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Ronda Maré de Notícias: Casos e internações por covid-19 voltam a subir no Rio de Janeiro

Em oposição aos números, secretário de Política Econômica afirma que possibilidade de segunda onda é baixa

Por Andressa Cabral Botelho, em 19/11/2020 às 19h20
Editado por Dani Moura

Contrariando alta de mortes em diversos estados, o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia Adolfo Sachsida afirmou nesta terça-feira (17) que a possibilidade de uma segunda onda de covid-19 no país é baixíssima. Segundo o secretário, a pasta acompanha os dados de casos e mortes da doença e faz esse acompanhamento para planejar ações para prorrogar o auxílio emergencial e para planejar a retomada econômica.

Os números, entretanto, mostram que a taxa de transmissão no Brasil saiu de 0,68 no dia 10 de novembro para 1,10 na última terça-feira (17), como aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido. Isso significa que a cada 100 pessoas contaminadas, outras 110 pessoas são infectadas pelo vírus. Ou cada pessoa transmite para, no mínimo, uma outra. Mais do que isso, esses números reforçam a necessidade de ainda usar máscara e álcool gel na rua, manter a higiene e respeitar o distanciamento social sempre que possível. 

Analisando o painel com os dados da cidade do Rio de Janeiro, é possível notar que houve aumento no número diário de casos. No dia 18 de outubro, a cidade do Rio registrou 91 novos casos, enquanto no dia 18 de novembro, apresentou 913 novos casos, um aumento de 1.003% em um mês. Até o dia 19 de novembro, a capital do Rio tem 129.631 casos confirmados e 12.844 mortes confirmadas e nesta quarta-feira (18) voltou a apresentar alta na média móvel de mortes. Pelo Painel Rio COVID-19, a Maré registrou até o dia 19 de novembro 876 casos e 133 mortes confirmadas. Já no Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, o conjunto de favelas tem 1.970 casos e 163 mortes, entre confirmadas e autodeclaradas.

Lockdown em São Gonçalo

Enquanto isso, em algumas cidades brasileiras, os governos já se preparam para evitar os estragos que a segunda onda de covid-19 pode trazer. A Prefeitura de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, decretou nesta quinta-feira (19) a medida de isolamento social total, incluindo fechamento de estabelecimentos até o dia 27 de novembro, como forma de prevenir o contágio da doença na cidade. O município é o terceiro no estado em número de casos e mortes com 15.422 casos e 807 mortes pelo novo coronavírus até 18 de novembro.

Discutindo psicologia na Maré

O projeto de extensão universitária Educação em Direitos Humanos, da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou na segunda-feira (16) a conferência on-line “PSI MARÉ – um projeto coletivo e plural de intervenção psicanalítica na favela”. Você pode assistir aqui.

Projeto Conectividade (Luta Pela Paz)

O programa Rumo ao ENEM, iniciativa da Unicef com ONG Luta pela Paz, está convocando adolescentes e jovens até 24 anos da Maré para fazer estudos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio. Para participar, os interessados devem estar no ensino médio ou já ter concluído o ensino médio, ambos pela rede estadual de ensino e estar inscrito no ENEM. Os selecionados receberão um kit contendo celular, chip, cinco meses de crédito e material de estudos. Os candidatos devem preencher o formulário de inscrição. O preenchimento deste formulário não garante o recebimento do kit, pois os inscritos estarão sujeitos a análise.

Apresentação da Rede de Apoio às Mulheres da Maré (RAMM)

Na próxima terça-feira, dia 24 de novembro, às 10h, a Rede de Apoio às Mulheres da Maré (RAMM) fará a reapresentação do estudo Fluxo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência da Maré, lançado em setembro deste ano. Para participar, basta mandar um e-mail para [email protected]  e aguardar o link do Zoom, plataforma que será usada para a apresentação. O grupo de trabalho é formado pela Luta pela Paz, Centro de Referência de Mulheres da Maré (CRMM), Centro de Referência para Mulheres Suely Souza de Almeida (CRM), Redes da Maré, Observatório de Favelas, CAPS Magal e a CAP 3.1.

Curso on-line e gratuito sobre Direitos Humanos e Tecnologia

O Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS) e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) promovem o curso Direitos Humanos e Tecnologia: desafios e perspectivas para a cidadania. A proposta é discutir sobre os possíveis usos da tecnologia como ferramenta para garantir direitos e promover cidadania. O curso é gratuito e on-line, e será dividido em cinco aulas, com a sua primeira aula no dia 30 de novembro. Para informações e inscrições, basta acessar o site da ITS

Edital para empreendedores negros na pós-pandemia

O Fundo Baobá para Equidade Racial, em parceria com Instituto Coca-Cola Brasil, Banco BV e Instituto Votorantimo, lançam o edital Programa de Recuperação Econômica de Pequenos Negócios de Empreendedores(as) Negros(as). O edital é voltado para apoiar pequenos empreendimentos de pessoas negras da periferia ou territórios em contexto de vulnerabilidade socioeconômica do país. 

