Na favela, a casa pequena e a necessidade de socializar falam mais alto
Maré de Notícias #113 – junho de 2020
Hélio Euclides
No mês de maio, uma palavra nova chegou ao vocabulário do brasileiro: lockdown. Com o agravamento da pandemia, o distanciamento social mais severo foi considerado por especialistas como uma medida para evitar um número maior de contaminações pelo coronavírus. Na favela, o que se percebe é que nem o Decreto estadual do isolamento social pegou, tendo em vista a grande quantidade de moradores que se encontram pelas ruas da Maré. Como consequência, dados do boletim “De Olho no Corona!” de 11 de junho, afirmam que na Maré há 768 casos de coronavírus.
As
restrições às aglomerações começaram no dia 17 de março, quando o governo do
Rio publicou um Decreto com medidas de enfrentamento da propagação decorrente
da COVID-19. O texto confirmava a suspensão das aulas nas unidades da rede
pública e privada de ensino, comícios e passeatas; eventos desportivos; sessões
de cinema e de teatro; shows e eventos em casa de festas. Há outras
medidas, como recomendações de fechamento do comércio e academias de
ginásticas, além de restringir a frequência nas praias.
Na
favela, o isolamento social foi um ato que esbarrou em diversas dificuldades.
Muitos moradores têm de sobreviver à fome, às violências domésticas e à falta
de perspectivas. O morador da favela não tem como romantizar o confinamento,
com habitações sem conforto, pelo tamanho dos cômodos. “As pessoas são
acostumadas a se falar, tocar, a estar juntas; por essas formas de socialização
é impossível o distanciamento. Ninguém consegue ficar dentro de casa, até
porque as habitações são muito pequenas e as pessoas estão acostumadas a ficar
na rua, sentadas nas portas”, conta Helena
Edir, diretora da Redes da Maré.
“O
isolamento na favela é muito difícil, não existe. As pessoas chegam e querem
entrar na minha casa para visitar, eu faço a minha parte, fico isolada”,
comenta Helena. Ela detalha que a maioria das lojas estão abertas, como se nada
estivesse acontecendo. Leônides Mariano,
morador do Rubens Vaz, acredita que ficar em casa é primordial para o
declínio da pandemia. “É uma forma de prevenção; o ideal seria que cada um
fizesse a sua parte. Se na cidade fosse declarado o lockdown (confinamento obrigatório) não daria certo, pois pode ser
que nem todos os comércios respeitem a ordem de fechar”, diz.
Para especialistas, o confinamento é
necessário
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estima que o pico da pandemia será no início de junho e que medidas mais severas devem ser tomadas. Com dados de projeção desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), pesquisadores recomendam o confinamento obrigatório. Pelas projeções, o número de infectados no estado chegaria a 40 mil até metade de junho, entretanto, este número foi ultrapassado no final de maio. Em 13 de junho, o estado registrou 77.784 casos confirmados.
Em
Nota Técnica, a Fiocruz considera que, tanto no estado como na capital do Rio
de Janeiro, os níveis de contágio já se encontram muito acima dos padrões
históricos e, considerando que a transmissão do vírus ainda não está sob
controle, qualquer diminuição ou flexibilização representará um aumento da
transmissão e da demanda do sistema de saúde, que ainda não atende aos
critérios e às condições para responder ao aumento de casos.
Apesar
de estudos apresentados por instituições federais, o prefeito do Rio de
Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou o relaxamento do isolamento social na
cidade, por pressão do governo federal, empresários e líderes religiosos.
Como as relações e necessidade de trabalho na Maré impactam na recomendação de isolamento total na pandemia
Maré de Notícias #113 – junho de 2020
Jéssica Pires
Desde que foi recomendado o distanciamento social,
ouve-se a expressão “fica em casa” como forma de diminuir o contágio do novo
coronavírus. Ficar em casa é o ideal para tentar desacelerar a contaminação,
mas essa condição é possível para todos? Antes de impor esta afirmação, o Maré
de Notícias perguntou a moradores e empreendedores da Maré. Em relação à
questão do trabalho, a resposta foi unânime: nas favelas, seguir as adaptações
indicadas pelas autoridades não é simples. A relação com o trabalho, para os
mareenses, lida com uma antiga e conhecida questão da sociedade brasileira: a
desigualdade social.
