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Operação da polícia civil e militar tem ação dentro de CIEP na Maré

Moradores foram afastados pela polícia com bombas de efeito moral

Por Redação

A operação policial da Polícia Civil, com atuação da Delegacia de Roubos e Furtos e do BOPE, foi iniciada na região da Nova Holanda por volta das 5:30h da manhã desta quarta-feira (5). Moradores que se organizavam para iniciar o dia foram mais uma vez surpreendidos com o som de tiros, domicílios sendo invadidos sem mandados policiais e a circulação dos veículos blindados nas favelas Nova Holanda e Parque União.

A Clínica da Família Jeremias de Moraes e Silva interrompeu o funcionamento nesta manhã e 21 unidades escolares não tiveram atividades, afetando mais de 8 mil alunos, de acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação. 

Além de mais um dia sem aulas, o direito à educação foi violado de uma maneira muito cruel na Maré. Por volta das 8h integrantes dos grupos civis armados se abrigaram dentro do Ciep Elis Regina, localizado na Nova Holanda. Agentes da polícia, com o apoio de dois blindados, acessaram a unidade de ensino a fim de capturar os homens. Durante a ação, a polícia revidou contra moradores, familiares, mulheres, mães, companheiras que buscavam informações sobre a vida e a segurança das pessoas que eram mantidas dentro do CIEP. Foram utilizadas bombas de efeito moral dentro da escola, sem nenhum movimento de negociação ou articulação com os moradores. 

Em 2022, estudantes da Maré perderam 15 dias de aulas, por conta da violência armada e 62% das operações policiais aconteceram próximo a escolas e creches. Os dados são da 7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública na Maré, da Redes da Maré e evidenciam o quanto o uso da força policial como estratégia da política de segurança pública não é eficaz e ainda viola diversos outros direitos dos 140 mil moradores do Conjunto de Favelas da Maré.

A operação inviabilizou a realização de diversas atividades hoje no território, como ações de comemoração da Páscoa de organizações e coletivos e uma caminhada realizada por mães e familiares de pessoas com autismo.

Determinações da ADPF das Favelas como a presença de ambulância para socorro a possíveis vítimas, a preservação do perímetro escolar e o uso de câmeras nos uniformes dos agentes policiais foram mais uma vez descumpridas na operação desta quarta-feira.

O Maré de Direitos, projeto da Redes da Maré, que presta atendimento as vítimas de violações de direitos, inclusive em dias de operações policiais, está em plantão na sede da organização, na Nova Holanda.

Seguimos apurando informações sobre a ação que segue em curso. Acompanhe também pelas nossas redes sociais @maredenoticias.

Casa Resistências da Maré completa 1 ano e recebe medalha Chico Mendes

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Aniversário do espaço contou com um dia de programação e homenagem a apoiadores

Samara Oliveira

Há um ano a Casa Resistências segue fazendo jus ao nome, atuando no território da Maré como um espaço de cultura, acolhimento e de luta pela garantia dos direitos de mulheres lésbicas. Em comemoração, no último sábado (1), o espaço promoveu um dia de festa com uma programação que contou com massagem corporal, roda de conversa “papinho sapatão” que falou sobre desejos e sonhos para a casa, assim como perspectivas e possibilidades para mulheres lésbicas de favelas. 

“Ao longo desse primeiro ano o desafio foi muito grande, a Maré é um território com muitos movimentos sociais com grande multiplicidade de pautas e algumas mobilizam muito, e outras, como nossa pauta de lésbicas e mulheres LBT, nem tanto. Assim o desafio da casa resistências no primeiro ano foi se mostrar necessária, se fazer referência e isso aconteceu. Para os próximos anos, queremos construir ações na casa a partir dos sonhos e desejos que nos chegam pelas mulheres LBT da Maré. É sobre esse pilar que nosso planejamento estratégico dos próximos três anos será erguido”

Dayana Gusmão, uma das coordenadoras do espaço
Foto: Arquivo pessoal | Apoiadoras da casa debateram sobre planejamento estratégico nos próximos anos

A festividade também homenageou pessoas e grupos que apoiaram a casa neste primeiro ano, como as deputadas estaduais Renata Souza, Dani Monteiro e a vereadora Mônica Benício. A Casa Oxum, Instituto de Psicologia da UFF, Projeto Floresta Cidade da UFRJ, Projeto social Pra Elas, Mariellas FC, Crias do Tijolinho, Redes da Maré, Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), Espaço Casulo, Instituto Maria e João Aleixo, além de Flavinha Candido, Evelyn Silva, Maíra Garrido e Grace Kelly, também receberam a premiação. 

Deixando o primeiro ano de atividade ainda mais especial, a Casa Resistência foi indicada pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio para receber a Medalha Chico Mendes, uma condecoração criada pela ONG brasileira Grupo Tortura Nunca Mais para homenagear pessoas ou grupos que lutam pelos direitos humanos e por uma sociedade mais justa. A entrega da medalha foi realizada na última segunda (3), na Capela Ecumênica da UERJ, no Maracanã.

Foto: Divulgação | Após comemorar um ano de trabalho na Maré, Casa Resistências recebe medalha Chico Mendes

“Receber esse reconhecimento dois dias após a comemoração de 1 ano da casa é de extrema emoção, ainda mais se tratando de um prêmio desse nível. Além do reconhecimento, ele traz gás para que possamos continuar nesse caminho que estamos traçando. Sobretudo, se trata também de como acolhemos as meninas e mulheres que chegam até nós, já que somos contra a essa política de manicômio, onde as pessoas vivem presas nos espaços onde elas deveriam se sentir livres”, comenta Camila Felipe, que também coordena a Casa Resistências. 

Para conhecer mais sobre a iniciativa, busque por @resistencialesbica_ no Instagram.

Morador do Morro do Timbau, está desaparecido há mais de 10 dias

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Júlio Francisco fugiu do hospital Souza Aguiar no dia 22 de março

Lucas Feitoza

O morador do Morro do Timbau, Júlio Francisco de Lima, de 57 anos, está desaparecido há 13 dias. Quando foi visto pela última vez, na quarta-feira (22), Júlio estava usando calça azul, sapato branco, camisa e máscara de proteção preta. Ele sofre de epilepsia e é acompanhado pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas (CAPS Ad III) Miriam Makeba, em Ramos.

A irmã dele, Maria Elizete de Lima, conta que ele ficou internado no Hospital Souza Aguiar, Centro do Rio de Janeiro, e na quarta-feira tinha ido para uma consulta de tratamento de um machucado na região dos olhos. “Ele ficou 13 dias internado, já estava ficando bom. Eu percebi o desaparecimento dele na segunda-feira (27). Já fui na delegacia, procurei no Campo de Santana, no IML, e não encontrei “, afirma, preocupada. Elizete conta que essa não é a primeira vez que ele foge, mas nas outras não ficava mais de cinco dias fora.

Ela acredita que ele possa estar em algum abrigo pela quantidade de dias que está sumido. Quem tiver informações que levem ao paradeiro de Júlio, pode entrar em contato com a família pelo telefone de Elizete Lima (21) 98659-8271. O Caps Ad III Miriam Makeba também disponibilizou um número de contato. O telefone é (21) 99844 – 9888.

Páscoa aperta e Ovos de Páscoa ganham opções mais baratas

     Com o aumento dos preços no chocolate, a Maré busca alternativa para não deixar a Páscoa amargar

Por Maria Clara Paiva e Hélio Euclides (*)

Com a chegada da Páscoa e o aumento no preço dos chocolates, moradores do Conjunto de Favelas da Maré buscam alternativas para não deixar a data passar em branco. Apesar da desaceleração da inflação no último ano; segundo estimativa do Banco Central, a inflação teve um leve reajuste para baixo de 5,96% para 5,95% em 2023; os ovos de Páscoa estão, em média, 12% mais caros, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). 

Chocolate amargo

Apesar de mais em conta que os ovos, os produtos à base de chocolate também sofreram aumentos acima da inflação. Nos últimos 12 meses, até janeiro, os preços do chocolate em barra e dos bombons acumularam alta de 13,61%, segundo o IPCA. É a maior variação desde fevereiro de 2017. 

Segundo a economista e professora da Faculdade Alvares Peteando, de São Paulo, Nadja Heinrich, “esse é um movimento que vem acontecendo há alguns anos, principalmente, após a pandemia, sendo reflexo de dois principais fatores: o preço do cacau no mercado internacional vem subindo consideravelmente e no pós-pandemia, o preço de insumos importados (por conta da depreciação do câmbio) e de embalagens plásticas e de papel também sofreu com a alta.”

Para Nadja Heinrich, essa disparidade de preços vem diminuindo o interesse na compra dos ovos.