Os selecionados receberão uma mentoria virtual ao longo de seis meses, além da quantia de 30 mil por projeto. As inscrições acontecem de 11 de novembro a 20 de dezembro no site do Fundo Baobá e o programa terá início em 1 de março de 2021.

Wakanda Forever!

Muitos sentimentos tornam-se inspiração para artistas. Foi o que aconteceu com o designer e ilustrador Draco, que ao saber do falecimento Chadwick Boseman, ator que deu vida ao rei T’challa no filme Pantera Negra, decidiu criar e vender uma arte com o desenho da personagem. A ação cresceu e, em parceria com o Voz das Comunidades, ele decidiu que parte dos desenhos impressos será distribuído para crianças negras moradoras de favelas como Maré, Complexo do Alemão Cidade de Deus. 

Assim como o Draco, o Voz das Comunidades  está convidando crianças de 4 a 12 anos que morem nas favelas da Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Complexo da Penha, Santa Marta e Vila Kennedy para fazer um desenho ou pintura inspirada no filme “Pantera Negra” e enviar uma foto para o número de Whatsapp (21) 99893-4031 até o dia 22 de novembro. As imagens selecionadas farão parte de uma exposição virtual.

Podcast FavelaPOD

Está no ar o FavelaPOD #02, podcast do Observatório de Favelas! Em comemoração do Dia Nacional do Conselheiro Tutelar (18/11), o tema é a atuação dos Conselheiros Tutelares responsáveis pela região que abrange a Maré. O podcast faz parte do projeto CRIAndo Rede: proteção à vida de crianças e adolescentes na Maré e está disponível no Spotify e na Apple Podcast. Acesse a pesquisa e conheça mais sobre o projeto. 

Agenda cultural

Do dia 17 ao dia 30 de novembro, o cantor Leoni abre seu Instagram para influencers negros, como Rene Silva, Anielle Franco, Jessé Andarilho e Edu Carvalho, editor do Maré de Notícias, que vai ocupar o perfil do cantor no dia 20 de novembro. Ao longo do dia, ele vai contar um pouco da sua trajetória na comunicação. Vale a pena acompanhar também as outras personalidades que estarão por lá ao longo desses 14 dias e conhecer o trabalho de todos e todas.

O Espaço Cultural Márcio Conde, espaço de memória identidade e resistência da Zona Oeste localizado em Padre Miguel, vai realizar nesta sexta-feira (20) a roda de conversa Herança Africana, em comemoração do dia da consciência negra. O evento vai acontecer no canal do YouTube do espaço a partir das 19h e vai reunir pesquisadores e agitadores culturais, como Andressa Cabral Botelho, editora do Maré de Notícias.

A Cultne, em parceria com Open Society Foundations, Ford Foundation e Olabi realizam nesta sexta-feira (20) o Festival Ori, com uma programação on-line falando sobre tecnologia, inovação e cultura negra. O festival vai ser exibido no canal do YouTube da Cultne.

No sábado (21), a partir das 9h acontece a segunda edição do Festival WOW Rio 2020, organizado pelo Southbank Centre e Redes da Maré. Serão 12 horas seguidas de uma programação que conta com discussões, debates e abordagens profundas com espaço para música, intervenções artísticas e oficinas. Basta acessar o Youtube do Festival e acompanhar.

Perdeu as postagens do Maré de Notícias desta semana? A gente acha para você!

Segunda-feira (15/11)

  • Um escudo contra as doenças, por Hélio Euclides. Leia mais
  • Eduardo Paes e Marcelo Crivella disputam prefeitura em 2º turno; veja lista de vereadores eleitos, por Edu Carvalho e Thaís Cavalcante. Leia mais.

Terça-feira (17/11)

  • Para caminhar para frente, deve-se olhar para trás, por Andressa Cabral Botelho. Leia mais.

Quarta-feira (18/11)

  • Pelo direito à cidadania, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
  • Moradores denunciam falta de água na Maré, por Thaís Cavalcante. Leia mais.

Quinta-feira (19/11)

  • Aumento dos casos de covid-19 no Rio chama atenção, por Edu Carvalho. Leia mais
  • Festival WOW Rio 2020 será on-line para debater desafios e conquistas das mulheres em tempos de pandemia, por Dani Moura. Leia mais.

Festival WOW Rio 2020 será on-line para debater desafios e conquistas das mulheres em tempos de pandemia

Conceição Evaristo, Eliane Brum, Taís Araújo, Juma Xipaia e Tainá de Paula, entre outras pensadoras e ativistas da atualidade, são presenças confirmadas no Festival WOW Rio, que acontece neste sábado (21/12) de forma on-line.  

Por Daniele Moura, em 19/11/2020, às 14h45
Editado por Andressa Cabral Botelho

Desigualdades de gênero e raça escancaradas pela pandemia, violências, identidade, ancestralidade, compartilhamento de saberes, representatividade na política, ocupação de espaços públicos e privados, redes de cuidado, acesso à cultura e à tecnologia, questões ambientais, liderança feminina. Diferentes temas e vozes por um único objetivo: pautar e discutir o protagonismo feminino no mundo atual, com seus desafios e contradições, mas também celebrando avanços e conquistas das últimas décadas. 

Serão 12 horas ininterruptas de uma programação diversa no Youtube do Festival, com discussões, debates e abordagens profundas mas com espaço para música, intervenções artísticas e oficinas. Confira a programação aqui.

O Festival Mulheres do Mundo é inspirado no WOW – Women of the World Festival, um movimento global lançado pela produtora britânica Jude Kelly em 2010, diretora artística do Southbank Centre, um dos maiores centros culturais na Europa, no centenário do Dia Internacional da Mulher, em Londres. Realizado pela primeira vez em 2010, O WOW já esteve em 23 países da Europa, Ásia e África, além várias cidades na Inglaterra. 

Em 2016, Jude Kelly visitou a Casa das Mulheres da Maré, um espaço dedicado a estimular o protagonismo político de meninas e mulheres, onde são realizadas atividades de qualificação profissional, atendimento sócio-jurídico e psicológico gratuitos, além de fomento ao ativismo e engajamento nas lutas feministas. A partir daí, a Redes da Maré teve como  desafio o convite de realizar o Festival no Brasil pela primeira vez. 

Sucesso de público e com participação de centenas de ativistas e pensadoras feministas, o Festival Mulheres do Mundo – WOW Rio chegou à América Latina em 2018, em um grande evento na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Com curadoria do Southbank Centre e Redes da Maré, o evento reuniu mais de 95 mil pessoas em três dias nos espaços do Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio e Armazém 1 do Píer Mauá, numa programação diversificada em torno das questões das mulheres. Foram cerca de 250 convidadas de todas as partes do mundo, 200 empreendedoras, 30 coletivos que participaram da primeira versão brasileira do festival.

Para compreender melhor o contexto e a relevância da atuação política das mulheres no Rio de Janeiro, o Festival Mulheres do Mundo fez um levantamento de mulheres líderes  e de instituições e organizações voltadas ao público feminino na cidade. O mapeamento, o primeiro do gênero no Rio,  identificou 204 líderes locais e 235 organizações até agora, pois está em constante atualização (clique aqui se quiser cadastrar alguma iniciativa). O documento completo está disponível aqui.

Em 2019, o Festival Mulheres do Mundo realizou o Esquenta WOW, uma série de cinco encontros em diferentes territórios da região metropolitana do Rio de Janeiro — Complexo da Maré, Centro, Duque de Caxias, Niterói e Santa Cruz — e teve seu encerramento em Fortaleza.

Em 2020, aconteceria o Festival nas configurações do primeiro, num formato de um grande evento presencial, mas a pandemia não deixou. “Muito cedo, nós percebemos que o impacto da pandemia seria diferente para as mulheres, que seriam brutalmente mais penalizadas. Para nós, é muito evidente que, mesmo sem podermos contar com a presença física dos festivais e o sentimento de união que esses momentos proporcionam, criar um espaço de troca e entendimento virtual para meninas e mulheres, que aponte as urgências sociais, raciais e econômicas, mas também celebre a resiliência e as conquistas das mulheres no mundo, é fundamental. E o Brasil e Rio de Janeiro são peça chave nessa configuração”, diz Jude Kelly, hoje presidente da Fundação WOW.

Sendo assim, a organização brasileira do festival, produziu no último dia 11 de outubro, Dia Internacional das Meninas, declarado pelas Nações Unidas, a primeira edição do WOW Meninas no Brasil, que contou com  programação especial, onde meninas líderes debateram temas como racismo, pandemia e educação.

E a edição de 2020 do Festival Mulheres do Mundo -WOW Rio acontecerá, de forma on-line, neste sábado, 21, a partir das 9h, pelo canal do YouTube e Facebook do WOW Rio com shows de Linn da Quebrada e Josyara, performance de MC Martina e exibição de curtas metragens, debates e mesas temáticas que completam as 12 horas ininterruptas de programação. Tudo de graça.

Para Eliana Silva, diretora da Redes da Maré e curadora do festival no Brasil, é importante manter a agenda .“Optamos por fazer duas atividades este ano, o WOW Meninas e agora esta edição de 12 horas do festival on-line, para deixar viva a pauta em torno da vida das mulheres, de sua condição do mundo contemporâneo, exaltando suas produções e conquistas,” afirma a primeira mulher a presidir uma associação de moradores no conjunto de favelas da Maré. Eliana participará da mesa de abertura às 9h com Jude Kelly e em seguida estará num papo com Taís Araújo.

A vereadora recém eleita pelo Rio, Tainá de Paula, estará presente na mesa sobre Política Cotidiana e Institucional e o Direito à Cidade. Para ela, o Festival é uma potência na discussão sobre o futuro das mulheres. “O evento é uma oportunidade da gente saber como criar conexão entre mulheres no campo da política,  da cultura, da sociedade de um modo geral, criando estratégias para derrubar o patriarcado. Tantas mulheres de trajetórias tão distintas para estabelecer uma sociedade comum onde todas tenham seus espaços”, afirma a urbanista que estará no debate que começa às 15h, com Thais Ferreira, Benny Briolly e  mediação de Tatiana Roque.

Aumento de casos de covid-19 no Rio chama atenção

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Ocupação de leitos de UTIs já supera 90% na rede municipal da cidade 

Por Edu Carvalho, em 19/11/2020 às 12h10
Editado por Andressa Cabral Botelho

Esta semana foi marcada por uma série de notícias sobre a covid-19. A primeira, que inspira esperança, foi o anúncio de que a vacina criada pela farmacêutica Pfizer atingiu 95% de eficácia na prevenção ao coronavírus. Em oposição, tivemos nesta quarta-feira (18) o registro de mais de 11 mil mortes diárias contabilizadas no mundo pela Universidade Johns Hopkins, um recorde ao longo da pandemia. Com isso, brasileiros aguardam apreensivos os próximos passos no combate à pandemia no país. 

Na manhã desta quinta-feira, 19, o primeiro lote da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, chegou ao Brasil. Com uma remessa de 120 mil doses, a vacina ainda não teve autorização para ser aplicada no Brasil e já está na terceira fase de testes, onde é analisada a eficácia após aplicação em milhares de voluntários. O governo do estado de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.

No final de outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a negociação para adquirir doses pelo governo federal. Em reação à atitude do ministro, o presidente Jair Bolsonaro mandou cancelar a compra. Contrariado, o ministério afirmou que “não há intenção de compra”. 

Aumento de ocupação dos leitos no Rio preocupa

No município do Rio, de acordo com estudos científicos, ainda não há certeza de uma segunda onda da transmissão. Em monitoramento feito pelo Imperial College, de Londres, no Reino Unido, em sete dias, a taxa de transmissão saiu de 0,68 para 1,10, o que significa que cada pessoa infectada pode passar o vírus para, pelo menos, uma outra pessoa. Especialistas já procuram entender o novo pico de casos, em um cenário de desmonte dos hospitais de campanha e de flexibilização. Na rede municipal, a ocupação de UTIs já supera 90%.

Já o Estado do Rio de Janeiro atingiu um aumento de 88% na média móvel em relação a duas semanas anteriores e os números de casos da doença com crescimento de 103%, de acordo com boletim divulgado na tarde de quarta-feira, dia 18, pela Secretaria Estadual de Saúde. Até o momento, são 332.396 casos e mais de 21 mil mortes. De acordo com o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré contabiliza 1.970 casos e 163 mortes. 

Diante a preocupação com o aumento dos casos e mortes, o Ministério da Saúde emitiu um comunicado nesta quarta-feira (18) alertando principalmente os profissionais da área de saúde, mas que abrange toda a população. No texto, ressalta o uso da máscara e destaca que “pacientes e profissionais de saúde que já tiveram COVID-19 não possuem imunidade permanente (…). Esses fatos têm sido demonstrados pelas reinfecções que têm se avolumado, principalmente entre profissionais de saúde. Assim sendo, ninguém deve se sentir protegido”. 

Pelo direito à cidadania

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A pandemia dificultou ainda mais o acesso aos direitos básicos, como renovação ou emissão de documentos

Maré de Notícias #118

Por Thaís Cavalcante

No Conjunto de Favelas da Maré, o enfrentamento ao coronavírus não foi o único desafio vivido por quem busca, diariamente, mais condições de cidadania. Uma das formas de exercê-la é com o documento de identificação, obrigatório e necessário para a garantia dos direitos básicos, como atendimento em hospital e matrícula em escola, por exemplo. Com a diminuição desses serviços públicos durante a pandemia, muitos foram prejudicados ao tentar agendar, cadastrar ou renovar suas documentações.

Com a popularização da documentação digital, quem possui um celular na mão e internet já pode ter acesso à Carteira Digital de Trânsito, Carteira de Trabalho Digital e até o Título de Eleitor Digital. Enquanto isso não é realidade para todos, a assistência comunitária facilita a documentação impressa para a população da Maré. São duas unidades do Detran, a Fundação Leão XIII e diversas ações sociais em parceria com as Associações de Moradores, instituições, Prefeitura e Organizações Não Governamentais. A Fundação Leão XIII, por exemplo, existe para facilitar o acesso aos serviços de emissão de documentos, como o de identificação civil (RG) e, ainda, facilita o acesso aos projetos, para garantir uma integração com a população da Maré. 

O Detran do Rio aconselha que, nesse momento de pandemia, só procure pelos serviços quem realmente tem urgência. É o caso de Pablo da Silva, morador da Vila do João, na Maré. Ele pretende tirar sua carteira de motorista para expandir seu trabalho e aumentar sua renda. Tentou atendimento durante todo o mês de setembro para emitir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Eu ligo às 8h da manhã todos os dias e, quando são 08h05, [as vagas] já foram todas preenchidas. Fora o site, que, com o número de acessos, fica fora do ar e quando volta não tem mais vaga”, conta. Pablo conseguiu agendar um mês e meio depois.

Aos poucos, o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran) retoma seus atendimentos para realizar a emissão de documentos. Nas duas unidades da Maré, que ficam nas favelas Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, os serviços de identificação civil já voltaram, com cautela e garantindo a segurança de funcionários e usuários. Dia 19 de outubro ocorreu a nova fase de reabertura de postos em toda a cidade.

Letícia Furtado é coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual (Nudiversis), que faz atendimento especializado há 9 anos para a população LGBTQIA+. Atua em apoio às pessoas que enfrentam questões de vulnerabilidade, seja juridicamente ou não. Ela lembra que ter uma documentação implica nos direitos básicos: a pessoa poder votar, se matricular em instituições de educação, viajar, por exemplo. 

Dominyck di Calafrio, atriz, travesti e moradora da Nova Holanda, tenta fazer o CPF e o título de eleitor desde o início do ano, mas enfrenta o desafio de não possuir bom acesso à internet e dificuldade com a escrita e leitura. Outra questão que atrapalha quem procura o serviço é a navegação do site. “Peço ajuda e a pessoa leva horas para conseguir as informações, já que os sites não são claros. Aí acabo não conseguindo avançar. Por isso, decidi esperar a pandemia passar para emitir”, desabafa.

Onde fazer agendamento para emissão de RG e CNH

DETRAN
www.detran.rj.gov.br 
Telefone: (21) 3460-4040 / 3460-4041 / 3460-4042
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, sábado, das 8h às 18h.

Onde emitir documento de mudança de nome

Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual (NUDIVERSIS)
WhatsApp: (21) 99617-4115/ 97439-4437 / Email: [email protected]
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 11h às 18h.

Onde receber isenção de documentação civil e tirar dúvidas sobre benefícios

Fundação Leão XIII
Unidade Nova Holanda – Rua Sargento Silva Nunes, 1012
Unidade Ramos – Rua Gerson Ferreira, 06
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 10h às 14h.

Para caminhar para frente, deve-se olhar para trás

Entender os movimentos (de) negros é o que nos ajuda a saber como chegamos até aqui e quais passos devemos dar

Por Andressa Cabral Botelho, em 17/11/2020 às 20h30
Editado por Dani Moura

“Não é tabu voltar no passado para buscar referências que se perderam com o tempo”. Esta é a ideia da sankofa, símbolo que fala sobre olhar para o ontem, trazer para o hoje e fazer florescer no amanhã. A sankofa faz parte de um conjunto de símbolos do povo Ashanti – onde hoje é localizado Gana – chamado adinkra. Cada um desses símbolos apresenta um princípio que ajudava a nortear o convívio social da comunidade. Recentemente, pesquisadores negros têm feito o exercício de olhar para o passado e buscar referências, seja nas diversas nações africanas ou no Brasil, como forma de criar uma consciência sociorracial e, com esse movimento, têm descoberto não apenas a importância da filosofia da sankofa, mas percebido como articulações do passado foram fundamentais para que possamos viver hoje.

A articulação negra não é linear, mas cíclica. Sempre que caminha para frente, volta-se o olhar para trás para buscar referências e recriar algo. Quando o professor Abdias Nascimento fala sobre a ideia de aquilombamento, ele fala de resgatar memórias e vivências e a partir delas construir espaços coletivos de acolhimento e lutar por direitos. Essa ideia remete não apenas à criação de espaços físicos, mas de desenvolver o convívio em comunidade e romper com o sistema que pessoas negras estavam e estão inseridas – o de escravidão e o de racismo. 

Em 2020 a população negra brasileira goza de conquistas, como a lei que criminaliza o racismo, o reconhecimento de terras quilombolas, as cotas raciais e um debate mais aberto sobre raça e racismo. E apesar de ainda parecer pouco diante os séculos de escravização, são conquistas bastante relevantes. Quando a médica, ativista do movimento das mulheres negra e diretora da Anistia Internacional Jurema Werneck diz que “nossos passos vêm de longe”, significa que a busca por igualdade e equidade racial tão debatida hoje, é desdobramento de uma série de rebeliões e embates organizados antes mesmo da assinatura da Lei Áurea, em 1888. Mas só a partir deste marco é que podemos perceber os avanços legais e as articulações do movimento negro – agora legalizadas – ao longo das décadas pela busca de igualdade. 

Em uma de suas representações, a sankofa é um pássaro que olha para trás enquanto carrega um ovo na boca (símbolo do futuro)

Os movimentos negros

Desde o processo de maafa* e escravização da população negra, os diversos grupos étnicos que foram escravizados precisaram se unir e se articular para lutarem por seus direitos, seja existirem e viverem em liberdade, seja terem espaço em uma universidade. Uma das primeiras formas de resistência negra nos territórios fora da África foi o desenvolvimento dos quilombos, território de maioria negra onde as pessoas se negavam viver sob regime político, econômico e/ou cultural que estavam inseridos. 

A experiência quilombola começou, inicialmente, na localidade onde hoje é Angola e República Democrática do Congo, e veio para o continente americano junto aos primeiros negros escravizados. Há registros de quilombos brasileiros, palenques colombianos, cumbes venezuelanos, hide outs no sul dos Estados Unidos. Os quilombos nesses e em outros países colonizados vão além da ideia de refúgio para negros fugitivos; mas é a criação de uma estado político em negação a outro: no nosso caso, o escravista.

No Brasil, a experiência mais memorável de quilombo – apesar do tema ser pouco explorado nas escolas – certamente é Palmares, nome dado pelo colonizador referente à vegetação de palmeiras densas que havia na região no período do quilombo. De acordo com o historiador Marcelo D’Salete, Quilombo dos Palmares chamava-se, na verdade, Angola Janga (Pequena Angola), por ser uma reprodução da forma que os negros viviam nos quilombos no país africano. Por séculos, esses locais eram vistos como ameaça por ser um reduto político, militar, cultural e econômico, o que legitimava a sua destruição. 

Assim como não é possível calcular em números absolutos os números de pessoas negras que foram trazidas de diversos países da África para o Brasil, também é difícil quantificar o número dos territórios quilombolas existentes ainda hoje, tendo em vista que nem todos passaram pelo processo de reconhecimento e titulação. Em 2019, entre entidades oficiais e organizações não governamentais, a contagem não batia. Para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão responsável pela demarcação e titulação desses locais, o país tinha 1.747 processos de título de terras quilombolas. Já em levantamento feito pela organização ecumênica Koinonia, especificamente pelo eixo Observatório Quilombola, que faz um levantamento alternativo englobando os quilombos autorreconhecidos, são 2.664 territórios. 

A ideia de quilombo enquanto local de proteção e organização inspirou uma série de articulações contemporâneas. Com a abolição, os quilombos e grupamentos negros saem desse lugar rural e proibido pelas leis coloniais e chegam nas cidades por meio de organizações socialmente aceitas, como terreiros, blocos afros, coletivos negros e bares, por exemplo.

Da Abolição à Constituição

Passaram-se 100 anos desde a Lei Áurea para que a população negra fosse, finalmente, resguardada por leis no país, mas isso não significa que a luta por igualdade e inserção na sociedade tenha ficado estagnada ao longo desse tempo ou que não houvesse  pequenas revoluções a favor da população negra. Se o dia 13 de maio de 1888 foi de festa, o dia 14 foi de incerteza. Para onde ir? Onde trabalhar? Qual o próximo passo a dar a partir de agora? O que fazer diante uma sociedade que libertou, mas não integrou? A partir desses questionamentos, o povo preto precisou, mais uma vez, se organizar em quilombos – agora os socialmente aceitos – para sobreviver.

No século XX, um dos primeiros grandes movimentos de articulação da população negra foi a Frente Negra Brasileira (FNB). Surgida em São Paulo em 1931 e com núcleos em outras capitais do país, a FNB era uma associação para pessoas negras, onde se oferecia assistência médica e jurídica aos seus membros, além de recolocação no mercado de trabalho. Um dos pilares desse grupo era a educação, por entenderem que através da ciência, das artes e da literatura seria possível o crescimento de seu povo. No início de sua formação, a sociedade acusava o grupo de cometer racismo reverso, por não aceitar pessoas brancas, já que a associação era apenas para pessoas negras, mas com o tempo, o coletivo ganhou o respeito da população e de autoridades. Diante as suas diretrizes, tornou-se partido político em 1936, mas foi extinto no ano seguinte com a implantação do Estado Novo.

Surgido no Rio de Janeiro em 1944, o Teatro Experimental do Negro (TEN) era um grupo de produção teatral e valorização da herança cultural através da arte, cultura e educação. O TEN oferecia cursos de alfabetização aos participantes do grupo, e assim como a FNB, via na educação uma forma de melhorar a vida de seus membros, que em maioria eram trabalhadoras do lar, operários e pessoas sem ocupação. Para Abdias Nascimento, um dos fundadores da FNB e do TEN, o grupo tinha como objetivo romper com o pensamento ocidental e europeu, buscando outras referências. “Todos estavam acostumados a colocar que o Teatro nasceu na Grécia, mas mil anos antes já havia textos dramáticos no Egito Negro. Precisávamos, então, criar personagens baseados na mitologia africana porque foi a partir da África que essa cultura se expandiu e foi copiada pelos brancos. A raça negra tem mitologia e filosofia bem fundamentadas e isso era o que queríamos mostrar”, destacou em entrevista em 2003.

O coletivo também desenvolveu ações como o Conselho Nacional de Mulheres e o Jornal Quilombo, onde pessoas negras produziam conteúdo político e cultural a níveis nacional e internacional. Através do TEN conhecemos artistas renomados, como Grande Otelo, Haroldo Costa, Léa Garcia, Ruth de Souza, Solano Trindade, entre outros.

Depoimentos de artistas do TEN para a Ocupação Abdias Nascimento (2016), em Salvador/BA e no Rio de Janeiro/RJ. – Fonte: Itaú Cultural

Até a década de 60, o coletivo existiu e resistiu encenando montagens e promovendo debates e textos sobre cultura, política e antirracismo para os seus membros. Com a ditadura, o grupo e outras organizações precisaram frear a sua atuação, mas o regime ditatorial não foi impedimento para que as articulações negras parassem.

Nos anos 70, especificamente no final da década, reacende não apenas as articulações negras, mas diversos movimentos sociais pelos direitos dos trabalhadores, estudantes e mulheres que foram silenciados pela ditadura. Para a historiadora Lélia Gonzalez, uma das grandes referências dessa época, a ditadura “desmobilizou as lideranças negras, lançando-as numa espécie de semiclandestinidade”. Influenciados não apenas pelo racismo vigente no país, mas também pela organização do Movimento Black Panther, nos Estados Unidos, e pela luta contra o apartheid, na África do Sul, surge em julho de 1978 o Movimento Negro Unificado (MNU). Articulado com diversos coletivos negros, o primeiro ato do MNU aconteceu nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, quando membros protestaram contra a tortura e morte de um trabalhador negro e contra ações discriminatórias sofridas por quatro jovens negros do Clube de Regatas Tietê.

Ao longo dos anos, o MNU se desenvolve com a premissa de criar “um projeto político de sociedade,que contemple o negro como parte indispensável do poder”. A partir desse pensamento e da atuação política de militantes e pesquisadores como Abdias Nascimento, Joel Rufino dos Santos, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Benedita da Silva e outros, foi possível conquistar, ao longo de 42 anos de MNU uma série de legislações e ações afirmativas, como:

  • Lei nº 7.716/89, conhecida como Lei Caó, que criminaliza o racismo;
  • Criação da Fundação Cultural Palmares (1989), que reconhece e preserva elementos históricos e culturais da população negra e certifica territórios quilombolas;
  • Criação da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (SEPPIR) (2003), órgão que debate questões raciais no país;
  • Lei nº 10.639/2003, de obrigatoriedade do ensino da história da África e afro-brasileira;
  • Lei nº 12.711/12, de implantação de cotas raciais em instituições federais de ensino.

Lideranças do MNU também fizeram parte da Constituinte, em 1986, colaborando ativamente para a escrita da Constituição de 88, conhecida como Constituição Cidadã por contar com a participação de movimentos sociais do país, entre eles, o movimento negro.

Para a população negra, o fazer político está em todo lugar: na ocupação territorial, no saber educacional, na busca pela ancestralidade através da interpretação, na imprensa negra, no toque do tambor do jongo, no desfile do afoxé, no beijo em praça pública, no baile funk. Seria quase impossível listar todas as instituições, grupos e coletivos que surgiram com o propósito de se organizar estrategicamente para lutar por igualdade para pessoas negras, pois todas tiveram papel importante nesse grande movimento negro. O que fica de legado para essa geração e para as futuras é entender a importância do passado para fazer um amanhã mais igualitário.

* De acordo com a antropóloga estadunidense Marimba Ani, maafa é o processo de sequestro e desgaste físico e mental da população negra africana que foi escravizada. A maafa é como é chamado o holocausto negro.

Eduardo Paes e Marcelo Crivella disputam prefeitura em 2º turno; veja lista de vereadores eleitos

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Eleitores voltam às urnas dia 29 de novembro para escolher representante na capital 

Por Edu Carvalho e Thaís Cavalcante em 17/11/2020 às 12h05
Editado por Dani Moura

E o resultado na capital do Rio de Janeiro só será decidido mesmo no próximo dia 29 de novembro, data marcada para o segundo turno. Concorrendo à prefeitura, Eduardo Paes (DEM) contabilizou 37,01% dos votos e disputará a vaga com o atual gestor da cidade e candidato à reeleição Marcelo Crivella (Republicanos), que registrou 21,90% dos votos. 

No último domingo, 15, o eleitor também foi às urnas escolher quais seriam seus representantes na Câmara Municipal de Vereadores. No total, 51 cadeiras foram ocupadas no parlamento. Na lista dos mais votados,  aparece em primeiro lugar o candidato eleito Tarcísio Motta (PSOL), com 86.243 votos. Já em segundo, Carlos Bolsonaro (Republicanos), com 71 mil votos. Gabriel Monteiro (PSD) com 60.326, Cesar Maia (DEM) com 55.031 e Chico Alencar (PSOL), com 49.422, foram os 3°, 4° e 5° lugares, respectivamente. 