Com a pandemia, diversas foram as mudanças na vida das pessoas, inclusive no trabalho. Algumas medidas provisórias do governo federal estabeleceram a possibilidade do trabalho a distância, o chamado home office; ou ainda a legalidade dos empregadores garantirem a continuidade do vínculo empregatício e do pagamento dos funcionários, mesmo que sem a continuidade dos trabalhos. Mas essa flexibilização não chega para todos.
Muitos moradores da Maré, mesmo aqueles que não trabalham em serviços essenciais, têm se arriscado para trabalhar – Foto: Douglas Lopes
A pandemia nas favelas, na prática
Na prática, a possibilidade do
distanciamento dos postos de trabalho para os trabalhadores formais e também
para os informais das favelas não é garantia de tranquilidade. A pandemia, no
geral, chegou de maneiras diferentes para moradores de partes também diferentes
da cidade. Falta de investimento em saúde pública, condições precárias de
diversas categorias profissionais, das habitações e falta de saneamento básico
são alguns dos pontos que destacam essa desigualdade.
É importante observar que esta
realidade não é uma novidade da pandemia. Em 2015, por exemplo, os brasileiros
brancos ganhavam o dobro dos salários de brasileiros pretos e pardos. A taxa de
desemprego de pretos e pardos ficou em 14,6%, enquanto entre os brancos o
índice é de 9,9%, de acordo com o “Atlas da Violência 2017”, feito pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública. Também de acordo com o Atlas, a população negra corresponde
à maioria (78,9%) dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de
homicídios. “A pandemia de COVID-19 acirrou as desigualdades sociais e
econômicas que se acumulam no Brasil. É só ver que quem mais morre é o pobre e
morador de favelas e periferias”, reforça Edson
Diniz, diretor da Redes da Maré.
O maior impacto da pandemia do
coronavírus nas populações de favelas e periferias também é creditado à “teoria
de eugenia”. A eugenia é baseada em teorias cujo objetivo é “melhorar” a raça
humana, a fim de melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras
gerações seja física ou mentalmente. Uma das ações que daria solução à
desigualdade social para eugenistas seria controlar da quantidade de pessoas
que podem nascer nas famílias de favelas e periferias. Para o diretor da Redes,
o que vem acontecendo é uma nova roupagem da teoria, onde existe a
“desvalorização da vida dos mais pobres e negros e as favelas como locais à
parte.”
SAIBA MAIS:
O termo eugenia foi criado pelo cientista inglês
Francis Galton (1822 – 1911), em 1883, e deriva do grego, significando “bom em
sua origem ou bem-nascido”. A eugenia defende que raças superiores possam
prevalecer de maneira mais adequada ao ambiente. Antes da Primeira Guerra
Mundial, a teoria recebia apoio irrestrito de políticos e cientistas e compôs a
legislação de 30 estados norte-americanos até metade do século XX. Os
questionamentos só ocorreram no fim da Segunda Guerra Mundial, quando os
nazistas esterilizaram 140 mil judeus e mataram 6 milhões nos campos de concentração.
O Brasil foi o primeiro País da América do Sul a adotar as ideias de eugenia,
baseando-se no racismo e na justificativa do fim à imigração, como meio de
garantir uma raça superior.
Operações e o coronavírus – o medo visível e invisível
Ainda não há um dado sobre a taxa
de isolamento social na Maré, mas se houvesse, certamente seria bem baixo na
maioria das favelas do território. Tem sido um desafio conscientizar as pessoas
que podem para que fiquem em casa ou que, ao menos, reduzam a circulação nas
ruas sem um motivo indispensável.
“Pessoas que moram nas favelas
aprendem ou são obrigadas a aprender a sobreviver, conciliando a proteção de
sua integridade física com a manutenção econômica de suas famílias”, avalia Levi Germano, morador do Parque União e
estudante de Direito. Para ele, a ameaça que é visível e histórica no cotidiano
dos moradores de favelas, resultado da política de Segurança Pública adotada
nesses territórios, colabora para que as pessoas ignorem ou minimizem os riscos
da exposição ou falta de isolamento.
