Home Blog Page 340

Ronda Maré de Notícias: Prefeitura anuncia pontos de vacinação drive-thru na cidade

Bangu, Engenho de Dentro, Maracanã, Santa Cruz e Urca são alguns dos locais que receberão os pontos de vacinação

Por Andressa Cabral Botelho, em 05/02/2021 às 19h35

Começou nesta segunda-feira (01) a vacinação contra a covid-19 para pessoas acima de 95 anos e ao longo de fevereiro pessoas com mais de 75 anos receberão a primeira dose do imunizante. Para agilizar o processo e evitar aglomerações nas unidades de saúde nos finais de semana, a prefeitura do Rio anunciou 10 pontos de vacinação drive-thru espalhados pela cidade. Até o momento, 170.431 pessoas já foram vacinadas, o que equivale a 2,53% da população da cidade. 

As unidades funcionarão aos sábados de 8h a 12h e irão atender os idosos que se vacinariam especificamente naquela semana, mas não puderam ir no dia determinado para as suas faixas etárias. A única exceção é o ponto de vacinação da UERJ (Maracanã), que funciona de segunda a sexta-feira, de 9h às 15h.

Confira a lista dos 10 pontos de vacinação no Rio divididos por região:

Zona Norte
Engenho de Dentro: Estádio Nilton Santos (Engenhão) – Rua José dos Reis, 425;
Ilha do Fundão: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [Local exato a definir];
Madureira: Parque Madureira – Rua Soares Caldeira, 115;
Maracanã: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) – Portão 4, na Rua Radialista Waldir Amaral.

Zona Oeste
Bangu: Centro Municipal de Saúde Guilherme da Silveira Filho – Avenida Ribeiro Dantas, 571;
Barra da Tijuca: Parque Olímpico do Rio de Janeiro – Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3.401;
Campo Grande: Centro Municipal de Saúde Belizário Penna – Rua Franklin, 29;
Santa Cruz: Policlínica Lincoln de Freitas Filho – Rua Álvaro Alberto, 601.

Zona Sul
Urca: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [Campus Praia Vermelha] – Avenida Pasteur, 250 (portão a definir).

Centro
Sambódromo – Avenida Marquês de Sapucaí (setor a definir).

Nesta semana, o prefeito Eduardo Paes comunicou via redes sociais que houve uma antecipação na meta de imunização. Se antes, a proposta era vacinar até o final de fevereiro idosos com mais de 80 anos, com a chegada de novas doses e do componente que possibilita a produção de vacinas no país, pessoas a partir de 75 anos também receberão a primeira dose da vacina até o final desse mês. Com isso, o calendário de vacinação foi alterado, conforme publicação feita pela Secretaria Municipal de Saúde.

Enfrentamento da covid-19 nas favelas

Coletivos de favelas e instituições com foco no enfrentamento da pandemia nas favelas estão se organizando para o Dia Estadual de Mobilização para Enfrentamento da COVID-19 nas Favelas do Rio de Janeiro, que vai acontecer ao longo do dia 10 de fevereiro. A ação é uma mobilização coletiva para chamar a atenção para a saúde e as desigualdades nas favelas do estado do Rio de Janeiro e consequentemente auxiliar na mitigação dos efeitos da pandemia. 

A proposta é chamar atenção para a letalidade da doença nas favelas e justifica a importância de se pensar em medidas para a garantia do direito à vida nas favelas. Assim, as organizações vão fazer ações presenciais e emitirão alertas sobre a covid-19 nesses territórios pelas redes sociais utilizando as hashtags #favelacontrapandemia #mobilizafavela #favelaresiste. 

Segundo o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas do Rio, até o dia 05 de fevereiro foram 29.306 casos e 3.196 mortes em decorrência do novo coronavírus. A Maré continua com alto risco de contágio para a doença e tem hoje (05) 1.447 casos confirmados e 157 mortes, de acordo com o painel da prefeitura do Rio. 

Covid-19 no Rio

A cidade do Rio é a capital mais letal do país, ultrapassando, inclusive, a cidade de São Paulo, que tem o dobro de habitantes que a cidade do Rio e um número aproximado de mortes pela covid-19. Até o momento, a cidade contabiliza 17.627 mortes pela doença, além de 191.524 casos confirmados, de acordo com o painel da prefeitura. Nas últimas 24h, 92 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. Todas as zonas administrativas da cidade encontram-se em alto risco para a covid-19. 

