O Maré de Notícias está em busca de profissional para atuar nas redes sociais
O Maré de Notícias passou por muitos desafios ao longo de 2020, assim como muitos brasileiros. Foram muitas adaptações e mudanças num ano inesquecível para toda a humanidade. Algumas destas mudanças para adaptação ao mundo virtual nos permitiu abrir uma vaga para compor o nosso time. Estamos em busca de um/uma/ume profissional da área de comunicação que possa contribuir na administração das redes sociais, fazendo com que as nossas notícias alcancem um público ainda maior. Se você gosta de escrever, tem afinidade com produção audiovisual, design gráfico, e é daqueles “heavy user” das redes sociais, chegou sua hora! Inscreva-se no link e participe de nossa seleção para fazer parte de nossa equipe. Fique ligado nas informações sobre a vaga a seguir:
Critérios:
Ser morador da Maré, em outras favelas e/ou na periferia;
Ser da área da Comunicação (estudantes dos últimos períodos ou formados/as/es em Jornalismo, Design Gráfico, Marketing Digital, Publicidade e Propaganda, Radialismo, Relações Públicas, Cinema e Educomunicação);
Ter bastante intimidade e experiência como “social media” para administrar as redes sociais e produzir relatórios sobre as métricas;
Ser maior de 18 anos;
Ter MEI;
A prioridade será para pessoas não brancas;
Sobre a vaga:
Administração das redes sociais;
Criação de conteúdo Audiovisual e peças de design;
Produção de texto para redes sociais;
Estudo de análise de resultados das redes sociais;
Mineração de dados;
Produção de relatórios de resultados das métricas;
Impulsionamento de posts;
Ter bom texto;
Ser articulado;
Ter experiência na administração de Facebook, Instagram e Twitter empresariais;
Valor: R$1800,00;
40 horas semanais.
Para participar da seleção, basta preencher o formulário disponível aqui ou nas nossas redes sociais até o dia 28 de dezembro.
Sobre o Maré de Notícias:
Desde 2009, o Maré de Notícias circula pela Maré, com tiragem de 50 mil exemplares, e ao longo dos anos se consolidou como a principal oferta de informação dos 140 mil moradores do conjunto das 16 favelas da Maré. Desde 2017 ele ganhou uma versão on-line com produção de conteúdo diário trazendo as temáticas já abordadas no jornal impresso, além de assuntos cotidianos que promovem cidadania e desenvolvimento sustentável da Maré, como saúde, meio ambiente, mobilidade urbana, direitos humanos, segurança pública, economia e comportamento.
O Maré de Notícias é uma iniciativa da Redes da Maré, organização da sociedade civil que produz conhecimento e desenvolve projetos e ações no território, a fim de buscar melhorias para a vida dos moradores das 16 favelas do conjunto há mais de 20 anos.
Ao todo, 7.588 pessoas morreram em um leito de Unidade de Terapia Intensiva em decorrência do novo coronavírus
Por Edu Carvalho, em 10/12/2020, às 12h40 Editado por Andressa Cabral Botelho
Grave esta informação: cinco mil pessoas com covid-19 morreram desde março sem ter acesso a um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado do Rio. É o que mostra um levantamento feito pela Fiocruz. Os dados analisados têm como data de corte o dia 11 de novembro. Ao todo, 7.588 pessoas morreram com a doença estando em UTIs na Região Metropolitana do Rio.
Na cidade, somando as vagas nas unidades municipais, estaduais e federais, a taxa de ocupação é de 91%. Já nos hospitais particulares, a taxa de ocupação é de 98% na capital e mais de 90% em todo o estado. São cerca de 200 pessoas esperando na fila por um leito de UTI no Rio e em municípios da Baixada Fluminense. O estado abriu três postos para quem apresenta sintomas leves. Nos primeiros dias de funcionamento, 1.524 testes foram feitos no hospital Alberto Torres e 1.528 na UPA do Colubandê, ambas sediadas em São Gonçalo.
Na última semana, a Fiocruz divulgou um alerta para a possibilidade de colapso no sistema de saúde, diante do novo aumento dos casos no país. Segundo a Fundação, oito capitais brasileiras estão na zona crítica de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19. Além do Rio, são elas: Macapá, Fortaleza, Recife, Vitória, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande, com taxa de ocupação acima de 80%.
Simultaneamente e também na semana passada, o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alertou para o aumento dos casos, assim como chamou atenção para um possível colapso na rede de saúde do estado do Rio. Como proposta, o GT apresentou algumas medidas que as autoridades governamentais deveriam implementar para enfrentar o recente aumento de casos e mortes:
1. Abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI e contratação emergencial de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos; 2. Compra emergencial de equipamentos e insumos para atendimento aos pacientes; 3. Realização de ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos e isolamento dos casos e contatos com RT-PCR positivo; 4. Reforço nas campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas; 5. Ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar ou minimizar aglomeração; 6. Suspensão imediata de eventos presenciais, como os sociais, esportivos e/ou culturais; 7. Fechamento das praias; 8. Limitação e criação de escala de horário de funcionamento de estabelecimentos que permanecerem abertos e fiscalização dos estabelecimentos abertos; 9. Avaliação da decretação do fechamento total (o lockdown) em caso de agravamento da doença.
Além dos impactos para saúde mental gerados pelo fato de acordarem ao som de tiros, muitos moradores não conseguiram sair ou voltar para suas casas, violando o seu direito de ir e vir.
Pela Redação em 09/12/20 às 21h27
Hoje (9/12), logo no início da manhã, por volta de 06h, moradores relataram intensa troca de tiros na região conhecida como Divisa, entre a Baixa do Sapateiro, Nova Holanda e Parque Maré. Segundo os moradores, os confrontos ocorreram entre a Rua Tancredo Neves até a Rua 29 de Julho. O barulho dos tiros entre grupos armados foi tão alto, que moradores de favelas mais distantes, como Parque União e Vila do Pinheiro, relataram ter ouvido. O confronto entre os grupos armados se estendeu até às 09h30 da manhã.
Também houve relatos de barulhos de explosões que poderiam ter sido de granadas durante o confronto, estremecendo casas na região. As residências também foram atingidas por tiros causando prejuízos aos moradores da região, que tiveram janelas e portas perfuradas e danos em eletrodomésticos como ar condicionado e TV.
Além dos impactos para saúde mental gerados pelo fato de acordarem ao som de tiros, muitos moradores não conseguiram sair ou voltar para suas casas, violando o seu direito de ir e vir. Um grupo de moradores ficou preso na Paróquia Jesus de Nazaré, na Rua Ivanildo Alves, na região do confronto. Os impactos do direito à saúde são imensuráveis: duas unidades de saúde funcionaram parcialmente, em um período de pico da pandemia do Coronavirus na Maré. Além disso, houve relato de moradores que passaram mal e não conseguiram sair de casa para atendimento médico.
Não se sabe ao certo a motivação do confronto ocorrido hoje.
Escolas, startups e professores de todo o país podem inscrever suas iniciativas.
Por Thaís Cavalcanteem 09/12/2020 às 16h40 Editado por Edu Carvalho
São incontáveis as histórias e os desafios encarados pelas escolas e seus educadores em 2020. Para reunir e divulgar grandes projetos educacionais de transformação espalhados por todo o Brasil, foi lançada a primeira edição do Prêmio Escolas do Futuro. O objetivo principal é reconhecer, em um ano tão emblemático, os principais atores de transformações: professores, escolas e startups de educação que apostaram na inovação durante a pandemia.
São três categorias principais: Professor Inovador, Escola Inovadora e EdTech (Tecnologia Educacional). As áreas variam entre Ensino Fundamental e Ensino Médio, com a instituição ou o inscrito sendo de escola particular ou escola pública. O ensino superior não engloba-se nas categorias, pois já tem mercado próprio em desenvolvimento, juntamente com iniciativas para ampliação do eixo.
Gabriel Gonçalves, professor de empreendedorismo e inovação em Belo Horizonte passou a perceber atividades onde atuava. “Durante a pandemia, onde lemos tantas notícias difíceis, precisamos resgatar também histórias de resilência que estão acontecendo. Eu sou apaixonado pela sala de aula e pela relação de professor com o aluno. Isso que veio de inspiração para valorizar e premiar as iniciativas que estão acontecendo de forma presencial nas casas dos alunos e em espaços de educação”, diz.
Ele organiza a premiação sem patrocinadores e com mais dois colegas de profissão: Otávio Sales, que atua na comunicação digital e Heloísa Rossi, que cuida de toda a estratégia de divulgação. Ambos apaixonados pela educação e morando em Belo Horizonte, buscando nos brasileiros – educadores e suas instituições – a oportunidade para acreditar num futuro da educação que seja inspirador.
Vai se inscrever? Então se liga nessas dicas!
Para se destacar dentre tantas iniciativas, é importante analisar se o projeto está de acordo com os três critérios de avaliação: inovação e criatividade, execução e o resultado final e o impacto educacional, econômico e social. O prêmio do concurso será um troféu, certificado de participação e a divulgação do projeto no site Escolas do Futuro.
As inscrições vão até o dia 18/12/20 pelo site: http://escolasdofuturo.com.br. A votação popular será feita em janeiro de 2021 e os premiados divulgados no mesmo mês, de forma online. Leia aqui o Regulamento do Prêmio e saiba como participar.
Educação na Maré: Conheça as histórias que o jornal Maré de Notícias tem contado sobre a situação da educação no conjunto de favelas durante a pandemia. Acesse a página e fique por dentro: https://mareonline.com.br/categoria/educacao/
As memórias do passado, produzidas no presente, podem transformar o futuro
Por Mariane Rodrigues em 08/12/2020 às 17h45Editado por Edu Carvalho
Em meio a pandemia da Covid-19, nossa atenção tem se voltado aos grandes laboratórios que andam buscando vacinas possíveis para o controle da doença. Vivemos um momento extremamente difícil, onde as desigualdades e problemas estruturantes se fazem ainda mais presentes em nossas vidas. Nesse sentido, a busca por uma solução e a necessidade de viver um novo futuro, se tornam urgentes.
O Laboratório de Memórias Ambientais da Maré foi um espaço de experimentações desenvolvido nos meses de outubro à dezembro de 2020 e que reuniu 13 jovens mareenses, entre 18 a 27 anos, de diferentes origens, perfis e vontades para que pudessem pesquisar suas memórias relacionadas ao território, família e afetos.
Assim como para produzir a cura para uma doença é necessária profunda pesquisa, para registrar e criar memórias também é preciso investigar.
As nossas histórias são poderosas, e quando elas ganham espaços seguros para crescerem e fazerem parte da memória de alguém, também podem curar diversos males no mundo.
Mas afinal, o que é memória ambiental?
Elas são as histórias que narram as transformações do espaço em que vivemos e seu entorno, a partir dos problemas causados pelas mudanças climáticas, que acabam afetando a vida da população local. Já as mudanças climáticas são as alterações causadas, principalmente, pela humanidade, através da emissão dos gases do efeito estufa. Como resultado disso, estão o aumento da temperatura e nível do mar, grandes chuvas e inundações, períodos de extremo calor e seca, e por aí vai.
E o que isso tem a ver com a gente? Tudo! Somos natureza, vivemos e sofremos as transformações juntos. A Maré, como a maioria dos territórios periféricos, sofre grandes impactos ambientais. Como nossos mais velhos bem sabem, a comunidade nasceu nas águas da Baía de Guanabara, fruto de um aterramento que, até hoje, luta pelo saneamento básico e vidas dignas. O saneamento proporciona ruas e rios limpos, sistema de esgoto adequado e saúde para todos.
Essas situações foram objeto de pesquisa dentro de nosso projeto, observando muitos avanços, mas também um território com cada vez mais gente, com menos espaços seguros para andar e brincar, menos árvores e mais lixo.
Outro ponto muito importante e relatado pelos jovens do laboratório foi a falta de espaços verdes na Maré. Muitos foram atrás de suas memórias de infância ou dos vizinhos mais antigos da rua para entender como era no passado. Eles relataram os poucos lugares de lazer, a diferença no clima e a falta de locais para plantar. Esses desequilíbrios estão relacionados com o crescimento de novas doenças e seus grandes desafios para a ciência, é importante estarmos atentos a nossos hábitos, nossas políticas públicas, as ações das grandes empresas e aprendermos com as experiências do passado, afinal, a pandemia do coronavírus não é a primeira que a humanidade vivencia.
Investigações que vem de dentro.
Ao invés de manipular um vírus, desativá-lo e tentar criar anticorpos, no Lab, nosso objetivo era sensibilizar as pessoas para que pensassem sobre suas memórias, incentivar a vontade de criar suas próprias narrativas e conectar histórias, pessoas, coletivos e lugares, com a procura por algo em comum.
O comum de todos os participantes foi a busca pelo bem viver, a busca por aprender, a partir da conversa, com mais velhos e mais novos, a coragem de confiar nos próprios saberes e formas de produzir conhecimento e a possibilidade de sonhar com uma Maré melhor, mais conectada com seus diversos tempos.
Em meio a pandemia, entendemos que faz parte do processo de cura olhar para si mesmo e para as histórias que nos constroem. Só observando o passado é que construímos identidades, nos fortalecemos no presente e podemos mudar o nosso futuro.
É por isso que todos os laboratórios que se conectam com a vida são importantes, porque, são dentro deles que criamos ferramentas de cuidado. Cada um tem seu formato e métodos de investigação específicos.
O nosso, aqui na Maré, tem a forma da coletividade que é guiada pela metodologia de profundo respeito pelos nossos saberes e formas de viver.
O projeto surgiu da plataforma memoriaambiental.org, em parceria com a Redes da Maré e o Data_Lab. Visite o site e descubra as memórias que estão registradas por lá.
Também queremos saber: qual é a sua memória ambiental?
Mariane Rodrigues é moradora da Maré, arte educadora, pesquisadora, designer regenerativo e integrante do projeto Maré Verde da Redes da Maré.
São mais de 3 mil empreendimentos no território e muitos usam da criatividade para conquistar seus clientes.
Por Thaís Cavalcante em 08/12/2020 às 08h Editado por Edu Carvalho
Em um cotidiano recém-chegado do isolamento social, basta circular pelas ruas mais movimentadas da Maré aos finais de semana para perceber que não há limites para a criatividade gastronômica da favela. Além de ser rentável, é uma das maiores apostas dos empreendedores dentro do território. É o que diz o levantamento do Censo de Empreendimentos Econômicos da Maré. Entre as atividades econômicas mais frequentes do território, estão os bares, beleza e estética, roupas, mercados e lanches. São empreendimentos para todos os gostos, estilos e em diferentes favelas da Maré.
Os negócios recriam marcas, apostam em tendências de mercado e usam de toda a criatividade para fazer dinheiro nas favelas da Maré e de todo o país. De acordo com a pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, feita pelos Institutos Locomotiva e Data Favela, a população que vive em favelas brasileiras movimenta R$119,8 bilhões por ano.
A diversidade das necessidades se traduz em feiras de rua, lojas fixas e barraquinhas. No total, são 3.182 empreendimentos na Maré, entre setores do comércio, serviços e indústria. Como se tivesse um negócio para cada 42 moradores. Atividades que se importam não só com a quantidade e qualidade, mas também na forma de divulgação e no uso da propaganda, que é um conjunto de ações que buscam anunciar um produto ou serviço para o público.
Outbêco: vai uma costela com fritas?
Empreendedora Natália inaugurou o Outbêco no Parque União em novembro. Foto: Matheus Affonso
Para fazer diferente e chamar a atenção vale até fazer paródia. Outbêco – Strokehouse é uma das novas sensações que domina as favelas do Rio e surpreende por onde passa. Já são 20 franquias espalhadas pela zona norte carioca. O empreendimento que chegou na Maré recentemente – Parque União em novembro e na Vila do Pinheiro em dezembro – chamou a atenção da população mareense pelo nome inusitado e pelo sabor delicioso. Outbêco é uma paródia do Outback – Steakhouse, uma das maiores empresas de jantar casual do mundo que oferece comidas australianas.
