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Academia é inaugurada para aulas de Jiu-Jitsu no Conjunto Esperança

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O espaço foi inaugurado no segundo andar da “Índios Academia” e 200 alunos já se increveram

Na manhã do último sábado (13), foi inaugurada no Conjunto Esperança a Dream Maré Jiu-jitsu, com o professor Raphael Nóbrega. A academia tem como objetivo acolher crianças e adolescentes que não têm renda para o investimento no esporte. O projeto deseja ser uma oportunidade, fornecendo um esporte de qualidade, com dignidade, inclusão e educação.

O espaço foi inaugurado no segundo andar da “Índios Academia”, local cedido por Valtemir Messias, conhecido como Índio, presidente da Associação da Vila do João. “Quando o Raphael apresentou o projeto abracei de imediato e logo me surpreendi com mais de 200 escritos”, conta. Ele defende que além da possibilidade de ser campeão, o jiu-jitsu traz vínculos de amizades e saúde mental para as crianças.

Indicado entre os melhores do ano das artes marciais pelo sindicato Sport Jiu Jitsu South American Federation (SSJJSAF), Raphael deseja que o projeto seja referência para o Brasil. “Vamos desempenhar um bom trabalho aqui no Conjunto Esperança, pois sou nascido e criado aqui. Sei que ser campeão não é fácil, pois quando comecei na Ação Comunitária do Brasil, na Vila do João, muitas vezes tive os obstáculos de tiroteios. Olhando para trás vejo que fui campeão da vida com resistência”, comenta.

Com 23 anos de jiu-jitsu, sendo 13 anos de faixa preta, Raphael tem um histórico de vitórias. Só no ano passado disputou 18 campeonatos, com 48 medalhas conquistadas. Só em um final de semana foram quatro pódios. Com esse currículo, ele deseja reverter isso em ensinamentos para os seus alunos. Além disso, o projeto planeja oferecer aula de inglês voltado para o jiu-jitsu, psicologia e intercâmbio, para que jovens da Maré possam se aperfeiçoar fora do país.

“Queremos somar e agregar valores. Almejo que a família caminhe com o atleta, sendo o maior laço de incentivo. Juntos vamos acompanhar os boletins, ver como está o estudo do aluno. Quero um projeto na favela com o mesmo perfil da Barra e Zona Sul, fornecendo um bom equipamento”, diz. Ele acredita que o jiu-jitsu é uma arte marcial que se apresenta com disciplina e isso é bom para as crianças. A Dream Maré Jiu-jitsu fica na Rua José Moreira Pequeno, nº 45, no Conjunto Esperança. Para conhecer mais, basta acessar o Instagram da academia ou do mestre Raphael.

Campanha ‘Somos da Maré e Temos Direitos’ mobiliza moradores sobre segurança pública

Promovida pela Redes da Maré campanha leva informações do que pode ou não em abordagens e como se manter em segurança

A campanha Somos da Maré e Temos Direitos está circulando pelas favelas do Conjunto de Favelas da Maré. Desde ontem (17) Equipes da Redes da Maré lideradas pelo Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça (DSPAJ) levam informações e conversam com moradores pelas ruas da Maré.

A ação mostra aos moradores da Maré o óbvio mas que é importante ser dito: moradores de favelas também têm direitos. Para além disso, a mobilização mostra o que pode ou não acontecer em uma abordagem policial e como os moradores podem se manter seguros, usando uma linguagem simples e didática. 

Para a mobilizadora Bruna Silva, de 44 anos, moradora da Vila dos Pinheiros e mãe de Marcus Vinicius  – assassinado aos 14 anos, em 2018, durante uma operação policial – é importante levar estas informações sobre legalidade de operações policiais na favela: “Porque nem tudo eles podem fazer e a maioria das pessoas acham normal ter a casa invadida pela polícia com o pé na porta, por não saberem dos seus direitos”, afirma. Bruna também realiza trabalhos fora do Maré junto com mães de vítimas da violência do Estado. “Para a gente estar lá fora é bom porque muita gente acha que favelado não tem voz nem direito”, conclui. 