Atendimento psicológico gratuito

O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da graduação em Psicologia da Unisuam está com inscrições abertas para novos atendimentos em 2021. O serviço pode variar entre presencial e virtual e é realizado pelos estagiários sob supervisão dos professores. Caso a pessoa opte pelo atendimento presencial, ele será realizado nas unidades de Bonsucesso ou de Campo Grande. Inscreva-se aqui

Cursos gratuitos para moradores de favelas e periferias

O Laboratório de Transformação Cultural, realizado pela ANF Produções, está oferecendo cursos online gratuito para jovens de 16 a 28 anos moradores de favelas e periferias do Rio de Janeiro. Formação livre em Criação, Gestão e Produção Cultural com foco na metodologia do “Saber Fazer para Transformar”. As inscrições acontecem via formulário e acontecem até 09/02. Em caso de dúvida, o edital já está disponível nas redes, ou entre em contato pelo e-mail [email protected]

Inscrições abertas na Luta Pela Paz

A ONG Luta pela Paz está com inscrições abertas para turmas de boxe e artes marciais, com o público focado em crianças e adolescentes com deficiência. As inscrições vão até o dia 15 de fevereiro na sede da organização, na Rua Teixeira Ribeiro, 900 – Nova Holanda, Maré. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (21) 99608-3872.

Produção de documentário sobre o Complexo do Alemão

O Instituto Raízes em Movimento irá fazer um documentário e está convocando jovens a partir de 15 anos para participar da produção, que faz parte do projeto Faveladoc 3.0. Para os interessados, a organização disponibilizou um edital com informações, mas também é possível tirar dúvidas pelo e-mail para: [email protected] ou pelo telefone (21) 2260-3998. Inscreva-se aqui

Doc Maré: oficina de documentário

Estão abertas as inscrições para participar da oficina de documentários de Alice de Andrade, que irá abordar a linguagem documental por meio de análise de filmes e de exercícios práticos. Serão nove encontros – sete virtuais e duas presenciais – às terças e quintas-feiras, das 14h às 16h, nos dias 11, 18, 23, 25 de fevereiro e 2, 4, 16 e 18 de março.

Serão apenas 20 vagas, com 10 bolsas de R$200 e certificado de participação para quem tiver mais de 75% de frequência. As inscrições vão até o dia 09 de fevereiro e podem ser feitas através do formulário de inscrição.

Perdeu alguma matéria? O Maré de Notícias acha para você!

Domingo (31/01)

Hanseníase: temos a cura, por Letícia Lima, Paula Aarestrup e Ximena Illarramendi. Leia mais.

Segunda-feira (01/02)

Maré de Notícias #121. Leia mais.
Professores da rede municipal fazem greve contra retorno das aulas presenciais, por Edu Carvalho. Leia mais.
1º de fevereiro é marcado por greve dos BRT’s, por Edu Carvalho. Leia mais.
Moradora da Maré de 103 anos é a primeira idosa vacinada contra a covid-19 do território, por Thaís Cavalcante. Leia mais.

Terça-feira (02/02)

Prefeitura antecipa em uma semana calendário de vacinação, por Edu Carvalho. Leia mais.
OAB-Rio cobra celeridade na investigação das mortes de Emily e Rebecca, por Edu Carvalho. Leia mais
Condenado pela morte de Amarildo, Major Edson é reconduzido à Polícia, por Edu Carvalho. Leia mais.
Moradores da Maré vão participar da liberação de Wolbitos, os mosquitos que combatem a dengue, por Guilherme Costa (World Mosquito Program e Fiocruz). Leia mais.

Quarta-feira (03/02)

Operação em Quintino termina com nove mortes, por Edu Carvalho. Leia mais.
Licitação sobre estação de barcas na Ilha do Fundão será analisada pelo TCE-RJ, por Edu Carvalho. Leia mais.
Corpo de menina Ana Clara, morta na porta de casa, é enterrado sob pedidos de paz e justiça, por Edu Carvalho. Leia mais.

Quinta-feira (04/02)

Paixão sobre rodas: Motoclube da Maré une motociclistas, rock e solidariedade, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
Na favela, eles preferem o rock‘n’rol, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
Dez grandes favelas brasileiras lançarão o “Banco do G10”, por France Press. Leia mais.
Prefeitura do Rio anuncia edital de fomento para o carnaval carioca, via Prefeitura do Rio. Leia mais.

