garantidos. O levantamento reúne dados oficiais, além de análises feitas por especialistas, contando com resgate histórico do problema na Maré. Leia aqui: http://bit.ly/36oT0Fg

Light monta esquema especial para as eleições no Rio

Pensando na boa realização das eleições, a Light montou um esquema especial para este domingo, dia 15, e domingo, dia 29 – caso haja segundo turno. Serão cerca de 700 profissionais envolvidos em todo o atendimento ao longo do dia. Técnicos estarão de plantão em toda a área de concessão da empresa, concentrados nas principais zonas eleitorais. Equipes de emergência da empresa ficarão de prontidão próximos a sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A concessionária estará disponível aos clientes nos canais de atendimento abaixo:

– Disque-Light Emergência: (0800 021 0196);

– Para informar falta de luz, “Light já” – envie o Código da Instalação por SMS para o nº 54448; ou pelo Twitter, enviando por DM (mensagem direta) para o @lightclientes #luz número da instalação;

– Aplicativo Light Clientes para iPhone, Windows Phone e Android (gratuito na App Store, Windows Marketplace e Google Play);

– Redes Sociais (twitter/lightclientes e facebook/lightclientes).

Prêmio Innovare divulga finalistas de sua 17ª edição

O Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré, sob o tema “Defesa da Liberdade” é um dos finalistas da categoria Destaque do Prêmio Innovare, que está em sua 17ª edição. A premiação destaca as boas iniciativas da área jurídica, idealizadas e/ou colocadas em prática por advogados, defensores, promotores, magistrados e por profissionais interessados em aprimorar a Justiça brasileira, facilitando o acesso da população ao atendimento. O resultado será divulgado na cerimônia que acontece no dia 1º de dezembro.

Agenda Cultural

Até domingo a Mostra Nicho Novembro exibe quatro longas e 12 curtas de países como Angola, Ruanda e Estados Unidos, além do Brasil. A iniciativa é do Instituto Nicho 54, que trabalha para a formação de jovens profissionais negros no audiovisual.

A partir de quarta-feira acontece o  1º Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil (FIANb) na plataforma TodesPlay com filmes selecionados por curadores de todas as regiões do país.

Na próxima quinta-feira, dia 19, é dia de Grammy Latino e dessa vez, a edição será transmitida pelo Facebook. O evento contará com apresentação de cantores brasileiros, como Emicida e Marcos Valle, que também irão anunciar as categorias em português.

Neste ano, em razão da pandemia do novo coronavírus, o Festival Mulheres do Mundo – WOW acontecerá totalmente on-line. As mais de 30 convidadas estarão juntas em uma programação de 12 horas para trocarem experiências e refletirem sobre os desafios contemporâneos por meio de diálogos, oficinas e intervenções artísticas. A abertura do encontro é dia 21 de novembro, com uma conversa entre Eliana Sousa (Redes da Maré) e a atriz Tais Araújo, falando sobre os desafios em tempos de pandemia, desigualdade social no Brasil, educação, cultura e a importância das redes de apoio. A programação completa já está no site e será transmitido pelo Youtube do Festival! 

Perdeu as publicações da semana do Maré de Notícias?

Segunda-feira (09/11)

  • Eleições 2020: O que os prefeitáveis do Rio propõem para as favelas?, por Tatiana Lima (publicado originalmente no RioOnWatch). Leia mais

Terça-feira (10/11)

  • “Eles vieram para matar”, por Daniele Moura. Leia mais.
  • Um Vaticano na Maré: missas são cantadas em latim, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
  • Anvisa interrompe estudos da vacina Coronavac, por Edu Carvalho. Leia mais.

Quarta-feira (11/11)

  • O legado de Maria da Penha Leite, por Geraldo Marins e Sara Alvez. Leia mais.
  • Cadu Barcellos deixa legado para o cinema e as favelas, por Thaís Cavalcante. Leia Mais.
  • Seções eleitorais do Ciep Hélio Smidt serão transferidas para outras escolas da Maré, por Hélio Euclides. Leia mais.

Quinta-feira (12/11)

  • O uso da voz para mobilização, por Hélio Euclides. Leia mais.
  • Maré, uma onda gigante de força política, por Thaís Cavalcante. Leia mais.

Sexta-feira (13/11)

  • Por mais eleições enegrecidas, por Thais Custodio. Leia mais.

#Caiu na rede

Checagem 1: É verdadeira mensagem sobre bolsas de inglês, mas inscrições estão encerradas.Checagem 2: Agência de comunicação já preencheu vaga para assessor de imprensa.
Checagem 3: É falso que Polícia Militar do Rio de Janeiro tem novo ‘caveirão’.

Por mais eleições enegrecidas

0

Maré de Notícias #118 – novembro de 2020

Thais Custodio: 30 anos, nascida e criada na Maré, economista e mestranda em Economia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). É pesquisadora no Núcleo de Pesquisa e Monitoramento de Projetos (NUPEM), na Casa Preta da Maré, projetos da Redes da Maré.