No somatório, apenas 11 das novas cadeiras foram ocupadas por candidatos que declararam ser negros (pretos ou pardos). É o caso de Tainá de Paula (PT) e Thais Ferreira (PSOL), que assinaram a Agenda Marielle Franco, com propostas para multiplicar o legado da vereadora assassinada em 2018 junto do motorista Anderson Gomes, tornando-se defensoras de suas práticas e pautas. 

Pautas periféricas nas eleições

Dos candidatos a vereador que representaram o Conjunto de Favelas da Maré, nenhum se elegeu. O que não diminui a politização das 16 favelas em apoiá-los. Juntos, os 10 candidatos à Câmara dos Vereadores somaram 22.541 votos válidos. São eles: Del, Érica Madrinha, Valdecir Baiense, Professora Luciana, Geninho, Fabinho da Feira, Tadeu Ribeiro, Gilmara Cunha, Carlinhos e Pastor Sérgio Alves. Já candidata à Prefeitura do Rio, Renata Souza, cria da Maré, teve 85.272 votos. 

Quem teve como principal compromisso impactar os territórios populares da cidade carioca dedicou-se na defesa de pautas voltadas para a garantias de direitos. Os desafios a serem enfrentados nos próximos anos são gigantes. Alguns foram pensados pelas candidatas e candidatos eleitos no Rio. Entre as inúmeras propostas, podemos listar o investimento em programas de saúde da família, transporte barato, estímulo de negócios locais, fortalecer o combate às remoções, iniciativas de segurança alimentar, estímulo à garantia de direitos para a população LGBTQIA+, combate ao racismo, saúde integral às mulheres e muito mais.

No total, são 51 candidatos eleitos para a vereança, cargo importante na identificação de questões e necessidades no município, assim como para a apresentação de soluções para as mesmas, através de Projetos de Lei. 

Veja abaixo a lista completa dos vereadores eleitos no Rio de Janeiro:

  • Tarcísio Motta (PSOL) – 86.243 
  • Carlos Bolsonaro (Republicanos) – 71.000 
  • Gabriel Monteiro (PSD) – 60.326 
  • Cesar Maia (DEM) – 55.031 
  • Chico Alencar (PSOL) – 49.422 
  • Marcos Braz (PL) – 40.938 
  • Rosa Fernandes (PSC) – 26.409 
  • Carlo Caiado (DEM) – 26.212 
  • Tainá de Paula (PT) – 24.881 
  • Luciano Vieira (Avante) – 24.070 
  • Monica Benício (PSOL) – 22.919 
  • Inaldo Silva (Republicanos) – 21.885 
  • Teresa Bergher (Cidadania) 21.131 
  • Felipe Michel (PP) – 20.936 
  • João Mendes de Jesus (Republicanos) 20.811 
  • Junior da Lucinha (PL) – 19.732 
  • Marcio Ribeiro (Avante) – 19.383 
  • Vera Lins (PP) – 19.242 
  • Tânia Bastos (Republicanos) – 19.027 
  • Thiago K. Ribeiro (DEM) – 18.960 
  • Rafael Aloisio Freitas (Cidadania) – 18.851 votos 
  • Jorge Felippe (DEM) – 18.507 
  • Verônica Costa (DEM) – 17.939 
  • Alexandre Isquierdo (DEM) – 17.764 
  • Reimont (PT) – 16.082 
  • Jairinho (Solidariedade) – 16.061 
  • Luiz Carlos Ramos Filho (PMN) – 15.602 
  • Luciana Novaes (PT) – 15.311 
  • Willian Coelho (DC) – 15.126
  • Dr Carlos Eduardo (Pode) – 15.026 
  • Paulo Pinheiro (PSOL) – 14.760 
  • Ulisses Marins (Republicanos) – 14.660 
  • Laura Carneiro (DEM) – 14.646
  • Thais Ferreira (PSOL) – 14.284 
  • Zico (Republicanos) – 13.964 
  • Jair da Mendes Gomes (PROS) – 13.595 
  • Wellington Dias (PDT) – 13.327 
  • Marcelo Arar (PTB) – 12.330 
  • Jones Moura (PSD) – 11.597 
  • Renato Moura (Patriota) – 10.588 
  • Celso Costa (Republicanos) – 10.523 
  • Dr João Ricardo (PSC) – 10.227 
  • Pedro Duarte (Novo) – 10.069 
  • William Siri (PSOL) – 9.957 
  • Dr Gilberto (PTC) – 9.445 
  • Rocal (PSD) – 9.280 
  • Dr Marcos Paulo (PSOL) – 9.009 
  • Waldir Brazão (Avante) – 8.332 
  • Marcio Santos de Araujo (PTB) – 7.467 
  • Rogério Amorim (PSL) – 6.719 
  • Vitor Hugo (MDB) – 5.423

Para saber mais sobre as funções dos vereadores, leia a matéria publicada em 06 de novembro aqui no Maré Online.