Sexta-feira (05/02)

Maré 40° graus, por Laerte Breno e Maré Verde. Leia mais.
Rio de Janeiro lidera ranking como capital com maior número de mortes por covid-19, por Edu Carvalho. Leia mais.
Em decreto, prefeitura proíbe desfile de blocos e escolas de samba, por Andressa Cabral Botelho. Leia mais.
Secretaria de Saúde lança portal com informações sobre vacinação contra Covid-19, por Edu Carvalho. Leia mais.
Com cheiro ruim e cor de barro, cariocas precisam comprar água, por Thaís Cavalcante. Leia mais

Com cheiro ruim e cor de barro, cariocas precisam comprar água

0

Problema na água persiste desde o ínicio do ano 

Por Thaís Cavalcante em 05/02/2021 à 18h

Editado por Edu Carvalho

Garantir o acesso universal e seguro a água limpa e saneamento básico é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mas isso parece cada vez mais distante da população mareense e de todos os cariocas. A “Crise da geosmina” vivida em 2020 está sendo relembrada agora: quando não falta, a água consumida tem gosto e cheiro. O problema impacta a população durante a pandemia e isso se agrava, pois o Rio de Janeiro já perdeu mais de 17 mil e 500 vidas para covid-19 e segue como líder em número de mortes do Brasil. E o Conjunto de Favelas da Maré, no topo como o território popular com mais casos da doença: 2.449.

Na última quinta-feira (4), um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro através do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente e a Defensoria Pública do Estado chegou à justiça. O documento solicita com urgência que a Justiça indique que a Cedae forneça um desconto de 25% na conta de água da população – tanto pela falta de abastecimento quanto pela baixa qualidade. “Tendo em vista o estado de calamidade pública em razão da pandemia de Covid-19, os demandados providenciasse a regularização do fornecimento de água em todas áreas da capital fluminense, vedada a exclusão das comunidades carentes”.

De acordo com a CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), o motivo do problema ainda é o mesmo do ano passado: isso acontece pela presença da alga geosmina. A companhia afirma que aumentou a dosagem de carvão ativado na entrada de água na estação e vem aplicando a argila ionicamente modificada para reduzir proliferação das algas na lagoa. Enquanto isso, as reclamações da população continuam e não só pela falta da qualidade, mas também pelo gasto com a compra de água mineral.

Camilla Nascimento, moradora da favela Marcílio Dias, na Maré, não confia na água que sai da torneira nos últimos meses. “Aqui em casa a água está vindo com gosto parecido com o terra e de ferrugem. Está bem difícil, porque tenho dois filhos pequenos e não posso dar essa água para eles. Estou comprando com toda a dificuldade e apoio dos meus avós, pois não estou trabalhando. Eu acabo tomando essa água suja, mas não dou pra eles”, conta.

Moradores na luta pelo direito à água

A falta de abastecimento de água nas casas em janeiro também impactou a vida dos moradores, devido ao fechamento da estação do Rio Guandu. Nos últimos meses de 2020 foi iniciado um mapeamento local online realizado pelos coletivos de favelas Maré Vive, Maré 0800, Palafita 174, Papo Reto e Coletivo Marginal para saber em quais espaços populares estava faltando água. Foram mais de 400 notificações por meio de formulário em 24 horas que seriam levadas às autoridades. 

Jota Marques, conselheiro tutelar e morador da Cidade de Deus, representou os coletivos de favelas na audiência pública “O direito humano à água”, realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em dezembro de 2020, junto a moradores de favelas e representantes de organizações.

“Neste momento de pandemia é onde nos falta a água, uma questão de direito humano e de dignidade. (…) Isso não é uma coisinha que vai passar. A gente precisa muito de água para se proteger, além de precisar beber para não morrer de sede. Os coletivos estavam na linha de frente para evitar a expansão da pandemia e a água é fundamental”, destaca Jota.

Ele completa que não é a população mais pobre que faz o uso exagerado da água, mas sim as grandes indústrias. E que o capitalismo transforma a água em produto para ser privatizado. “A gente precisa proteger a nossa água e o nosso meio ambiente. Precisamos de ter um olhar mais atento para o nosso povo”.