O ano de 2020, sem dúvida, está marcando uma geração com um aumento no debate sobre racismo e representatividade. Um desses marcos é que temos pela primeira vez o maior número de candidatos que se declararam como pretos e pardos (51%) em relação aos candidatos brancos (48%). Em 2014, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incluiu a variável cor/raça nos registros dos candidatos de cada partido e, de lá para cá, esta é a primeira vez que temos um número tão significativo de candidaturas de pessoas negras. O último Censo do IBGE aponta que 56,2% da população brasileira é composta por pretos e pardos, enquanto que os brancos são 42,7%, indígenas e amarelos 1,1%, e as mulheres pretas e pardas, 27,8%.

Entretanto, é importante sinalizar que o cenário muda quando esmiuçamos os dados sobre candidaturas negras. No caso dos prefeitáveis das 26 capitais brasileiras, apenas 20 mulheres negras disputarão as prefeituras. Já nas candidaturas para vereador, houve um aumento no número de candidatas negras, que representa um pouco mais de 6% em ambas as situações. Esses dados mostram a luta que o movimento negro vem realizando ao longo de anos, ocupando, cada vez mais, espaço em nossa geração. Mas sabemos que há muito a ser feito ainda.

Em 2018, a Justiça eleitoral decidiu que os partidos deveriam reservar, pelo menos, 30% de suas verbas e de suas vagas para candidaturas de mulheres. Recentemente o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a reserva de recursos para negros nas eleições já deve valer para o pleito municipal de 2020, decisão que não agradou alguns partidos políticos. É possível que muitas dessas conquistas estejam relacionadas ao processo de luta por uma igualdade racial em todos os aspectos da sociedade, impactando o aumento de pessoas se reconhecendo como pessoas racializadas.  

Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral, no município do Rio de Janeiro, são candidatas à prefeitura: Benedita da Silva (PT), Renata Souza (PSOL) e Suêd Haidar (PMB), representando o maior número de mulheres negras como prefeitáveis na região sudeste. Dona Bené e Renata têm chapas enegrecidas, com pessoas negras candidatas à vice-prefeitura. Curiosamente, outros candidatos brancos têm também, como vice, pessoas negras, como Clarissa Garotinho (PROS), Martha Rocha (PDT), Fred Luz (Novo) e Paulo Messina (MDB). Ora, em um momento emblemático em que o debate racial se encontra cada vez mais latente, é muito estratégico colocarmos pessoas pretas em evidência, ainda que seja dando apoio a uma pessoa branca ou, eventualmente, em lugar de destaque. Embora isso seja um avanço, é preciso questionar o comprometimento das pessoas e dos próprios partidos com a luta antirracista. Ter essas pessoas negras ao seu lado ou à frente de uma campanha é apenas uma forma de se adequar à pauta antirracista ou é um debate tratado cotidianamente por essas organizações e aqueles que fazem parte delas?

Quando olhamos os dados de cada partido referentes às receitas partidárias para cada candidato à prefeitura, não é possível fazermos nenhuma análise comparativa em relação às últimas eleições devido à falta de candidatas negras. No entanto, é possível ver o orçamento disponibilizado como receita de cada partido para as candidaturas, tanto para a prefeitura quanto para os vereadores. Ao abrir-se o site do TSE, nota-se que, mesmo com o avanço, as candidatas negras ainda são as que recebem menos apoio financeiro eleitoral em relação às candidatas brancas. Há ainda falta de transparência no processo eleitoral nos sites de cada partido, evidenciando que a sociedade civil carece de engajamento no debate político e, pior, o pacto narcísico da branquitude segue a todo vapor.

Em tempo, é de muita coragem enfrentar as urnas neste momento tão delicado, com uma pandemia mundial em curso, colapso da saúde brasileira, tantas vidas sendo perdidas e desgoverno que o estado e o município do Rio vivenciam. Minha esperança está nessas mulheres negras que tanto lutam para garantir o funcionamento do estado democrático de direito. Afinal, nossos passos vêm de longe.

#CaiuNaRede: É verdadeira mensagem sobre bolsas de inglês, mas inscrições estão encerradas

0

Benefício valia apenas para estudantes, professores e colaboradores da Uneafro Brasil

Thaís Cavalcante (Maré de Notícias, especial para a Lupa)

Circula nas redes sociais a informação que a Uneafro Brasil estaria com inscrições abertas para bolsas de inglês especialmente para negros e negras, em parceria com a plataforma de estudos Pearson. A mensagem foi verificada no Caiu na rede: é fake?. Confira:

“A Uneafro Brasil e a Pearson iniciou uma parceria para oferecer um curso de inglês para negros e negras. Cada participante poderá iniciar os estudos a partir do resultado do teste de nível.”

Trecho do texto que está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp

VERDADEIRO, MAS

A informação é verdadeira, mas as inscrições terminaram em 30 de outubro de 2020. A rede Uneafro Brasil fez uma publicação oficial em seu site, explicando os detalhes do processo seletivo: apenas para estudantes, professores e colaboradores da Uneafro Brasil.

Nota da redação: o projeto Caiu na rede: é fake? é uma parceria da Agência Lupa com Voz das Comunidades, Favela em Pauta e Maré de Notícias e conta com o apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil.