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Ronda Coronavírus: Recordes de mortes por COVID-19 no país e no estado do Rio

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Em 24 horas, foram confirmadas mais 615 mortes e 10.503 casos. É o maior aumento diário no total de mortes e de casos novos desde o começo da pandemia

Nesta quarta (06), o Brasil tem 8.536 mortes e 125.218 casos confirmados de novo coronavírus, diz Ministério da Saúde. Foram 10.503 novos casos confirmados, o maior aumento diário desde o início da pandemia. O estado do Rio também bateu recordes: em 24 horas, o estado chegou a 1.205 óbitos e 13.295 casos de COVID-19. 

Na capital fluminense foram 8.577 casos e 764 mortes. São 1548 pessoas internadas no SUS pelo novo coronavírus e 431 em UTI. O Hospital Federal de Bonsucesso, apesar de ser citado como referência para o atendimento a COVID-19, ainda tem leitos ociosos por falta de pessoal e equipamentos. Na Maré são 39 casos e 9 óbitos, enquanto bairros vizinhos somam 139 casos e 21 mortes (Bonsucesso e Ramos). Segundo dados oficiais, a Maré tem 23% de letalidade da doença, mas como são muito poucos os casos testados para haver confirmação, essa relação pode não corresponder à realidade. Segundo especialistas, apenas com a testagem em massa que o número de letalidade poderá ser confiável. 

Na UPA da Maré, pessoas eram atendidas em uma tenda do lado de fora da unidade para evitar contaminação. Por falta de máscaras, profissionais de saúde estão evitando a troca a cada 2 horas,  sendo possível apenas duas vezes ao dia. Pelo mesmo problema, apenas pacientes sintomáticos (os que apresentam sintomas da doença) estavam recebendo máscaras, o que é um grande risco, pois sem máscaras, os assintomáticos (aqueles que não têm sintomas da doença) transmitem o vírus para mais pessoas.

O governador Wilson Witzel comunicou que a Polícia Militar vai fechar estabelecimentos comerciais que não estiverem cumprindo as determinações de isolamento. Aqueles que não estão autorizados a funcionar por não serem prestadores de serviços essenciais, serão fechados e também multados por descumprimento de regras sanitárias. Além disso, as pessoas que forem flagradas em aglomerações serão levadas para delegacias, autuadas pelo crime de desobediência e responsabilizadas por seus atos. Dados mostram que 60% da população está nas ruas, o que pode elevar mais rapidamente a disseminação do vírus. A recomendação é para que as pessoas só saiam de suas casas para serviços essenciais, como compras de alimentos ou irem ao médico.

A Prefeitura do Rio também poderá adotar um bloqueio parcial de determinadas áreas da cidade onde a população não esteja respeitando o isolamento social e comerciantes insistem em abrir lojas que não são essenciais para o município. O lockdown parcial — que consiste em proibir a abertura do estabelecimento — pode começar amanhã em três bairros da Zona Oeste: Campo Grande — que atualmente tem o maior número de mortes por causa da doença —, Bangu e Santa Cruz.  A taxa de letalidade é alta em Bangu, Realengo e Santa Cruz, onde, para cada cinco pessoas doentes, há uma morte.

Foi lançado hoje o selo “Fiocruz tá junto”, que valida materiais de comunicação comunitária sobre COVID-19. Qualquer pessoa, associação ou coletivo poderá submeter até três materiais sendo eles produtos gráficos (digitais), sonoros (spots para carros de som e podcasts) ou vídeos que veiculem informações sobre o novo Coronavírus. O selo faz parte da campanha “Se liga no Corona”, uma parceria de coletivos de Manguinhos, a Redes da Maré e a Fiocruz. Para submeter o material é só preencher o formulário

A Redes da Maré inaugura amanhã (07) a publicação de um boletim semanal com os números referentes aos casos suspeitos e confirmados de coronavírus nas 16 favelas da Maré. Os dados são levantados periodicamente pela equipe de profissionais da área social da instituição junto à população e será lançado às quintas-feiras. O boletim “De olho no Corona” é um desdobramento da campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus” e vai abordar a situação das unidades de saúde presentes no território. 

O boletim irá abordar semanalmente um tema relevante relacionado à pandemia em favelas e periferias. O primeiro é sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nas unidades de saúde da Maré e como os profissionais da área estão expostos à contaminação. O objetivo do levantamento é chamar atenção para possíveis casos subnotificados, apresentar as demandas das unidades de saúde da região e contribuir para o planejamento de medidas de prevenção e controle da pandemia em territórios de favelas e periferias, com foco no conjunto de 16 favelas da Maré. Saiba mais em www.redesdamare.org.br

Nada supera o bom senso

Maré de Notícias #112 – maio de 2020

Simone Lauar

Moradora do Salsa & Merengue, administradora do Garotas da Maré e colunista convidada do Maré de Notícias

Desde que essa pandemia devido à vilã Covid-19 começou, eu só perdi. Posso enumerar todas as dores de cabeça, estresses, noites de dormir… Para quem mora na favela, sabe que não precisamos de pandemia vinda da China pra ter um sistema de saúde precário. Somos reféns da insegurança do ir e não saber se voltamos de lá vivos. Parece que as pessoas não estão querendo aceitar que nossas vidas estão em xeque mate, estando mais preocupadas com elas e não olhando ao próximo.

Como disse, eu perdi muita coisa. Principalmente o meu emprego. Eu fazia quentinhas para fora para ajudar na renda da minha família e com essa pandemia, eu tive que parar, assim como muitos de nós da Maré. Parei para não ser uma pessoa que pudesse transmitir a doença para outras. Parei para não carregar esse vírus para a minha casa. Parei para ter minha família, amigos e clientes vivos! Vivo agora de doações e amigos que me abraçam de uma forma que nunca imaginei. Sou muito grata por isso. Mas, infelizmente, esse não é o mesmo raciocínio da maioria das pessoas daqui.

No dia 26 de abril, perdi uma pessoa que eu amava muito: Marinalva era minha avó e morreu a espera de uma vaga num hospital. Nessa mesma noite, eu saí de madrugada com a minha irmã para ficar na fila e tentar garantir o Auxílio Emergencial. Saímos eram cinco da manhã e para minha triste surpresa, no meio do caminho tinha uma mega festa de rua, cheia de adolescentes bebendo, se abraçando, sem máscaras e como se fosse um carnaval fora de época. Existem corpos enfileirados na UPA aqui da Maré, e as pessoas estão na rua em festas? É isso mesmo?

Tem acontecido vários multidões para conscientizar os moradores. Várias pessoas arriscando vidas para doar cestas básicas, distribuir quentinhas para pessoas em situação de rua, e essas outras pessoas estão nas ruas bebendo como se nada estivesse acontecendo? O que mais me dói é ter que depender do bom senso das pessoas para salvar nossas vidas.

Nos últimos dias de abril foi possível notar o quanto há pessoas egoístas nesse Brasil. Pessoas preocupadas com seus churrascos e festas, fazendo lives e compartilhando a sua diversão nesse momento que se deveria respeitar o isolamento, outras dizendo que isso não vai pegar, lideranças políticas mais preocupadas com a economia do que com as vidas…. Nada disso está certo.

Quando vi todas aquelas pessoas rindo e aglomerados dançando, eu só queria que elas sentissem a dor do luto que eu estava sentindo. Da sensação de perda e impotência de não poder ter ajudado a minha avó a ter um leio para ela viver. Uma revolta muito grande tomou conta de mim. Ainda mais quando soube depois que várias e vários profissionais de saúde também estão falecendo. Enterros sem despedidas… Você já se imaginou não se despedir daquela pessoa que fez parte de muitas histórias bacanas na sua vida?

Esse vírus está entrando na favela pela porta da frente e essas pessoas estão abrindo a porta para o novo coronavírus.  Um vírus que está se mudando e em cada organismo causa uma reação. Existem pessoas que testam positivo para o coronavírus e tiveram derrame. Outras têm falecido de infarto fulminante. Tem pessoas que não tem nenhum sintoma e passam para família sem nem saber que estão infectadas. Tudo ainda é incerto, mas quase ninguém aqui está ligando. Só irão ligar quando o coronavírus tiver um rosto e um CPF, assim como foi comigo.

Mas o que podemos fazer? A mídia e as frentes comunitárias tem feito diversas ações falando sobre o vírus, mas parece que não tem mais por onde alertar essas pessoas. Só o bom senso… Só o amor ao próximo poderá nos salvar desse mal. Sempre importante reforçar: fiquem em casa e cuidem dos seus.

Ronda Coronavírus: Brasil é o epicentro global do coronavírus

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Maré tem 33 casos e seis óbitos. Campanha retoma entrega de cestas básicas

O Brasil já é o epicentro global do coronavírus. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o número de infecções no Brasil já pode ter atingido 1,6 milhão, o que significa que o país pode ter mais casos que os Estados Unidos. O Brasil testou apenas cerca de 1.600 por milhão de pessoas, muito abaixo dos 20.200 testes por milhão realizados nos EUA até agora, segundo pesquisa. De acordo com os dados do Painel Rio Covid-19, são 7.832 casos confirmados e 713 óbitos na cidade. Bairros vizinhos à Maré (Bonsucesso e Ramos) somam 140 confirmações. São 33 casos e seis óbitos na Maré, também de acordo com os dados do painel.

Nesta terça-feira, 5 de maio, pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) detectaram, a partir da análise de dados de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que a pandemia está chegando de forma acelerada aos municípios de menor porte do país. Apesar de o vírus ter se propagado inicialmente na grandes cidades que são conectadas por linhas aéreas nacionais e internacionais, nas últimas semanas 44% das cidades médias passaram a contar com casos de Covid-19, e a tendência é o crescimento de ciclos de transmissão em cidades pequenas, localizadas em grande parte no interior do país.

As cestas básicas da Campanha Maré Diz NÃO ao Coronavírus voltarão a ser entregues. Entre 28 de março e 18 de abril foram entregues 7.272 cestas básicas e kits de higiene pessoal e limpeza nas residências dos moradores das 16 favelas da Maré. E foram distribuídas também 4.600 quentinhas para pessoas em situação de rua da Cena de Crack, na Rua Flávia Farnese e Avenida Brasil, nas proximidades do Parque União.

Nesta terça, a Redes da Maré, em parceria com a L’Oréal Brasil, distribuiu álcool gel e produtos de cuidado pessoal a unidades de saúde da Maré. A entrega de hoje foi feita em 12 unidades de saúde: sete unidades de atenção básica, uma UPA, três CAPS e um consultório. Cada unidade recebeu quatro caixas contendo 12 frascos cada, contabilizando quase 10 litros de produtos de higiene. 

Prazo para emitir e regularizar título de eleitor pelo site do TRE-RJ termina nesta quarta-feira, 6 de maio. Após o prazo, retirada de título, transferência de domicílio eleitoral ou revisão de dados cadastrais só poderão ser feitos depois das eleições deste ano. O atendimento presencial foi suspenso nos postos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) e quem precisar solicitar serviços relacionados ao título deve preencher um formulário de pré-atendimento no site do TRE.

A Secretaria de Estado de Segurança não está fazendo atendimento ao público para a confecção de registro de ocorrência (RO). Com isso, o Registro de Desaparecimento está sendo realizado on-line pelo site da polícia civil: www.policiacivilrj.net.br. Após o cadastro, a recomendação é que seja feito contato pelo WhatsApp (21) 98849-6254. Familiares que buscam pelo registro questionam como fica o acompanhamento dos casos com esse atendimento remoto.

A Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) irá oferecer, de 5 de maio a 7 de julho de 2020, o curso on-line e gratuito “Entender o mundo hoje: lições da pandemia para as periferias”. O objetivo do curso é analisar a vivência de grupos de periferias e discutir os impactos que a pandemia do novo coronavírus está causando a partir da experiência desses grupos. As pessoas interessadas em participar podem se inscrever por formulário e irão participar de encontros que acontecerão às terças, das 19h às 21h.