Assista a audiência pública “O Direito Humano à água” na íntegra:

Secretaria de Saúde lança portal com informações sobre vacinação contra Covid-19

0

Hotsite traz vacinômetro atualizado diariamente e simulador que aponta em que fase da campanha a pessoa se encaixa

Por Edu Carvalho, em 05/02/2021 às 16h


Com objetivo de esclarecer dúvidas e dar mais transparência aos dados relacionados à vacinação contra Covid-19 no estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) lança, nesta quinta-feira (04.02), o Portal Vacinação Covid. O hotsite (http://vacinacaocovid19.saude.rj.gov.br/) conta com um vacinômetro, simulador de fases de vacinação, em que o cidadão fluminense poderá saber em que etapa da campanha ele se encaixa, além de uma área com perguntas e respostas.

– A ideia é darmos cada vez mais transparência aos dados de saúde. Com o Painel Covid, que entrou no ar no início de janeiro, criamos uma forma objetiva e simplificada para apresentar as notificações de casos de Covid, a taxa de ocupação de leitos e outras informações relativas à pandemia do novo coronavírus. Agora, neste portal, vamos garantir que a população receba informações seguras e tire suas dúvidas sobre a vacinação – disse o secretário de Saúde Carlos Alberto Chaves.

O novo site permitirá ao cidadão acompanhar a evolução da vacinação no estado, checar as fases prioritárias da campanha, conforme definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, e simular o seu lugar na fila da vacina. Também será possível esclarecer dúvidas como segurança da vacina, público a ser vacinado, efeitos adversos, entre outras informações que auxiliem no combate às notícias falsas relacionadas ao tema. O portal estará em constante atualização, buscando reunir informações e notícias sobre a vacinação. 

Vacinômetro – O portal traz uma ferramenta de monitoramento do número de pessoas já imunizadas contra Covid-19 nos 92 municípios do estado. O contador será atualizado diariamente. O balanço é realizado por meio de busca ativa, a partir da Gerência de Imunização da Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, junto às coordenações/gerências de imunização das secretarias municipais de Saúde.

Simulador de fases da vacinação – Após preencher informações como data de nascimento, atividade profissional, doenças diagnosticadas e condição atual, o usuário ficará sabendo em qual fase da vacinação ele se encaixa. O objetivo é que a pessoa possa estar orientada para o momento de se vacinar.

Dúvidas frequentes – Um questionário de perguntas e respostas foi elaborado pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES com as principais dúvidas sobre a vacina e a definição de prioridades do Programa Nacional de Imunizações.

Em decreto, prefeitura proíbe desfile de blocos e escolas de samba

Medida vale entre os dias 12 e 22 de fevereiro e descumprimento de lei será considerado crime

Por Andressa Cabral Botelho, em 05/02/2021 às 12h10

O prefeito Eduardo Paes decretou nesta sexta-feira (05) que está proibida qualquer aglomeração referente a desfiles de escolas de samba e cortejos de blocos de rua entre os dias 12 e 22 de fevereiro. O descumprimento será considerado crime contra a saúde pública da cidade.

As regras foram publicadas no Diário Oficial desta sexta-feira. Além da proibição dos desfiles, também não está autorizado o comércio ambulante e a entrada de veículos fretados que não sejam de pessoas prestadoras de serviços. Anteriormente, o prefeito já tinha decretado a suspensão do ponto facultativo da segunda-feira de carnaval, dia 15 de fevereiro.

O receio de Paes são os blocos não oficiais, que surgem de forma espontânea, tendo em vista que a Associação de Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) foi a favor do posicionamento da prefeitura em cancelar o carnaval. Segundo a prefeitura, agentes do município estão autorizados a apreender instrumentos dos músicos e produtos dos camelôs e rebocar carros de som.

“O descumprimento do disposto neste decreto poderá ensejar a configuração de crime previsto no Artigo 268 do Código Penal Brasileiro, sem prejuízo das demais sanções cabíveis”, declarou Paes. A pena para o descumprimento do artigo, que fala sobre infração de medida sanitária preventiva, é de um ano de prisão e multa. Além disso, qualquer agremiação flagrada desrespeitando o decreto será proibida de desfilar em 2022.