A ideia veio de Dani Félix, professor e cria da Baixada Fluminense. Ele foi desafiado em uma reunião e dali em diante, apostou na sua ideia e a colocou em prática em agosto deste ano. “Meu sonho era colocar franquias dentro das comunidades para estimular pessoas a serem empreendedores. Investir no negócio é relativamente barato e o empreendedor ainda aprende sobre comportamento, marketing e finanças”, conta Dani. Ele acredita que a resiliência é o que faz tudo girar, mesmo em tempos tão difíceis quanto à pandemia de covid-19.
Natália Soares apostou no Outbêco no Parque União porque acredita que o maior movimento financeiro está na favela. Ela conta que seu negócio tem boas características: preço acessível e um produto de qualidade. “Esses primeiros dias de trabalho têm sido intensos, divertidos e de muito aprendizado pra mim. O trabalho supriu minhas expectativas quanto à venda, estamos trabalhando muito. Eu nunca atuei no ramo de restaurantes, mas comecei desde cedo vendendo trufas”, conta.
Bar da Amparo: Culinária Brasileira dentro e fora da favela
Bar da Amparo oferece delivery de seus preparos dentro e fora da Maré. Foto: Douglas Lopes
O Bar Amparo é um charmoso gastrobar, localizado na Baixa do Sapateiro e feito para reuniões em família, encontro de amigos e confraternizações de trabalho. A comida brasileira oferecida é feita pelas mãos da pernambucana Amparo, dona do restaurante junto com a família e moradora da Maré. Para que essa culinária brasileira pudesse ser ainda mais conhecida – assim como o cheiro de sua comida bem temperada – o Bar passou a apostar em posts produzidos nas redes sociais, atendimento personalizado no WhatsApp e no delivery para as favelas da Maré e para bairros da zona sul e centro, por exemplo.
O restaurante ficou tão famoso que foi parar no programa de televisão Cozinheiro vs Chefes, do SBT em outubro. Foi uma das três finalistas mostrando que talento e afeto se misturam e podem se espalhar de um jeito fácil. “Minha carne é bem suculenta e feita com amor”, garante Amparo. Carne assada e feijoada são os pratos favoritos de seus clientes que ganham, além do sabor, o afeto que começa desenhado nos corações do cardápio da semana.
Divulgação online, nova estratégia de negócios
Grupo de compra e venda reúne quase 300 mil no Facebook.
Um espaço gratuito e importante para a divulgação de anúncios e famoso entre os mareenses é o grupo de Facebook “Bom Negócio da Maré – Rj”, com mais de 294,2 mil participantes. Ali, é uma grande feira virtual em que é possível encontrar diversas publicações diariamente com a divulgação de lojas, comércios, serviços, troca de produtos, venda e até aluguel de imóveis. Os moradores também aproveitam o espaço para pedir recomendações de produtos.
Rafaela França, moradora do Complexo do Alemão é empreendedora do Make in Favela e administradora do grupo junto com Joyce Gonzaga, cria da Maré. Rafaela passa tanto tempo na Maré que já se considera parte.
Administrar um grupo desse tamanho dá trabalho, literalmente. Rafaela admite que sua atividade online envolve publicações sobre empreendedorismo, filtragem de posts de golpe, moderação de participantes, fazer vídeos ao vivo de divulgação da feira, dicas para os comerciantes e muito mais.
“O Bom Negócio é o meu carro chefe de vendas. Acho que a gente tem que se ajudar e se apoiar. Por isso, além dos anúncios, fazemos até vaquinha em casos de saúde, por exemplo. Um trabalho de formiguinha, mas importante e que faz muito sucesso”, diz.
O nome do grupo é bem conhecido por todos, pois faz referência à antiga empresa de classificados online “Bom Negócio”, hoje comprada pela OLX. Criado em 2015, os anunciantes têm estratégia para publicação até no horário certo. As publicações à noite, por exemplo, ficam por conta dos restaurantes e comércios de lanche que fazem delivery em promoção para entrega dentro da favela e nos bairros do entorno. Grupos específicos para desapego e para venda e aluguel de casas no Conjunto de Favelas da Maré também bombam nas redes.
Seja na divulgação boca a boca ou pelas redes sociais, as oportunidades para conquistar os clientes continua sendo percebidas a partir da criatividade e da necessidade de empreender. A população dá o recado: é ativa na economia, demonstrando seu poder de compra e sua disposição para fazer investimentos.