A responsável pela frente de mobilização e articulação do eixo DSPAJ, Isabel Barbosa, explica que a campanha traz o morador como protagonista na luta por segurança pública: “Estamos nas ruas aberto ao diálogo com os  moradores pensando juntos o quanto os impactos dessa política militarizada afetam nossa vida e quais estratégias a gente pode adotar para se cuidar e ter uma nova política de segurança pública feita com a participação da população”.  

Assuntos relacionados

O que fazer em uma abordagem?

A cartilha “Somos da Maré. Temos direitos!” está sendo distribuída com dicas de segurança incluindo o que o policial pode ou não fazer numa abordagem.

Segundo o documento, o morador abordado precisa ficar calmo, manter-se seguro e responder os questionamentos do policial de forma objetiva e demonstrando tranquilidade. Caso não se sinta seguro, evite locais fechados e permanecer em ambientes públicos.

Em casos de violência tentar demonstrar aos vizinhos e familiares o que está acontecendo para que possam pedir ajuda. Em casos que não seja possível pedir ajuda tentar memorizar o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Para denunciar uma violência depois de uma abordagem, grave áudio relatando e fotografe e filme danos físicos e materiais na horizontal (celular deitado).

O que pode ou não numa abordagem policial?

Não vale o uso de mandatos coletivos para entrar na casa dos moradores. O policial deve apresentar um mandato judicial contendo o nome completo, endereço e motivo da busca. Entrar no domicílio sem mandado judicial e sem autorização do morador a menos que em situação de flagrante situação.

Os policiais não podem usar escolas e unidades de saúde como base de operações policiais, nem revistar crianças e adolescentes. Mulheres devem ser preferencialmente revistadas por policiais mulheres, exceto em casos que retardem ou prejudiquem a investigação. Os policiais também não podem pedir para a pessoa ficar de roupas íntimas nem coletar depoimentos na rua, apenas em delegacias

Também não pode revistar celular sem mandado judicial ou autorização do morador, ofender ou constranger a pessoa na abordagem. Deter uma pessoa por falta de documentos, nem manter uma pessoa em cárcere privado.

O que vale numa abordagem policial?

No documento informa que vale o policial se identificar, pedir a identificação da pessoa abordada, revistar desde que haja algum motivo claro para isso. Também vale pedir para que a pessoa revistada levante os braços e encoste na parede. 

O policial pode solicitar a entrada na casa do morador somente em flagrante delito. Conduzir alguém a delegacia na ausência de documentos caso haja suspeita fundamentada de pendência na justiça. Também é importante haver em todas as operações ambulância para socorro de feridos em local acessível a todos. 

Vale a pena ler de novo: 3 matérias sobre o Vacina Maré

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No “Vale a Pena Ler de Novo” desta semana, o Maré de Notícias resgata três matérias sobre a campanha #VacinaMaré, que teve início no fim de julho de 2021 e foi um marco no combate à covid-19 no território. Com a imunização de um alto percentual de moradores em tempo recorde, a Maré se tornou o local ideal para o Vacina Maré, um levantamento de dados para uma série de importantes estudos que têm auxiliado no enfrentamento ao coronavírus no mundo.

Confira as matérias:

Nova Carteira Nacional de Identidade: saiba como tirar e o que mudou

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Apesar de ser recomendado solicitar o novo documento o quanto antes, o RG só perde a validade em 2032

O Detran-RJ iniciou a emissão da nova Carteira Nacional de Identidade (CNI), que substituirá o antigo RG. Apesar de ser recomendado solicitar o novo documento o quanto antes, o RG só perde a validade em 2032. Entenda mais abaixo.

A Carteira de Identidade Nacional segue a Lei nº 14.534/2023, sancionada pelo presidente Lula (PT), que determina o CPF como número único e suficiente para identificação do cidadão nos bancos de dados de serviços públicos. A nova carteira passa a ser obrigatória a partir de 28 de fevereiro 2032 quando a antiga deixará de ser válido.

Para solicitar a CNI, é necessário agendar um atendimento no site do Detran-RJ e comparecer ao posto escolhido com a certidão de nascimento ou casamento e comprovante de residência. A emissão do novo documento é gratuita.

O que mudou?

A CNI possui recursos de segurança avançados, como QR Code, que permite a verificação de autenticidade. O objetivo da nova identidade é simplificar a vida do cidadão, reduzindo a quantidade de documentos que precisa portar. Além disso, a unificação com o CPF visa minimizar fraudes e inconsistências cadastrais.

O novo documento também conta com informações adicionais, como nome social e filiação, proporcionando maior inclusão e reconhecimento da diversidade. 

Informações opcionais

Segundo o site do Detran RJ, outras informações opcionais podem constar na carteira. Basta apenas que o requerente apresente o documento original ou cópia autenticada da lista abaixo: 

  • CPF;
  • PIS – Programa de Integração Social ou PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público ou NIS – Número de Identificação Social;
  • CNS ou SUS – Cartão Nacional de Saúde;
  • Título de Eleitor;
  • Identidade Profissional expedido por órgão ou entidade legalmente autorizado;
  • CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social;
  • CNH – Carteira Nacional de Habilitação;
  • Certificado Militar;
  • Resultado do exame laboratorial, com indicação do Tipo Sanguíneo e Fator Rh.

Como se cadastrar no CadÚnico?

CadÚnico permite que pessoas de baixa renda tenham acesso a benefícios sociais

O Cadastro Único (CadÚnico) é um sistema do Governo Federal do Brasil que reúne informações socioeconômicas das famílias de baixa renda. Este cadastro é essencial para que cidadãos possam ter acesso a diversos programas sociais, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC),  Minha Casa Minha Vida e a Tarifa Social de Energia Elétrica. A seguir, explicamos como realizar o cadastro de forma simples e prática.

O CadÚnico é voltado para famílias que possuem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou renda mensal total de até três salários mínimos. Também podem se cadastrar famílias que vivem em situação de rua, comunidades tradicionais e famílias com renda superior, desde que estejam inscritas em programas sociais.

Documentos necessários

Antes de iniciar o processo de cadastro, é importante reunir os seguintes documentos:

  • Documento de identificação: Pode ser a Carteira de Identidade (RG), CPF, Carteira de Trabalho ou Certidão de Nascimento/Casamento.
  • Comprovante de residência: Conta de luz, água ou telefone recente.
  • Comprovante de renda: Contracheque, carteira de trabalho ou declaração de renda.
  • Título de eleitor: Obrigatório para o Responsável pela Unidade Familiar (RF) que tenha mais de 18 anos.
  • Documentação dos membros da família: RG ou Certidão de Nascimento, CPF e comprovantes de escolaridade dos demais membros da família.

Passo a Passo para o Cadastro

1. Localize o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) mais próximo

Para se cadastrar, você deve se dirigir ao CRAS mais próximo de sua residência. O CRAS é responsável pelo atendimento e inserção das famílias no CadÚnico. Na Maré, o CRAS de referência é o Cras Nelson Mandela: R. da Regeneração, 654 – Bonsucesso, Rio de Janeiro – RJ, 21040-170.  

Compareça ao CRAS com todos os documentos necessários. No local, um técnico de referência da assistência social fará a entrevista de cadastro, coletando todas as informações sobre a composição e a renda da sua família.

Durante a entrevista, o técnico preencherá o formulário do CadÚnico com as informações fornecidas. É importante responder a todas as perguntas de forma clara e precisa para evitar problemas futuros.

Após a finalização do cadastro, será gerado o Número de Identificação Social (NIS) para o Responsável pela Unidade Familiar (RF) e para cada membro da família. Esse número é essencial para o acompanhamento e acesso aos programas sociais.

Dicas importantes

  • Atualização de dados: Mantenha seus dados sempre atualizados. Sempre que houver alteração na composição familiar, mudança de endereço ou renda, informe ao CRAS.
  • Consultas e benefícios: Utilize o NIS para consultar sua situação no CadÚnico e verificar os benefícios a que tem direito.
  • Atenção às fraudes: Desconfie de pessoas que oferecem serviços de cadastro em troca de pagamento. O cadastro no CadÚnico é totalmente gratuito.

