Mês de agosto termina com números de novos casos e média móvel da cidade em alta
Em meio à pandemia e ao aumento dos novos casos diários e média móvel do estado e cidade do Rio, a população amanheceu com a notícia do afastamento do governador Wilson Witzel. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Witzel foi afastado por ser suspeito de participar de sistema de corrupção, incluindo irregularidades na construção dos hospitais de campanha para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
A média móvel de casos desta semana na cidade do Rio de Janeiro é a maior desde 28 de junho, quando a cidade apresentou a média móvel de 804 novos casos, segundo Painel Rio Covid-19. No intervalo de dois meses, o número caiu para mais da metade de junho e na segunda metade de agosto voltou a subir, colocando a cidade em estado de alerta. No dia de hoje, 28 de agosto, a cidade do Rio registrou 696 novos casos da doença. Assim, a cidade do Rio tem 90.130 casos confirmados, além de 9.598 mortes pelo novo coronavírus.
Covid-19 na Maré
A Maré tem nesta sexta-feira (28) 570 casos confirmados e 92 mortes, de acordo com o painel da Prefeitura. Já de acordo com o boletim De Olho no Corona!, a Maré tem 1.086 pessoas com suspeita e 34 mortes sem confirmação. Os números apontam que os casos confirmados no território também voltaram a subir. Enquanto julho registrou 83 novos casos, no mês de agosto 131 pessoas foram contaminadas pelo novo coronavírus.
Programa antitabagismo e combate ao fumo
Mesmo durante a pandemia, profissionais de saúde e pacientes precisaram se adaptar para dar início ou continuidade em tratamentos de controle do tabagismo. Para isso, a tecnologia teve papel importante: 43 municípios tem se preparado para utilizar a plataforma. Desses, 18 já relataram fazer uso da telemedicina para fazer acompanhamento do tratamento, segundo dados do Programa de Controle do Tabagismo no Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Saúde.
Agosto dourado
O mês de agosto colore-se de dourado para ratificar a importância do aleitamento materno e da doação de leite. Na primeira semana do mês comemorou-se a Semana Mundial de Amamentação, que vai do dia 1 a 7 de agosto. Mesmo em meio à pandemia, as doações do Bancos de Leite Humano (BHL) se mantiveram na média, que beneficiou 518 bebês. É importante lembrar que não precisa ser agosto para reforçar a necessidade de doação de leite. Confira mais no texto de Hélio Euclides, disponível no Maré de Notícias Online.
Nenê do Zap
A dica do Nenê do Zap também fala sobre a importância do aleitamento materno e do quanto ele é importante para criar conexão entre a mãe e os nenês, além de fortalecer o organismo dos pequenos.
Dicas culturais
A Mostra Gatilhos estreia nesta sexta-feira, 28, e traz em sua programação uma série de artistas contando narrativas virtuais na pandemia. A abertura da mostra acontece às 19h e as outras atrações podem ser acompanhadas pelo Instagram.
O Sesc São Paulo, por meio do projeto #EmCasaComOSesc, tem postado quase que diariamente lives de música e apresentações teatrais, sempre às 19h no seu canal no YouTube. youtube.com/sescsp.
No sábado, dia 29 de agosto, a partir das 20h acontece o 13º Festival de Música e Cultura de Rua de Bangu – Edição Pandemônio. A primeira virtual tem a mesma essência, afeto e pluralidade cultural de suas ocupações nas ruas. Exibição simultânea no YouTube e Facebook.
Profissionais relatam como é trabalhar no incentivo ao aleitamento materno
Hélio Euclides
Não é só em agosto – mês conhecido por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – que se deve falar deste assunto e das doações do leite materno. A amamentação deve ser incentivada todos os dias do ano. Isso foi mostrado na edição 45, de setembro de 2013, quando o Maré de Notícias mostrou um curso sobre a valorização do leite materno ministrado pela técnica de enfermagem Zilda Santos. Os centros municipais de saúde Vila do João e do antigo Hélio Smidt receberam ao final o status de Amigos da Amamentação. Já na edição 83, dezembro de 2017, o Maré de Notícias acompanhou o trabalho do antigo CMS Samora Machel de coleta de leite materno para doação. O que se percebe é que todos os profissionais envolvidos na valorização do aleitamento materno e na coleta de leite têm um estímulo a mais para fazer o ofício: o amor pelo trabalho.
E nada melhor do que três mulheres experientes em aleitamento materno para que possamos saber mais sobre o assunto. Convidamos Zilda Santos, assessora técnica de Aleitamento Materno da Coordenação da Área Programática da 3.1 (Maré); Maria da Conceição Salomão, coordenadora da Área Técnica de Aleitamento Materno da Secretaria Estadual de Saúde; e Danielle Aparecida da Silva, coordenadora do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz para uma conversa, confira.
Zilda Santos
Maria da Conceição – Foto: Mauricio Bazilio/SES.
Danielle Aparecida
Como foi o início do trabalho de cada uma de vocês no mundo do aleitamento materno?
Zilda: Em 2004 fui trabalhar na atenção primária, três anos depois especificamente em aleitamento e recolher o leite para doação. Já em 2015, o trabalho virou um projeto que durou até 2018. Esse projeto foi premiado três vezes. Conseguimos entrar com o trabalho em 20 unidades e priorizei a Maré pela mortalidade infantil ser muito alta.
Maria: Isso começou há quase 46 anos, não como pediatra. Quanto tive filho não tive assistência do profissional e sim da minha mãe. Só com o apoio dela que consegui sucesso no ato de alimentar. Percebi que eu precisava ajudar como mulher, pois sou sensível, então me tornei pediatra.
Danielle: Eu era estudante da engenharia de alimento e procurava um local de estágio. Então uma professora me recomendou o Instituto Fernandes Figueira. Fui selecionada, conheci todos os processos de trabalho do banco de leite humano e fui bolsista de iniciação científica.
E como foi a trajetória deste trabalho?
Zilda: Entramos em todas as unidades da Maré e eram coletados 53 frascos por semana. O projeto acabou em 2018, mas as pessoas que foram sensibilizadas continuaram fazendo sem recursos. Hoje tem os potes, mas poucas unidades estão trabalhando a doação, pois falta a pessoa que faça a captação. O coordenador da área apoia com um veículo para fazer o transporte do leite, mas quando não tem esse carro levamos no meu carro, na moto da minha amiga, de BRT, mas levamos. Nesse momento na Maré quase não tem doação, está recomeçando.
Maria: Faço parte da equipe de formação ao aleitamento que elevou o Brasil à excelência, com investimento no pré-natal.
Danielle: Depois do mestrado, fiz uma prova e voltei como servidora. E depois me tornei a gerente desse banco de leite.
Como é feita a conscientização da importância do aleitamento e dadoação?
Zilda: Na verdade, para a mulher ser doadora é preciso ser captada desde o pré-natal. Antes eram feitos oito encontros, na qual se falava do pré-natal dela, da gestação e a doação. Quando ela ganhava o bebê já estava sensibilizada. Agora, uma mulher ou outra encontra um profissional sensibilizado que explica que ela pode ser uma doadora.
Maria: É no pré-natal que começa o trabalho de formação da amamentação. Nessa fase que se tira as dúvidas, elabora roda de conversas com troca de experiências.
Danielle: A amamentação é um ato natural, mas muitas das vezes as mulheres apresentam dúvidas e fragilidades. Ela precisa de apoio. Os bancos de leite são esses centros de apoio ao aleitamento materno, no qual ela pode buscar de forma gratuita um profissional de saúde que vai apoiá-la e tornar a amamentação possível, sem dor e sem incômodo. Vai dar saúde para o bebê e para essa mulher. Que as mulheres em caso de necessidade ou as que produzem mais leite que o seu bebê consome, procurem um banco de leite.
O Centro Municipal de Saúde João Cândido, em Marcílio Dias, recebe doações de leite materno – Foto: Douglas Lopes
Que tipo de ajuda uma mulher grávida no pós parto precisa?
Zilda: O que percebo nessas mulheres é que a informação faz toda a diferença na vida delas. Porque a indústria do leite faz um marketing muito pesado. Quando elas recebem informações no pré-natal ou em grupo de gestante fortalece o amamentar. A rede de apoio é muito importante, estar sozinha é muito difícil. Quando a mulher tem um bebê, ela precisa fazer uma reorganização da identidade dela. Antes era só uma mulher, agora é uma mãe com uma criança no colo, que às vezes nem sabe como vai dar conta e os primeiros dias são difíceis porque ela não dorme direito. Então necessita de uma rede apoio, como do/a parceiro/a, da família, de alguém que segure a criança e de pessoas que acabem com os mitos, como a mamadeira e do leite fraco.
Maria: Não se pode julgar a mulher porque ela não conseguiu alimentar o seu filho com o leite materno. Cada uma tem um corpo biológico, depende do ambiente psicossocial. Sabemos que o seio é o produtor de leite, mas não é só isso que vai indicar o sucesso na amamentação. É preciso ter cuidados com a mãe. Se ela precisar, vamos encaminhar para um banco de leite.
Danielle: Há dois processos: um que é assistência ao aleitamento materno, apoio profissional às mulheres que estão amamentando, e outro é caso tenham dúvida ou intercorrência, como alguma fissura no seio, ingurgitamento mamário e mastite. Ela pode procurar ajuda no banco de leite humano, que vai encontrar uma equipe multidisciplinar para tornar essa amamentação prazerosa para ela e para o bebê. Isso vai ajudá-la a manter a amamentação exclusiva até os seis meses e de forma continuada até dois anos e meio ou mais.
Quais os desafios do trabalho atualmente?
Zilda: Vou continuar, isso é uma missão para mim, com verba ou sem. Agora tem uma rede de pessoas que apoiam dentro das unidades. Às vezes é preciso apenas 1ml para fazer um revestimento no intestino, como um medicamento na UTI. Cada gota tem 200 imunizantes, algo fundamental para os prematuros, algo que não é encontrado nas fórmulas lácteas. Cada frasco de leite de 300 ml alimenta 10 prematuros, então qualquer doação é importante. Se nos dessem condições, conseguiríamos leite para todos os prematuros. Essa é uma política de pobre para pobre, não gera dinheiro para os políticos, por isso não há interesse.
Maria: Hoje o país está próximo dos 50% de bebês que recebem exclusivamente o leite materno nos seis primeiros meses. Para elevar esse número é preciso cuidar da saúde dessa mulher e do seu filho. A sociedade precisa entender que o aleitamento materno é a maior forma de sustentabilidade do mundo. Que só o corpo de uma mulher é capaz de produzir alimentação e saúde para o planeta.Danielle: Sinto gratidão a todas essas mulheres doadoras, por me darem a oportunidade de salvar pequenas vidas e por exercer a minha profissão num setor que pode ajudar muitas mulheres e muitos bebês. Emoção sempre, quando vejo um bebê que nasceu com menos de 1,5 quilogramas ganhando peso saudável, tendo alta hospitalar. Felicidade por está trabalhando nessa rede de proteção à vida. Orgulho da gente poder ter valores e resultados tão positivos, também de ser uma ferramenta do Sistema Único de Saúde para diminuição da mortalidade infantil.
Em algum momento você já ouviu falar em outubro rosa e novembro azul, campanhas voltadas para a prevenção de doenças da mulher e do homem. Mas você sabia que o mês de agosto tem a cor temática dourado? O objetivo da campanha é estimular para se manter a amamentação com leite materno exclusiva dos bebês e sem o uso de fórmula ou complementos industrializados no início da vida. Outro objetivo é o incentivo à doação do leite materno, ajudando outras mães que não conseguem produzir o alimento.
O tema deste ano é Apoie o aleitamento materno – por um planeta mais saudável. A ideia é evidenciar como a adoção de hábitos alimentares saudáveis, reduzindo o consumo de alimentos industrializados, ajuda a diminuir os danos das grandes indústrias ao meio ambiente. Ou seja, amamentação e preservação do planeta podem andar juntas.
A amamentação materna na primeira infância é essencial à saúde dos bebês, e é recomendado que o aleitamento materno seja exclusivo até os seis meses de idade. Além de hidratar, nutrir e sustentar, o leite materno reduz em até 20% a mortalidade dos recém-nascidos. A composição do leite materno é perfeita para o desenvolvimento sadio das crianças, além de ajudar na prevenção de doenças e infecções. Estudos afirmam, inclusive, que a ingestão do leite humano nos primeiros meses de vida tem efeitos benéficos que acompanham da infância à vida adulta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o leite materno é o alimento ideal para a criança, pois é totalmente adaptado às necessidades do bebê nos primeiros anos de vida. Produzido naturalmente pelo corpo da mulher contém anticorpos e outras substâncias que protegem a criança de infecções comuns enquanto estiver sendo amamentada. A recomendação atual é que a criança seja amamentada já na primeira hora de vida e por dois anos ou mais. Em tempo de pandemia, as evidências científicas demonstram que o coronavírus não passa pelo leite materno.
Uma doação de vida
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno. Para doar, basta ser saudável, sem sintomas de infecções e não tomar medicamento que interfira na amamentação. O leite extraído deve ser armazenado em potes de vidro com tampa plástica e pode ficar no freezer ou no congelador por até 10 dias. Não há uma quantidade mínima para ser doada e a mulher pode realizar o procedimento quantas vezes quiser em sua fase de amamentação. É importante saber que a cada litro, até 10 bebês internados são beneficiados. O leite é coletado na casa das mulheres doadoras numa parceria com o Corpo de Bombeiros, portanto não há custo algum em doar apenas benefício. A doação além de ajudar aos bebês que precisam, também ajuda a que doa, pois estimula a produção de leite materno.
O banco de leite humano é um setor de hospitais-maternidade responsável pela promoção, proteção e apoio do aleitamento materno. Ele também realiza a coleta da produção excedente de mulheres que estão amamentando. De janeiro a julho, as 408 doadoras do Hospital Estadual da Mulher e as 221 do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes doaram 458,6 litros de leite, que foram distribuídos para 518 bebês. A marca foi alcançada por causa da estrutura de visita domiciliar ofertada pelas duas unidades, que busca o leite a ser doado na residência das lactantes cadastradas.
O Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, é centro de referência para toda a rede de hospitais-maternidade. Em 2019 o banco atendeu 7.365 mulheres em fase de amamentação e 2.359 mulheres doaram mais de 2,7 mil litros de leite, que atenderam 538 recém-nascidos prematuros internados na unidade de tratamento intensiva neonatal do Instituto Fernandes Figueira. O leite passa por um processo de pasteurização e um controle de qualidade bem rigoroso até chegar no bebê internado.
No Brasil são 222 unidades disponíveis de banco de leite humano disponíveis para atender essas mulheres e distribuir leite de qualidade para esses pequenos prematuros. Destas, 18 estão no estado do Rio de Janeiro. Quem desejar ser doadora pode procurar um banco de leite humano. Alguns oferecem o serviço de visita domiciliar, que buscam a doação na casa da lactante.
Os bancos, além de ceder os recipientes para a doação, instruem sobre o manejo correto e sobre cuidados que as doadoras devem ter ao coletar o leite, além de explicar os procedimentos pré e pós-coleta. Quem não é lactante e quiser integrar dessa corrente do bem, pode participar entregando frascos de vidro com tampa plástica para armazenamento do leite materno. No site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano tem mais informações sobre o serviço. Também é possível entrar em contato com o número 136.
Por uma Maré de leite
O dia 25 de agosto foi de festa na Clínica da Família Adib Jatene, na Vila dos Pinheiros. Mulheres grávidas e gestantes foram convidadas para participar do evento que faz parte das comemorações do Agosto Dourado. As mulheres receberam informações sobre a saúde da mãe e do bebê. “Nossa unidade está num território com muitas gestantes. Esse encontro é para ajudar essas mulheres nas suas dúvidas e incentivar que elas se tornem doadoras”, diz Michele Galdino, gerente da clínica.
No evento, as palestras abordaram os temas amamentação é amor, prejuízo da chupeta e mamadeira, banco de leite humano, o mito do leite fraco, alternar os seios para a mamada, além da explicação das três etapas da mamada de cada peito: primeiro o bebê suga para matar a sede, a segunda rico em proteínas e por fim recebe a gordura. Também foi mostrado que cada criança tem o seu metabolismo, então não pode haver comparações. Os profissionais revelaram o poder do leite materno, que sai quentinho e prontinho. Por fim, incentivaram a ida ao dentista e pediatra, a força do teste do pezinho, a eficácia da vacina na vida da gestante e do bebê e o apoio do pai nessa hora tão delicada.
“Muito importante esse evento para mostrar que a gravidez não é um bicho de sete cabeças. Eu tive um bom pré-natal e parto na Maternidade Fernando Magalhães, com informações. Isso me ajudou como mãe”, conta Jéssica Soares, de 19 anos, que teve seu primeiro filho. Vânia Moreira, de 40 anos, já está grávida do quarto filho e disse que com o primogênito foi difícil. “Descobri que o meu leite não durava os seis meses necessários. Precisei de muita informação para compreender. Sempre falo para as mães mais novas que é primordial o carinho, a paciência e o amor para o bebê”, conclui.
Evento para falar do aleitamento e gravidez reuniu mães, pais e profissionais da saúde na Clínica da Família Adib Jatene – Foto: Douglas Lopes
O aleitamento materno em números
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil realizou uma pesquisa que avaliou 14.505 crianças entre fevereiro de 2019 e março de 2020, que revelou:
45,7% das crianças menores de 6 meses estavam em aleitamento materno exclusivo no país.
60% das crianças com idade inferior a 4 meses estavam com aleitamento materno exclusivo no país.
53,1% das crianças com idade de 12 a 15 meses estavam em aleitamento materno continuado.
60,9% das crianças menores de 24 meses foram amamentadas.
Os resultados mostram a importância de estratégias para apoiar a amamentação, além de reforçar os benefícios já conhecidos da amamentação para as crianças e mulheres.
Consumo alimentar
No Estado do Rio, das crianças entre 6 e 23 meses:
– 30% consomem bebidas adoçadas;
– 20% consomem macarrão instantâneo ou salgadinhos de pacote;
– 27% consomem biscoito recheado, doces ou guloseimas;
Janeiro – Branco: É um alerta sobre a saúde mental.
Fevereiro – Roxo / Laranja: A campanha roxa é referente à conscientização da lúpus, do Mal de Alzheimer e da fibromialgia. Também tem uma campanha alaranjada para conscientizar sobre a leucemia.
Março – Azul Escuro: Voltado ao debate sobre a prevenção ao câncer colorretal.
Abril – Azul: voltado ao debate sobre o autismo.
Maio – Amarelo / Vermelho: É destinado à prevenção de acidentes de trânsito. Já o vermelho tem como objetivo principal informar sobre a hepatite.
Junho – Vermelho / Laranja: O laço vermelho é indicativo para a importância de doar sangue. O mês ainda se colore de Laranja para se conscientizar sobre a anemia.
Julho – Amarelo: Traz à tona a conscientização sobre o câncer ósseo e também às hepatites virais.
Agosto – Dourado: Mês destinado às informações sobre o aleitamento materno.
Setembro – Vermelho / Verde / Amarelo: O vermelho é para ressaltar a importância de cuidarmos da saúde do coração. O período também destaca ações sobre a doação de órgãos e a prevenção do câncer no intestino, usando a cor verde. Já a campanha que usa a cor amarela é a campanha para prevenção de suicídio.
Outubro – Rosa: Dedicado à conscientização sobre o câncer de mama.
Novembro – Azul: Para conscientizar a pessoas sobre a importante de prevenir e combater o câncer de próstata. Além disso, a cor também serve para campanhas voltadas aos cuidados da diabetes. Dezembro – Laranja / Vermelho: A campanha laranja serve para conscientizar sobre a importância de combater o câncer de pele, enquanto a vermelha ressalta a necessidade de prevenir a AIDS.
Aumento dos números não foi impedimento para que loja inaugurasse na Zona Oeste
O Estado do Rio registrou nas últimas 24 horas 100 mortes e 412 novos casos do novo coronavírus. Há duas semanas atrás, no dia 10 de agosto, a cidade tinha 253 novos casos e 36 mortes em 24h. Hoje, dia 24 de agosto, o estado registrou um total de quase 15,4 mil casos e mais de 211,3 mil casos da doença.
E mesmo que o aumento da média móvel de casos e mortes esteja sendo bastante notificada nos veículos de mídia, no final de semana a prefeitura multou uma loja de artigos domésticos na Taquara por promover aglomeração dentro e fora da loja durante a sua inauguração – que aconteceu durante a pandemia. “É muito importante que os empresários, os comerciantes de uma maneira em geral, tenham o cuidado neste momento de evitar aglomerações. Pedimos para que não façam grandes liquidações, inaugurações, porque tudo isso chama a atenção de muita gente, e estamos no meio de uma pandemia. Então é fundamental que cada um faça a sua parte neste momento de retomada das atividades”, destacou Flávio Graça, superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária.
Covid-19 na Maré
Na cidade do Rio, foram registrados 397 novas pessoas com o novo coronavírus e 69 vítimas fatais, totalizando até o momento 87.164 casos confirmados e 9.316 mortes pela Covid-19. A Maré registrou nesta segunda-feira (24) 557 casos confirmados e 92 mortes, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da prefeitura. Já o boletim De Olho no Corona! identificou na última semana 1.085 casos e 34 mortes suspeitas, mas sem confirmação.
Na última quarta-feira (19) aconteceu o lançamento do projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid, que oferece uma série de ações de atendimento integral em saúde para os moradores da Maré, como a testagem gratuita para a Covid-19 (no Galpão Ritma) e o teleatendimento, onde acontecem consultas com médicos e psicólogos. Este projeto é feito em parceria com Fiocruz, Conselho Comunitário de Manguinhos, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio. Confira mais informações sobre o projeto no texto de Hélio Euclides, disponível no Maré Online.
Reforço no atendimento do Maré de Direitos
A Redes da Maré, lançou uma plataforma on-line para realizar os atendimentos sociojurídicos do Maré de Direitos e poder atender os moradores das 16 favelas de forma ágil, simultânea e remota, ainda mais com a demanda aumentada por causa da pandemia e pelas dificuldades de acesso a direitos junto a órgãos públicos. O público continua entrando em contato através da mensagem de texto, via WhatsApp, pelo número (21) 99924-6462 e será atendido pelo mesmo caminho. Também irá acontecer o acolhimento presencial às terças e quintas-feiras, entre 14h e 17h, no prédio da Redes, na Vila dos Pinheiros.
Maré em tempos de coronavírus
Assim como o boletim De Olho no Corona!, o episódio mais recente do podcast da Redes da Maré mostrou como a pandemia expõe os problemas do saneamento básico nas favelas e apresenta análises sobre o acesso à água e outras questões de saneamento que atingem favelas e periferias. Quer ouvir todos os episódios? Acesse: http://spoti.fi/2Yk5z1m. Também é possível enviar perguntas e sugestões através do e-mail [email protected]
O direito à praia
O Maré de Notícias está produzindo uma matéria sobre o direito à praia, diante das recentes alternativas apresentadas pela prefeitura do Rio como medidas de isolamento social. A equipe está recolhendo relatos para compor a reportagem. Conte a sua história! Acesse e veja como colaborar!
A Maré de Casa
A votação das fotos do projeto A Maré de Casa estão abertas e vão até quinta-feira, dia 27 de agosto! Os oito mais votados receberão um prêmio de R$ 200,00 cada. A Maré de Casa é uma publicação virtual que, em tempos de quarentena, compartilha, por meio de fotografias e textos, o que os moradores da Maré veem das suas janelas. Vote aqui!
Nenê do Zap
Por mais que os adultos sejam apressados e queiram que os seus nenês deem os seus primeiros passinhos, cada nenê tem o seu tempo de aprendizado e desenvolvimento. Quando eles começarem a se mover, é importante que os adultos preparem um espacinho para eles e fiquem atentos aos pequenos. Confira na dica de hoje.
Cidade do Rio também apresenta aumento nos números e em 24h registrou 1.000 novos casos confirmados de Covid-19
Na semana que o estado do Rio ultrapassou a marca de 207 mil infectados e 15 mil mortes pelo novo coronavírus, os números que estavam em queda e estabilidade por 20 dias voltaram a subir, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. A última alta de casos foi em 31 de julho, quando o estado passou de 13,4 mil mortes por Covid-19. Mesmo com o aumento, a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19 no Rio de Janeiro identificou que sete das nove regiões do Estado encontram-se classificadas como bandeira amarela, de risco baixo para doenças. As colorações das bandeiras e dos riscos variam de roxa (muito alto), vermelha (alto), (laranja (moderado), amarela (baixa) e verde (muito baixa).
Covid-19 nas favelas
Nesta sexta-feira (21), a cidade do Rio de Janeiro registrou 85.488 casos confirmados e 9.175 mortes pelo novo coronavírus, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da Prefeitura. Em 24h, foram 1.000 novos casos e 48 novas mortes confirmadas na cidade. Na Maré, o painel contabilizou 551 casos e 92 mortes confirmadas. Já pela levantamento feita pelo boletim De Olho no Corona!, além dos números oficiais,a Maré tem mais 1.085 casos suspeitos e 32 mortes sem confirmação, totalizando em 1.616 casos e 124 mortes. Nas favelas do Rio, 9.675 pessoas foram contaminadas pelo vírus e 1.415 morreram em decorrência a ele.
Coronavírus e saneamento básico
As problemáticas de saneamento básico, frequentes em favelas e periferias, expõem a dificuldade em se adotar medidas de prevenção à Covid-19. Uma das formas de se evitar o vírus é higienizando bem as mãos. Entretanto, o acesso a água encanada é uma questão para esses territórios. Em abril, a equipe do boletim De Olho no Corona! recebeu 11 reclamações referentes a abastecimento de água. O Censo Maré (2013) indicou que 151 casas da Maré possuem acesso à água canalizada, além de 417 residências só possuírem água encanada na área externa. Dessa forma, a falta de saneamento básico colabora em certo grau para que os riscos de contaminação por Covid-19 aumentem. Leia mais no texto de Dani Moura disponível no site do Maré Online.
Volta às aulas no Estado
Mesmo com a média de casos e mortes do estado estando em alta – em comparação a duas semanas atrás – o governo do estado anunciou em publicação extra do Diário Oficial o retorno das aulas da redes privada e pública de ensino. O retorno, entretanto, acontecerá apenas nas regiões onde o contágio por Covid-19 for baixo. As aulas na rede privada retomarão no dia 14 de setembro e na rede pública, incluindo instituições de ensino superior – no dia 05 de outubro.
Além das aulas, o Decreto anuncia também a reabertura de espaços culturais na Baía da Ilha Grande, Baixada Litorânea, Metropolitana I, Metropolitana II, Noroeste, Norte e Serrana, regiões onde o risco de contágio é moderado. Confira o texto do Decreto aqui.
Vitória das favelas
Na última terça-feira (19) os ministros do STF votaram a favor das medidas da ADPF de Favelas. A partir de então, ficam proibidas operações policiais durante a pandemia, ações policiais utilizando helicópteros como plataforma de tiro e a realização de operações perto de hospitais e escolas. Também ficou determinado que o Ministério Público investigue as violações de direitos cometidas por policiais.
Medidas de prevenção durante Enem
O Ministério da Educação, através do Inep, lançou nesta semana um edital com protocolos a serem seguidos durante a prova presencial do Enem, marcada para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Entre elas, o uso obrigatório de máscara em todos os ambientes, assim como a necessidade de apresentar documento e máscara facial para entrada. Acesse aqui para mais informações.
Dicas culturais
Começou nesta quinta-feira (20) a 6ª edição da Mostra Jazz Campinas, que tem uma programação diversa só lindo de vixi dias, terminando no dia 24 de agosto. Além das apresentações de artistas de jazz do país, o evento também conta com lives de DJs, workshops e mostra de vídeos. Confia a pregação completa no Facebook da Mostra.
O Sesc está com uma série de shows programados para este final de semana, sempre acontecendo às 19h, no canal do Youtube do Sesc. Nesta sexta-feira (21), o rapper Rappin’ Hood fará uma retrospectiva de seus sucessos começando no anos 1990 até o momento atual. No sábado a apresentação será por conta de Fernanda Abreu, cantando na live intitulada Cativeiro, onde a artista irá cantar e contar as histórias por trás de alguns de seus clássicos.
Apenas 46% do volume gerado de esgoto no país é tratado e a situação se agrava nas favelas e periferias brasileiras
Dani Moura
O saneamento básico é um direito garantido na Constituição e pela Lei 11.445/07, mas são poucas as cidades brasileiras que o possui. Em números, apenas 46% do esgoto gerado no Brasil é tratado. O país do samba e do futebol despeja por dia na natureza 5.717 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento. Por ano são mais de 2 milhões de piscinas, segundo dados do Instituto Trata Brasil.
Definido como conjunto de serviços como abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais, o mais comum é que o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos. As tais obras que os políticos brasileiros têm dificuldade de fazer porque ninguém vê e por isso não dá votos – a maioria das obras de saneamento básico são construídas embaixo da terra – traz consequências sérias ao bolso do Estado.
São inúmeras doenças causadas por falta de um sistema de esgoto que trate os dejetos, como diarreia, que desaguam no Sistema Único de Saúde. Só nos primeiros meses de 2020, o Brasil registrou 40 mil internações por falta de saneamento, custando ao Estado brasileiro cerca R$ 16 milhões, segundo um estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Em período de pandemia, onde leitos são considerados ouro, as internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos do SUS no período, por cerca de três dias. Dos 16 milhões que os cofres públicos tiveram que desembolsar, quase a metade (46%) foi despendida apenas no Norte, região que, historicamente, apresenta graves falhas e os piores índices de saneamento básico do país.
Os mais pobres são os que mais sofrem
Mas não é só na região Norte do país que o problema acontece. Nas grandes cidades a situação também é grave. Segundo o levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil (2016), cerca de 90% do esgoto das áreas ditas irregulares localizadas nas 100 maiores cidades do país não são tratados e nem coletados. As cidades do Rio, São João de Meriti, Belford Roxo e Nova Iguaçu estão entre os municípios brasileiros com o pior cenário.
Infelizmente as áreas mais pobres são as que mais sofrem. Nas 100 maiores cidades do Brasil, as áreas ditas “irregulares” – favelas e periferias – não possuem sequer garantia de regularização. O que vemos é que água não é tratada, o lixo não é recolhido, há ligações clandestinas que contaminam a água e o esgoto permanece a céu aberto em frente às casas, permitindo o contato direto de crianças, adultos e animais, o que causa severas implicações para a saúde.
A 16ª edição do Boletim De Olho no Corona!, um levantamento quinzenal feito pela ONG Redes da Maré mostra que o problema do saneamento básico nas regiões de favelas e periferias dificulta a adoção de medidas de prevenção emergencial à Covid-19, aumentando os riscos de contaminação. O boletim também apresenta os números do data_labe, laboratório de dados e narrativas da favela da Maré que tem feito um trabalho de monitoramento sobre o saneamento básico na região.