Lidando com o vírus e o trabalho de formas diferentes
Dilamar Batista é moradora da Nova Holanda e
trabalha como doméstica há cinco anos. Com o início da pandemia do novo
coronavírus, “Dila”, como é conhecida, começou a dormir na casa onde trabalha
de duas a três vezes na semana. Para ela, que se mantém isolada quando está em
casa, sem contato com ninguém, é um risco para sua família ela ter de circular
na cidade, mas continua com o medo de perder a renda.
Já Laudiceia Fernandes, moradora da Nova Holanda, é trabalhadora
informal e se viu obrigada a parar totalmente o trabalho pois há pessoas do
grupo de risco em sua família, como a mãe hipertensa e com problemas
respiratórios e o filho, que também tem problemas respiratórios. “Como as
pessoas não estão respeitando as orientações, meu medo é ir trabalhar e trazer
o vírus para a minha família”, observou.
Para Cristiane Silva, a crise econômica que a pandemia do coronavírus
causou em todo o mundo e também em sua família foi motivo para se reinventar. A
moradora do Parque União começou a vender e a fazer entrega dos bolos que já
costumava fazer para amigos e família. “Meu esposo está também desempregado e
eu fiquei buscando uma solução para ajudar na renda de casa.”
“O trabalho dignifica o homem”
Zoroastro Oliveira
é morador do Sem Terra, no Parque União, e trabalha há mais de 15 anos como
padeiro, no Complexo do Alemão. Mesmo com o apelo diário das filhas para que
ele interrompa as atividades e não vá ao trabalho pelo fato de ser do grupo de
risco do coronavírus, por ser idoso e hipertenso, Zoroastro continua saindo da
Maré diariamente para o Alemão. As filhas, Jaciara
e Janaina acreditam que não seja apenas a necessidade de
garantir renda à família que faça com que o padeiro não deixe de ir trabalhar:
“Por ele sempre ter trabalho, por acreditar que se ele não for, não vai ter
quem faça o trabalho por ele”, comenta Jaciara.
Orientações oficiais
Apesar de Zoroastro contrariar as
filhas e seguir trabalhando, padarias são estabelecimentos considerados como
serviço essencial, tanto para o governo federal quanto para o estado e o
município do Rio. O governo federal atualizou o Decreto publicado no início da
pandemia, no último dia 29 de abril, sobre serviços essenciais que podem
permanecer em funcionamento. No total, são 57 atividades consideradas
essenciais, entre elas, salões de beleza e barbearias, academias de esporte de
todas as modalidades e atividades religiosas. O Decreto prevê que o
funcionamento das atividades aconteça obedecendo às determinações do Ministério
da Saúde, que inclui o uso de máscaras, distanciamento entre as pessoas e
disponibilização de álcool em gel, tanto para clientes como para funcionários,
apesar de não ser essa a realidade vista aqui na Maré e também em outros pontos
da cidade.
A decisão sobre o funcionamento das atividades, porém, fica a critério dos governos estaduais e municipais. O governo do estado do Rio de Janeiro se pronunciou no último dia 12 de maio, dizendo que não vai acatar as diretrizes do governo federal sobre os serviços essenciais e vai manter salões, barbearias e academias fechados. Já o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, relativizou os decretos do governo e optou pela reabertura gradual dos serviços, mesmo com o alto número de contaminados.
Lojas de materiais de construções são serviços essenciais, como a da Priscila Fernandes, na Vila dos Pinheiros – Foto: Douglas Lopes
Em 1985 a sambista Elaine Machado cantava um morro onde “não vai água na tornera”. Em 2020 percebemos que esta realidade ainda não se modificou totalmente. Em meio a pandemia de um vírus inédito na contemporaneidade, moradores de favelas e periferias têm de conviver com a ausência de direitos básicos como água, esgoto e alimentação.
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) 2019, divulgada em maio de 2020 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 18,3 milhões de brasileiros que não recebem água encanada todos os dias em suas residências. Nas favelas e periferias essa realidade se coloca de forma ainda mais latente. A ausência de serviços e direitos básicos é crônica.
