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Favela Salsa e Merengue tenta superar dificuldades como numa verdadeira novela

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Com o nome em referência a uma novela da mesma época de sua inauguração, a favela Salsa e Merengue enfrenta dificuldades devido ao crescimento populacional

Hélio Euclides

Quem acha que o nome da última favela a ser inaugurada na Maré tem a ver com dois gêneros de dança e música latina, se enganou. O Conjunto Novo Pinheiro, ou melhor, o Salsa e Merengue, foi batizado popularmente com esse nome em função das casas serem coloridas, que remetia as cores dos domicílios da novela com o mesmo nome, exibida entre 1996 e 1997, período que começou a obra de aterramento do mangue.

Inaugurada em 2000, a favela construída pela Prefeitura do Rio tinha como função abrigar as populações removidas de algumas áreas da cidade, que foram afetadas pelas fortes chuvas do ano de 1996. Nova Sepetiba, na zona oeste, e Marrocos, favela que ficava localizada atrás do Ciep Ministro Gustavo Capanema, na Maré.

Dessa forma, foram extintos os antigos alojamentos conhecidos como Kinder-Ovo, que ficavam no entorno do Ciep. O restante da população assentada no Salsa e Merengue, veio das favelas da Galinha, Beira Rio e Varginha, às margens do Rio Faria Timbó.

Situado próximo ao Canal do Cunha, o Salsa e Merengue tinha originalmente 1.850 casas, divididas por ruas e mini vilas. Uma delas era a Vila dos Idosos, local que recebeu pessoas acima dos 60 anos, onde duas casas dividiam o mesmo banheiro. Com o passar do tempo, o local perdeu essa característica de faixa etária e os moradores realizaram por conta própria as separações dos cômodos. 

Ainda hoje, a favela sofre com graves problemas estruturais, como a falta de saneamento básico. Devido à tubulação ser pequena para comportar a população, ocorre o improviso de ligação de esgoto no canal de águas pluviais.

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A favela também tinha algumas praças, que possuíam academia da para pessoas idosas e brinquedos, mas com a ocupação de novos moradores, construção das escolas no Campus Maré II e o descaso do poder público, os espaços de lazer foram sumindo. Outro problema antigo é a ausência do serviço de entrega das correspondências pelos Correios.

Novos tempos

Carina Souza, de 36 anos, chegou ao local ainda criança. Ela se recorda como a favela era tranquila, com poucos carros e motos. “Mudou muito, agora é muito barulho. Falta calçadas e área de lazer para as crianças. Sinto muita saudade do passado, quando tínhamos muito espaço para brincar. Quando cheguei tinha mais qualidade de vida, agora, cresceu muito verticalmente, o resultado é um saneamento básico desestruturante. Outra consequência é que no verão há muita queda de energia”, ressalta.

Um diferencial do local são as ruas largas. Essa foi a primeira visão de Graça Marrero, de 68 anos. “Me fascinei pelo local. Quando surgiu a construção do Salsa e Merengue, comprei logo a casa, pois tinha o desejo de recomeçar a vida. Esse lugar é abençoado por Deus, aqui tem muita gente boa, um vizinho ajuda o outro”, comenta. Parte das casas da favela foram submetidas ao projeto Casa Carioca, incluindo a de dona Graça, que passou por impermeabilização, pintura e rebaixamento de teto.

Poucas pessoas permanecem na favela desde a inauguração e a moradora confessa que só conhece duas famílias. “Acredito que as pessoas foram se magoando. Eu não consigo trazer visitas para minha casa, pois às vezes é preciso se desviar dos urubus. Antes a coleta do lixo era de porta em porta, depois de um tempo inventaram esses contêineres que vivem transbordando. O resultado é colocar sal na porta para evitar a entrada dos tapurus”, reclama.

Apesar das dificuldades, ela declara que só trocaria sua casa no Salsa e Merengue por outro lugar dentro da própria Maré. “Aqui tudo é perto, amo a Maré”, revela. 

O Salsa e Merengue foi a favela escolhida para homenagear Marielle Franco, por meio de uma escola municipal que leva o nome da vereadora.