“No caso dos chocolates, o aumento de preços é reflexo da escassez do cacau no mundo. A indústria brasileira de moagem de cacau depende em grande parte da importação desta matéria-prima. Os consumidores estão buscando soluções mais baratas que vão desde às barras e bombons de marcas conhecidas, como as opções de fabricação artesanal de ovos e bombons.”

Nadja Heinrich, economista e professora da Faculdade Alvares Peteando, de São Paulo.

O que dizem os produtores

Nice Bacelar (50), nascida e criada na Nova Holanda, não tem planos de comprar ovos de Páscoa. “Todo ano a gente tenta presentear os parentes, né? Só que eu estou comprando caixa de bombom e separando”. Célia Maria dos Santos (72) é aposentada, moradora da Nova Holanda desde 1965 e deve seguir os mesmos passos. “Não ovo, porque o ovo está caro, mais de cinquenta e poucos reais. Mas vou dar caixa (de bombom) e desejar paz para todo mundo né. Um “bombonzinho” que dê com amor é uma boa Páscoa” 

Os ovos passam por um processo de produção complexo, são embalados manualmente e as embalagens são mais caprichadas do que os chocolates comuns. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicap), “investimos em um longo período de preparação, cerca de um ano e meio antes da data comemorativa, para atender às demandas e preferências do público.” Além do mais, o ovo de Páscoa tem um custo maior pela questão transporte, estocagem e decoração, as fábricas também montam os túneis de ovos nas grandes redes. 

Alternativas

Nathalia Ladeira (33) é moradora do Parque União, dona da loja de doces artesanais Rainha das Delícias e disse ter notado o aumento no preço dos materiais, principalmente no chocolate. Nathália começou suas vendas há 5 anos na Maré e hoje possui duas lojas móveis no centro do Rio. 

Em outros anos, a confeiteira observou que nessa época sua agenda já estava cheia, mas ainda tem esperança por ter criado sua clientela. “Ano passado coloquei os produtos mais em conta e consegui vender bem mesmo e acredito que esse ano, por já saberem que trabalho com os ovos, a venda pode aumentar bastante.” Nathalia também afirmou que, na Maré, o que mais vende são os produtos mais baratos. 

Segundo Nadja Heinrich, “Provavelmente haja uma mudança cultural neste sentido, uma vez que os consumidores vêm buscando opções alternativas, desde o aumento na compra de barras de chocolate e bombons, bem como a compra ou confecção de ovos caseiros.”

Dicas de empreendedores de chocolates na Maré:
Rainha das Delícias – @rainhadasdeliciasoficial – (21)99901-2425
Gisele Aluna – @gidoces_654
Kit Confeiteiro – (21) 97215-3566 – (27) 99251-7309

(*) Maria Clara é estudante universitária vinculada ao projeto de extensão Laboratório Conexão UFRJ, uma parceria entre o Maré de Notícias e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Secretário Nacional das Periferias na Maré no domingo, 2/4

Guilherme Simões dialogou com coletivos e organizações locais e circulou pela favela Marcílio Dias 

Por Jéssica Pires

A visita foi uma iniciativa da própria secretaria e se iniciou com uma conversa na Associação de Moradores de Marcílio Dias e um circuito por pontos da região que apresenta sérios desafios no campo da habitação e da urbanização. Guilherme Simões, secretário da pasta que integra o Ministério das Cidades, recriado no atual governo Lula, é militante do movimento de moradias há 18 anos e foi professor do Curso Pré-Vestibular da Redes da Maré. Ele apresentou as frentes de atuação da secretaria: a urbanização de favelas e a prevenção de deslizamentos e as estratégias pensadas para ampliação da atuação da secretaria. 

Representantes de diversas organizações da Maré (Redes da Maré, Maré sem Preconceito, Maré Vive, Instituto Vida Real, Instituto Maria e João Aleixo, Observatório de Favelas, Casa Resistências, Organização Seja Democracia, Garotas da Maré, Maré 0800, Amarévê, Mulheres em Resistência, representantes da mandata da deputada Renata Souza, CEASM, O Cidadão, Frente de Mobilização da Maré, Mães da Maré, Gato de Bonsucesso, Projeto Impactando Kelson e Horta Maria Angu) estiveram presentes na agenda, apresentando pontos de pautas que podem ser observadas e acompanhadas pela secretaria. Também estiveram presentes presidentes de associações de moradores de favelas da Maré e representantes da Secretaria Municipal de Ambiente e Clima.