Favelas conectadas contra a COVID-19

Coletivos, projetos e ONGs de favelas e periferias de todo o Rio de Janeiro aderem à campanha #Covid19NasFavelas, para levar informação sobre a pandemia e ajudar no sustento das famílias.

Maré de Notícias #112 – maio de 2020

Flávia Veloso

Antes das esferas municipal, estadual e federal do Estado pensarem ações diretamente para as favelas e periferias do Rio, as próprias comunidades perceberam que, mais uma vez, teriam de estudar e colocar em prática estratégias para ajudar as famílias que moram nestes territórios. Foram criados, então, Gabinetes de Crise locais, para atender a demandas de alimentação e higiene das populações faveladas em várias localidades. Assim, nasceram muitas campanhas nas periferias do Brasil – e não foi diferente no Rio de Janeiro.

Na Maré, a Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus, da Redes da Maré junto com instituições e parceiros, distribui cestas básicas e kits de higiene e limpeza para famílias em maior situação de vulnerabilidade das 16 favelas da Maré, além de “quentinhas”, produzidas por mulheres do projeto Maré de Sabores, da Redes da Maré, que acontece na Casa das Mulheres. A campanha terá a duração de três meses e outras frentes de atuação. No primeiro mês de trabalho, foram mais de 300 toneladas de itens doados, entre eles 7.272 cestas básicas de alimentos e kits de limpeza , além de 4.600 “quentinhas” que  foram entregues para pessoas em situação de rua, da Cena de Crack, na Rua Flavia Farnese (Parque Maré), e na Avenida Brasil (na altura do Parque União). As “quentinhas” foram produzidas por mulheres do buffet Maré de Sabores, que por causa da pandemia tiveram suas rendas impactadas devido ao cancelamento dos eventos. Haverá também produção de máscaras e arrecadação de EPIs (equipamentos de proteção individual) para unidades de saúde, entre outros locais.

Já a iniciativa #Covid19NasFavelas direciona recursos para oito coletivos periféricos: Conexão Favela e Arte (Niterói), Projeto SAAF (Vila Kennedy), B.A.S.E. (Santa Cruz), Fala Akari (Acari), União Coletiva pela Zona Oeste (Santa Cruz, Paciência e Sepetiba), Movimenta Caxias, Maré 0800 (Conjunto de Favelas da Maré) e Coletivo Papo Reto (Complexo do Alemão). Com a visibilidade da #Covid19NasFavelas, outros projetos, coletivos e ONGs de favelas adotaram a hashtag (#) para chamar a atenção para outras localidades e sinalizar a importância de se pensar soluções de cuidado e prevenção para as favelas.

Essas ações despertaram a atenção de artistas, que resolveram contribuir com a causa. O cantor Belo se apresentou pelo YouTube, para arrecadar itens que foram doados aos coletivos da #Covid19NasFavelas e Ivete Sangalo fez sua live transmitida de casa, por onde arrecadou doações para diversos projetos, entre eles o “Maré Diz NÃO ao Coronavírus”, da Redes da Maré.

“Expor as principais necessidades da favela é um movimento que sempre aconteceu, principalmente em articulações de associações de moradores, coletivos, núcleos de pré-vestibular, núcleos de alfabetização (como é o Nica). Mas o mais importante de tudo isso, que está sendo de grande visibilidade, é entender que, dentro do contexto da pandemia do novo coronavírus, as favelas têm mostrado um potencial muito grande de organização e coletividade. A gente vê que a favela tem desenvolvido um potencial de articulação muito grande, e tem conseguido se organizar, dialogar com os nossos e até ampliar esse diálogo para fora”, disse Bianca Peçanha, coordenadora do pré-vestibular Núcleo Independente Comunitário de Aprendizagem (Nica Jacarezinho).