ONG APAR abre inscrições para curso gratuito de iniciação ao mercado de trabalho

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O curso é para jovens que tenham idade entre 15 e 21 anos. Ao final da formação os alunos são encaminhados para vagas de jovem aprendiz ou estágios

Maiara Carvalho*

A Associação Patrulha Jovem do Rio (APAR), organização que visa a inclusão social através da qualificação profissional de jovens da cidade, está com inscrições abertas para o curso “Iniciação ao Mercado de Trabalho” até o dia 16 de agosto de 2024 na unidade Bonsucesso, gratuitamente.

O curso é destinado para jovens que tenham idade entre 15 e 21 anos e tenham disponibilidade de segunda à sexta, no horário de 8h às 11h30, durante quatro meses. As aulas serão presenciais e vão abordar matérias como Português, Matemática, Informática, Higiene e Saúde e muito mais. Ao final da formação os alunos serão encaminhados para vagas de jovem aprendiz ou estágios.

Como se inscrever 

Para se inscrever é preciso ir presencialmente à unidade de ensino de Bonsucesso, localizada na Rua Luís Ferreira, 217, Bonsucesso, Rio de Janeiro – RJ, nos fundos da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. É necessário, também, levar consigo alguns documentos obrigatórios:

  • 1 foto 3×4
  • 1 cópia do RG e CPF
  • 1 comprovante de residência em nome do responsável legal (atual), ou em seu nome, se for maior de idade.
  • 1 Declaração escolar (original)  constando horário noturno e a série (1° ao 3° ano do Ensino Médio) ou  1 (cópia) Declaração de Escolaridade, para aqueles que já concluíram o Ensino Médio.
  • 1 (cópia) do RG e CPF do responsável legal do adolescente.
  • 1 comprovante de vacinação da Covid-19 com todas as doses.

Jovens menores de idade devem estar, obrigatoriamente, acompanhados de um responsável legal. Para mais informações, entre em contato com a APAR pelo WhatsApp: (021) 96607-9529.

(*) Maiara Carvalho é estudante de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro e faz parte do projeto de Extensão Conexão UFRJ com o Maré de Notícias.

Operação policial na Maré fecha escolas e unidades de saúde; Polícias Militar e Civil negam ação 

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Apesar da PM e da Civil negarem operação, moradores da Maré amanheceram ao som de tiros e com circulação de blindados

24 escolas fechadas. Uma unidade de saúde sem funcionamento e outras três funcionando parcialmente. Moradores impedidos pelo medo de saírem de suas casas e seguirem suas rotinas após ouvirem tiros e testemunharem a circulação do  “caveirão” (carro blindado usado pelas polícias do Rio de Janeiro) pelas ruas. Um cenário, infelizmente, já conhecido por eles. Assim foi a manhã desta quinta-feira no Conjunto de Favelas da Maré, que marcou a 21ª operação policial do ano na região. 

Apesar das consequências na rotina e relatos de danos ao patrimônio recebidos pela equipe do De Olho na Maré e Maré de Direitos, tanto a Polícia Militar quanto a Civil negaram  que uma operação policial estivesse acontecendo na Maré. A ação se concentrou no Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro e Nova Maré.

Ao todo foram cinco relatos de danos ao patrimônio. Três casos em estabelecimentos comerciais e dois em residência. Em um dos estabelecimentos comerciais, a porta do freezer e geladeira foram quebradas por disparos de arma de fogo, além da porta de ferro da loja também com marcas de tiros e várias perfurações de disparos no interior da loja.

O Maré de Direitos, projeto do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré, acolhe situações de violações de direitos no WhatsApp (21) 99924-6462. O Ministério Público (MP) realiza um plantão especial para atender a população. O atendimento gratuito é feito no telefone (21) 2215-7003, que  também é WhatsApp, ou no e-mail [email protected].

Invasão de domicílio foi a violação mais registrada durante operações policiais em 2023, mostra levantamento

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Maria Teresa Cruz

No dia 14 de fevereiro de 2023, pouco depois das 10h, uma comerciante recebeu uma mensagem de um conhecido, informando que o  estabelecimento dela havia sido invadido por policiais. Nesta data, a Maré viveu mais um dia de operação com a presença da Polícia Civil e Polícia Militar. A profissional foi até o local e encontrou tudo revirado. 