O Conjunto de Favelas da Maré, mesmo tendo apenas um morro, também sofre com falta de água. Esta questão se apresenta ao lado de outras como vulnerabilidade econômica e financeira, e falta de investimentos em saúde e educação. Quando Elaine Machado canta “você sabe que no morro não vai água na tornera”, são abertas duas questões importantes: a ausência de serviços básicos em morros e favelas e o fato de isto ser um dado conhecido por muitos. Inclusive por quem deveria garantir o pleno funcionamento destas frentes: o Estado. Outro trecho de “Pingueira”, traz uma mais uma face desta relação:
“Quando chove lá no morro
Tudo é festa, tudo é alegria
Tem samba tem batucada
Partido alto noite e dia
Todos cantam em verso e prosa
Rimando com filosofia”
A chuva, a água, a abundância, trazem festa, alegria, filosofia. Também trazem justiça social. Num sentido poético, entendo a “água na tornera” como a representação de direitos que não são plenamente garantidos em favelas. Quando o samba nos conta que não há água na torneira, ele de forma simbólica, nos diz que há uma série de direitos que não são assegurados em morros, favelas e periferias.
Então, já que “não vai água na tornera”, por aqui estamos fazendo chover. Estamos buscando nossos direitos. Estamos vivendo o “nós por nós” em seu sentido mais visceral. Se a “água-direito” não vem de lá, ela vem de cá. Assim, organizações da sociedade civil de favelas e moradores organizados tem “feito chover” em meio a uma pandemia. Tem lutado pela garantia de direitos e serviços essenciais.
Escrevo este artigo nos intervalos entre a distribuição de álcool em gel e cestas básicas e a recepção de doações para a Campanha Maré diz não ao Coronavírus da Redes da Maré. Mas não estamos sozinhos nesse “fazer chover” em tempos de escassez. Juntos Pelo Alemão, Frente de Mobilização da Maré, Escola sem Muros/Grupo ECO, Associação de Moradores do Morro Santa Marta, Manguinhos Solidário Contra o Coronavírus, Rolê dos Favelados, Casa Amarela Providência, Frente CDD, Morro dos Macacos pede socorro, Rocinha Resiste, Todos pelo Santo Amaro, Avante Serrinha, Suporte para Santa Cruz em tempos de COVID-19, Apadrinhe um sorriso, Movimenta Caxias e Mães da Favela são algumas das iniciativas que na ausência de ações do poder público, tem buscado a garantia de direitos em favelas e periferias em tempos de COVID.
É responsabilidade do Estado assegurar direitos à sua população. Queremos a garantia de nossos direitos. Queremos que “caia água na tornera”. Lutamos por isso. Mas enquanto ela não vem, não podemos morrer de sede. Então, enquanto a água não jorra em nossas torneiras, fazemos chover.
SOBRE A AUTORA:
Pâmela Carvalho é educadora, historiadora, gestora cultural, comunicadora, pesquisadora ativista das relações raciais e de gênero e dos direitos de populações de favelas. É Mestra em Educação pela UFRJ. É coordenadora do eixo “Arte, Cultura, Memórias e Identidades” da Redes de Desenvolvimento da Maré. É moradora do Parque União, no Conjunto de Favelas da Maré.
Rio teve a menor taxa de isolamento social desde do início da pandemia
Em números absolutos, o Brasil é, desde sexta-feira (12), o segundo país no mundo com mais mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil soma 44.118 mortes por coronavírus e 891.556 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. A cidade do Rio passou dos 42 mil casos e 5 mil mortes pelo coronavírus. Segundo dados oficiais, as favelas do Rio tem 1.832 casos confirmados e 397 mortes. Na Maré são 258 casos confirmados e 67 mortes, segundo o Painel Rio Covid-19. Já segundo o último boletim De Olho no Corona!, até o dia 11 de junho eram pelo menos 768 casos suspeitos e 94 mortes nas 16 favelas da Maré
Cidade registra menor taxa de isolamento
O Rio de Janeiro registrou no último fim de semana a menor taxa de isolamento social desde o início da pandemia do novo coronavírus. De acordo com um gráfico feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base na movimentação de celulares no estado do Rio, o isolamento social registrado na sexta-feira (12), Dia dos Namorados, foi de 38%. No sábado, o isolamento ganhou um pouco mais de força, subindo para 41%. Já no domingo, com um dia chuvoso, chegou a 51%.