Para Nathalia Cardoso, gerente de comunicação da ONG Luta Pela Paz, na Maré, o movimento de articulação entre núcleos da favela vai gerar bons frutos para depois da pandemia: “Trabalhar em conjunto com outras organizações é juntar forças para conseguirmos apoiar os moradores em um momento ainda mais delicado. Também vai nos ajudar a ter mais sinergia para futuras ações, não relacionadas à COVID-19, mas sempre pensando em apoiar o nosso território e seus moradores.”

A união dos coletivos das favelas

Partindo da importância de uma informação correta e bem comunicada em tempos de crise, a iniciativa “Se liga no Corona”, juntou  coletivos que atuam em Manguinhos e na Maré, para criar peças de comunicação para serem disseminadas nas ruas, pontos de ônibus, mototáxis e nas redes sociais como posts, gifs, cards, spots para carro de som, radionovelas e vídeos. Todo esse material tem conteúdo verificado pela Fiocruz, que criou um selo para que outros coletivos, associações, organizações e iniciativas pudessem ter o conteúdo chancelado pela Organização. Para isso, é só enviar um e-mail para [email protected], com o conteúdo proposto. Todas as peças de comunicação estão disponíveis para download no portal da Fiocruz e também no portal de notícias www.mareonline.com, para uso nas demais periferias do Brasil.

Outras frentes mareenses também estão se mobilizando não só para comunicar, mas também para arrecadar alimentos e produtos de higiene e limpeza. Depois que o isolamento social foi instaurado, muitos moradores perderam seus postos de trabalho ou não podem abrir seu comércio e não conseguem sustentar suas casas. Entretanto, é importante frisar a necessidade do isolamento para tentar frear o contágio do coronavírus e evitar, ao máximo, o caos no sistema de saúde, neste momento que os casos só aumentam.

A Comunicação Integrada COVID-19 na Maré é uma iniciativa de organizações do território (Maré Vive, data_labe, Luta Pela Paz, Redes da Maré e Observatório de Favelas) e tem como objetivo unir esforços para levar informação sobre o novo coronavírus e outros questionamentos que surgem a partir da pandemia.

A Frente de Mobilização da Maré (Maré 0800, Maré Vive, Amarévê, Casulo, Roça Rio, Ceasm, Museu da Maré, ONG Pra Elas, RatoPretoStudio, LABirinto CriAtivo, Ativa Breakers Crew, Podcast Renegadus e mais 50 moradores) também está se articulando em prol dos moradores, com cartazes informativos, carros de som para conscientizar sobre a prevenção e a importância de ficar em casa, combater fake News, entre outras iniciativas. Até 11 de abril, a Frente de Mobilização da Maré conseguiu distribuir 100 cestas básicas de alimentos e produtos de higiene e limpeza, 600 luvas e 53 máscaras. Para a ação de conscientização, espalhou cinco mil cartazes em tamanho A4, 70 faixas de três metros e contratou carro de som para rodar por várias ruas. “Estamos trabalhando com rádio poste, rádio comunitária, carro de som, faixas, cartazes, além da internet. Temos de pensar que não é toda a favela que tem internet, que sabe ler, então a gente precisa sempre de um plano de comunicação que chegue a todos e todas”, disse Gizele Martins, comunicadora comunitária da Maré.

Com o aumento de casos e óbitos pelo novo coronavírus, Gizele alerta: “É de extrema importância que os moradores e moradoras fiquem em casa o máximo possível. Se tiver de ir à rua, ao mercado, à padaria, que vá de máscara, e siga todas as demais recomendações das autoridades de saúde.”

As campanhas continuam e podem receber doações pela internet, onde também fazem prestação de contas de tudo que recebem e doam. E a mensagem permanece: lavem as mãos e fiquem em casa!