“Vi uma cena de terror! Tudo o que conquistei com muito suor foi destruído. Quebraram a porta, armário, teto de PVC, geladeira, jogaram meus materiais de trabalho na rua. Minhas espreguiçadeiras quebradas, e o estoque de guaraná, coca-cola, entre outras bebidas, tomaram tudo. Levaram o som, a sanduicheira, e alguns produtos de bronzeamento”, relata. 

Esse testemunho retrata parte dos dados sobre operações policiais de 2023, disponíveis  no 8° Boletim Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça na Maré, lançado no último dia 14 de junho. O documento é feito pelo projeto De olho na Maré, que integra o eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré.

Campeão de denúncias

Foram registradas 211 violações de direitos dos moradores nas 34 operações ocorridas no ano passado. A campeã foi justamente a que ilustra a história, que abre a reportagem: invasão de domicílio. 

Dano ao patrimônio, furto de pertences e violência física e psicológica por parte dos agentes do Estado, também foram identificadas no relatório. Os dados anuais mostram que o desrespeito à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, ou ADPF das Favelas, não expressam casos pontuais, mas, sim, uma conduta do Estado. 

No ano passado, a polícia descumpriu sistematicamente seis preceitos da ação. Um dos destaques foi a ausência no uso de câmeras corporais pelos agentes da segurança pública, importante dispositivo para combater ilegalidades durante as operações. Em 2023, somente em sete das 34 operações policiais, foi observado o uso de câmera de vídeo nos uniformes dos agentes.

5 perícias em oito anos

A ausência de perícia em situações de morte também chama a atenção e é problemática porque impacta diretamente a investigação: na questão do devido processo legal sobre o fato e uma eventual responsabilização do Estado sobre essa morte. Em nenhuma das oito mortes ocorridas foi realizada a perícia e, em quatro delas, houve indício de execução. 

Desde 2016, início do monitoramento que deu origem ao boletim, de 128 mortes, somente 5 casos houve perícia no local. “Apenas através desse procedimento, conseguimos compreender como aconteceu as dinâmicas de mortes em operações como dessa semana. É inadmissível como o ‘não direto’ ao processo investigativo está colocado para os moradores da Maré. Tal fato escancara a desigualdade de como a política de segurança não contempla e não está direcionada para as pessoas que moram na Mare”, analisa Liliane Santos, coordenadora do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré. 

Sem brincar

O levantamento mostra que os estudantes perderam um quarto do semestre letivo de 2023 devido ao fechamento de escolas durante operações. O direito de brincar das crianças também acaba ficando restrito. Um estudo sobre a primeira infância na Maré mostra que, mais de 80% das crianças de 0 a 6 anos, têm a própria casa como principal espaço de lazer. 

O sistema de saúde também é impactado a cada operação. No acumulado do ano, a população ficou 26 dias sem atendimento de saúde, por interrupção no serviço. Em muitos casos, apenas a interrupção do atendimento domiciliar é suspensa. Isso afeta diretamente pessoas que sofrem doenças crônicas e têm restrição de mobilidade. 

Essas situações podem, em um primeiro momento, não parecerem violações diretas, mas geram impactos que são difíceis de mensurar a curto prazo. Para crianças em idade escolar, por exemplo, o desenvolvimento e aprendizagem pode ser afetado. 

Se a educação, saúde e lazer são direitos assegurados pela constituição brasileira para toda população, por que para os moradores de favelas não seria? 

“A Redes da Maré tem um papel importantíssimo na articulação de melhorias para qualidade de vida dos moradores da região. Isso inclui pensar a política de segurança pública de forma ampliada e articulada a outras políticas, e não apenas a partir do aparato bélico”, explica Liliane. 