Fim de semana movimentado na Maré
Na Maré, o fim de semana foi bastante movimentado, com bailes acontecendo na Nova Holanda, Parque União e Vila do João. Bares também estavam cheios e muita gente sem máscara fazendo aglomerações. Comércios também tiveram bastante movimento devido o Dias dos Namorados.
Baile na Vila do João no último sábado (13)
Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus
A Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus concluiu a segunda etapa de distribuição de alimentos e kits de higiene pessoal e limpeza. De 27 de março a 13 de junho foram beneficiadas mais de 40 mil pessoas e 13 mil famílias. Também neste período, mais de 19 mil quentinhas foram entregues à população em situação de rua. Apesar da iniciativa ter doado 914 toneladas de itens, o desafio continua, pois ainda há muitas famílias necessitadas de ajuda. Para a terceira etapa da distribuição, que começará nesta sexta-feira, 19 de junho, uma nova campanha foi lançada para buscar doações para mais 5.737 cestas básicas Para saber mais informações e doar, é só acessar aqui.
Cuidados e Prevenção de Saúde
Na frente Cuidados e Prevenção de Saúde da campanha, começamos a limpeza e desinfecção de todas as ruas da Maré com um produto que além de limpar, deixa uma película protetora, evitando a propagação do coronavírus. Comlurb, Redes da Maré e associações de moradores estão juntas numa iniciativa para limpar ruas, vielas, becos e travessas das favelas da Maré. Amanhã será a vez do Morro do Timbau e na quarta a favela de Bento Ribeiro Dantas.
Agentes da Comlurb fazendo a desinfecção na Baixa do Sapateiro, uma das 16 favelas da Maré. Foto: Douglas Lopes
Distribuição de álcool em gel e máscaras
Foram entregues à população da Baixa do Sapateiro e da Nova Maré 3.240 frascos de álcool em gel e 12.600 máscaras de tecido produzidas por costureiras da Maré, que estão no projeto “Tecendo Máscaras e Cuidados”, também parte da campanha. A iniciativa já produziu 106.254 máscaras e distribuiu 59.827, incluindo o apoio às unidades de saúde da Maré. Saiba mais no site.
Arrombamento e invasão de escolas
A escola de Educação Infantil João Crisóstomo, na favela Rubens Vaz, foi arrombada hoje cedo e teve alguns objetos levados. É a terceira escola invadida desde do início da pandemia, o que fez com que diretores de centros educacionais, pais, alunos e funcionários das escolas criassem uma campanha de conscientização de que o patrimônio público é de todos.
A escola de Educação Infantil João Crisóstomo, mais conhecida como Helinho.
AO VIVO NA REDE
Nesta terça-feira, 16 de junho, às 18h, acontecerá mais uma live na Redes da Maré, com o bate-papo entre Eliana Sousa e Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco. O tema da conversa será “Impactos da pandemia nas populações de favelas e periferias” e acontece no instagram.com/redesdamare.
CAFÉ PRETO EM CASA
E na quarta-feira, dia 17 de junho, às 19h, o Café Preto, projeto da Casa Preta da Maré, fará uma live com o tema “A sociologia da pandemia: aspectos sociológicos, sociais e raciais da Covid-19 na Maré”. A conversa será com assistente social Joelma Sousa e mediada pela Pâmela Carvalho. O encontro também acontece no instagram.com/redesdamare.
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Nenê do Zap
Quer independência do seu bebê? A dica de hoje mostra que não é tão difícil quanto parece dar autonomia aos nenês na primeira infância.
Segundo dados levantados pela Redes da Maré, as favelas têm mais que o dobro dos dados oficiais
Brasil chegou hoje (12/6) a 41.828 mortes e 828.810 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Já o estado Rio de Janeiro tem 77.784 casos confirmados e 7.417 mortes por Covid-19. São ainda 1.192 mortes que estão em investigação. Na capital fluminense são mais de 40 mil casos e 4.877 mortes. Nas favelas da cidade do Rio, os casos passam de 1.700 e 392 mortes, segundo dados oficiais.