Maré

  • redesdamare.org.br/quemsomos/coronavirus
  • frentemare.com

Jacarezinho

@nicajacarezinho (Instagram)

Complexo do Alemão

@gabinetealemao (Instagram)

Baixada, Zona Oeste e Zona Norte

covid19nasfavelas.meurio.org.br

Ronda Coronavírus: Brasil é o quarto país do mundo com o maior número de casos

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Ruas do Parque União são higienizadas por ação da Associação de Moradores

Segunda, dia 4 de maio, o mundo chega a 3,5 milhões de casos confirmados de Covid-19, segundo contagem da John Hopkins University, e mais de 240 mil mortes. São mais de um milhão de pessoas que se recuperam da doença em todo mundo. No Brasil são 107.780 casos  confirmados e 7.321 mortes, segundo Ministério da Saúde. Com isso, nosso país se transformou em um dos principais motivos de preocupação mundial diante da pandemia. Dados divulgados no domingo pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças da Europa indicam que o Brasil já é quarto com maior número de casos registrados por Covid-19 nos últimos 14 dias.

O número de mortes no estado do Rio de Janeiro chegou a 1.065 nesta segunda-feira (4), segundo novo balanço do Ministério da Saúde. São agora 11.721 casos de contágio confirmados. Em 24 horas, foram confirmadas mais 263 vítimas. A taxa de letalidade (relação entre óbitos e casos) do estado do Rio é a maior do país: 9,14% das pessoas infectadas, morrem. No Amazonas esse índice é de 8,19%.  

Com 7.283 casos confirmados e 670 mortes, a cidade do Rio chegou a 98% de leitos de UTIS ocupados, e não havia mais vagas na unidades municipais nesta segunda. Centenas de pessoas aguardavam em fila por internação e 399 pacientes, por transferência.  

Na Maré são 33 casos confirmados e 7 óbitos, mas segundo relatos de moradores, passam de 80 os casos suspeitos nas 16 favelas que compõem a Maré. Nos bairros vizinhos, Bonsucesso tem 85 casos confirmados e 10 mortes, Ramos tem 55 casos e 4 óbitos. Apesar de parte dos óbitos da Maré poder ser contabilizada em bairros vizinhos, por aqui a letalidade da doença já alcança 30,8%, enquanto no Leblon essa taxa está em 2,4%. A taxa de letalidade da doença é maior nas áreas mais pobres da cidade. Um dos gargalos é o acesso a testagem. Enquanto na rede privada são pelos 15 laboratórios autorizados a fazer exames, onde já fizeram mais de 18 mil testes via secreção respiratória, o SUS, no estado, contabilizava até a última quarta (29/4), dez mil análises em todo o território fluminense, e informou que através de parcerias com universidades e institutos, ampliaria a capacidade para 900 amostras por dia.

A Maré amanheceu com as ruas do Parque União sendo higienizadas por uma ação da Associação de Moradores do Parque União. Já no Morro do Timbau, ação foi realizada pela Comlurb com um aparelho que libera jatos de sabão, água e água sanitária. Moradores ainda relatam cultos religiosos sendo feitos na Rua Teixeira Ribeiro, na Nova Holanda, e com microfones passando de mão em mão. A recomendação das organizações da saúde é que não haja troca nem empréstimos de objetos para evitar a contaminação. Segundo moradores, também aconteceram festas no fim de semana. 

A  Caixa Econômica ampliou o horário de todas as agências a partir desta segunda-feira para retirada de Auxílio emergencial. Todas as agências vão abrir 2 horas mais cedo e funcionar das 8h às 14h.

O Maré de Notícias (www.maredenoticias.com.br) abriu um canal junto ao Colabora http://projetocolabora.com.br/ para reforçar a cobertura das 16 favelas da Maré. A cada real doado, a Fundação Tide Setubal vai doar mais R$2. A ideia é criar bolsas para jovens comunicadores populares para que atuem junto ao portal de notícias e recebam formação para atuação nas redes sociais. Mais detalhes aqui: http://benfeitoria.com/maredenoticias

Trabalho de higienização de ruas no Parque União, mobilizado pela Associação de Moradores do Parque União. Vídeo: Rodrigo Maré