Com esses passos, você estará apto a se cadastrar no CadÚnico e a acessar os diversos benefícios oferecidos pelo Governo Federal. Mantenha-se informado e cuide para que suas informações estejam sempre atualizadas.

Orquestras da Maré transformam as vidas de jovens e adultos pela música

As orquestras Maré do Amanhã (OMA) e a Camerata do Uerê, atendem crianças e adolescentes que trazem algumas conquistas em suas trajetórias

Edição #162 – Jornal Impresso do Maré de Notícias

A musicalidade das favelas é geralmente conhecida pelo funk, samba e pagode, mas há outros ritmos que também tocam os corações mareenses. Por exemplo, a música clássica. A Maré tem hoje pelo menos duas orquestras que unem a paixão pela música com a força da juventude, trazendo novas sonoridades para o bairro e conquistando cada vez mais novos territórios.

As orquestras Maré do Amanhã (OMA) e a Camerata do Uerê, atendem crianças e adolescentes e trazem algumas conquistas em suas trajetórias:  a Camerata do Uerê existe há oito anos e, por lá, já passaram mais de cinquenta crianças. Em julho, a orquestra abriu o Rio Harpa Festival 2024, que homenageou a África. 

A OMA foi eleita como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro, em 2023, e já atendeu mais de quatro mil crianças em 14 anos de existência. Entre os feitos mais notáveis na lista da OMA estão: a apresentação para o Papa Francisco no Vaticano (Itália), a apresentação no Palco Favela do Rock in Rio, em 2019, e o desfile na Marquês do Sapucaí, com a bateria da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis. Além de apresentações ao lado de grandes nomes da música como Alcione, Anitta e Ludmilla. 

Apesar dos feitos, as coordenações das orquestras concordam que, o maior deles, é a transformação feita na vida dos alunos. 

Respeito pela Maré

Andressa Lelis, de 16 anos, moradora da Vila dos Pinheiros, já participou das duas turnês internacionais da OMA. Ela conta que entrou na orquestra por incentivo dos pais, que viram seu interesse em tocar violino e piano, e que através da orquestra, ela vê uma mudança significativa no olhar das pessoas para a Maré.

“As pessoas achavam que aqui só tinha violência, mas quando falo que faço parte da orquestra, elas vêem diferente”.

Andressa Lelis

Andressa acrescenta que a relação dela com a Maré também mudou depois da orquestra: “Eu tenho respeito, e gosto de mostrar para as pessoas que eu faço parte da orquestra, para elas respeitarem a Maré também”.

Além das apresentações, a OMA também capacita os alunos para os testes de aptidão específica (T.H.E), em que os alunos, para ingressarem em faculdades de música, precisam tocar clássicos de compositores como Beethoven, Bach e Mozart.

Repertório para todos

O professor da orquestra Camerata do Uerê, Valnei Alves, de 19 anos, morador da Nova Holanda, conta que o interesse pela música veio da curiosidade ao ver o violino pela primeira vez. Ele comenta sobre a importância de garantir o acesso à cultura para todos. 

“Nós fazemos concertos didáticos nas escolas e cantamos músicas populares justamente para chamar o público para cantar. Pela falta de acesso, as pessoas não têm interesse mesmo. Por isso é importante os projetos sociais, para permitir que todos tenham acesso e levar a arte para todos”.

O maestro da Orquestra Maré do Amanhã, Filipe Kochem explica que, para as escolhas das músicas, eles têm a preocupação de aproximar o  público: “Para as crianças menores, a gente toca cantigas de roda. Para o público adolescente, a gente toca música de jogos, séries e filmes”. 

O maestro acrescenta que a identidade da Maré é considerada para a escolha do repertório, com uma lista de músicas nordestinas e funks que fazem sucesso nas apresentações.

Desafios

O Instituto Vida Real, com o projeto Música na Maré, também possuía uma orquestra, mas a mesma está parada no momento, por falta de patrocínio, mas, apesar da paralisação, as aulas de música continuam na ONG.

Carlos da Silva, de 27 anos,  morador da Nova Holanda, começou no projeto como estudante em 2017 e, hoje, é também professor. “A música me mostrou outro caminho que eu posso seguir”, afirma.