Saneamento básico e Covid-19
A Covid-19 já mata mais na periferia do que nas áreas centrais no município do Rio de Janeiro, como aponta o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). Nas favelas e espaços populares da cidade, que abrigam mais de 1,5 milhão de habitantes, o abastecimento de água e o saneamento básico são outra dimensão da desigualdade estrutural que a pandemia expõe de maneira ainda mais evidente. A sonegação do direito à infraestrutura básica em determinados territórios prejudica o cumprimento das medidas de higiene pessoal e dos ambientes e impõe dificuldades para o isolamento social nas camadas mais pobres da população.
Dois pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP) correlacionam o saneamento básico precário e o alto número de casos e óbitos por Covid-19 no Brasil. A hipótese do estudo baseia-se em artigos internacionais que detectaram a presença do coronavírus nas fezes dos seres humanos, mesmo no caso dos assintomáticos e curados. Isso pode explicar o alto número de casos de Covid-19 em algumas regiões do país onde a população convive com esgoto ou água sem o tratamento adequado.
O estudo da USP cita que, em 2018, o Brasil registrou 233.880 internações e 2.180 óbitos por doenças causadas em função do contato com esgoto. “Essa falta de saneamento básico tanto amplifica o número de pessoas infectadas quanto a gravidade dos casos. Acho que tem esses dois elementos juntos. […] O horizontal é esse espraiamento espacial, esse aumento do número de casos, e o vertical é a gravidade da doença em pessoas que estão numa condição ambiental inadequada e vulnerável”, dizem os autores do estudo.
Outro fator que evidencia o alto número de Covid-19 nas favelas e periferias é o acesso à água para o simples fato de lavar as mãos com água e sabão para prevenir a doença. Como fazer isso em espaços onde a população não tem acesso adequado à água para cumprir medidas simples de prevenção ao novo coronavírus? A pandemia só comprova quanto o Estado também viola o direito fundamental para a população mais pobre de acesso à água, entre tantas violações de direitos humanos nesses espaços.
Saneamento básico na Maré
O Censo Maré (2013) mostrou que 151 casas da Maré não dispunham de abastecimento canalizado de água. Entretanto, apesar de 98,3% das residências terem acesso à água, 417 só possuíam canalização na parte externa da casa. O panorama mais crítico foi verificado no Parque Rubens Vaz e no Parque União, onde foram identificados, respectivamente, 4,0% e 2,2% dos domicílios sem água ou com acesso somente na parte externa. Vale assinalar que o acesso não significa, por si só, que a água recebida seja de boa qualidade, pois também há limites entre as famílias mais pobres em relação à garantia das condições sanitárias adequadas ao consumo.
Em abril de 2019, no Encontro sobre Saneamento Básico da Maré, foi produzida uma Carta para o Saneamento Básico na Maré, com as principais demandas do conjunto de 16 favelas, e nela está a questão do abastecimento de água. Segundo a Carta, “moradores passam dias sem água em casa, instituições como escolas e Clínicas da Família sofrem com a falta de abastecimento que, muitas vezes, é minimizada por iniciativas autônomas de alguns moradores, como a instalação de bombas hidráulicas. A Maré tem um sistema público de encanamento da década de 60 que não supre a demanda atual. Além disso, o sistema de abastecimento vigente não supre o crescimento urbano. É necessária a implantação de um novo sistema que contemple as atuais demandas e que leve em conta a expansão do bairro”.
O data_labe, laboratório de dados e narrativas da Maré desenvolveu um projeto de monitoramento sobre saneamento básico chamado CocôZap, onde recebe fotos e vídeos dos moradores através de Whatsapp. Nas duas fases do projeto, eles receberam 42 queixas sobre os serviços de saneamento nas 16 favelas da Maré. Os moradores da Nova Holanda foram os que mais utilizaram este canal de reclamações, seguido da favela Baixa do Sapateiro. Dentre as principais reclamações estavam questões relativas ao lixo, seguidas do escoamento pluvial e dos vazamentos de água e do esgoto a céu aberto.
Historicamente, favelas e periferias vêm sofrendo com a precariedade dos serviços sobretudo porque o Estado pouco investiu para garantir o saneamento básico como direito fundamental. Apesar do Brasil ser signatário dos Objetivos para Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, onde se comprometeu em 2015 a universalizar o saneamento básico do país para todos os brasileiros até 2030, e pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) onde este compromisso precisa ser feito 2033, estamos muito longe de atingir esses objetivos. E o pior que esse problema atinge a todos.