A  Caixa Econômica ampliou o horário de todas as agências a partir desta segunda-feira para retirada de Auxílio emergencial. Todas as agências vão abrir 2 horas mais cedo e funcionar das 8h às 14h.O Maré de Notícias (www.maredenoticias.com.br) abriu um canal junto ao Colabora http://projetocolabora.com.br/ para reforçar a cobertura das 16 favelas da Maré. A cada real doado, a Fundação Tide Setubal vai doar mais R$2. A ideia é criar bolsas para jovens comunicadores populares para que atuem junto ao portal de notícias e recebam formação para atuação nas redes sociais. Mais detalhes aqui: http://benfeitoria.com/maredenoticias

Ronda Coronavírus: Hospital de Campanha da Prefeitura, no Riocentro, recebe os primeiros pacientes

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Sábado foi de pouco movimento na Maré e fechamento da casa lotérica da Rua Teixeira Ribeiro

Inaugurado ontem, 01/05, a unidade recebeu 4 pacientes das unidades de urgência e emergência encaminhadas pela Central Unificada de Regulação que estão ocupando os primeiros 100 leitos disponíveis. Os demais (400 leitos) serão ativados progressivamente, conforme a chegada dos respiradores e demais equipamentos de saúde adquiridos pelo município na China na semana que vem. Serão ao todo, prometidos pela prefeitura, 500 leitos, 100 de UTI e 400 de enfermaria. Mas para o total funcionamento da unidade, é  necessária ainda a contratação de profissionais de saúde suficientes para atender os pacientes, já que vários deles no município estão afastados devido à Covid-19 e ainda por prevenção, por terem doenças associadas.

Hoje o Brasil soma 6.750 mortes, 96.559 casos confirmados por coronavírus sendo que 40.973 são pacientes curados, segundo o Ministério da Saúde. O estado do Rio de Janeiro registra 10.546 casos e 971 mortes. A capital tem 6.448 casos confirmados e 603 mortes, e 4.027 pessoas curadas de Covid-19.

Na Maré,  o dia amanheceu com menos movimento que ontem e com a Loteria da rua Teixeira Ribeiro, na Nova Holanda, fechada, apesar de ontem, terem tido cultos nas ruas do morro do Timbau. Nas 16 favelas da Maré são 28 casos confirmados e 6 mortes. Em Bonsucesso são 79 casos confirmado e 10 mortes e em Ramos são 45 casos confirmados e 3 óbitos, bairros vizinhos à Maré.

No Hospital de Bonsucesso, que deveria ser referência no tratamento da doença, há leitos ociosos enquanto pacientes agonizam em fila por UTI. A juíza federal Carmen Silvia Lima Arruda intimou o Ministério da Saúde a destituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso e disse que o hospital está sendo “omisso” durante a pandemia. 

Na última audiência, na quinta-feira (30), ela cobrou a abertura dos leitos de seis hospitais federais da cidade do Rio que já havia sido determinada e não foi cumprida. O hospital prometeu 177 leitos, mas só 18 estavam ocupados até hoje. São salas com leitos vazios e com respiradores. No documento, a juíza também intima o Comandante do Comando Militar do Leste a apresentar relatório, em 24 horas, sobre os insumos e demais itens necessários para abertura do hospitais de campanha e dá um cronograma detalhado para que seja cumprido. A magistrada ainda determina, que diante da negligência da Direção do Hospital Federal de Bonsucesso, e considerando a informação da Secretaria Municipal de Saúde de que há 1.000 pacientes em fila aguardando leito para transferência, que o Ministério da Saúde esclareça como o Hospital deve proceder em relação aos equipamentos ociosos do Hospital, em especial em relação aos 30 leitos prontos e 14 respiradores. 

A agências da Caixa voltaram a ter filas para retirada de auxílio emergencial neste sábado. No Rio, até unidades que não abriram tiveram aglomerações. Ao todo no estado do Rio, 64 agências abriram, sendo 22 na capital, para atender pessoas que nasceram em setembro e outubro, aquelas que têm direito a sacar o benefício no momento. A Caixa anunciou que contratou mais vigilantes e recepcionistas para ajudar a organizar as filas. Em uma agência em Bonsucesso, na Zona Norte, um funcionário controlava o acesso na porta da unidade e outro dava orientações na rua.