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Acessibilidade é sinônimo de respeito

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Mulheres conversam sobre um mundo não adaptado e as possibilidades de torná-lo mais acessível

Em 16/11/2018 – Por Hélio Euclides

A mesa “Pode haver democracia sem acessibilidade?” discutiu a necessidade de políticas públicas que garantam os direitos dos cidadãos e cidadãs à acessibilidade. “É preciso escolas bilíngues para uma verdadeira inclusão. Ninguém pensa, mas não existe uma delegacia para mulheres surdas, falta informações para gente. O surdo também não pode se esconder, precisamos ocupar nosso lugar”, diz Patrícia Luíza Rezende, membro da Federação Nacional de Educação e Integração Representativas dos Surdos. A mesa foi mediada por Maria Antônia Goulart, cofundadora e coordenadora geral do Grupo de Trabalho Nacional de Criatividade e Inovação.

Para Tanzila Kahn, ativista do Paquistão, a família e os amigos são fundamentais para que o deficiente físico siga em frente. “Meus pais sempre disseram que eu podia, e dessa forma, me formo em direito. Acho que falta a tecnologia olhar para o deficiente, pois quando fazem algo de novo, precisamos da ajuda de alguém”, revela.

Leila Scaf. vice-presidente do Centro de Vida Independente (CVI-Rio) discorda da colega de mesa. “Meu pensamento é que a tecnologia é uma ferramenta de inclusão. A minha sugestão é que sejamos convidados para outras mesas com temas que não sejam apenas de acessibilidade, temos que falar de outros assuntos que envolvam os nossos conhecimentos”, recomenda.

Mulheres e Agroecologia – tudo a ver

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AGROECOLOGIA E MULHER, TUDO A VER ? Karina Donaria / AMaréVê

Mesa debate o papel da mulher na agricultura, no agronegócio e nas questões relacionadas ao meio ambiente

Em 16/11/2018 – Por Hélio Euclides

A mesa mediada pela bióloga Julia Rossi, do Muda Maré, falou sobre a estreita relação entre a agroecologia e a mulher. A discussão foi completada por Beth Cardoso, técnica de tecnologias alternativas; Francisca Nascimento, militante do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babuçu do Piauí; Verônica Santana, representante da Articulação Nacional de Agroecologia; e Maria Emília Pacheco, antropóloga e assessora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase).

Na pauta central do Diálogo, a ligação das mulheres com a energia da terra. “Esse espaço é importante para mencionar que a mulher trabalha a semente, para que tenha qualidade; e o homem [a] planta. No final, só eles são considerados vitoriosos”, diz Verônica Santana. Colega de mesa, Francisca Nascimento comentou as relações de poder da agricultura familiar. “Além do agronegócio, a mulher, muitas vezes, precisa bater de frente com o vizinho agricultor. Por isso, a necessidade do investimento do trabalho do tema da agroecologia nas nossas famílias”, diz.

Outros temas abordados no Diálogo foram a maneira como, no processo do agronegócio, as mulheres se revelam lideranças fundamentais na defesa de direitos e como são vítimas imediatas dos efeitos das mudanças climáticas. “A mudança climática traz um trabalho excessivo para a mulher, pois ela que carrega água na cabeça, por distâncias enormes, enquanto o homem marca futebol e foge do compromisso”, denuncia Francisca Nascimento.

Oficina coordenada por Conceição Evaristo agita o WOW

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Escritora aborda, entre outros temas, o conceito de EscreVivência, criado por ela

Em 16/11/18 – Por Jéssica Pires

Oralidade, ancestralidade e protagonismo foram temas de destaque na oficina “Memórias e EscreVivências”, comandada pela escritora Conceição Evaristo, no primeiro dia de WOW. Realizada no Museu do Amanhã, a oficina atraiu dezenas de participantes. Entre as atividades propostas, estavam a exibição de um filme e a leitura de um texto, ambos apresentando provocações sobre protagonismo na literatura. As dificuldades sobre o processo de aprendizado; a importância das subjetividades e outros saberes também foram levantados durante a oficina. No público, educadoras, professoras e professores da rede pública de ensino, jornalistas, e ainda uma maravilhosa surpresa – a filósofa, escritora e ativista Sueli Carneiro.

Conceição Evaristo nasceu na década de 1940, em uma favela de Belo Horizonte. Filha de uma lavadeira, precisou conciliar o trabalho de empregada doméstica com os estudos. Ainda assim, publicou diversos poemas, contos e livros. Criou o termo “EscreVivência”, que, segundo ela, é uma “tarefa intelectual-negro-feminina por excelência de renarrar criticamente o imaginário social hegemônico brasileiro”. Conceição Evaristo concorreu este ano a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, onde seria a primeira escritora negra.

 

Memórias e Escrevivência com Conceição Evaristo ? Suzane Santos/AMaréVê

Mulheres trocam experiências sobre alimentação e os “tipos” de fome

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Você tem fome de que: consciência e saúde na alimentação. ? Karina Donaria / AMaréVê

Realizado no Museu de Arte do Rio (MAR), o diálogo discutiu a qualidade do que se come e a relação dos alimentos com o prazer e a empregabilidade

Em 16/11/18 – Por Amanda Soares

A jornalista e escritora Sônia Hirsch abriu a troca de experiências “Você tem fome de quê? Consciência e saúde na alimentação” afirmando sentir-se feliz por ver uma questão tão delicada sendo debatida em um Festival de Mulheres. A autora de “Sem açúcar com afeto” criticou os hábitos de consumo atuais. Para Sônia, o prazer de comer tem sido privilegiado em relação ao valor nutricional dos alimentos. “Comida virou entretenimento”.  A escritora defendeu que as pessoas precisam ser mais críticas quanto à origem do que comem.