Leia também:
Prefeitura do Rio anuncia edital de fomento para o carnaval carioca
Carnaval fora de época no mês de julho de 2021 é cancelado

Rio de Janeiro lidera ranking como capital com maior número de mortes por covid-19

0

Cidade contabiliza mais de 17 mil mortes

Por Edu Carvalho, em 05/02/2021 às 10h

Nesta última quinta-feira, 4, o município do Rio de Janeiro se tornou lider em relação ao número de mortes por covid-19. Com mais de 17.535 óbitos, a capital fluminense deixou para trás a cidade de São Paulo, que contabiliza 17.491.

A capital paulista tem mais de 12 milhões de habitantes, quase o dobro dos 6,7 milhões do Rio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Até o último balanço, o Rio registrou 106 óbitos e 711 novos casos de Covid-19. No total, são mais de 191 mil casos registrados, com 163 mil pacientes recuperados. Já São Paulo registrou 54 mortes nas últimas 24 horas.

Maré 40º graus

0

Entenda como se formam as ilhas de calor e quais os seus impactos na Maré

Por Laerte Breno e Maré Verde, em 05/02/2021 às 10h

       As mudanças climáticas estão tomando proporções cada vez maiores, e pesquisas já apontam aumentos significativos nas temperaturas com dias cada vez mais quentes. Quando pensamos no processo de crescimento das favelas, tais espaços são facilmente impactados com o fenômeno, pois as suas consequências se expressam com maior força em locais com excessiva quantidade de construções e baixa concentração de áreas verdes onde a temperatura é mais elevada.

A falta de áreas verdes; o crescimento de ruas e avenidas asfaltadas; a alta quantidade de edifícios interferindo na circulação dos ventos tornando os bairros em volta mais quentes e a poluição do ar causada por atividades industriais e intensa circulação de carros, ônibus e caminhões, ruas estreitas, casas mal ventiladas pela necessidade de moradia e crescimento populacional exponencial contribuem para a formação das ilhas de calor. As características acima mencionadas poderiam se referir à Maré, mas trata-se de diversos outros espaços na cidade do Rio e também no país.

As altas temperaturas, assim como suas variações bruscas, são sentidas cada vez mais dentro e fora das favelas. Além disso, o desconforto térmico causado pela forma como o espaço urbano é produzido afeta não só o nosso meio ambiente, mas também põe em risco a saúde de nós, moradores de favelas e periferias. Logo, é fundamental cobrar o prefeito da sua cidade um diálogo mais próximo com a sua localidade, sabemos que a favela recebe um tratamento diferenciando se compararmos com os bairros da zona sul do munícipio do Rio de Janeiro, de abandono e poucas intervenções governamentais quando o assunto é pensar políticas públicas efetivas. É o nosso dever enquanto cidadãos!

A moradora da Maré, Valdirene Militão, de 49 anos e bolsista no Campus Fiocruz da Mata Atlântica, reconhece a gravidade do tema. “O tempo todo eu vejo essa mudança. Os prédios estão crescendo de forma muito acelerada. Não só aqui na Maré, mas também em outros bairros, como Jacarepaguá. Isso de uma forma direta, interfere na circulação de ar”. Para tentar minimizar o calor no local onde vive, ela tem uma horta na sua laje, trazendo todo verde ao ambiente domiciliar e reconhece que “com a falta de vegetação, tem um excessivo calor, o que deixa o ar mais seco. Um exemplo disso é a Vila Autódromo. Antes dela ser removida, era muito verde com milhares de plantações. Era um lugar refrescante”. 

Embora o crescimento populacional na Maré se consolide de forma cada vez mais acelerada por conta do tombamento de algumas árvores para a construção de casas, precisamos olhar para cada rua, beco e viela com cautela, deixando um espaço confortável para as gerações futuras, amenizando os impactos de um futuro não tão distante. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), nos próximos 100 anos, as mudanças climáticas vão provocar o aumento de eventos climáticos intensos como tornados e chuvas com granizo, além de rajadas de vento, elevando as possibilidades de inundações e o risco de contaminação. Pode parecer longe, mas está mais perto do que imaginamos. 

Não devemos apenas esperar medidas para diminuir o problema por parte do poder público. Nós também podemos adotar ações simples, como conversar com a associação de moradores da sua localidade e checar a possibilidade de locais para o plantio de árvores, criação de parques e preservação de áreas verdes. Em relação ao ar, basta diminuir, se tiver, o uso do seu carro para trajetos curtos. E o mais importante: hidrate-se. 

Laerte Breno, 25 anos, Morador da Maré, Graduando em Letras pela UFRJ, Colunista, Educador, pesquisador e mobilizador social.