A Associação de Moradores de Marcílio Dias apresentou um documento com demandas mapeadas sobre a região. Foi comum nas falas dos representantes das organizações o sentimento de representatividade que surge com a liderança de Guilherme à frente da pasta. 

O secretário chamou atenção para a importância da participação popular mais profunda na elaboração das ações e estratégias da secretaria. É objetivo do ministério investir em urbanização em territórios vulneráveis e periféricos, porém com maior participação popular. É objetivo da secretaria conceder premiações para iniciativas em territórios periféricos que tenham tido experiências exitosas e realizar nos próximos meses um grande evento que possa coletivizar essas pautas. 

Shyrlei Rosendo, coordenadora do eixo Direitos Urbanos e Socioambientais da Redes de Maré, trouxe a necessidade dessa participação ser mais diversa, com organizações que têm uma estrutura menos consolidada, mas acompanham o histórico da falta de investimento em manutenção e desenvolvimento na Maré. A pauta do racismo ambiental também foi destacada durante a conversa dos coletivos. Douglas Alencar, coordenador da organização Seja Democracia chamou atenção para as especificidades de formação e desenvolvimento dos territórios. 

A secretaria, que faz parte do Ministério das Cidades, está realizando a Caravana das Periferias, que será uma série de visitas em favelas e periferias de todo o país para construir um plano e política nacional de atuação nesses territórios. Neste sábado, o Secretário visitou a Rocinha, Morro da Providência e Duque de Caxias. No domingo Guilherme passou pelo Chapéu-Mangueira, Cascadura e Complexo do Alemão, além da Maré.

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Inscrições abertas para o Festival 3i

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Evento acontece entre os dias 5 e 7 de maio no Rio de Janeiro

 Ajor (Associação de Jornalismo Digital) abriu as inscrições para o Festival 3i 2023. Um dos principais eventos de jornalismo e empreendedorismo da América Latina, o 3i volta ao Rio de Janeiro para sua 4ª edição nacional, que acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de maio, na Casa da Glória, região central da capital carioca.

Com um formato novo, que combina as tradicionais mesas de debates com workshops e apresentações de cases de sucesso, o evento coloca em pauta a sustentabilidade do ecossistema de mídia e os caminhos para um jornalismo cada vez mais inovador. 

O evento conta ainda com perspectivas para o novo jornalismo, abordando temas como o uso de dados e o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para melhor execução do trabalho jornalístico; a preocupação com o bem-estar e segurança de profissionais, a adaptação às novas linguagens e plataformas de distribuição; o desenvolvimento de metodologias diversas de gestão e o estímulo à mentalidade de produto.

O passaporte para os três dias de evento custa R$250. Também serão disponibilizados ingressos por dia, no valor de R$150. Todas as alternativas têm meia entrada para estudantes. Profissionais de organizações associadas à Ajor também têm 50% de desconto na inscrição. Você pode comprar seu ingresso aqui.

Esta edição conta com patrocínio de Google, Meta, Luminate, Fundação Tide Setubal, Clua (Climate and Land Use Alliance) e produção da Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos.

“O 3i Nacional está renovado, tanto em sua marca como em sua estrutura, com o objetivo de ser uma referência nacional em discussões sobre inovação e sustentabilidade do setor. Estamos muito felizes por voltar a realizar presencialmente este evento tão essencial para fortalecer o ecossistema de jornalismo digital brasileiro”, afirma Maia Fortes, Diretora Executiva da Ajor. 

Formatos

Entre os convidados desta edição, constam nomes do jornalismo nacional e internacional que estão inovando no desenvolvimento de modelos de negócio viáveis e em novas perspectivas para o mercado digital. A programação completa do evento será divulgada nas próximas semanas pelo site www.festival3i.org.

Além das mesas de debate, que acontecerão pelas manhãs e tardes do evento, o Festival também contará com apresentações de cases de sucesso no estilo “Ted talks” durante os intervalos. 

Os participantes poderão se inscrever em workshops que acontecerão paralelamente à programação, durante todo o evento, com temas como “Saúde mental nas redações”, “Como fomentar a mentalidade de produto na minha redação?” e “Como transformar uma ideia em um roteiro do Youtube?”. As vagas são limitadas e os inscritos serão selecionados por ordem de chegada.