A luta pelo saneamento e os esforços para restaurar o ecossistema mareense

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Henrique Silva

Edição #162 – Jornal Impresso do Maré de Notícias

‘Viagem a costa da Maré

“Ao meio-dia e meia, partimos em direção ao Engenho da Pedra, distante 1.200 metros. Navegamos pelo Canal do Fundão, passando pela Pedra da Cruz. Contornamos a orla de manguezais de Rhizophora mangle e Avicennia, na Coroa das Negras. Enquanto bandos de garças voavam, avistamos o Morro de Inhaúma, a Ponta do Tibau, e, do lado oposto, a Ilha do Fundão, Pindaíbas de Cima e de Baixo, e a Ilha do Bom Jesus. Essas ilhas, junto com a Sapucaia e o Pinheiro, formam uma bacia conhecida como Sacco do Mangue Alto, com três saídas: o canal do Bom-Jesus-Sapucaia, o canal do Cação, entre esta e a do Pinheiro, e o de Inhaúma, entre esta ilha e o porto homônimo. Remamos até esse ponto, percorrendo 2.800 metros, com Cony e José Vidal nos remos e eu no leme”.

O trecho acima foi retirado do jornal Correio da Manhã de maio de 1936, escrito por Magalhães Corrêa, parte da série de matérias intitulada: A Guanabara como natureza – Águas Cariocas. Nesta edição, Corrêa descreve o cenário da orla onde atualmente está localizado o território da Maré. O território possuía uma flora que já não é mais encontrada, como o mangue Avicennia (Mangue Preto) e o Rhizophora mangle (Mangue Vermelho) nessa região da baía, que inclui o Conjunto de Favelas da Maré. 

Os manguezais têm grande importância para as comunidades costeiras em todo o mundo, garantindo a alimentação e a proteção dessas áreas. Além de abrigarem uma vasta biodiversidade, esses biomas servem como refúgio para várias espécies de peixes, são eficazes na captura de carbono e ajudam a mitigar os gases de efeito estufa.

Transformação da Cidade e da Baía

Ao analisar mapas e cartas que retratam a Baía de Guanabara na segunda metade do século 19, é possível observar várias praias e espaços de costa que já não existem mais. Isso se deve ao avassalador processo de urbanização e à ideia de “modernização da cidade” no início do século 20. 

Desde então, houveram muitas transformações na paisagem natural do espaço urbano: a drenagem de pântanos e mangues, os aterros que avançaram sobre o mar no entorno de toda baía, o desmonte de morros. Ao longo dos anos, sem estudos sobre os impactos dessas obras, os futuros moradores cariocas começaram a sofrer as consequências.

Cúpula da Terra

As consequências das mudanças climáticas vêm sendo discutidas globalmente há alguns anos e, um capítulo importante dessa história, foi escrito na cidade do Rio de Janeiro, sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced, na sigla em inglês). 

A Rio-92, como ficou conhecida, foi realizada em comemoração aos 20 anos da Conferência de Estocolmo, em 1972, e reuniu autoridades do mundo inteiro. Considerada a “maior conferência ecológica de todos os tempos”, a Rio-92 deu origem a diversos acordos internacionais e foi um marco para a diplomacia brasileira. 

No entanto, uma das principais propostas feitas no contexto do evento não teve muito êxito. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) contou com  financiamento do Banco Mundial e tinha o objetivo de sanear a parte continental da baía para que a poluição não chegasse na água. Porém, as obras feitas entre 1991 e 2006, não beneficiaram a população que mais precisava: a que vive no entorno da baía.
No contexto do PDPG, foram construídas estações de tratamento de esgoto ao redor da baía, como a Estação de Tratamento Alegria, no Caju. Esta estação está estrategicamente localizada na saída da baía, nos fundos do conjunto de favelas da Maré, mas infelizmente não opera com sua capacidade total. Além disso, mesmo estando ao lado da Maré, até os dias de hoje não há qualquer conexão entre a estação e o conjunto de favelas.

Sem direito a saneamento

Como mencionado em edições anteriores desta série, historicamente, a Maré passou por grandes aterros realizados pelos governos Federal, Estadual e Municipal para a construção de conjuntos habitacionais, da Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e das vias expressas, o que acabou por bloquear a conexão direta da Maré com a Baía de Guanabara.

Ao longo das obras do Projeto Rio, nos anos 1980, foram aterrados cerca de 256 hectares no entorno da baía, deslocando assim toda a orla original e reduzindo o canal entre a Maré e a Ilha do Fundão. Nessa mesma obra, foi feita uma ligação de parte do esgoto do conjunto com a estação de tratamento da Penha. No entanto, até hoje, mais da metade dos domicílios da Maré não possuem nenhuma ligação com uma estação de tratamento.