Favela Orgânica

“Eu tenho fome de que as pessoas comam até o talo, literalmente”, provoca Regina Tchelly, criadora do Favela Orgânica, projeto que ensina moradores do morro da Babilônia a aproveitarem ao máximo os alimentos. Regina falou ainda sobre alimentação e qualidade de vida para além da substituição do industrial pelo orgânico. “De nada adianta mudar sua alimentação para 100% natural, se você não se conhece, não se entende e a mudança não te toca.”

Em sete anos de trabalho, Regina descobriu que todo o processo de produção do alimento – da lavoura até a mesa – impacta na saúde das pessoas. “Quando desenvolvi o Favela Orgânica, eu só queria acabar com as sobras. Eu não conhecia os agrotóxicos. Fui conhecer que alimentação saudável é muito mais do que imaginava.”

Outras fomes

“A minha fome é por justiça social, a justiça de Xangô, meu orixá”, diz Carmem Virgínia, proprietária e chef do restaurante Altar, em Recife (PE), que descreveu, muito emocionada, a relação dos candomblecistas com os alimentos. Na vida de Carmem, culinária e religião estão intimamente ligadas. Isso desde menina, quando, escondida, espiou o preparo das oferendas para Xangô. “Toda casa precisa ter seu próprio tempero. E é uma coisa de família: o meu bisavô era africano, e, na casa dele, eles já tinham o próprio tempero”.  E acrescenta: “Quando cozinhamos passamos coisas para a comida. É preciso se livrar de vícios para cozinhar para o orixá”.

Também emocionada, Mariana Aleixo, coordenadora da empresa Maré de Sabores (buffet e oficina de culinária criada por e para mulheres da Maré), disse ser fundamental criar-se alternativas de trabalho para as mulheres. A iniciativa que, no início, visava melhorar a qualidade da alimentação de alunos de uma escola da Maré e dar formação técnica para mulheres acabou por se tornar um buffet, que emprega moradoras e se propõe a ser mais que um serviço. “O buffet traz uma provocação para os clientes: Qual tipo de consumo você quer ter? E como teu consumo impacta na vida de outras pessoas?” . E você aí? Você tem fome de quê?

Eles também estão no Festival

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O representante da Maré, Henrique Gomes, falou do pensamento do homem feminista na favela.

Uma mesa diferente reúne homens para falar do universo feminino

Em 16.11.18 – Por Hélio Euclides

A discussão de igualdade de gênero na visão de homens. Essa foi a provocação realizada na manhã do primeiro dia do WOW – Festival Mulheres no Mundo. A mesa foi mediada por Jude Kelly, idealizadora do WOW e ex-diretora artística do Southbank Centre. Ela incentivou os homens presentes a continuarem a ser feministas. “Não pode desistir, não é fácil, pois os outros homens pensam que vocês mudaram de lado, que são traídores”, enfatiza.

Avanido Duque da Silva, gestor de negócios da Actionaid, falou da necessidade de não se desviar da igualdade. “Quando colocamos os óculos da desigualdade, nunca mais você vai ver o mundo como antes. Essa fala incomoda. Mas o que ameniza é saber que muitos homens pensam como eu”, diz. Para Daniel Costa Lima, consultor independente no campo de gênero, a paternidade mudou sua vida. “Ser pai de classe média é mais fácil ser engajado. O difícil é ser homem negro, que precisa dedicar seu tempo ao trabalho, e não consegue viver a paternidade total”, conta.

A única mulher palestrante, Sandra Vale, consultora de gestão de desenvolvimento institucional da Promundo, disse que a desigualdade já chegou ao limite. “Precisamos mudar essa política que não fala de gênero, raça e direito”, expõe. O representante da Maré, Henrique Gomes, falou do pensamento do homem feminista na favela. “Parece que é um crime. Meus amigos me acham um chato, e já fui expulso de grupo de zap. O meu pensamento passa pelo meu entendimento político, que aprendi com Eliana Sousa (fundadora da Redes da Maré), sobre o investimento no diálogo sempre”, conclui.

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Começa no Rio a 1ª edição do WOW na América Latina

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Festival Mulheres do Mundo reúne representantes de todas as parte do globo para trocas de experiências, ideias, debates e muito mais

Em 16/11/18 – Por Eliane Salles

Às 10h da manhã, desta sexta-feira, 16, foi iniciado um evento inédito no Rio de Janeiro e na América Latina: WOW – Festival de Mulheres do Mundo. A mesa “Boas-vindas ao Wow”, que abriu o evento, foi composta por Jude Kelly, idealizadora do movimento WOW e ex-diretora artística do Southbank Centre (um dos maiores centros culturais da Europa) e Eliana Sousa Lima, fundadora da Redes da Maré – entidade curadora da edição carioca do festival. O movimento WOW foi criado em 2010 e já esteve presente em 23 países do mundo.

Durante a manhã, foram realizados nove Diálogos (conversas entre ativistas, intelectuais, representantes de territórios periféricos, entre outras). “O ser humano que nós, mulheres, pensamos e queremos e a educação que precisamos para isso”, “O poder/lugar de fala contra o silenciamento das vozes das mulheres” e “A conversa aqui é eles com elas pela igualdade de gênero” foram alguns deles.

Também foram realizadas sete oficinas, entre elas “Mulheres e Escrevivência”, e duas performances. Também foram abertas as exposições “Arte Democracia Utopia – Quem não luta tá morto” e “O Rio de Samba: resistência e reinvenção”. As atividades acontecem até domingo, 19, no Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (Mar), Praça Mauá e Armazem 1. À tarde tem muito mais. Não perca.

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