Covid-19 na Maré
Pelo Painel Rio Covid-19, da prefeitura do Rio, a Maré continua com os mesmos números por dois dias consecutivos, 253 casos confirmados e 67 óbitos. O número não condiz com a realidade de pessoas relatando sintomas e a quantidade de óbitos com suspeitas do vírus. De acordo com os dados coletados até o dia 08 de junho pela equipe do “De Olho no Corona!”, projeto da Redes da Maré que tem contato direto com os moradores, há mais 527 pessoas com suspeita de coronavírus, o que resulta num total 768 casos no conjunto das 16 favelas da Maré. Durante essa semana, muitos moradores relataram a presença da ambulância do Samu nas favelas da Maré.
Bonsucesso lidera o ranking na taxa de mortalidade
De acordo com os dados do IBGE, de 2010, Bonsucesso tem 18.711 habitantes. Segundo os dados do Painel Rio Covid-19, o bairro tem hoje (12/6) 504 casos confirmados e 65 mortes pelo novo coronavírus. Apesar de Campo Grande apresentar o maior número absoluto de mortes da cidade, (1.599 casos confirmados e 255 mortes) é Bonsucesso o bairro mais mortal da cidade, com uma taxa de 304,6 mortes por 100 mil habitantes, enquanto Campo Grande fica com 70,7 mortes por 100 mil habitantes. Isso acontece porque a população de Bonsucesso é de 18.711 pessoas, enquanto a de Campo Grande é mais que 17 vezes maior, com 328.370 habitantes, segundo dados do IBGE de 2010. Confira aqui a matéria de Jéssica Pires.
De volta às atividades apesar do crescimento de casos de coronavírus
Algumas igrejas e templos religiosos na Maré que não estavam realizando cultos presenciais estão reabrindo as atividades. As igrejas neopentecostais, em sua maioria, não deixaram de fazer cultos presenciais e nesse momento de reabertura, registram maior participação de fiéis. Um outro aumento registrado foi o número de moradores da Maré na Ilha do Fundão para fazerem caminhada e corrida. Uma alternativa para manter a saúde mental e física durante a pandemia.
Limpeza das ruas na Maré
A desinfecção das ruas na Maré continua. Hoje foi a vez da favela Nova Maré e amanhã será Baixa do Sapateiro. Na terça-feira, o trabalho continua no Morro do Timbau. O trabalho está sendo feito em parceria com as associações de moradores, Redes da Maré e Comlurb, para que possa ser realizado em todas as ruas das 16 favelas da Maré. Além de desinfetar, o produto deixa uma película protetora,
Treinamento da equipe da Comlurb da desinfecção na Lona da Maré hoje
Testes de Covid-19 na Maré
A Prefeitura do Rio fez alguns testes com moradores de favelas cariocas para uma pesquisa por um grupo científico, de forma amostral. Na Maré foram testadas 500 pessoas nas unidades de saúde. Alguns moradores que testaram positivo ficaram apreensivos. Todos os testados assinaram um termo que explicava que o teste era para fins de pesquisa.
Dicas culturais
Sextou e ainda é dia dos namorados. Então fique ligado nas dicas culturais online do Maré de Notícias.
O Galpão Bela está com a programação #BelaEmCasa. São sessões gratuitas de filmes sobre a DEMOCRACIA. Serão exibidos os curtas Pogrom (2018) e 8M (2019).’
A Secretaria Municipal de Educação lançou um vídeo para homenagear o Dia dos Namorados. Os alunos da Rede Municipal de Ensino, instrumentistas e cantores do Programa Orquestra nas Escolas fizeram um clipe especial da música “Eu só quero um xodó”, dos cantores e compositores Dominguinhos e Anastácia. Ana Carolina Moreira, Karyne Bertelo, Gabriel Lucas e Luiz Guilherme são os jovens músicos que participam do vídeo
Dica do Nenê do Zap
Aquela ilusão que acabou antes da quarentena: imaginar que os adultos em casa estão disponíveis para brincar com as crianças! Veja na dica de hoje do Nenê Zap.