Por conta da negação estrutural de um direito fundamental para a dignidade humana, o saneamento básico, todo o esgoto produzido neste território é jogado diretamente nas águas da baía, causando diversos problemas que afetam a sociedade em dimensões individuais e coletivas.

Na época do Projeto Rio, o professor da UFRJ, Elmo Amador, foi um dos responsáveis pelo grupo de pesquisadores que elaboraram um parecer sobre o aterro da Maré para o governo. Em entrevista para o Jornal do Brasil, em junho de 1979, ele condenou a obra e disse: “na área que se pretende aterrar (o mangue do Caju até Caxias), o necessário são obras de saneamento, desassoreamento, reconstituição do sistema de circulação de águas e regularização do entorno”.

Linha Vermelha

Outra obra da cidade do Rio que acabou com a conexão entre a Maré e a baía foi a construção da Linha Vermelha, inaugurada em 1992, que produziu uma série de aterramentos e, por consequência, é uma das causas de vários alagamentos até hoje. Durante a construção, as associações da Maré protestaram e fizeram um estudo junto com pesquisadores da UFRJ sobre os impactos da construção da via. 

Eliana Sousa Silva, à época presidente da Associação de Moradores e Amigos da Nova Holanda, já afirmava:

“A Avenida Brasil está na nossa frente e teríamos a Linha Vermelha atrás. A Nova Holanda faz parte, com outras oito comunidades, da área da Maré, que se estende ao longo da Avenida Brasil. Somos, ao todo, cem mil pessoas. A região é aterrada e os engenheiros dizem que não suportaria novas obras. Com o tempo, começariam a aparecer infiltrações por toda parte, colocando em risco a Maré. Nós temos essa preocupação. Não seremos afetados com desapropriações, mas qual é a segurança que teremos se esta obra for mesmo realizada?”.

Busca por soluções

Com o objetivo de integrar de maneira crescente as práticas de desenvolvimento sustentável no conjunto de favelas da Maré, a Redes da Maré, através do projeto Ecoclima, tem trabalhado para diagnosticar problemas e buscar soluções para o território.

O projeto, que acontece em parceria com a Petrobras e com o departamento de engenharia ambiental da UFRJ, tem implementado um conjunto de técnicas e tecnologias inovadoras que contribuem para a conservação ambiental e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. 

Uma das quatro tecnologias ambientais desenvolvidas é a restauração de um hectare de manguezal, o que inclui a remoção de resíduos sólidos, a proteção do espaço contra novos resíduos e o plantio de espécies nativas de mangue.

Iniciativas como a recuperação de manguezais proposto pelo Ecoclima representam passos importantes para reduzir impactos, promover a sustentabilidade e preservar o patrimônio natural da região. O programa é também importante pela produção de conhecimento como ferramenta de incidência política, para cobrar políticas públicas de meio ambiente, urbanização e saneamento e melhorar as condições de vida dos moradores  da Maré e da Baía de Guanabara.  

Vale a pena ler de novo: 3 matérias sobre a Casa Preta da Maré

Hoje (29) é aniversário da Casa Preta da Maré, e o Maré de Notícias celebra essa data especial resgatando três matérias sobre esse importante projeto da Redes da Maré.

‘E a Casa Preta se ergue’ A matéria destaca a redefinição das relações raciais através da educação, arte e combate ao racismo na Maré. A Casa Preta da Maré tem sido um espaço de resistência e transformação social, promovendo atividades que valorizam a cultura negra e fomentam a igualdade racial.

Casa Preta discute negritude da Maré Nesta matéria, é abordada a criação da Casa Preta da Maré com o objetivo de promover resistência e acolhimento étnico-racial. O projeto surgiu como um espaço de discussão e fortalecimento da identidade negra, oferecendo suporte e visibilidade para as questões raciais dentro da comunidade.

Escola de Letramento Racial comemora formação da segunda turma A matéria celebra a formação da segunda turma da Escola de Letramento Racial, onde jovens moradores da Maré participaram de um curso que debateu relações étnico-raciais.

Neste aniversário, revisitamos essas histórias para reforçar a importância contínua da Casa Preta da Maré na luta por justiça e igualdade racial. Vale a pena ler de novo e se inspirar com a trajetória deste projeto que transforma vidas na Maré.